Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Hello people
Como estão vocês? Obrigada a Lika,Ingrid Dixon, Andy Hide, Isabella e Dark Spirit pelos comentários adorei como sempre ♥
Esse me deixou meio insegura, ms espero que gostem.
Boa leitura



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POV Natasha

Eu não precisava conhecer Daryl muito bem para saber que ele estava desconfortável com tudo isso de uma maneira absurda, mas acontece que eu conheço e isso só torna essa percepção ainda mais profunda. Entendo que lidar com gente nova, depois que perdemos tudo, vai ser no mínimo péssimo, e que algumas barreiras estão de volta, pelo menos contra o pessoal de fora.

Não acho que Aaron seja um mentiroso, muito menos uma ameaça.  A viagem até essa tal Alexandria é curta, e apesar de termos tido que entregar nossas armas no momento em que entramos, notei que a segurança na verdade é bem falha. Planejo ter minhas saís de volta logo logo.

Ingênuos, é o que são. Não sabem nem se defender, mas ainda assim saem em busca de mais gente. Uma mulher chamada Deanna se apresenta, e não é difícil reconhece-la como líder. Ela diz que precisa fazer uma entrevista individual com cada um, e isso só me deixa ainda mais desconfortável, não só por mim, mas por Daryl também.

Inconscientemente me aproximo mais dele, e mesmo quando noto continuo assim. Ele não reclama. Ela vai chamando de um em um, e acho a espera uma coisa horrorosa.

Quando entro, sinto um choque de realidade. A casa é enorme, com moveis caros, tapetes e quadros. Tudo tão limpo e tão normal. Eles claramente não tiveram que enfrentar o mundo lá fora.

—Eu sempre gravo as entrevistas- explica Deanna apontando para uma câmera – Vamos começar pelo básico: Qual o seu nome, quantos anos tem e o que fazia antes disso tudo.

—Natasha Wayland, devo ter uns 21 agora, e era estudante de engenharia civil. Trabalhava em um café por meio período alguns dias da semana.- digo dando de ombros e evitando olhar para a câmera.

—Engenharia civil é? Meu marido é arquiteto, talvez você possa ajuda-lo com algumas melhorias por aqui. Quero dizer, assim não vamos ter que nos preocupar em matar zumbis- ela diz e eu fico meio perdida por um momento.

Pensar em engenharia civil pra valer depois de todo esse tempo é no mínimo estranho para mim. Me sinto meio tentada a dizer que nesse curso eu ainda estava aprendendo, mas que em matar zumbis eu já tinha até diploma.

—Legal- digo desconversando.

A entrevista parece durar um século, mas aguento bravamente. Algumas perguntas são idiotas demais e tenho que segurar o impulso de rolar os olhos várias vezes.

Quando finalmente saio daquela porcaria de sala, acho que estou com uma expressão entre irritada e exausta. Talvez eu tenha dito alguma coisa que ela não estava pronta para ouvir, mas não me importo muito.

Daryl entra e fico preocupada. Não sei o que esperar da entrevista dele. Ficamos todos esperando, ninguém está abandonando ninguém. Após um tempo ele finalmente sai e apesar dele ficar próximo a mim não temos nenhum contato físico. Vejo o desconforto que ele tinha no começo de volta, e imagino que seja porque estamos rodeados de pessoas novas.

Aaron nos leva até duas casas e diz que podemos nos organizar da maneira que acharmos melhor. Não nos dividimos, muito pelo contrário, ficamos todos unidos na sala.

Me sento no sofá enorme, sentindo o corpo cansado relaxar contra o estofado macio. Não quero me preocupar, mas sinto que Daryl está desconfortável. Muito. Ele anda pela sala, inquieto, e evita me olhar nos olhos.

—Vem cá gracinha- me estico para segura-lo pelo braço. Ele me olha confuso por um instante, então solta um suspiro cansado e se senta ao meu lado.

—Gracinha?- ele pergunta atordoado- Você não usa esse a um bom tempo.

—Eu usava ele pra te irritar- confesso baixinho e ele sorri de lado.

—Quer me irritar agora?-pergunta se encostando no sofá e me encarando.

—Não.- digo dando de ombros- Quero que me carregue até nosso amontoadinho e me deixe te agarrar para ter uma noite de sono completa.

Ele ri pelo nariz e balança a cabeça negativamente, como eu bem sabia que ele faria. Planejo encostar a cabeça em seu ombro por um tempo, criar coragem e ir pro tal cantinho, mas ele me surpreende se levantando.

Por um segundo fico triste achando que ele vai me abandonar no sofá, mas ele bufa baixinho se abaixa e me pega no colo. Ouço a risada de Abraham e de Glenn e solto um sorriso também, me acomodando melhor nos braços do meu homem. As provocações deles nos seguem até o cantinho. Ouço Maggie brigar com o Glenn e rir.

—Folgada- Daryl acusa, se ajoelhando e me colocando na superfície macia de algumas almofadas e sei lá mais o que.

—Sempre- digo e o puxo.

Ele se recusa a deitar, mas ajeita minha cabeça em seu colo e começa um cafune inseguro e desajeitado.

—Você está me fazendo carinho?- pergunto sorrindo de orelha a orelha e me virando para encara-lo.

—Estava no contrato- diz dando de ombros e desviando o olhar. Tenho uma sensação engraçada de que ele está se despedindo de mim.

Meu olhos pesam e me deixo cair na inconsciência.

(...)

Acordo com uma certa movimentação, que descubro ser Judy e Michonne. Me espreguiço e procuro por Daryl com os olhos, para encontra-lo sentado próximo a janela.  Olho ao redor e encontro Abraham  e Rick acordados também. Glenn e Maggie estão dormindo no outro canto da sala, e Beth está apagada no colo de Ian, que dorme sentado com um braço sobre ela. Carol e Tara conversam alguma coisa na cozinha, mais próximas que nunca.

Resolvo tomar um banho e fico maravilhada com a água quente. Quando finalmente saio debaixo na água, estou meio enrugada. Olho para um espelho e fico encarando a mim mesma por um momento. Não acho que eu mudei muita coisa.

Visto uma roupa qualquer e desço as escadas sorrindo. Cada um resolve fazer uma coisa, cada um designado a uma coisa diferente.  No final das contas o único que não se organiza é Daryl. Tento me aproximar e abraça-lo, mas ele desvia de mim, e me ignora.

Observo Carol brincar que se ele não tomar banho vai usar uma mangueira nele e sorrio de leve. No final das contas só ficamos nós dois, mesmo que eu tenha que ir encontrar o marido de Deanna para testar meus aprendizados em engenharia civil.

Tento conversar, sentindo ele se distanciar de mim novamente, se fechando em sua própria concha, conforme se sente mal aqui dentro. Sinto um risco palpável dele sair, e isso me preocupa muito. Rosno baixo e o encaro nos olhos, sentindo minha paciência escorregar por entre meus dedos.

—Você não vê que eu só quero que me deixe em paz? Que fique longe? Vá viver com esse povo e me deixe por um maldito segundo- ele rosna irritado.- nós somos um erro, caralho.

—Se a cada maldito problema você se afastar as coisas vão ficar difíceis- digo apontando o dedo para ele, perdendo um pouco a compostura quando ele só dá de ombros. – Que porra é essa de erro?

—É o que acha?- pergunta apertando os olhos.- Que vão ficar difíceis? Elas já são.

—Tenho certeza- digo e solto um suspiro frustrado- Você é meio bipolar, Dixon. Eu juro que quis te dar um espaço para lidar com isso. Com esse lugar. Só saiba que não importa o quão deslocado você se sinta, para mim você nunca vai deixar de ser a coisa mais importante. Amo você.

Ele me encara descrente e balança a cabeça negativamente.

Saio sem esperar por uma resposta, até porque não acho que ele vá dar uma agora. Está lidando com seus traumas, e sempre que tem que fazer isso se fecha um pouco.

Ando meio perdida pela cidade, e começo a ficar irritada quando me dou conta de que não faço ideia de como chegar ao tal ponto de encontro.

Ian aparece em meu campo de visão, com Beth ao lado, ambos aparentemente tão frustrados quanto eu. Noto que ela ainda está com a bandana dele.

—Qual o problema?- pergunto só para confirmar mesmo.

—Eu deveria ir até o hospital- diz Beth- Mas não encontramos em lugar nenhum.

—Você também vai trabalhar no hospital?- pergunto para Ian, só para constranger mesmo. Seguro um sorriso quando ele desvia o olhar.

—Não, só estava indo levar ela pra lá.

—Vai para onde então?-pergunto olhando ao redor tentando me localizar e encontrar o hospital que vi a pouco tempo atrás.

—Encontrar o marido da Deanna. Ela achou interessante eu ter estudado biologia.

—Somos dois-digo e então aponto para a esquerda- Vi o hospital ali, mas não sei como chegar ao marido da Deanna.

—Nos leve até lá- pede Beth e dou de ombros acompanhando-os.

Acho a coisa mais fofa o fato de andarem de mãos dadas. Não é algo que eu e Daryl faríamos.

(...)

Depois de deixarmos Beth andamos que nem tontos por mais uns minutos, eu zoando ele e me divertindo, que por sua vez sorri quieto.

Depois de conversarmos longamente com Reg, eu apontando sem parar para as falhas de seguranças e em que podemos melhorar, recebendo apoio de Ian, nós o deixamos novamente.

Sorrio de lado ao observar Ian ir em direção ao hospital e pego meu caminho em direção a casa, esperando encontrar certo alguém lá.

Quando não o encontro, saio procurando por ele. Cada membro do grupo que aparece a minha vista é barrado e pergunto por ele. Sinto um leve medo de  ter simplesmente ido.

Vejo um aglomerado de pessoas na entrada e corro para lá, sabendo que tem alguma coisa errada.

Encontro Glenn brigando com um cara que parece ter minha idade, e um outro tenta vir para a briga também e corro para impedir. Nem ferrando que eu deixo uma briga injusta assim acontecer com meu amigo. Antes que eu chegue, Daryl chega, imobilizando-o facilmente.

A confusão passa diante de meus olhos rapidamente, Rick controla  a situação com ajuda de Mich, Deanna chega e nomeia os dois como policiais.

Fico parada encarando os dois conversando com ela por um momento, assumindo para mim mesma que vou acabar rindo quando ver os dois vestidos de policiais.

Minha distração fez com que eu perdesse Daryl de vista e me xingo mentalmente por isso.

—Ei, você é Natasha?- alguém me chama e me viro confusa para encontrar o idiota que tentou brigar com Glenn.

— Que é?-pergunto sem paciência.

—Quando minha mãe passou os nomes dos novatos  o seu estava entre eles. Quer entrar pra buscas? Até porque estamos com vagas agora que o idiota se recusa a sair comigo.

—E vão ter muitas outras- digo fechando a cara para ele- É melhor ficar longe do meu grupo, babaca.

—Tão linda e tão brava- diz sorrindo malicioso  e tenho um impulso de acertar um soco no rosto dele- Um dia vou te conquistar, gostosinha. Vai estar na minha cama, e vai estar feliz.

Não digo nada, simplesmente aponto o dedo do meio pra ele e sigo meu caminho. Sinto muita raiva, muita mesmo, mas tento mudar o foco, o que consigo quando o vejo. Meu caçador está sentado na varanda, ainda todo desleixado, mas parece preocupado. Tão lindo.

—Estava esperando por você- diz  sério e  paro no degrau encarando-o.

—Resolveu alguma coisa?

—Não importa quantos problemas apareçam, nem o quão difícil esteja, vou dar um jeito de continuar com você. Amo você- ele diz nervoso, andando de um lado para outro.

—E?

—E vou tentar.- diz parando na minha frente, olhos nos olhos.- Vou tentar me adaptar a esse lugar.

—Eu sei que vai- digo, mesmo que internamente eu esteja aliviada.

—Estava irritada- acusa, os olhos nos meus.- Comigo?

—Também. - desconverso, algo no fundo da minha cabeça dizendo que ele quebra o Aiden na porrada se souber da gracinha.

Ele aperta os olhos e se aproxima mais.

—Está escondendo alguma coisa- diz e resolvo que a melhor defesa é o ataque.

—Bem, foi você quem disse que somos um erro, não eu- acuso e ao dizer isso minha mente volta para tudo que aconteceu e resolvo que tem algo ai- Por que veio com essa do nada? O que está escondendo?

Ele desvia o olhar e ameaça se afastar, mas balança a cabeça e lida com alguma briga interna por um momento.

—Ontem, na entrevista, Deanna perguntou a pessoa que eu sou mais próximo- ele coça a cabeça e xinga baixinho- Claro que é você. Ela ficou meio surpresa, e perguntou se somos parentes, porque não somos muito parecidos. Eu esclareci que é minha mulher. Ela, hum, ficou meio chocada.

Eu quase fico calada mesmo quando ele terminou de falar, porque estou muito mais focada no fato de que eu sou a pessoa da qual ele é mais próximo. Meu coração se aquece tanto que me sinto idiota, mas então processo o resto da frase.

—Chocada?- pergunto indignada, colocando as mãos na cintura- Que porra é essa?

— Ela disse com todas as letras que você é muito jovem para ser minha mulher- responde desconfortável, olhando para além de mim. – No momento foi meio que um banho de realidade.

—Mas que vadia, quem ela pensa que é para achar alguma coisa da minha vida- rosno irritada, passando a mão pelo meu rosto- E você seu idiota, não me disse nada.

—Se ela julgou mais gente vai julgar. Eu passei a vida toda com gente me julgando Natasha, mas você não e não quero que passe por isso por minha culpa.

—Eles que julguem, qualquer coisa mando eles se ferrarem- digo subindo o degrau e puxando-o para mim, que por sua vez me beija.

Entramos juntos para a casa, e encontramos uma bagunça de gente rindo pela cozinha. Ian está com uma cara desesperada segurando Bravinha, enquanto Rick e Beth riem. Mich vem até mim com Maggie e começamos a conversar. Carol faz a janta. Todo mundo comenta alguma coisa sobre serviços e reclamo em alto e bom som a chatice que foi discutir com Reg. Carl fala dos outros adolescentes.

Ainda tem tanta falha por aqui, principalmente na segurança, mas acho que podemos dar um jeito. Glenn me conta sobre a busca com idiotinha, e aproveito um momento em que Daryl conversa com Rick para contar o que ele disse para mim, então o coreano fico puto da vida.

Entre risadas e loucuras, fico feliz por ter essa família. Vamos dar um jeito, ou então fazemos como sempre, seguimos em frente.

Alguém bate na porta, e o som é tão fora de contexto para nós que ficamos olhando para a porta com cara de retardados por um momento, até que Carol vai atender. Um outro filho de Deanna nos diz que no dia seguinte teremos uma festa para ir, em nossa homenagem.

Quase não acredito nessa merda. Por favor, uma festa? Nos olhamos chocados por um momento, e depois nos ocupamos em encher nossa barriga.


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Notas finais do capítulo

Ah, pessoal quero pedir desculpas porque nos capitulos anteriores escrevi o nome do Aaron errado, desculpem.