A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 1
Vamos nos Divertir com sua Morte !!!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679752/chapter/1

Pensamento do dia: “Como o que está ruim pode se tornar ainda pior? Sejam todos bem-vindos ao incrível mundo de Clarisse, onde a magi... Chega! não tenho o que esconder, minha vida é uma porcaria. Não sei exatamente o motivo pelo qual resolvi contar ela a vocês, mas aqui estou eu, preparada para contar como tudo deu errado, então fiquem quietos e leiam com atenção.”     

Sempre fui sem jeito para conversar com os outros, sou daquelas que quando uma coisa boa pensa em ir até sua vida, pensa duas vezes e sai correndo. Minha mãe morreu quando eu nasci e meu pai dois dias depois, fui mandada para um orfanato, pois o resto de minha família não me queria, para dizer a verdade nem sabia se tinha uma família, nunca conheci meus avós e meus tios.

Lá eu fui acolhida e tratado como uma filha por todos, era o único lar que fazia sentido para mim. Até o fatídico dia em que o orfanato misteriosamente pegou fogo durante a noite, justamente no dia em que ocorria uma festa fora do orfanato, quando uma menina de 17 anos tinha ficado de castigo por se meter em confusão, para meios de informação essa menina era eu, por sorte eu não tinha obedecido as irmãs e sai pela porta do fundo. Os bombeiros disseram que não tinha motivo exato para aquele ocorrido, o orfanato tinha virado pó e nunca mais voltaria a funcionar.

Todas as outras crianças menores de 17 anos foram encaminhadas para outros orfanatos, para esperarem famílias adotivas ou terem idade para sair por contra própria, como eu faria 18 dali a dois dias, acabei não sendo enviada para outro lar adotivo igual as outras crianças. Ao invés disso fui mandada para as ruas, onde eu perambulei por bastante tempo. Conheci algumas pessoas que me acolheram e me deram de comer, algumas até me deixavam dormir na garagem de suas casas, mas como nada na vida era pura bondade, tudo isso tinha que ter algo em troca. Os donos da casa deixavam eu ficar lá com a condição de que ajudaria na casa como uma empregada, eu não tinha como dizer não, pois não tinha nada além daquilo.

Cerca de um ano depois trabalhando como empregada em diversas casas, eu finalmente consegui um emprego fixo, que me pagavam uma quantia boa por mês, apenas para atender telefonemas. Imagina o como é difícil uma adolescente de 18 anos arranjar um emprego, ainda mais tendo o histórico que eu tinha, foi um sufoco. Demorou cerca de dois meses para conseguir pagar um quarto simples, ele não tinha muita coisa, apenas uma cama (Obvio!), uma televisão, um banheiro, um guarda roupa, uma escrivaninha perto da janela e um frigobar com um fogão do lado.

O pior de tudo era para fazer comida, nunca conseguia dormir direito quando fritava as coisas, o cheiro de olho me matava. O que mais gostava de fazer era ficar sentada na escrivaninha, para olhar a paisagem que se estendia na minha janela, paisagem que se chamava meu vizinho gato, ele tinha cabelos negros como o breu, olhos cor de mel esverdeado, corpo esculpido pro anjos de tão perfeito, rosto suave como uma pluma, aparentava ter uns 20 anos, nunca conversei com ele. Sempre que podia espiava ele pela janela, um dia pude ver ele trocando de roupa, quase fiquei louca (É eu sei o que vocês estão pensando  "Nossa para uma adolescente de 18 anos você é bem safadinha né "  mas eu não tenho 18 mais, já fiz 19).

Mas meu passatempo preferido é ficar lendo, amo ler histórias de romance e ação, muito raramente converso com meus vizinhos, que se baseiam a uma criança de 6 anos, que passou a me chamar de irmã, a uma senhora idosa que quase não enxerga e a um gato que aparece todos os dias na minha janela, o resto são um bando de rabugentos, então nem gasto meu tempo com eles. 
— Ka, abre aqui sou eu Luis - A quase me esqueci de meu amigo Luis, ele sempre me ajudou em tudo, foi ele quem conseguiu o trabalho em que estou hoje.
— Já vou - Disse correndo para abrir a porta. Assim que abri, lá estava ele, todo elegante. Luis é o típico garoto magrelo charmoso, ele é cobiçado por muitas garotas, até eu já tive uma quedinha por ele. Seus cabelos ruivos é o que mais se destaca nele, sua pele é macia como um pêssego, seus olhos são de uma tonalidade violeta claro, que sempre me deixaram fascinadas na sua cor. Luis usava um tipo de colete preto e uma blusa social branca por baixo, uma calça jeans preta e um sapato social - Você chegou cedo ou eu estou atrasada? - Ele tinha me convidado para ir em uma viagem da empresa do seu pai, ah desculpa esqueci de comentar esse detalhe, ele era filho do meu patrão, que era totalmente diferente do pai.
—  Cheguei cedo - Disse ele dando o sorriso mais gracioso que já vi na vida - Tinha que ter a certeza de que você não ia se atrasar.
— Ei! eu sou mais pontual que você tá.
— É mesmo ?! - Disse ele olhando para o meu pijama e depois para a minha mala na cama, que por acaso do destino estava toda desarrumada (Mentira era preguiça mesmo)— Bora eu te ajudo a arrumar suas coisas.
— Olha eu vou aceitar, mas não é por eu estar cheia de preguiça e sim por educação.
— Aham tá sei - Ele disse já entrando e indo direto para a minha mala em cima da cama, onde as roupas estão jogadas em todos os lugares, menos na mala - Vai tomar seu banho, se é que você ainda sabe fazer isso - Ele diz com aquele sorriso brincalhão - e se arruma de uma vez.    
Faço uma careta para ele, que logo solta uma gargalhada, vou até meu guarda roupa e pego um vestido vermelho, já que eu iria a uma viajem da empresa, então teria que me portar de maneira correta, peguei um sapato preto e minhas maquiagens que não podiam faltar. Entrei no banheiro e comecei a me despir para entrar na banheira, depois de tomar meu banho eu comecei a me arrumar. Meus cabelos estavam um caco, eles eram um castanha avermelhado, meus olhos eram pretos igual os da minha mãe, que eu vi em uma foto que as irmãs me entregaram assim que eu fiz 15 anos, elas disseram que veio comigo. Não podia dizer que meu corpo era esbelto, mas dava pro gasto, passei meu batom vermelho, vesti o vestido vermelho que ia até o chão sem o sapato e que tinha um corte do lado até a cocha, arrumei meu cabelo em um coque meio desarrumado e por fim calcei meus sapatos pretos.
— Ual - Disse Luis assim que sai do banheiro - Você tem certeza de que é apenas a secretaria do meu pai ? - Ele falou sarcástico.
— Muito engraçadinho você - Disse dando um meio sorriso – o voo está marcado para que horas?
— Daqui a meia hora. Posso te fazer uma perguntinha?
— Já que começou né.
— Você está de olho em algum empresário? para ir tão arrumada assim apenas para uma viajem - Ele falou já começando uma risada.
— Me senti ofendida agora senhor Luis – Fingi uma voz magoada – Quer que eu vá com meu pijama listrado e com bolinhas rosas?
— Não, vai assim mesmo. Bem sua mala está arrumada e você pronta, então vamos - Fomos para a saída, ao pegar o elevador demos de cara com o meu vizinho gato, o que ele fazia ali eu não sei, nem tive tempo de dar um "oi", quando entramos ele saiu. Fomos para fora esperar o carro de Luis. Sério todo o riquinho tinha que ter uma Mercedes e um chofer, isso era muita injustiça, eu não tinha nem mesmo um calhambeque velho.
— Luis esqueci uma coisa, você até agora não me falou para onde vamos.
— Vamos para o Canadá em uma reunião com um empresário e de lá vamos para a Inglaterra - Nunca tinha saído de Nova York, essa seria minha primeira vez.


Chegando no aeroporto fomos para a sala de embarque, esperamos por uns vinte minutos até uma moça chegar e pedir as passagens, de acordo com Luis nós iriamos de classe econômica, que era mais barato, coisa do pai dele, aquele pão duro. Tinha umas dez pessoas na nossa frente, maioria adultos e idosos, mas tinha um homem com uma blusa branca e uma bermuda preta, que estava começando a me incomodar, toda hora ele olhava de relance para mim, ele parecia ter uns 35 anos, cabelos escuros, olhos castanhos, corpo aparentemente sarado, não que eu estivesse reparando nisso(risadinhas), e seu rosto expressava uma certa seriedade, olhei para Luis que estava atrás de mim, achando que assim talvez ele deixasse de me encarar, mas quando eu olhava de relance para a sua direção, ele ainda me encarava.

Depois de uma pequena eternidade, embarcamos, meu acento era do lado de Luis, o que realmente me tranquilizou por que eu nunca andei de avião e estava morrendo de medo, ficaria confinada naquele avião por mais ou menos 9 horas.
— Luis que local do Canadá nós vamos? - Perguntei tentando me distrair.
— Para Vancouver, vamos ficar hospedados em um hotel, já que vamos passar os próximos três dias lá.
— Hum, com quem iremos nos reunir lá? - Luis me olhou desconfiado, pois sabia que nunca tinha me interessado por aquele tipo de coisa.
— Você está com medo? - Disse ele em tom zombeteiro.
— Um pouco.
— Não precisa ficar com medo, bem pelo menos não agora, nem decolamos ainda - Disse ele rindo satisfeito com minha cara de enjoo.
— Queridos passageiros queiram se sentarem em seus devidos lugares e colocarem os cintos, decolaremos em cinco minutos, e por favor mantenham todos os aparelhos eletrônicos desligados, agradeço pela compreensão de todos e uma boa viagem - Disse a aeromoça pelo alto-falante.


           Coloquei meu cinto assim que ela falou, exatamente cinco minutos depois o avião decolou, tenho que confessar uma coisa, essa foi a pior experiência da minha vida, parece que você vai cair antes mesmo de levantar voo, Luis aquele miserável, ao invés de me ajudar ficou rindo da minha cara. Depois de meia hora, o avião começou a balançar e então meu coração e impulso falaram mais alto que a realidade, me falaram que era apenas turbulência quando eu dei um ataque de pânico, gritando que o avião ia cair (Foi bem vergonhoso), mas se você estivesse pela primeira vez em um avião que desse turbulência a cada dez minutos, você ficaria apavorada, é horrível.

Tive a sorte de me sentar na janela, ou melhor, azar, isso era pior que turbulência, ainda mais para uma pessoa com pavor de altura. Luis como o bom amigo que é, não quis trocar de lugar comigo, ainda vou me vingar dele. Olhei para os passageiros e comecei a descrevê-los como uma tentativa de me distrair, não vi nada de muito interessante, apenas um senhor com uns 65 anos que estava sentado na minha frente, com uma blusa que inicialmente achei que era social, mais quando olhei atentamente vi que era de uma banda de rock. (Vovozinho roqueiro), um casal sentados na fileira do meio, a mulher aparentava ter uns 29 anos, cabelos loiros, olhos azuis e uma aparência ao mesmo tempo sensual e casual, já o homem deveria ter o dobro da sua idade, ele já estava com rugas e sua pele estava murcha pelo tempo, usava uma blusa branca e uma jaqueta preta, uma calça jeans azul, a cor de seus olhos não dava para ver, pois ele estava dormindo e seus cabelos eram grisalhos. Não era querer me intrometer, mais já fazendo, achei que ela só estava com ele pelo dinheiro mesmo, não pela diferença de idade entre os dois, mas pelo simples motivo dela estar paquerando um rapaz de uns 24 anos no assento da frente do dela, e tudo isso enquanto o suposto vovô chifrudo, modéstia parte, roncava em seu gracioso assento.

Bem o que eu podia falar?! era a vide né. Continuando com minha turnê pelos passageiros, percebi que o homem que me olhava na fila estava na mesma fileira que eu, duas cadeiras a frente, pelo menos assim ele não poderia ficar me encarando, foi o que pensei até ele se virar em seu assento para me observar, que sorte grande a minha né, tinha conseguido meu próprio tarado de avião uhul. Me levantei para ir ao banheiro, ficar sentada durante duas horas não é fácil, a caminhada para o banheiro parecia mais uma piscina de sabão, onde ninguém consegue ficar em pé, quase gritei quando o avião deu uma turbulência. Finalmente depois de quase um século cheguei no banheiro, e olha que sorte a minha, ele estava ocupado. Fiquei tentada a voltar e esperar, mas quando me lembrei de que teria que andar aquilo tudo de novo, desisti, então simplesmente me escorei em um armário de ferro que estava em frente a porta do banheiro, meia hora depois a porta se abriu, quase tive receio de entrar, mas estava muito apertada, então acabei indo assim mesmo. Me aliviei, lavei as mãos e me olhei no espelho, minha aparência não estava muito boa, estava com uma cara de quem ia vomitar a qualquer momento. Quando abri a porta do banheiro dei de cara com o tarado do avião, ele estava bem na minha frente, tentei sair, mas todas as vezes que ia para o lado ele entrava na minha frente.
— O senhor poderia me dar licença? - Falei com a voz meio rouca, ele não respondeu, apenas ficou ali me olhando. Tentei pela terceira vez sair dali e ele novamente me interrompeu – Se ainda não percebeu eu quero passar – Disse soando um pouco mais rude. Ele apenas me olhou e continuou na minha frente – Olha se você não sair da minha frente vou ser obrigada a chamar pelos seguranças de bordo do avião - Disse tentando parecer confiante, mas não deu muito certo.
— Se fizer isso, não me deixara escolha, então coopere e tudo será rápido - Disse ele com uma voz calma e perigosa, naquele momento meu medo foi maior, quando abri a boca para gritar ele a tapou com a mão e me empurrou para dentro do banheiro, depois trancou a porta - Eu disse, então coopere e nã... - Antes que ele terminasse dei um tapa na sua cara e uma joelhada na virilha, enquanto ele gemia de dor eu fui para a porta, quando finalmente destranquei ele me empurrou para o lado, fazendo com que eu batesse a cabeça na privada, e então trancou a porta de novo - Pelo visto vai ser do modo difícil né!
— Vá se danar seu pervertido - Ele me olhou e então lançou uma risada, como alguém não poderia estar ouvindo isso. Ele avançou para cima de mim, minha cabeça estava latejando por causa da batida não conseguia pensar direito, levei a mão na parte onde tinha batido, estava sangrando, não era muito, mas era sangue, sangue. Meu Deus eu tinha que sair dali, ele avançou para cima de mim, tentei cobrir o rosto, mas ele segurou meus braços, me impedindo de proteger meu rosto.
— Clarisse, se você soubesse do que é capaz - O fato de ele saber meu nome me deixou ainda mais apavorada, até ele tirar uma faca de dentro da roupa, ai sim eu entrei em pânico, tentei me largar da sua mão, mas ele era muito mais forte que eu, tentei chutar a sua virilha de novo, mas estava com muito medo não conseguia acertar nada, tinha que ganhar tempo, Luis sentiria minha falta e viria atrás de mim.
— C-como sabe meu nome ? - Disse com a voz tremula de medo.
— Todos nós te conhecemos Senhorita Clarisse - Disse ele irônico - E todos queremos lhe matar - E agora sanguinário.
— Por que querem me matar? O que eu fiz para vocês? O quem são vocês?
— Queridinha não fique tão apavorada, não é nada pessoal são apenas negócios, o problema todo foi você ter nascido, sua mãe aquela maldita, deveria ter lhe entregue, mas não amor maternal falou mais alto e isso lhe custou a sua vida, seu pai aquele tolo, conseguiu fugir de nós por dois dias – Ele então me olhou com fúria – Mas você, custamos encontra-la, aquela maldita da sua tia, lançou um feitiço de camuflagem em você, demorou anos para finalmente acha-la - Não conseguia entender nada do que ele estava falando, quanto mais falava, mais achava que ele era um maníaco, doido varrido, da pior espécie. E o Luis cadê ele na hora que mais preciso - Mas agora você está aqui e eu vou poder matá-la e enviar sua cabeça para o Lorde Reiver - Meu Deus não sei o que fiz de errado, mas por favor me perdoe, esse castigo já me fez me arrepender de qualquer coisa que eu tenha feito de errado - Sua mãe Susana, era tudo para nós, nossa bela e poderosa..... - Aquela foi a gota d'água, ele poderia saber meu nome, minha idade, onde moro e onde trabalho, tanto faz, mas ele saber o nome de minha mãe.
— Como você sabe o nome da minha mãe? - Perguntei rispidamente, naquele momento esqueci de toda a dor e todo o medo.
— Como eu sei?! A pergunta certa é quem não saberia o nome de uma traidora do seu próprio povo, uma egoísta como ela – Olhei para ele com puro ódio qu estava sentindo naquele momento, como ele ousava falar da minha mãe daquela forma, poderia não ter conhecido ela, mas isso não dava o direito dele dize tais absurdos. Aquela realmente foi a última coisa que ele iria dizer da minha mãe, com um impulso me soltei dele, chutei sua virilha novamente e dessa vez acertei, olhei para os lados, procurando alguma coisa que pudesse usar como arma, então me deparei com o espelho, seria perfeito, peguei ele e acertei sua cabeça, ele soltou um gemido de dor e cambaleou para trás, aproveitei a oportunidade dei um soco na cara dele, nunca tinha batido em alguém com tanta vontade, a força do meu soco foi maior do que imaginava, fazendo com que ele caísse no chão segurando o nariz que estava quebrado e sangrando - Sua vadiasinha, vou arrancar sua cabeça e dar para os cachorros.
— Vá se danar, seu idiota – Disse com todo o ódio que estava sentindo naquele momento, aproveitei que ele estava no chão e corri para a porta, consegui abrir a porta e sai para fora - Socorro - Gritei com todas as minhas forças, antes de o homem me atacar de novo, me derrubando no chão com uma facada no peito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Herdeira do Infinito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.