Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 56
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Obrigada a Bianca Rocha e clexa pelos comentários ♥



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POV Natasha

A verdade é que esse lance de ser empregada tem várias vantagens. Depois de duas semanas eu já sei todas as saídas, estou decorando horários, tenho acesso a muita gente do baixo escalão e sei das histórias. É engraçado, mas os capangas tendem a ignorar a presença de empregados e falam sobre qualquer coisa em alto e bom som como se não estivéssemos ali. Mas eu estava.

Já sei que Lívia é a irmã mais nova de um capanga de Negan, mas que este está no serviço obrigado e que a proteção dela vem do serviço dele. Sei que Ben é um garoto amedrontado que não sabe de nada do que está acontecendo e que está caidinho por ela.

Negan é um homem muito esperto e astuto, porém é muito confiante  e é ali que mora sua fraqueza. Confia demais que já conquistou essas pessoas que nem sequer pensou em colocar um espião entre seus prisioneiros. Não acredita em montins, em problemas vindos daqui, e ainda assim colocou a faísca para eles bem aqui.

Usei de todo o meu poder de observação e de analise. Vi atitudes de longe e que ninguém mais estava notando. Hábitos, gestos, valores. Rostos que passam sem parar, pessoas perdidas e tristes, cansadas desse inferno. Um ou utroque foi arrancado da própria comunidade como eu.

Liam veio da guarda de um tal de Ezikiel, Zack o ultimo jovem de uma comunidade onde todos os homens foram mortos e as mulheres sumiram, Carlos da terceira comunidade que é subjugada também.  Algumas das esposas vieram de lugares variados também.

Empurro a porta do escritório de Negan com o pé e entro carregando esfregões e produtos de limpeza. Como o esperado, ele está ali, sentado com os pés apoiados na mesa e um  sorriso descarado no rosto. Me olha de cima a baixo e os olhos brilham ao se focarem no colar maldito.

—Bom dia boneca- aceno com a cabeça, tentando não parecer muito enojada e começo a trabalhar.

Ele me seca o tempo todo, mas ignoro. Uso uma boa parte de minha energia para fazer isso. Quando tudo já está praticamente pronto ele se levanta e me abraça por trás. Lucille fica aos meus pés e tenho que controlar cada mínimo pedaço de mim, pois quero me abaixar e pegar essa merda para bater contra sua cabeça até que só reste miolos no chão.

—Boneca, boneca- ele sussurra e eu trinco os dentes-Você é uma gostosa do caralho. Diz sim pra mim e eu te faço ter vida de rainha.

Seguro um rosnado e foco minha atenção no mapa enorme que tem ao fundo de sua mesa. Não posso reagir, mas posso aproveitar esse momento para olhar descaradamente o mapa, como venho querendo fazer a dias. Os pontos de apoio estão em vermelho e guardo cada localização na memoria, inclusiva as que não tinha conseguido ver antes. São cinco no total, sendo o mais perto de casa o que atacamos.

—Não.- digo firmemente e ele se afasta xingando.

—Você vai parar de pose, garota. Vai parar, porque se não parar vou trazer a cabeça de um dos seus amiguinhos na próxima visita- diz e então se aproxima colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha- Tenha uma boa tarde.

Respiro fundo tentando me acalmar, mas fica mais e mais difícil. Acho que cheguei no limite. Peso as possibilidades. Só preciso de uma chance. Uma.

(...)

Foi difícil e arriscado, mas consegui o que eu queria. Consegui pessoas para a causa, para se virarem na hora certa. Gente que vai fazer a diferença. O irmão de Lívia e ela própria, Ben, Zack, Mark ( que perdeu a esposa para Negan) e mais uns parceiros dele, e Liam que por sua vez me deu a ideia de ir até o Reino e conseguir sua comunidade inteira. Parece bom para mim.

Com parte do meu objetivo concluída e com informações coletadas, tenho um plano inteiro em mente. Infelizmente o Santuário não tem falhas estruturais, então vou ter que contar com o tempo e com a rapidez.

—Você é maluca- acusa Bem, o que me faz sorrir de lado.

—Você não tem noção do quanto- respondo dando de ombros.

—Seja lá o que for fazer, não morra- pede baixinho, enquanto me escolta para  a ultima sala que vou limpar hoje, com Dwight me escoltando.- Você é a esperança de muita gente aqui.

—Não se preocupe, Ben. – respondo meio emocionada com sua preocupação. Nos conhecemos a tão pouco tempo e ainda assim... Balanço a cabeça.

Me sinto meio culpada pois ele acha que vou só tentar me comunicar com minha família por um rádio, e não tem noção nenhuma do que vou fazer realmente, mas nunca revelo meus planos.

Dwight está comendo um sanduiche tranquilamente e sorri de lado quando me vê entrar. Está com a besta de Daryl nas costas e isso me irrita que é o inferno.

—Sabe, andei pensando e acho que só a besta do Daryl não é o suficiente- diz como quem não quer nada- Quero tudo o que era dele, e acho que você era dele...

—Você adora restos, hein?- jogo de volta, me virando para e colocando as mãos na cintura.

—Não posso tocar no que é do Negan, mas adoraria ver- diz e sorri de um jeito sujo.- Então tira esse vestido, tira.

Me limito a encara-lo por mais um momento, pesando as possibilidades. Onde acertar primeiro? Ele grunhe quando não me vê fazer nada e puxa a besta apontando para mim.

Sinto vontade de rir, pois ele aponta para a parede atrás de mim ao invés da minha minha pessoa. Idiota.

—Eu vou atirar- ameaça e isso só me faz levantar o queixo em desafio.

Antes que ele possa processar o que está acontecendo dei dois passos e empurrei a besta contra sua cara. Sorrio com o barulho do nariz se partindo, o som de Natasha Wayland-Dixon de volta para a briga.

Ele cai atordoado e logo estou em cima dele, minhas mãos em seu pescoço. Giro com força e aprecio o barulho de pescoço se partindo. Balanço a cabeça com o pensamento assassino que passa por mim e coloco a besta nas costas, assim como pego a arma em seu bolso e toda e qualquer munição.  Deixo-o para se transformar de proposito.

Saio da sala silenciosamente e viro no corredor onde sei que está o quarto de Arat. Arrombo a porta coma  faca de Dwight e a encontro em pé ao lado da cama. Aproveito sua distrção e lhe dou um soco na cara. Alcanço minhas saís que estão no chão ali perto e as saco. Sorrio, me sentindo completa de novo e com um movimento singelo enfio as duas em seu peito, uma das laminas direto no coração.  Mais uma para se transformar.

Pego todas as armas que encontro e visto uma calça jeans e uma blusa qualquer. Olho no relógio e calculo meu tempo. Vinte minutos.

Saio com minhas sais e a besta nas costas e varias armas no cinto. Ando calmamente pelos corredores que sei estarem mais vazios e mais escuros. Mato dois outros homens, deixando-os no corredor para se transformar também, tranquila pois sei que nenhum dos meus aliados estão em turnos hoje. Quero caos e alguns zumbis do lado de dentro vão me dar exatamente isso. Desvio de um capanga ou outro, aproveitando a escuridão e chego a garagem.

Os mecânicos conversam algo com o motorista que sai hoje e sei pelo horário que a carga foi revistada.
Encontro o carro que sei estar agendado para ir a uma base hoje e entro no banco de trás sem problemas. Observo  Me escondo entre as caixas e deixo uma fresta para poder ver pelo menos os movimentos do motorista. O ideal é sair no silencio e sem alarde, mas se for necessário saio pelo barulho mesmo.

Deixo a arma engatilhada.

Um homem entra e assume o volante. Brinca sobre alguma coisa com o mecânico e depois da a partida. Como o esperado para no portão e os guardas jogam a luz da lanterna dentro do carro com descaso.  Prendo a respiração quando parte do feixe de luz ilumina algumas caixas próximas a mim, mas logo se apaga. Depois de mais uns minutos o carro está fora dos portões.

Continuo em silêncio por mais um tempo, esperando o carro sair da vista do muro. Não preciso de gente questionando o carro ter parado do nada. 

Quando o já estamos longe o suficiente me movo e deixo que me veja. Ele arregala os olhos surpreso e faz uma expressão de quem vai falar merda, mas nunca chega a dizer nada pois logo seu garganta está cortada.

Puxo o freio de mão e então o carro para. Abro a porta e saio, abrindo a do motorista em seguida e empurrando o para o lado do passageiro. Não quero que encontrem o corpo depois, então simplesmente o deixo ali – depois de tomar cuidado para que não se transforme- e continuo viagem até a base de apoio mais próxima.

(...)

Já é fim da noite quando finalmente chego ao lugar. É pequeno, mais um depósito que qualquer coisa. Amarro um cachecol ao redor do pescoço do morto, e ele parece estar apenas dormindo, então não vai ser um problema. Dois caras abrem o portão para mim, pois esperavam esse carro e ainda tenho o nome de Negan no pescoço. Eles não questionariam alguém do chefe.

Destravo a arma  que tem um silenciador por baixo do painel do carro e desço sorrindo toda dócil com ela oculta nas costas.

—Seu parceiro dormiu hein? Que folgado do caralho- diz um dos caras. – Bem gostosinha, o Negan mandou umas das dele por que razão?

—Queria que eu pegasse algo para ele aqui- respondo dando de ombros. Ele abre um sorriso malicioso.

O outro cara se aproxima e é tudo o que eu precisava. Atiro nos dois, dessa vez na cabeça. Entro no lugar com cuidado, e encontro mais dois caras  e uma mulher armada lá dentro. Acabo com eles facilmente, mas dessa vez deixo para se transformarem. Tiro o colar com o nome de Negan e coloco no pescoço de um dos caras, como uma mensagem, poque quero que ele saiba exatamente quem fez o estrago aqui. Arrasto os corpos para um tipo de sala de limpeza com portas de vidro e os tranco lá.

O lugar é a porra de um paraíso cheio de armas. Vou até a garagem e texto um caminhão. Sorrio quando noto que está em perfeitas condições e então começo a enche-lo de armas.  É difícil e cansativo, mas consigo encher o caminhão de armas de munição. Uso uns carrinhos que tem ali para facilitar meu trabalho e depois de duas horas consegui fazer um limpa. Quase nada ficou de fora.

Arrasto os corpos que estavam do lado de fora, e o do carro para dentro e os coloco do lado de dentro. Os transformados grunhem e batem contra o vidro. Aprecio o colar rosa com o nome do maldito balançando no pescoço de uma daquelas coisas.

O rádio principal do lugar toca e eu olho em um caderninho a senha. Qualquer outra pessoa a leria errado, já que a regra dos salvadores é falar as letras de trás para frente, mas eu ouvi o suficiente para saber.

Arranho a garganta e mudo a voz para ficar diferente a minha e atendo.

—Senha- pede a pessoa do outro lado.

—BBCD 5- respondo e depois de um minuto a resposta chega.

—O carro 5 chegou bem?

—Afirmativo.- respondo.

—Queremos ele de volta em 3 dias- avisa- Cambio desligo BBCD 5.

—Desligo BBCD 5- respondo.

Vou para o fundo da loja e miro na porta de vidro. Dois disparos no lugar certo e a porta cai em frangalhos. Os 3 zumbis se movem desajeitadamente e dois deles começam a comer os corpos caídos enquanto um vem em minha direção. Passo para a garagem e fecho a porta.

Subo no caminhão e dou a partida. É meio chato ter que descer para abrir o portão, e depois ter de fechar, para ninguém se dar conta até ser tarde demais que isso aqui já caiu, mas faço assim mesmo.

Eu gostaria de seguir para casa – amaria,na verdade- Estou morrendo de saudades dos meus. Morrendo de saudades de Daryl. Mas essa não é a hora, e lá é o primeiro lugar em que vão me procurar, então coloco o caminhão em direção a comunidade de Carlos, que foi a ultima a receber visita e que é uma ótima opção para parceria.

Só preciso esperar que eles procurem por mim em Alexandria, e então posso ir para lá. Posso voltar para casa. E vou fazer isso com aliados.

Só preciso ficar atenta ao rádio radio da mulher da base, e vou saber a hora. Vou saber a hora de voltar.


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