Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 57
Capítulo 57


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal.
Obrigada a Louise RedBird, clexa, Bianca Rocha, Lika Trevas, Pendragon, Vivi Pimenta e
Anny Barnes Malfoy ( que estava sumida) pelos comentários maravilhosos ♥
Espero que gostem do capítulo, beijinhoooos



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POV Negan

Acordo como em qualquer outro dia. Espreguiço e me levanto, ignorando a esposa que acabou adormecendo aqui depois da foda e indo direto para o banheiro. Lavo o rosto e encaro meu reflexo por um momento, sorrindo para mim mesmo. Me visto e pego Lucille, pronto para dar uma volta, mas olho pra cama e mudo de ideia. Existe outro jeito muito bom de começar o dia.

Acordo a mulher com um movimento e a puxo para um beijo. Ela corresponde na hora. O rádio chia e me afasto dela bruscamente.

—Que é?- pergunto irritado.

—Temos um problema com mordedores, Chefe- diz Simon e eu xingo baixo. Os idiotas não servem nem para acabar com um bando de  zumbis.

Pego Lucille e saio batendo a porta. Sigo para o local indicado e começo a me deparar com corpos mordidos pelo caminho. Franzo a testa diante da cena.

— Que porra é essa? – pergunto assim que chego até Simon.

—Amanhecemos assim. Foi tudo um caos. Não sei bem quem começou com tudo isso, mas perdemos muitos.

—Estão procurando a porra do corpo que não morreu comido?- pergunto chutando um corpo para longe. Ele concorda com a cabeça.

—Achamos- um dos caras grita e me viro nessa direção.

É um dos caras responsáveis pela ronda da noite anterior. Está com a garganta cortada. Franzo a testa e xingo alto. Mais um no mesmo estado é encontrado.

—Chamem Arat, quero todos em busca do filho da puta que fez essa desgraça- rosno e alguém corre para me atender.

Pouco depois me chega o fato de que Arat também estava transformada e mais um dos homens morreu. Morreu com um furo no coração.

Xingo mais alto e bato Lucille contra o primeiro corpo que encontro.  Só uma pessoa pode ter causado essa porra toda e essa pessoa é Natasha. A bonequinha não estava para desgraça de brincadeira nenhuma.

—Achem essa vadia- grito- Achem-na agora.

Ódio borbulha dentro de mim, enquanto diversos castigos passam pela minha mente. Não posso negar que uma mulher inteligente dessas... Um desperdício matar. Além disso a filha da puta é gostosa demais para morrer antes de dar para mim pelo menos uma vez.

Todos se mexem sem parar, em busca de qualquer pista sobre ela. Nada. Mando que procurem aos arredores, que procurem por pegadas, por qualquer coisa.  Estou no pátio, abatendo alguns mordedores só pelo prazer de esmagar algumas porras de cabeças quando me vem mais uma merda : D. está morto e quando o encontraram, também transformado mais um homem se perdeu.

—Quantos?- pergunto para Simon.

—Onze homens – responde – A desgraçada nos desfalcou com 11homens.

—Quero um grupo vasculhando Alexandria, mas sem alarde que é sobre ela. Algo me diz que ela não é burra de voltar para lá. Porra, é perigoso a vadia ter abandonado o grupo, inteligente do jeito que é.

Xingo mais algumas vezes. Simon e mais alguns saem para vasculhar Alexandria e eu fico pensando como diabos ela pode ter saído. Nenhuma falha, nenhum sinal, nem um zumbi abatido da cerca. É como se a desgraçada tivesse evaporado. Ah, mas ninguém faz isso comigo e sai sem pagar.

Ai dela quando eu a encontrar. Vai pagar por tudo, por cada homem morto. Ah se vai.

POV Natasha.

Aperto os lábios enquanto observo a entrada para a tal comunidade. O caminhão está seguro e escondido perto daqui, e é por lá que vai ficar enquanto convenço as pessoas daqui.  Não cheguei até esse ponto por dar mole.

Se eu tivesse que descrever o lugar, teria que dizer que foram criativos. Solto uma risada para mim mesma e caminho entre a vegetação para mais perto deles, ainda longe de olhares curiosos. O pessoal de Carlos escolheu como refugio nada mais nada menos que um estádio. Entradas bloqueadas, damos de cara com um lugar bem protegido.

Finalmente decido ir pela entrada da frente ao invés da do portão. Não estou com saco para procurar as falhas- e eu sei que elas existem- e entrar escondida. Caminho a passos largos e um vigia me nota. Ouço ele dizer alguma coisa para outra pessoa, que entra correndo. Continuo andando calmamente.

—Armas no chão- um cara apontando uma Ak para mim.  Sorrio de lado e ergo as mãos em rendição.

Mais pessoas chegam, três delas, e deixo que me revistem. Eles não notam uma de minhas facas na bota – que é uma bela bosta já que nem é a minha- mas no geral encontram todas as outras coisas.

—Quem é você? Está em busca de abrigo?- pergunta uma mulher e eu me viro para analisa-la. Não é com quem eu quero falar.

—Eu vim para falar com Raphael- respondo e eles trocam olhares surpresos- Vai ser algo de interesse dele, acredite.

Um deles se afasta e comunica no rádio, e então volta me levando para dentro, acompanhada pelos outros. Acho divertido o fato de ter que passar por algumas catracas, como se de fato estivesse indo ver algum jogo.

Encontro um cenário interessante. Diversos trailers estacionados no que antes tinha sido o gramado,  algumas adaptações nas arquibancadas, com tendas estendidas ali e ao que parece uma cozinha comunitária no corredor baijo. Vejo pelo canto de olho que um dos vestiários foi adaptado para comportar várias pessoas com conforto, e imagino que os dormitórios ( esse é um daqueles que conta com alguns, pelo que Carlos me disse) estejam lotados. Eles me levam para o do lado contrário.

Este foi adaptado para a família do líder daqui ou sei lá o que e eles me levam para o que acho que foi o escritório do treinador em outra vida.

—Então você quer falar comigo- diz um homem de estatura mediana, olhos escuros e desafiadores.

—E você está disposto a ouvir.- respondo cruzando os braços.

—Mais curioso do que disposto de fato.- diz sem se mover.

—Imaginei que fosse isso mesmo. Carlos comentou que você é esperto o suficiente para não ignorar alguém que sabe seu nome.

A expressão até então fria muda e ele descruza os braços se movendo até mim rapidamente.

—Carlos?- pergunta  e eu concordo com a cabeça.

—Não estou com muita paciência hoje- digo com sinceridade e ele arqueia a sobrancelha para mim- então vou direto ao ponto. Sou de uma comunidade ferrada pelo Negan e estou aqui para oferecer uma aliança para mandar aquele desgraçado pro inferno.

—E eu deveria acreditar nisso assim, do nada?

—Não, deveria acreditar porque Carlos confiou em mim o suficiente para me mandar aqui.

—E você pode ser uma armadilha de Negan.- acusa e eu sorrio.

—Eu só seria uma armadilha dele se eu não soubesse algo que Carlos não contaria nem em tortura. Algo importante demais para vocês dois. Algo que o mantem lá, e te mantem aqui, e que é um segredo até mesmo para Negan e seus cachorros.

—Mesmo,  e o que seria isso?- pergunta despreocupado, ainda nem um pouco crente em mim.

—Melaine- respondo abrindo um sorriso.

(...)

—Carlos tem que ter confiado em você pra valer para ter de contado tudo isso- diz depois de uma longa conversa sobre como conheci o irmão dele, e sobre o que busco. Agora Melaine nos acompanha.

—Ele confia.- respondo seriamente.

—Como ele está?- pergunta Melaine e eu ve viro para encara-la melhor.

—Bem. É um dos trabalhadores, então a vida não é muito boa ou confortável, mas ele está vivo e bem.

—E você? Como fugiu?- pergunta Raphael.

—Longa historia que não vem ao caso. Já disse a vocês sobre minha proposta, sobre a realidade e estou perguntando se estão dispostos a entrar nessa briga.

—Você é cheia de ideais- murmura se levantando e se servindo de um copo de whisky. Melaine rola seus olhos azuis.

—Ela está certa em querer lutar, irmãozinho- rebate de braços cruzados.- Eu não aguento mais me esconder para não correr riscos com Negan, e nem ver os nossos se mantando para adquirir as coisas para aquele demônio.

—E você acha que eu gosto, Mel? Acha que gosto do fato de você ter que se esconder, porque ele pegou duas de nossas mulheres só porque eram jovens e bonitas e você estava na mira? Acha que gosto do fato de nosso irmão estar lá de empregado porque não cumprimos uma das metas? Ou das mortes que sofremos?

—Sei que não gosta- responde se levantando e andando de um lado para outro- e sei que estamos buscando saídas desde que fomos subjulgados. Natasha está nos oferecendo uma.

—Não vejo o porque de ser uma boa- resmunga e  eu sorrio.

—Eu gostei dela- responde Mel e sorri para mim jogando o cabelo castanho para trás- Pena que ela não parece gostar de mulheres nem para diversão.

—Melaine!- resmunga e ela ri.

—Estou escondida a mil anos, Raphael, então vou fazer umas perguntas interessantes aqui antes de dizer algo sobre essa aliança- diz e dá uma piscadinha para ele- Então, Nat, tem alguém solteiro no seu grupo? Homem ou mulher? Porque eu sou bi, sabe, então talvez eu possa encontrar alguém interessante.

—Talvez você possa- concordo dando de ombros. Ela e Raphael são completos opostos, mas me lembra muito Carlos, tanto que são gêmeos. –Não acho que seja da minha conta seu futuro par, Melaine. O que é da minha conta é se estão dispostos a lutar ou se vão ser covardes e se esconder enquanto eu e os meus lutamos.

Me levanto e começo a sair.

—Vocês precisam conversar e pensar a respeito. Volto amanhã em busca de uma resposta.

—Você pode passar a noite aqui- diz Raphael e me viro para encara-lo. – Amanhã lhe damos uma resposta concreta.

—Minhas armas ficam comigo.

—Não esperava nada menos que isso.

(...)

A noite passa lentamente, principalmente depois que ouço pelo rádio que me procuraram em Alexandria. O pessoal do Jogo ( comecei a chamar o lugar assim, não deu pra controlar) foi bastante receptivo e me deu comida e privacidade. Logo que amanhece salto da cama e ando pelo local. Alguns já estão em pé trabalhando e outros estão de vigia no portão. Bom.

Depois do café da manhã volto a sala de Raphael, e os dois irmãos e mais dois caras me aguardam. Eles fazem algumas perguntas sobre minha comunidade e finalmente me dão a resposta.

—Estamos nessa com você- responde Raphael- É a nossa chance, assim como a de vocês. Vamos botar aquele filho da puta no lugar dele: o inferno. Vamos até o fim por Carlos, e pelas mulheres que estão lá, assim como por aqueles que perdemos.

Sorrio, sentindo um pouco da Natasha feliz voltar, deixando a estrategista de lado por um momento.

—Quando planeja partir? – pergunta Melaine e eu respondo que ainda hoje. Tenho uma casa pra voltar, um marido para abraçar, uma família da qual sinto falta. – Quero ir com você.

Penso um pouco a respeito. A vida dela aqui no Jogo é ficar escondida, então entendo o porque dela querer ir. Ninguém quer viver assim, então aceno com a cabeça.

—Tudo bem- respondo  e ela sorri animada.

Estamos de saída, quando Raphael se aproxima.

—Cuide dela por favor- pede e eu concordo com a cabeça. Ele se afasta em seguida.

Caminhamos calmamente até onde deixei o caminhão. Ela me conta um pouco sobre sua vida antes do mundo acabar, e antes de Negan aparecer. Ama os irmão de todo o coração e entendo a coisa toda. Me faz pensar em Glenn, Maggie, Beth, Carl e Abe. Dói pensar no grandão, mas me controlo. Evito pensar em Daryl, porque ele é um ponto fraco tanto quando um forte.

O caminhão está exatamente como deixei e iniciamos a viagem sem problemas.

—Você é mesmo um perigo hein- diz voltando a olhar para mim, deviando o olhar da janela.- Não só saiu, como está com com um caminhão de Negan.

—E não estou nem com a metade do que queria- respondo com sinceridade, enquanto me encaminho para casa. Meu coração deixa de pesar tanto e um pouco da frieza que me cerca desde que acordei machucada no Santuário. – O que te fez confiar em mim?

—Carlos nunca confia nas pessoas erradas- responde cheia de convicção- Além disso eu sou boa em ler pessoas. Você é durona, mas é mais que isso.

Sorrio.

—Você é mais que a irmã escondida- digo desviando o olhar da estrada por um segundo- E não precisei de Carlos ou Raphael para saber disso.

Ela sorri e encosta a cabeça no banco.

—Senti falta disso- diz e solta uma risada escandalosa- Senti falta de sair, caçar as coisas, dar tiros, ver gente.

Em algum momento da viagem ela cai no sono. Estamos razoavelmente perto de Alexandria. Só mais um pouco e poderei ver os portões.


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