Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Hello people
Quero agradecer a Andy Hide, Lika Trevas, Isabella, Ingrid Dixon e AustenGirl pelos comentários, adoro ele ♥
Mais um capítulo para vocês, beijinhos.
Boa leitura.



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POV Daryl

Depois de todo o sufoco que foi segurar a porta do celeiro cada um se acomodou em algum lugar e caiu exausto. Entre todos, novamente fui o primeiro a acordar e estou como um idiota observando Natasha dormir. Sempre que acontece algo assim eu sinto o quão fácil é chegar ao fim, e ao contrário do que eu sentia antes de do apocalipse agora quero viver.

Esse tempo na estrada exigiu muito de todos, e acho que em outras circunstancias teríamos perdido as esperanças. Alguns perderam. Rick disse que somos  como os mortos caminhando, e Natasha, como a incontrolável que é bateu o pé e disse que somos muito mais que isso. Olho para ela e não a imagino concordando em nada menos do que viver.

Tento me desvencilhar dela com cuidado para não acorda-la e ver como as coisas estão lá fora, mas ela sente meu movimento e me agarra mais. Bufo irritado, mas me mantenho no lugar. Maggie acorda, olha ao redor procurando alguém também desperto e me encontra. Sorri divertida quando me vê preso pelo braço da loira.

—Acho que você não vai a lugar nenhum – diz se sentando ao meu lado. Balanço a cabeça exasperado, e ela só sorri ainda mais.

—Estava no contrato- diz a loira com a voz abafada me apertando um pouco mais. – ficar como travesseiro da Natasha até ela resolver acordar. Quis se casar comigo agora aguenta.

—Você e esse contrato- digo bagunçando seus cabelos. Ela finalmente ergue a cabeça e me encara, claramente sonolenta.

—Vocês não dormem não? A porcaria do mundo acabou ninguém tem que levantar cedo pra trabalhar mais não.- diz fazendo cara feia e se sentando. Aproveito para me levantar.

—Larga de drama – diz Maggie entre uma risada, e a loira se limita a rolar os olhos- Vou lá fora dar uma olhada nas coisas, você vem?

—Eu vou- Sasha grita de algum lugar.

—Nesse caso vão indo na frente que eu já vou.- ela diz estendendo os braços para mim, esperando que eu a puxe. Beth, Maggie e Sasha saem para dar uma olhada nas coisas lá fora.

Rolo os olhos e o faço, só que com uma força maior que a necessária, só para ela vir diretamente de encontro ao meu corpo e eu poder roubar um beijo. Ela suspira entre o beijo e meu sangue corre mais rápido, o desejo me pegando de surpresa. Esse negócio de ficar na estrada está cada vez pior. Sinto muita falta dela.

Me separo relutante, e ela dá aquela espreguiçada típica. Depois olha ao redor e abre um sorriso enorme quando vê alguma coisa e sai saltitando silenciosamente. Demoro um momento para perceber que é Glenn dormindo.

Assisto ela usar toda a força para puxar o coreano pelo pé, enquanto ri na maior cara de pau. Ele se assusta e esperneia, mas ela tira força não sei de onde e continua a puxa-lo, ficando até mesmo vermelha de esforço. Os dois riem e o barulho acorda todo mundo.

Seguro um sorriso enquanto observo os dois. Ela parece uma criança, feliz demais por ter conseguido uma espécie de vingança. Estou tão distraído que quase não noto a aproximação de Carol.

—E pensar que você negava com todas as forças que estava apaixonado- diz ela com um sorrisinho me olhando com uma expressão de sabe tudo.

—Cale a boca- digo, mas acabo sorrindo.

—Ela te fez muito bem- diz ainda assistindo a cena toda, que agora conta com Carl, também rindo e Rick sorrindo e balançando a cabeça negativamente do outro lado do celeiro. - De uma maneira que nem dá para descrever.

—Eu sei- admito e desvio o olhar para poder encarar minha amiga- Acho que ela simplesmente passou por toda e qualquer barreira como se fosse nada.

—Não. -ela diz e franzo a testa- A verdade é que ela enfrentou cada uma dessas barreiras. Lutou e acho que nem percebeu. Te aceitou e tudo mais.

—Sério que você vai ficar com esses assuntos a essa hora da manhã?- pergunto me sentindo desconfortável com tudo isso. Nunca fui um cara aberto, e isso é uma invasão para mim.

 Ela sorri, sabendo o quanto odeio falar disso e some em direção a Natasha, dizendo alguma coisa e rindo.

O celeiro inteiro é uma bagunça, todo mundo contagiado pela loira e suas risadas mas o momento acaba quando Maggie aparece na porta apontando a arma para um cara. Agimos todos como se fossemos um e em questão de segundos estamos todos prontos para o ataque.

Rick assume seu papel de líder e lida com o cara, que conta sobre uma tal de Alexandria, uma comunidade que parece ser mil maravilhas. Ninguém acredita muito, e Rick ameaça a vida dele umas duas vezes antes de finalmente considerar alguma coisa.

Ele nos mostra umas fotos de má qualidade, e nos conta como é o sistema de lá. Eu não teria dado atenção a nem metade da conversa, muito menos ter dado uma chance, mas Michonne pede por uma, e Rick mesmo relutante acaba cedendo.

—Com quantos você está?- pergunta.

—Não importa a quantidade que eu diga você não vai acreditar em mim- diz dando de ombros e rolo os olhos diante dessa bosta toda.

—Quantos?- insiste Natasha, se pronunciando pela primeira vez desde que o cara chegou.

Olho para ela atentamente e entendo que ela está analisando-o. Ele a encara de volta, sustentando o olhar dela.

—Um..- ele diz de modo firme e ela concorda com a cabeça.

Michonne pergunta onde, e ele nos dá algumas informações. Rick pede para mim, Natasha e a ultima samurai irmos conferir se o que ele diz é verdade, deixando claro que se não voltarmos em duas horas vai matar o tal Aeron.

Depois de um tempo em que estamos andando Michonne especula a respeito do que ouvimos. Digo de cara que não acredito em nada dessa baboseira, que acho que é historinha para pegar desavisados, mas para minha surpresa Natasha diz que acredita.

—Você acredita?- pergunto me virando chocado para ela.

—Sim. Acredito que Alexandria exista que seja uma comunidade de grande porte e que procurem novas pessoas, mas isso não quer dizer que eu ache que são confiáveis.

—Acho que não temos muitas opções mais- diz Michonne, e odeio saber que isso tem pelo menos uma pitada de verdade.

(...)

Encontramos tudo que o cara disse que encontraríamos a mesma quantidade e no mesmo lugar. Isso só faz com que eu fique ainda mais desconfiado.

Voltamos para o celeiro e começamos uma discussão. Dessa vez é uma espécie de democracia, e cada um dá sua opinião. Ninguém está muito disposto a continuar na estrada, mas ninguém está acreditando muito nisso tudo também.

Alguns fatores estão a favor do desconhecido, principalmente algumas de suas ações. Ele nos revela o lugar onde seu parceiro deve estar, e depois de mais uma conversa séria dividimos o grupo em dois.

Eu, Natasha, Carol, Judy, Carl, Maggie, o padre, Beth, Ian, Tara, Tyresee e Eugene vamos na frente, analisando os lugares e procurando por pistas, enquanto Rick, Glenn, Abraham, Sasha e Rosita vão com Aeron depois.

Nossa viagem inicialmente é de a pé, mas Ian encontra uma caminhote gabione dupla, e um carro meio batido e depois de um momento tentando arruma-los conseguimos fazer com que funcionem. Natasha me surpreende mostrando que também entende de carros, e abre um daqueles sorrisos metidos quando nota isso.

Brigo comigo mesmo quando noto que estou tendo pensamentos impuros enquanto assisto ela se debruçar sobre um dos carros e mexer em algo. Sinceramente, só ela para me provocar sem perceber e fazer com que eu tenha esse tipo de pensamento em uma hora dessas. Volto a focar na "missão".

Começamos a viagem pela estrada contraria a que Aeron indicou, mas quando notamos que esta realmente está cheia de walkers acabamos dando a volta e indo pelo caminho que ele indicou. Admito que isso acontece muito mais por causa de Natasha do que por qualquer outra coisa.

Com a estrada limpa a viagem flui rapidamente, e quando menos espero estamos perto o bastante para ver o galpão, assim como um cara cercado por mais ou menos cinco walkers.

Ele aguenta bem por um tempo, mas assistimos ele cair e aparentemente torcer o pé. Acelero o carro ainda mais, e assim que paro salto para fora, sabendo que Natasha vai fazer o mesmo. Uso minha besta e acabo com alguns, e então ela chega lá com suas saís e é uma maquina de matar.

Assim que está limpo, ela troca  as saís por uma arma em um piscar de olhos, e fico orgulhoso de sua agilidade. Eu já estou com o cara na mira, e noto pelo canto de olho que Ian também.

Ele se apresenta como Eric e confirma ser o parceiro de Aaron. Não precisa ser um gênio para notar o quão preocupado ele está com o outro. Entramos todos para o galpão e Maggie e Beth começam a interrogar o cara daquele jeito típico delas, enquanto o ajudam com o pé.

Ele é simpático e logo está conversando com todos. Isso me irrita a níveis absurdos e a situação toda me sufoca, então saio do galpão. O dia começa a escurecer, e fecho os olhos aproveitando o ar fresco de incio de noite.

O tempo passa e começo a ficar preocupado com o grupo que está com Rick, que demora a chegar. Sinto Natasha se aproximando antes mesmo dela abrir a boca, totalmente consciente de seu cheiro, sua presença e seu andar silencioso.

—Tudo bem com você?- pergunta meio preocupada, parando a minha frente e focando os olhos verdes em mim.

—Sim- respondo secamente, mas isso não a impede de se aproximar ainda mais.

—Não minta para mim, Daryl Dixon- diz me dando um tapinha leve no ombro.- Não está bem não. Está preocupado, está desconfiado e entendo o porque disso tudo. Também estou desconfiada.

—Nessa merda que o mundo é agora as pessoas  são só umas filhas da puta mesmo- digo dando de ombros- Ficar achando que vai ser diferente é ilusão.

—Nem todos são ruins, caçador.

—Você falou exatamente como Beth Greene – acuso e ela sorri.

Não discute comigo, nem nega. Simplesmente se move até ficar ao meu lado e encosta a cabeça em meu ombro.

Aquele velho instinto de se afastar e de não saber o que fazer ameaça aparecer, mas me recuso a deixar e passo o braço pela cintura dela.

Observo atentamente o lugar, esperando por faróis anunciando a chegada dos outros, mas ninguém aparece. Começo a ficar cada vez mais preocupado, mas então um clarão nos chama a atenção.

Demoro um momento para notar que é o sinalizador que estava com Rick e os outros.

—Avise os outros que fui ver o que é – grito para Natasha que me olha ultrajada.

Por um momento, enquanto corro acho que ela vai me ouvir dessa vez, mas ouço ela gritar para eles que estamos indo conferir uma coisa e correr atrás de mim. Bufo irritado, mas sinceramente o que mais eu poderia esperar.

Entramos na floresta no momento exato que o negocio apaga. Xingo todos os nomes que consigo me lembrar e  dou um giro procurando por pistas. Barulho de briga me chama a atenção e faço sinal para irmos nessa direção.

Encontramos Glenn, brigando com uns walkers.

—Glenn atrás de você- grita Natasha quando vê que não vai alcança-lo a tempo e ele consegue se livrar dele.

Ajudamos ele com os outros, ela jogando uma das saís dela como se fosse uma faca de arremesso. Ele recupera a saí para ela e juntos começamos a procurar pelos outros. O escuro dificulta todo o nosso trabalho, e temos que nos guiar pelo som.

 É tudo uma bagunça de pancadaria, esses sacos de merda brotando do nada. A escuridão só piora as coisas, mas ouvimos os outros e aos poucos conseguimos nos juntar.

—Caralho- xinga Natasha em voz alta quando uma mão aparece do nada puxando-a para o lado e ela tem um pouco de dificuldade para se livrar. Viro acertando o outro que se aproximava dela.

Quando finalmente encontramos todos corremos em direção ao galpão. Glenn passa direto por todo mundo, agarrando Maggie e dando um beijo. Aeron corre até o tal Eric, e parece preocupado. Eles se beijam também.

Depois de tudo o que aconteceu, nós salvamos Eric, Aaron ajudou Rick, ele aparentemente não mentiu em nenhum momento,e tudo mais, todos acabam concordando em ir para essa tal Alexandria. Me sinto desconfortável com isso, mas aceito.

São minha família e não vou abandona-los. Além disso pode ser o melhor para Judy e Carl. Pode ser o melhor para todos.


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Notas finais do capítulo

E então?