Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 46
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, como estão vocês? Aqui está mais um capítulo, feito de coração.
Quero agradecer de coração pelos comentários da Anny Buchanan Barnes,Pâmella Viana, Ingrid Dixon, AustenGil, MDixon, amei vocês se expressando ♥



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POV Ian

Olho ao redor, total e completamente preocupado. No meio de toda essa confusão, Carl levando um tiro, Denise refém, e todas as merdas seguidas, não consegui encontrar Beth. Meu coração se aperta, e não sei o que fazer.

Assisto imponente a dor de Daryl Dixon ao descobrir que Natasha morreu, e não posso evitar de sentir uma pontada também, mesmo em meio a toda a minha confusão de medo e preocupação. Desespero.

(...)

POV Natasha.

A pequena queda a qual sou arrastada por Nicholas parece acontecer em câmera lenta. Aparentemente, aquela coisa de passar um filme de sua vida por seus olhos quando você está morrendo é uma grande mentira. Não passa.  Tudo o que me veio a cabeça foram os rostos daqueles que amo. Meus pais, Glenn, Maggie, Beth, Carl, a família que o apocalipse me deu. E claro, Daryl Dixon.

A imagem dele veio tão forte e absoluta que eu cheguei a arquejar naquele pequeno segundo que passou lentamente. Eram os olhos azuis dele que me encaravam quando atingi o chão, Nicholas sobre mim de uma forma sufocante.

Um grito abafado escapa quando bato duramente contra o chão, minha cabeça girando com a pancada e latejando horrores. Mais e mais walkers estão ao nosso redor, e começam a despedaça-lo. Grito quando sinto algo em minha perna, e apesar da visão meio embaçada viro o rosto procurando uma saída.

Ouço Glenn, mesmo estando tão atordoada, e quero responder, mas tenho plena noção de que se eu abrir a boca a mínima proteção que o corpo de Nicholas me dá vai pelos ares. A caçamba de lixo está a poucos centímetros de mim, e ergo os braços lentamente, até  alcançar sua lateral.

Me arrasto lentamente para baixo da mesma, descobrindo que nenhum zumbi tinha me alcançado. Um deles me nota, mês chuto sua cabeça para longe e movo minha mão até alcançar uma faca, logo depois acabando com isso.

Tudo fica escuro por um momento, e acho que perdi a consciência por uns minutos, pois quando volto a conseguir focar um zumbi está sobe meu braço, a mandíbula muito perto de minha pele. Giro o corpo e enfio a faca em seu crânio, me afastando em seguida.

Cacete. Minha garganta está seca e vejo alguns pontinhos pretos, o que me faz pensar que posso estar com uma concussão. Glenn não está a vista, e meu coração doí por saber que ele acha que morri.

Saio cambaleante de meu esconderijo e corro para longe daquele montinho de nojentos. Noto que a perna onde senti dor está sangrando e me falha uma batida ao me dar conta de que pode ser de uma mordida.

Saco as saís e abro caminho até um prédio abandonado. Saqueio em busca de algo para ajudar e encontro água. Me sento no chão, com algumas bandagens rasgadas e água oxigenada vencida, e respiro fundo buscando força. Sinto tanto medo de ser uma mordida e eu estar a beira da morte que nem sei lidar.

Depois de mais uma longa respiração, levanto a calça. Fico parada por um momento, os olhos fixos no machucado. Um suspiro de alivio escapa, e eu puxo minha faca para fora de minha pele em um movimento brusco. Graças a Deus, era só um corte de minha faca que sempre fica na bota. Limpo com a água oxigenada, e depois saio em busca de alguma coisa para costurar. Encontro um kit de costura e uso isso mesmo.

Agora mais aliviada posso pensar com clareza. Engulo uma aspirina que encontrei e me arrumo para seguir viagem. Preciso ir para Alexandria.

(...)

O caminho é uma verdadeira merda. Walkers aparecem o tempo todo e minhas saís não para de trabalhar. Me sinto cansada, e em determinado momento tenho que parar, procurar forças. Encontro-as depois de alguns minutos de cochilo.

Razoavelmente renovada apresso o passo, aumentando o ritmo no geral. Finalmente encontro Alexandria, mas o alivio não chega nem perto de mim.

A maldita torre que eu disse a Reg que tinha estruturas fracas está caída e vejo uma confusão horrorosa lá dentro. Corro em direção a minha casa e minha família, meu coração aos pulos.

Pulo escombros e entro na confusão com as saís em movimento. Corto cabeças e perfuro crânios. Encontro Maggie na confusão, cercada sobre um de nossos suportes de vigia. Corro em sua direção, abrindo caminho. Suspiro aliviada quando vejo Glenn e Enid ajudando-a, tirando a aglomeração de zumbis do chão e evitando que o suporte ceda. Estou muito longe para alcança-los, ou para que me vejam.

Continuo lutando, sem parar. Meus braços pesam um pouco, mas não paro nem diminuo o ritmo. Vejo a distancia Rick cortando zumbis com seu facão de forma insana, Mich ao seu lado com a katana sendo uma verdadeira maquina de matar. Um pouco a distancia Aaron, Eric, Tolby fazem o mesmo. Rosita, Abraham e Tara também lutam, em formação. Ian, Sasha e Tyresee um pouco mais a distância. Todos lutamos, matando walkers sem parar em uma determinação infinita. Ali, naquele momento, enquanto meus braços descem partindo crânios ao mesmo tempo que o deles faz o mesmo sinto que somos infinitos. Somos uma família e podemos enfrentar tudo o que vier, porque vamos fazer isso juntos.

Alguém se aproxima e sei que é Heath, então não me preocupo até que ele levanta o facão para mim. Giro e paro o facão no ar com uma das saís ao mesmo tempo que mato um zumbi com a outra.

—Qual o seu problema?- grito irritada e ele arregala os olhos.

—Você está viva- diz e olho para ele com a testa franzida- Tem tanto sangue em você que achei que era um deles. Desculpe Natasha.

—Tudo bem.- respondo dando de ombros e fechando os olhos por um segundo, quando outro jato de sangue podre espirra em mim.

Vejo pela visão periférica uma cabeleira loira e assim que tenho tempo suficiente viro a cabeça nessa direção, para então focalizar Beth em apuros. Está próxima o suficiente para que eu possa alcança-la, então me viro nessa direção e vou abrindo caminho. Nesse instante um caminhão chega, e Maggie é salva.

Vejo que Daryl está nesse caminhão e solto um suspiro aliviado, sem parar de me mover em direção a Beth. Racho o crânio de dois que cercavam ela, e a loirinha acaba com mais um com um golpe certeiro do facão.

—Estou orgulhosa- digo guardando uma das saís e a puxando para fora do buraco na madeira.

Acho que o pé dela está torcido, então ela tem que ficar apoiada em mim.

—Está bem- diz aliviada e sorrio de lado- Achei que tivessem morrido, todos vocês...

—Estou aqui. Fique firme- peço antes de me afastar dela e voltar a limpar. Beth concorda e se apoia totalmente no pé bom, colocando o facão em posição.

Ela faz o melhor que pode, e não posso deixar de me sentir orgulhosa ao vê-la tão bem nisso. Usamos o muro como proteção e cada uma cuida de um lado. Trabalhamos bem e logo estamos cercadas de corpos, o que dificulta a aproximação de outros.

Um foco no rio chama a atenção dos walkers, que como insetos atraídos pela luz se viram e andam debilmente nessa direção, andando lentamente e arrastadamente. Suspiro razoavelmente aliviada.

Quando está calmo o suficiente, Beth se apoia em meu pescoço e começamos a atravessar a comunidade em direção a enfermaria. Tem mais corpo de zumbi do que chão para pisar, então fazemos nosso caminho com cuidado, pro caso de algum estar “vivo” ainda.

Felizmente não encontro nenhum conhecido acabado no chão. Alguns moradores de Alexandria estão sim mortos, mas pela proporção dessa merda, foram poucos.

Finalmente alcançamos a porta da enfermaria, então suspiro aliviada.

—Só para constar, você está péssima – avisa Beth, com um sorrisinho no rosto.

—Você também não está muito melhor- acuso e ela dá de ombros.

Abro a porta com um puxão e ela entra na frente, se apoiando no batente da porta e na parede. Segundos depois ela está sufocada em um abraço que reconheço como o de Ian.

Entro fechando a porta atrás de mim com um baque e quando me viro todos me olham meio estáticos. Pisco atordoada diante daqueles olhares, e então Glenn e Maggie estão em cima de mim,  a morena em um choro compulsivo.

—Está viva, viva mesmo- diz entre soluços, enquanto sou sufocada entre eles. Abraço-os de volta da melhor maneira que posso, aliviada por ver que estão bem, e olho para cada um na sala, não encontrando Daryl.

Carol e Denise saem de uma sala e anunciam que Carl está bem. Me afasto um pouco do casal e olho para todos confusa, assim como Beth.

—O que aconteceu com o Carl?- pergunto com o coração apertado.

—Um tiro- responde Rick caminhando até mim e me abraçando- Levou um tiro no olho.

—Cadê o Daryl?- pergunto depois que Rick me solta e entra na sala para ver o filho, acompanhado de Michonne.

—Saiu- conta Abraham se aproximando e bagunçando meu cabelo- Todos nós aqui achamos que você estivesse morta, loira. Muito bom te ver.

Ele me abraça carinhoso e eu retribuo meio atordoada. É engraçado esse lado amigo dele, mas depois de trabalharmos nas obras viramos amigos.  Carol tenta falar com Daryl pelo rádio, pedindo para que ele volte para a enfermaria, e eu olho para ela ansiosa.

—Me deixa em paz, porra- a voz dele sai falhada e grossa pelo rádio. Minha respiração fica meio presa na garganta só com isso, meu amor por ele me preenchendo.- Eu acabei de perder o amor da minha vida, resolvam vocês mesmos as merdas que tiverem para resolver.

A linha fica muda e algo me diz que ele quebrou o rádio, mas não dou a mínima para isso. Não dou a mínima para nada, porque eu sou o amor da vida de Daryl Dixon, e ele disse isso com todas as malditas letras. Fico parada como uma retardada, um sorriso enorme no rosto olhando para o rádio na mão de Carol por mais um momento, e então minha mente começa a trabalhar a mil, procurando um lugar onde ele possa estar.

—O que ele disse antes de sair?- pergunto meio desesperada, me virando para Glenn.

—Que iria te encontrar, mesmo que você já fosse um zumbi.- responde e então eu sei.

—Ele vai atrás de mim- murmuro para mim mesma, me virando em direção a porta e saindo correndo.

Piso em qualquer corpo que apareça em meu caminho, não dando a mínima. Corro como se não estivesse exausta, mas sim em completa forma, porque só tenho o maldito objetivo de achar meu marido. Corro tanto que parece que estou voando.

Como o esperado encontro-o em um dos carros. Infernalmente, já está dentro de um, dando a partida, logo em seguida ficando em movimento, então eu vou para a frente do carro a alguns metros de distancia e ele para o carro com uma freiada brusca.

Encaro-o através do vidro, e é como se tudo estivesse bem. Me perco naquele azul profundo e ele parece se perder nos meus olhos também. Parece não acreditar no que vê, uma expressão incrédula assumindo todo o seu rosto.

Ele pula para fora do carro e corre em minha direção e quando dou por mim estou fazendo o mesmo. Meu corpo se choca contra o dele e sou apertada em seus braços. Aquele cheiro familiar me envolve e me sinto em casa.  Ele me aperta tanto que sinto como se fosse quebrar.

—Está viva- sussurra e sua voz está embargada. - Amo você, Natasha. Amo você.

—Amo você também- digo contra seu peito, e então ele me afasta um pouco para em seguida me puxar pelo queixo e erguer minha cabeça para tomar meus lábios com os seus.

Exige passagem com a língua e eu cedo prontamente, ao mesmo tempo que enlaço seu pescoço e o puxo para mais perto de mim. Ele me aperta contra ele, me segurando firmemente como se eu pudesse sumir a qualquer momento.

Nos afastamos em busca de ar, mas ficamos com as testas grudadas nos encarando. Aos poucos minha respiração volta ao normal, e a dele também.

—Você voltou- diz fazendo carinho em meu rosto, de uma maneira tão intensa que parece tocar minha alma. Tem tanto amor ali, tanta paixão, que minhas pernas ficam bambas.

—Eu prometi que voltaria- digo erguendo a mão e fazendo um carinho nele também.- Amo você.

—Você nunca mais vai fazer uma coisa dessas comigo, Natasha Dixon- diz totalmente irado e olho para ele um pouco surpresa. É estranho, porque está bravo, mas ainda me faz carinho. Ainda me ama. Ainda me segura em seus braços- Não vai mais me matar do coração desse jeito, porque você entrou na porra da minha vida, quebrou todas as minhas barreiras e não pode simplesmente sair. Eu não sou a melhor coisa para você, mas você sem duvida é a melhor coisa que já me aconteceu e não posso perder você. Simplesmente não posso.

Meu olhos lagrimejam de emoção. Daryl acabou de me chamar pelo nome de casada, e de dizer que sou a melhor coisa que aconteceu na vida dele, de um modo que está descendo todas as barreiras e arrancando as palavras de seu coração silencioso. Amo- o tanto que pela primeira vez não sei o que dizer, então me levanto na ponta dos pés e o puxo para um beijo. Tento passar todo o meu sentimento nesse ato, e dou tudo de mim ali. É profundo, é intenso e eu perco o ar. Quero-o em minha vida para sempre.

—Você também é melhor coisa que já me aconteceu, Daryl Dixon.- digo olhando-o nos olhos- Amo você.


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