Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Hey people, como estão vocês?
Quero agradecer de coração a recomendação maravilhosa da printemps, fiquei muito muito feliz com ela, me emocionei e de certa forma me senti realizada, muito muito obrigada mesmo ♥ ♥ ♥
Quero agradecer também pelos comentários da Andy Hide, printemps, Lika trevas, Ingrid Dixon, AustenGirl, MDixon, Pâmella Viana, Anny Buchanan Barnes pelos comentários, vocês são uns amores ♥
Espero que gostem, boa leitura...
Amo vocês.



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POV Daryl

Olho para minha mulher mais uma vez. Aparentemente, depois que ela voltou não consigo parar de fazer isso. Ela está com o um sorriso lindo no rosto, completamente feliz por saber que o mini xerife está bem, mesmo que sem um dos olhos. Depois de conversar com ele por um tempo, acalma-lo sobre o olho dar um abraço no guri, nos finalmente saímos da enfermaria.

—Você sabe que pode parar de fazer isso, certo?- pergunta parando bruscamente e se virando para mim.

—Isso o que?

—Me olhar como se eu fosse sumir a qualquer instante.

—Depois de ouvir que você morreu eu tenho todo o direito de prestar atenção- respondo mal humorado voltando a caminhar. Não preciso olhar para saber que ela revirou os olhos.

—Amor, você já gritou comigo sobre “ você não pode me matar do coração desse jeito, Natasha” várias vezes.- diz me puxando pelo braço e me encarando.

—E vou dizer pelo resto da semana. Se brincar, pelos próximos quinze dias- resmungo passando os braços ao redor dela e a puxando para mim.

—As vezes me surpreendo com essas coisas- diz soltando um suspiro e me abraçando de volta- Gosto muito desse seu jeito de abraçar, principalmente porque você não fazia muito isso.

—Você fica me quebrando desse jeito. Quando menos espero sou o maricas que Merle me acusava de ser.

—Um maricas que tem uma mulher maravilhosa- diz se apertando ainda mais contra meu peito- Linda e tudo mais. Que tipo de maricas é casado com alguém como eu?

—Acho que sou o único- digo fechando os olhos por um momento.

Ela murmura um “uhum” abafado e ficamos mais um momento daquele jeito, só curtindo a presença um do outro. Depois do  alivio inicial de saber que ela está viva e bem, eu passei pela minha fase irada e gritei com ela. Natasha odeia que gritem com ela, mas dessa vez relevou. Me acalmou e então me puxou para a enfermaria.  Ficamos um bom tempo por lá.

Finalmente me separo dela e voltamos a caminhar em direção a nossa casa. Ainda é meio surreal ter uma casa onde só nós dois moramos, na verdade é completamente surreal, mas estou muito interessado na privacidade que vamos ter. Em tudo o que eu posso fazer, em tudo o que eu posso realizar.

Estamos os dois exaustos, realmente exaustos, então só temos um banho quente e relaxante juntos e então caímos na cama. Ela dorme instantaneamente, me abraçando de leve e apoiando a cabeça em meu peito. Sorrio de lado, gostando de seu peso contra mim, e me deixo adormecer também.

(...)

Depois de todo aquele sufoco o povo de Alexandria amadureceu. Começou a aceitar que a vida não é um filme ou um comercial de tv, e aceitou o apocalipse em que vivemos. Rosita, Natasha e Maggie começaram a trabalhar com o treinamento de muitos. Tara se juntou a Heath nas buscas, e eu e Rick fazemos algumas também.

Os nossos suprimentos estão escassos, estamos com dificuldades para conseguir para todos, e por mais que as Greene trabalhem com a horta, ainda precisamos de tempo para que esta consiga suportar a demanda. A nova educação do pessoal está ajudando muito nisso.

Depois de uma pequena conversa com Rick decidimos sair em busca de suprimentos. Glenn vai assumir a guarda, com a ajuda de Abraham. Aposto que Natasha vai dar um jeito de vir nessa busca, o que não é muito justo se levar em consideração que ela saiu com Abraham, Glenn e Tara da ultima vez sem mim. Não que tenha que ser justo com ela.

Como o esperado encontro ela já pronta nos carros. Fecho a expressão para ela, que por sua vez ri baixinho e corre pulando em cima de mim. Firmo os pés no chão e a seguro pelas coxas que ela passa ao meu redor.

—Está bravinho comigo?- pergunta contra minha boca.

—Não.- resmungo com o olhar fixo em seus lábios tão perto.

—Está sim. Morrendo de raiva porque não foi na busca de ontem- ela abre um sorrisinho e me obrigo a olhar em seus olhos verdes.- mas tudo bem, essa raiva passa.

Resmungo uma coisa incompreensível e tomo seus lábios para mim. Sinto vontade de aprofundar, de voltar para casa e fazer muito mais, mas me controlo e a solto o mais gentilmente possível.

—Você é infernal- resmungo depois de solta-la.

—Eu sei, gracinha- diz dando uma piscadinha e voltando para o carro.- Como você está de flechas?

—Fiz o suficiente.

Rick chega e pede para dirigir. A Loira fica no banco de trás e canta algumas das musicas que ouvimos.

—Então Rick, que tal me contar um pouquinho sobre você e a Mich?- pede aleatoriamente e lanço um olhar repreensivo em sua direção.

Rick fica vermelho, arregala os olhos e parece pronto para simplesmente pular para fora do carro.

—O que?

—Ah por favor, é comigo que está falando, eu notei.

—Natasha.- resmungo pedindo que ela pare, mas recebo um dar de ombros em resposta.

—Estamos tentando, ok?

—Tentando já é um bom começo- diz voltando a se encostar no banco traseiro.

Rolo os olhos, exasperado e Rick balança a cabeça negativamente.

Depois de um tempo encontramos um armazém, uma espécie de garagem para ser especifico. Saímos do carro em conjunto e nos dirigimos a porta.

Depois de arrombar nós entramos e damos de cara com um caminhão que temos a agradável surpresa de descobrir que está cheio. Alguns suprimentos estão em caixas no canto, e eu chutaria que são restos da ultima cargo do caminhão.

Carregamos o porta malas e o banco de trás do carro que viemos com essas caixas extras, que diga-se de passagem são muitas.

—Você vai na frente com o carro, e eu e Rick vamos com o caminhão. Vamos passar por um posto abandonado para dar uma olhada- digo e ele aperta os olhos para mim.

—Vocês dois idiotas não vão fazer merda, né?

—Nós sabemos nos cuidar, Natasha- resmungo e ela sorri.

—Sabem mesmo?

—Sabemos Natasha.- concorda Rick com aquela voz calma dele, as mãos na cintura e o olhar firme.

Ela rola os olhos e levanta na ponta dos pés me dando um selinho inesperado.

—Vejo vocês mais tarde, não façam nada que eu não faria.

Depois de algum tempo na estrada finalmente encontramos o tal posto. Está uma bela merda,  mas tem uma maquina de bebidas ali. Tem a bebida que Denise pediu para dar para Tara, então resolvo que vale o esforço.

Rick não discute depois que explico que é algo para Denise, que no ultimo mês evoluiu muito, ajudou tanto na recuperação de Carl e tudo mais.

Viramos a máquina e quebramos o vidro. Uma das latas estoura e eu e Rick dividimos o conteúdo. Guardo algumas das latas na bolsa e então somos interrompidos por um estranho.

Está coberto da cabeça aos pés, com um negocio na cara e uma touca. Se auto intitula Jesus, ou Paul, tanto faz. Temos um leve confronto , minha besta e a arma de Rick apontadas para ele. O estranho avisa sobre algo do outro lado, falando sobre uma perseguição e então ouvimos um barulho suspeito.

Nos movemos em direção a isso e encontramos nada mais nada menos que uma lixeira explodindo. Filho da puta. Voltamos correndo só para encontrar o caminhão de partida. Filho da puta. Filho da puto. Desgraçado.

—Nem fudendo que eu volto para Alexandria sem esse caminhão- aviso depois de chutar o chão.

—Se chegarmos sem o caminhão, dizendo que fomos roubados, Natasha vai nos encher o saco pelo resto da eternidade.

—O inferno sangrento sabe que ela vai.- concordo.

Rastreamos o caminhão pelo resto do dia, o que é cansativo e leva muito tempo, mas conseguimos. Em determinado momento alcançamos o desgraçado e lidamos com isso. Depois de um bom soco na cara do infeliz amarramos-o e deixamos no meio da estrada.

Mando o dedo do meio para ele pelo retrovisor.

Resolvemos dar uma olhada em uma fazenda, e quando estamos parando ouço um barulho suspeito na parte de cima do caminhão. Xingo de raiva e compartilho a descoberta com Rick.

Depois de uma freiada brusca o cara cai. Tenho um impulso enorme de falar para Rick acelerar e passar por cima do desgraçado.  As coisas ficam uma bagunça, brigamos e e o desgraçado corre fazendo com que fiquemos em uma espécie de pique-pegue, o que só me deixa ainda mais puto.

Rick lida com walker que se aproximam e eu puxo o filho da puta para fora do caminhão no ultimo segundo antes deste arrancar. Rolamos no chão e eu soco sua cara com bastante força, fazendo com que sua cabeça bata no chão e ele apague. Dou outro soco para ter certeza dessa vez.

Tanto eu quanto Rick assistimos totalmente frustrados o caminhão derrapar para dentro do lago, sem que possamos fazer nada. Xingo todos os nomes possíveis, e mato alguns walker tentando acalmar minha raiva.

Quero deixar o babaca aqui, de ração para algum walker sortudo, mas Rick pensa diferente, então conseguimos a caminhonete que estava por aqui, com alguns poucos suprimentos que encontramos aqui e levamos o cara.

Quando entramos e Natasha vê que estamos sem o caminhão, só consigo pensar que ela vai nos encher o saco pelo resto da eternidade.

POV Natasha

Depois de deixar Daryl e Rick chego a Alexandria sem problemas e Olivia se encarrega de cuidar dos novos suprimentos que vieram no carro. Não são tantos quanto do caminhão, mas racionando dá pra sustentar mais um pouco.

Me espreguiço depois de descarregar mais uma caixa com a ajuda de Glenn e Abraham e franzo a testa para o ruivo. Tem algo errado. Não sei o que é, não consigo descobrir assim de primeira, mas tem algo errado.

—Algum problema, loirinha?

—Pareço estar com um problema?- pergunto me jogando no chão da varanda, sentando ao seu lado.

—Você sempre está com algum problema- diz Glenn parando ao meu lado e bagunçando meu cabelo com carinho- Quando não é um de verdade é um mental.

—Vai se ferrar- digo empurrando-o de leve e ele ri.

—Vou voltar para o portão, te vejo mais tarde?

—Claro.- concordo  e então assisto ele se afastar.

Fico um momento pensando no fato de que meu melhor amigo está prestes a se tornar pai, antes de voltar ao problema ruivo, ou o que eu imagino ser um problema.

—Está me encarando- acusa e dou de ombros.

—É uma tática intensiva para te deixar desconfortável e faze-lo abrir o bico.

—Não me atinge- diz dando de ombros.- Eugene já encarou meu sexo com Rosita, não acho que algo possa ser mais que isso.

—Uh- digo piscando atordoada- Isso pode ter sido informação demais para mim.

—Imagino que sim- responde dando uma risada e pegando um charuto no bolso.

Ficamos em silêncio, cada um olhando para o nada até que Sasha passa por nós. Ela abre um sorrisinho para Abraham e faz um sinal com a mão, um tipo de cumprimento agradável entre amigos, só então me notando e lançando um cumprimento de cabeça. Opa.

Me viro para Abraham com as sobrancelhas erguidas e ele se recusa a me encarar, continuando a olhar para frente, mesmo que eu saiba que ele me vê pela visão periférica.

—Só desembucha logo- resmungo desviando o olhar para o portão.

—Não há o que desembuchar.

—Você quer falar.

—Você que quer ouvir, porque não consegue ficar fora da vida dos outros.

—Consigo sim. Se não quer falar então vou achar o que fazer, tchauzinho- digo mesmo que na verdade eu esteja bem curiosa. Me levanto e começo a me encaminhar para a enfermaria onde vou encontrar Beth, mas ele me chama de novo.

—Tudo bem, eu quero falar.- confessa dando um chute no chão- Odeio essa merda toda.

—Só fale logo- peço sabendo que ele odeia enrolação.

O grandão é um militar, enrolação não é uma das características dele, muito menos algo que ele aprecie.

—Acho que não estou mais gostando da Rosita. Quero dizer, ultimamente eu ando pensando muito em Sasha e bem, você é mulher, deve saber dessas coisas.

—Que coisas? Eu nunca fiquei meio louca pensando na Sasha, muito obrigada- brinco e ele me olha irritado.- Só pare com essa merda, está bem?

—Eu sei, tenho que parar de pensar nela e...

—Não- interrompo-o- Não isso. Pare de enganar Rosita. Ela merece mais que meios amores, você merece mais que meio amores, e Sasha merece mais que olhares intensos.

—Está me dizendo para largar Rosita?

—Estou te dizendo para parar de ser um covarde- respondo dando um tapinha em seu ombro- E fazer o que diabos você quer fazer. Vê se não é uma ilusãozinha de momento, ou se você simplesmente tá encontrando uma paixão. Só não seja covarde.

—Uh-ele franze a testa para mim daquele jeito marrento dele  e eu quase caio na risada. Ele não está muito acostumado com gente jogando verdades na cara dele.- Acho que vou seguir o concelho.

—Que bom.- mando um beijinho no ar e termino meu caminho.

Passo a maior parte da tarde com Beth, jogando conversa fora como se eu estivesse de férias porque na verdade não tenho nada melhor para fazer. Nós treinamos um pouco, e deixo  ela me contar sobre sua vida amorosa com Ian, que diga-se de passagem está muito boa, intensa e tudo mais.  O que explica as olheiras de quem não anda dormindo o suficiente. Bom motivo para não dormir o suficiente.

É fim de tarde quando Rick e Daryl finalmente voltam. E a parte legal: Voltam sem a porcaria do caminhão.

—Vocês só podem estar de brincadeira- resmungo chegando perto deles. Rick levanta as mãos em rendição.

—Você não imagina a loucura que foi.

—Tem razão, não imagino, então é muito bom vocês dois começarem a falar.

—Perseguimos um cara de toca e pano na cara, que por acaso roubou nosso caminhão, então pegamos nosso caminhão de volta, o cara de alguma maneira subiu no teto do caminhão. No final de tudo perdemos o caminhão porque ele afundou em lago.

Fico parada por um minuto inteiro com a boca aberta olhando para Rick como se ele tivesse algum problema mental.

—Ah, e ele se auto intitula Jesus- completa Daryl com uma expressão totalmente frustrada que seria engraçada em outro momento.

—E vocês trouxeram o corpo de Jesus para cá pra proteger a comunidade ou o que?- pergunto olhando para o corpo caído na caminhonete.

—Está vivo- diz Rick coçando a cabeça.

—Incrivel.- balanço a cabeça negativamente- Titia Natasha não pode deixar vocês sozinhos mesmo hein?

—Titia Natasha é uma criança que deveria parar de se achar- resmunga Daryl- A pirralha aqui é você.

—Sou uma pirralha agora né? Ontem a noite eu era bem adulta- resmungo abrindo a porta do carro para olhar melhor nosso mais novo convidado- E a pirralha aqui não perdeu um caminhão inteiro de suprimentos. Vão ter que me aguentar zoando vocês sim.

—Onde eu estava com a cabeça quando me casei com você?- resmunga vindo para meu lado e puxando o cara para fora sem a mínima delicadeza.

—Você me ama, não pode evitar.

—Aparentemente não posso mesmo. Onde você estava com a cabeça quando quis levar ela para a fazenda Rick?

O xerife faz sinal de rendição com as mãos e me dá um tapinha no ombro.

—Só prendam o cara naquele quarto vazio, quando ele acordar resolvemos.

Depois de acompanhar Daryl até o lugar e deixarmos o cara lá, nos encaminhamos os para casa.

O caçador fecha a porta com o pé e me puxa pela cintura me beijando. Me perco em seu beijo e sou prensada contra a parede. Cacete.

—Vai mesmo me encher o saco até o fim dos tempos?- pergunta contra meu pescoço.

—Claro que vou. Vocês foram roubados por Jesus.- digo rindo e ele me encara sério- Jesus.

Ele dá de ombros e me puxa para outro beijo.  Me prensa contra a parede, aperta minha bunda, arranha meu pescoço com a barba. Perco o foco, e me esqueço de tudo e de todos. Não existe mundo, não existe nada. Existe Daryl Dixon, suas mãos maravilhosas, seu corpo delicioso e nossas roupas ficando perdidas pelo chão da sala.

Nem me lembro que Jesus está preso em um quartinho de nossa comunidade.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?