Skylight - A caça-vampiros escrita por Nk0202


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Se estiver legal comemtem ou favoritem. :)



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Nada parecia especialmente diferente hoje. O sol brilhava no céu, alto e forte, mantendo nos a salvo de criaturas noturnas, mantendo nos a salvo dos vampiros. A brisa fria anunciava a chegada do inverno.
Alguns poucos carros passavam por mim. Nada muito veloz. Tudo normal. Ou pelo menos é o que parece.
Após anos de treinamento aprendi a observar tudo com muita atenção. As pessoas pareciam um pouco, um pouco quase imperceptível, diferentes. Tensas. Percebo.
Mesmo sem notar as pessoas pressentem algo, seus corpos estão, de alguma maneira, se preparando para algum acontecimento. Meus braços se arrepiam a perspectiva de um acontecimento ruim.
Isso não é bom, penso, não é nada bom.
O que poderia acontecer para tirar nos a paz e o sossego conseguido perante tanto sacrifício? Bem eu sei a resposta. Vampiros podem acontecer.
Andei um pouco mais rápido, ansiosa para chegar no escritório. Onde poderei ligar para Michael.
Tenho certeza que, se alguma coisa estiver para acontecer, ele também notou.
Paro em frente a banca. Um título me chama a atenção.

Homem é preso por espancar mulher e filhos . Jorge Gilberim alega inocência.

Porco, penso. Odeio homens que se acham mais que os outros e odeio, acima de tudo, os que se acham melhores que nós.
Quando criança, queria ser escritora. Sempre adorei criar estórias fictícias em mundos diferentes e aventuras mirabolantes. Hoje escrevo só por diversão, pelo simples prazer de escrever, coisas variadas, desde uma simples aventura até uma forte paixão. Somente até a paixão, eu não escrevo sobre amor. Eu não acredito no amor.
Até os seis anos eu costumava acreditar. Até meu pai se tornar um alcoólatra que espanca mulher e filha. Até ele assinar brutalmente minha mãe na minha frente.
Meu coração se aperta. 14 anos não é o suficiente para fazer alguém esquecer.
Hoje, com 22 anos, eu não me arrependo de ter trocado a profissão de escritora por advogada. Eu ajudo mulheres como minha mãe.
Sigo em direção à E&S advocacia, deixando minha mãe para trás e, ao mesmo tempo, trazendo-a comigo.
- Oi Kate - comprimento-a com um aceno de cabeça.
Kate é minha ajudante, uma estagiária com muito talento posso afirmar.
- Oi Sky. Trouxe seu café - ela me estende um copo - Descafeinado com adoçante, como você gosta.
- Obrigada. Você não decepciona.
- De nada - seu rosto estava um pouco vermelho e ela sorriu.
- O que temos para hoje? - pergunto mesmo já sabendo a resposta.
- O caso e Maria Gilberim.
- Se não me engano o julgamento será daqui a uma semana.
- Isso - ela sacudiu a cabeça e alguns fios de seu cabelo castanho caíram em seu rosto.
Por um momento tive aquela sensação que a anos me acompanhava. De que estava sendo seguida, observada.
Após uma breve olhadela em volta decidi que estava sendo paranóica.
- Muito bem Kate, vamos ao trabalho.

*******

Ela entrou no prédio enquanto eu a seguia com o olhar. Não pude evitar. Desde aquele dia me senti atraido por ela. Como dois imãs.
Sabia que era errado. Sabia o que ela era e o que fazia.
E ainda assim, aqui estava. De novo.
Dia após dia eu ia vê-la.
Dia após dia eu ansiava por seu cheiro, por seu sorriso.
Dia após dia eu precisava dela, como uma droga, viciante, inebriante, necessária.
Seu cheiro de flores ainda estava em mim. Ainda o sentia. Tão suave quanto uma pluma.
Somente após outros 5 minutos, o tempo que durou para a fragrância sumir, eu me virei e fui embora. A fome fazia coisas terríveis com minha mente.
Somente uma coisa se passava pela minha cabeça.
Meu único pensamento.
Um único pensamento.
Preciso de sangue.

******

- Não Marta, eu não quero adiar o julgamento - repito pela vigésima quarta vez - Sim eu tenho certeza. Tchau - desliguei o telefone com uma batida forte antes que ela tivesse a chance de fazer a mesma pergunta.
Suspirei, exasperada. Marta já era minha amiga a anos e já estava acostumada a sua incerteza.
- Dia difícil? - escutei aquela voz tão familiar e ao mesmo tempo tão pelicular em seu sotaque estrangeiro.
- Michael - levantei e o abraçei, feliz.
- Sky - ele fez uma mesura fofa, já sem o sotaque.
Após cinco anos seu sotaque é inexistente, aparecendo somente quando ele está muito feliz ou nervoso.
Mordi o lábio.
- O que faz aqui?
- Um passarinho me contou que você estava morrendo de vontade de falar comigo - ele sorriu, convencido.
- Hey! Pode tirar esse sorriso convencido do rosto - lhe dei um leve tapa no ombro direito, sorrindo - Você nem sabe porque eu lhe chamei. Ah, falando nisso, por que você não atende o celular?
- Desculpe, o perdi - ele deu de ombros.
- De novo? - ergo a sobrancelha.
- Sim - ele encolheu os ombros em um pedido de desculpas.
- Perdoado - lhe dei um beijo na bochecha e ele ficou vermelho.

Me perdi lhe analisando. Seus cabelos loiros e seus olhos cor de meu. Seus lábios carnudos e seu nariz reto.
Devo ter passado muito tempo lhe encarando por que ele corou mais e limpou a garganta.
- Então.... - ele ainda parecia constrangido então, para lhe ajudar, virei de costas e sentei naa cadeira.
- Então?
- Por que me chamou?
- Eu não lhe chamei.
Ele fez uma careta.
- O que queria falar comigo?
Mordi o lábio. Finalmente estava na companhia de um amigo e já tinha que estragar.
- Não sei bem, quer dizer, posso estar errada mas as pessoas pareiam meio tensas.
- Hum... - ele coçou o queixo - Ainda não sei de nada mas ficarei atento.
- Certo - disse, escondendo minha decepção. Liguei insistentemente na esperança de ele saber de algo mas, aparentemente, estava errada.
- Hey - ele me conhecia bem demais - Não fique assim.
Respirei fundo e sorri.
- Ok.
Sua vez de sorrir.
- Ok.
Instantaneamente, o livro que lemos na faculdade me veio a cabeça. Qual era mesmo o nome? O mistério das estrelas? A culpa é das estrelas? Isso. A culpa é das estrelas.
- Bem - ele começou - Tenho que ir.
- Tchau Michael.
- Tchau Sky.

******

Saí do escritório de Sky. A mentira ainda pesava meu coração.
Gosto dela, de verdade. Mas para protegê-la farei qualquer coisa.
Liguei meu celular.
- Alô? - liguei para meu chefe - Sim, ela sente que alguma coisa está errada - disse - É eu sei. Não podemos deixá-la descobrir.
A ligação não durou muito após isso. Somente o essencial. É sempre assim.
Tenho apenas uma certeza: Skylight não pode descobrir o que está acontecendo.

******

O dia foi cansativo. O escritório é um lugar que lhe cansa, física e mentalmente.
Tudo o que eu queria era dormir.
Tirei a roupa rapidamente, jogando-a em qualquer lugar, e fui para o banheiro.
A água me relaxava. Morna, escorrendo por meu corpo. Minhas pálpebras pesadas, convidavam-me a fechá-las.
Meus longos cabelos loiros colavam em minhas costas.
E foi nesse momento, que a campainha tocou.

******

Era idiotice. Eu sabia disso. Mas não me importava. Eu precisava de ajuda.
Eu estava perfeitamente bem até aquele caçador idiota me perfurar com uma estaca. Não é como se eu fosse matar o garoto. Eu só queria sangue. Não o mataria.
Agora ali estava eu, sangrando como um perfeito otário, na porta da mulher mais perfeita do mundo, que caça e mata minha espécie, e que adoraria me matar se descobrisse o que eu sou.
Perfeito, pensei irônico.
A única coisa que trabalhava a meu favor é que ela parecia não ter consciência de que vampiros também saem a luz do dia.
Claro que ela desconfiaria de um estranho sangrando batendo em sua porta. Pelo menos pude me livrar dá estaca, o que me ajudou, um pouco, para que ela não descobrisse minha verdadeira natureza.
A porta se abriu.


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Notas finais do capítulo

É isso bjs.
Obrigada a quem leu.



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