Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Estou de voltaaa, bem mais rápido do que o de costumo. Obrigada Cisan, Lika Trevas, Padawan, lescheibel, Elister, e Nefertiti pelos comentários, fiquei muito feliz.
Aproveitem o capítulo..



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Pov Natasha

Acordo com o barulho de atividade no andar de baixo e me obrigo a me levantar. Espreguiço-me como sempre, coloco minhas saís nas costas e me encaminho para fora de minha cela. No andar de baixo Lori anda de um lado para outro, sua gravidez avançada a deixando mais lenta e Carol prepara alguma coisa de comer. Me obrigo a não bocejar e caminho até a gravida. Paro-a segurando-a pelos ombros e a obrigo a sentar.

—Tasha?- pergunta confusa.

—Fica quieta, meu deus. Você já está quase tendo esse filho, deixe que eu termino aqui.- ela tenta discutir mais lhe lanço um dos meus olhares de aviso e ela faz uma cara emburrada que me diverte.

Ajudo Carol com o preparo da comida, e a separação dos mantimentos do dia anterior. Ela me faz um pedido estranho, em voz baixa para ajuda-la a pegar um cadáver. Olho para ela com cara de idiota e ao perceber isso me explica que está treinando para fazer o parto de Lori, já que Hershel está incapacitado. Concordo a contra gosto, e depois do café vamos até o pátio, onde ela escolhe sua cobaia e eu só com o serviço de afastar os outros para que ela pegue. Não fico por perto para ver o que ela vai fazer.

Vejo Daryl a distância e ele me lança um sorriso de canto, que retribuo sem hesitar. Meu coração acelera como o de uma adolescente idiota, e balanço a cabeça em negação.  Ouço por alto Glenn, Rick e ele discutirem sobre como arrumar algumas cercas, e resolvo que esse não é um dos trabalhos que estou afim de fazer.

—Ah- supira Lori perto de  mim- Preciso sair daqui um pouco, um banho de sol. Vamos comigo Tasha?

—Claro prisioneira- brinco e ela ri. Carl se junta a nós e vamos juntos para outro espaço, sem ser o que Carol está ocupando.

Tem alguns  escombros e coisas quebradas e resolvo que é melhor limpar. Deixo Lori sentada em um banco e começo a limpeza, Carl se junta a mim ajudando. Carol aparece depois de um tempo, e T-Dog começa a pegar o que é mais pesado e descartar. Sinto todos olharem para um lado só e sigo o olhar, para encontrar um Hershel apoiado em Maggie e Beth sair do bloco. Não consigo evitar um sorriso quanto a isso, é muito bom saber que não perdemos a esperança. Vejo no lado oposto Rick, Daryl e Glenn sorrirem, e o coreano solta um grito de felicidade. Me seguro para não gritar de volta. Mesmo a distância sei, aliás, sinto, que Daryl está sorrindo, um de seus sorrisos de lado.

 Ouço os grunhidos dos mortos próximos demais e  me viro para encontrar um monte deles se aproximando. Grito um aviso para Beth e Hershel e saco minhas saís. Começo a cortar cabeças e vejo pela visão periférica Hershel e Beth se trancarem em um cercado. Corro até Lori, que se levantou com a ajuda de Carl e começo a guia-la em direção a uma porta qualquer, limpando o caminho. Maggie se junta a nós, apoiando Lori e a apressando.

Vejo T-Dog fechar o portão e sinto uma pontada no coração quando o vejo ser mordido,  antes de entrar na porta que Maggie abriu ainda visualizo ele e Carol entrando em outra porta, e os homens correrem até nós. São muitos zumbis se aproximando e não  posso ficar parada. Ouço os gritos de Rick, na tentativa de chamar a atenção dos zumbis para eles.

Corremos pelos corredores sem parar, procurando por um lugar seguro. Carl está com arma em mãos e atira em todos que aparecem pelo caminho.

 Encontramos uma porta destrancada e entramos. Me desespero quando Lori grita, claramente entrando em trabalho de parto. Maggie reage e a ajuda a tirar as calças. Os gritos atraem muitos e a porta começa a ceder. Levanto as saís e começo a limpar um pouco, para que a porta não ceda, Carl vem me ajudar, mas mando que entre e fique com a mãe. Limpo rapidamente o máximo que posso e volto para dentro fechando a porta atrás de mim.

—Faça- grita Lori para Maggie- Tem a cicatriz da outra cesárea, faça Maggie. FAÇA.

—Não- choraminga Maggie- você tem que aguentar.

—Salve meu filho- diz cheia de convicção, em com uma força que nunca vi nela antes. Ela se vira para Carl e começa a se despedir. Aperto os lábios para e seguro o choro.- Carl, meu menino, meu amor. Você tem que se manter firme. Tem que fazer o certo, não deixe que esse mundo horroroso acabe com quem você é. Me prometa que vai fazer o certo. Se parecer errado não faça, se parecer fácil não faça. Cuida de seu irmão. Eu amo você, amo muito você.

—Também amo você, amo muito. Eu prometo, prometo- diz Carl em meio ao choro.

—Faça agora- diz para Maggie, que com as mãos tremendo  começa o corte. O grito alto de dor atrai mais deles e tenho que agir. Um alarme estridente toca sem parar e só fico mais preocupada ainda

Não consigo me focar em matar os zumbis, então simplesmente faço isso mecanicamente. Não sei quantos são, só que vão ficando aos montes ao meu redor. O alarme silencia e suspiro aliviada.

 Uma parte de meu cérebro me avisa que algo está errado e forço a porta a se fechar novamente. Maggie está com o bebê no colo, mas não escuto choro, então me lembro de meu pai comentar que a criança chora quando nasce pois está puxando o primeiro fôlego e coisas assim, caso não chore ainda acha que está na barriga e não respira por conta própria. Grito por Carl, digo para que firme a porta, e me apresso até Maggie e a criança.

Pego o bebê em meus braços embrulho com a camisa que Carl emprestou, para que fique seco e rapidamente dou uma palmadinha leve que faz com que chore. O som é estridente e em qualquer outro momento poderia ser irritante mas nesse agora é som de vida e de esperança.  Devolvo para os braços de minha amiga e engulo qualquer vontade de chorar que sinto e me preparo para acabar com a possibilidade de Lori voltar. É uma das visões mais tristes que tenho, está com a barriga aberta e suja de sangue, mas seu rosto está sereno e nunca vou esquecer do que aconteceu nessa sala.

—Não. - diz Carl de repente. Olho para ele – É minha mãe ai, tenho que fazer.

Aperto os lábios desconfortável com isso, mas concordo com um movimento de cabeça. Maggie sobe com o bebê e fica de costas para essa cena, próxima a porta.

—Vou fazer- avisa quando me vê ainda ao seu lado.

—Sim. Mas isso não quer dizer que eu vá me afastar. – ele levanta a arma e mira. Coloco a mão em seu ombro. Ele me encara, fecha os olhos por uns segundos e volta o olhar para a mãe.

—Amo você- sussurra compenetrado e atira.

Queria que ele tivesse mais tempo para digerir isso, mas temos que saber como os outros estão e arrumar algo para o neném comer. Chamo-o com um movimento e ele segue, com lagrimas descendo por suas bochechas.

Assumo a frente e vou matando qualquer zumbi que apareça, usando de minha raiva como força. Demoramos um pouco para encontrar a saída, e chegamos a tempo de encontrar o resto do grupo reunido. Rick nos vê, sente falta de Lori e começa a fraquejar.

—Onde ela está? – meio pergunta, meio grita.

—Sinto muito Rick- digo quando ninguém mais consegue dizer.

Ele passa por nós e some na caldeira e não faço nada pra para-lo. Maggie entrega o bebê a Hershel e abraça Glenn que a envolve e beija a testa, estava preocupado e a aperta nos braços enquanto nos olha aliviado. Devolvo o olhar para ele e concordo com a cabeça.

—É uma menina saudável- diz o velho e suspiro aliviada- mas precisamos conseguir fórmula para ela, pois caso contrário não resistirá.

—Estou indo – aviso já me encaminhando para um dos carros e pegando uma mochila.

—Eu e Lori andamos olhando por isso- diz Maggie séria- As farmácias estão vazias, tentem o shopping.

—Vamos de moto- avisa Daryl aparecendo ao meu lado. Me limito a concordar com cabeça e subir em sua garupa.

Fico em silêncio por todo o caminho, apenas apoiando a testa em seu ombro e sentindo o vento. Essa criança não pode e não vai morrer. Me recuso a deixar que aconteça depois de tudo pelo que passamos.

Ele vira a moto e para em uma espécie de creche e olho para ele confusa.

—Em lugares assim costuma ter essas coisas de criança. - se explica ao reparar em minha confusão- é mais perto que o shopping.

—Certo. – concordo e começo a andar em direção a uma das janelas quebradas.

Entro sem problemas, uma das saís em punho. Me separo de Daryl por um momento, cada um para um lado. Encontro algumas roupinhas e fraudas pego mesmo sabendo que algumas vão ficar um pouco grandes.

Encontro uma espécie de cozinha e começo a entrar, Daryl atrás de mim com a besta  a postos. Um barulho no armário me assusta, mas me controlo e abro a porta enquanto ele mira. Não era um zumbi, mas um bicho qualquer que morre flechado.

—Jantar!- diz quando vê o bicho e seguro um sorriso.

—Não vou por isso na mochila.- aviso pegando pelo rabo e entregando a ele. Sinto um alivio enorme quando encontro 3 latas de formula no armário, mamadeiras e bicos.

—Não pedi que colocasse- avisa sério e balanço a cabeça negativamente. – você está mesmo bem? Tem tanto sangue em você...

—Sim.- me encosto no balcão, fechando os olhos tentando me controlar.  As lágrimas que segurei com tanto ardor chegam novamente e deixo desçam silenciosamente.- É só que foi tanta coisa.

Para minha total surpresa Daryl se aproxima e limpa minhas lagrimas. O encaro por um momento e o abraço. Inicialmente ele fica rígido e desconfortável, mas passa  um dos braços ao redor de mim hesitantemente.

—Vai ficar tudo bem- sussurra com a voz rouca de sempre, se afastando de mim rapidamente

 Me  apoio na pia e o encaro. Ele me encara de volta, coloca uma mão em minha nuca e me puxa para si ao mesmo tempo em que se inclina me beijando. É diferente de todos os outros, tem carinho, preocupação. Ah inferno, tem sentimento.

Nos afastamos novamente, ele dá um beijo em minha testa o que me surpreende mais ainda,  e me puxa pela mão para fora da creche e em direção a moto. Voltamos em alta velocidade e assim que chegamos salto da moto e corro em direção a Beth lhe entregando o leite a mamadeira.

A neném chora desesperada no colo do irmão e Daryl a pega e começa a balançar na tentativa de acalma-la. Minutos depois Beth volta com uma mamadeira feita e entrega ao caipira que começa a alimenta-la.

—Você gosta disso, não é?- ouço ele dizer carinhoso, ainda balançando levemente. É uma cena linda  e não consigo desviar os olhos. Se vira para Carl- já decidiu um nome?

—Tem muitos- diz sério- Tem Sophia, Jacqui, Amy, Andrea, Carol... Lori.

Nomes com muitas histórias para um bebê carregar, penso.

— Eu acho que é uma Bravinha – fala Daryl olhando para a menininha-  Você gosta não é? Uma Bravinha que luta pela vida desde já.

Enquanto olho essa cena, o caipira tão carinhoso e lindo com a Bravinha em seus braços, eu entendo. Não é só atração. Não é só o mistério, os olhos, o cabelo, os braços musculosos e o estilo. Não é só o sorriso de canto, a voz rouca ou o quão fácil é irrita-lo e como ele fica engraçado assim. Não são as respostas mal educadas, o senso de proteção, a facilidade em colocar a vida dos outros em primeiro lugar, o carinho escondido, o beijo bom ou a pegada. Ah, maldição. É Daryl Dixon inteiro, e é uma coisa que nunca senti antes. Estou completamente e perdidamente apaixonada por ele, e só me dou conta disso agora.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.. Até o próximo fantasminhas lindos



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