Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui estou com mais outro capítulo para vocês. Espero que gostem.
Obrigada a Lika Trevas, Isabella, Ingrid Dixon, AustenGirl, Pamella Viana e Dark Angel pelos comentários ♥ Fiquei muito feliz com cada um.
Até o próximo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679613/chapter/34

POV Daryl

Acordo antes de todos, e me levanto com cuidado para que a loira não desperte. Ela rola sobre a coberta que conseguimos, mas não abre os olhos. Vou em direção ao banheiro e lavo o rosto com a intenção de me despertar totalmente. O vinho do dia anterior me deixou um pouco sonolento.

Planejo sair para caçar, mas Bravinha, que está deitada entre Carl e Rick começa a mexer os bracinhos e resmungar irritada por ninguém ouvi-la. O garoto abre os olhos sonolentos e se prepara para ampara-la, mas faço sinal para ele e eu mesmo pego-a.

Quando ela me vê abre um lindo sorrisinho banguela e começa a brincar com meu colete. Preparo o leite dela da melhor maneira que posso, enquanto ela puxa tudo o que está ao seu alcance e baba em minha blusa enquanto murmura essas coisas de bebê. Está tão linda. Tem cabelinhos loiros e olhos grandes. As mãozinhas não param quietas e ela morde tudo que está ao seu alcance. Alimenta-la me lembra muito a primeira vez que fiz isso, quando percebi que ela era uma pequena lutadora.

Fico tão entretido com ela e suas gracinhas enquanto mama que não reparo que o pessoal começou a acordar. Beth é a primeira a aparecer na cozinha, e instantaneamente abandono meu modo absolutamente confortável e meu sorriso some do rosto. Não que eu não goste dela, ou algo assim, mas só consigo ser totalmente eu com Bravinha e com a Tasha. Com elas sorrir é algo que não consigo evitar.

Ela murmura um bom dia, que retribuo, e se aproxima para beijar a cabecinha de Judy. Depois começa a preparar qualquer coisa para comer. Ouço,  a risada de minha loira, e olho em direção a porta para encontrar Glenn arrastando-a pelo pé, como costumava fazer na época que acampávamos na estrada. Ela fica vermelha de tanto rir, e esperneia tentando se livrar dele. Antigamente eu sentia ciúmes, mas agora não. Sei que ele é um irmão para ela. Ele finalmente solta ela, rindo sem parar.

Ian aparece do além e oferece a mão para ajuda-la a levantar. Meu corpo todo fica tenso, e agora sim estou com ciúmes. Ela aceita a ajuda, e se levanta ainda com aquele sorriso no rosto. Agradece, depois espreguiça e olha ao redor, até seus olhos verdes se fixarem em mim. Seu sorriso aumenta tanto que parece que vai rasgar seu rosto, e então ela vem saltitando até mim.

Quando ela sorri assim, sinto que sou o centro do mundo. Ela grita um bom dia para Beth, e se joga sobre mim, dando um beijinho rápido na Bravinha e logo depois me roubando um beijo. Toda a minha raiva se esvai. Bravinha  cutuca nossos rostos e então nos afastamos.

—E não é a coisa mais linda desse mundo?- diz sorrindo e arrancando a menininha de meu colo e jogando para cima., que ri sem parar- Titia Tasha ama demais esse neném.

—Ela vai vomitar, Natasha- Beth ralha com a doida, mas sorri.

—Opa, foi mal- ela para de jogar para cima, que começa a brincar com a alça da regata dela.

A alça vai de um lado para outro e revela a cicatriz da flecha que atirei nela sem querer quando nos conhecemos. Quase sorrio com a lembrança.

—Alguém viu o Bob?- Sasha aparece na porta e está preocupada.

—Ultima vez que vi ele foi ontem, quando ele saiu lá para fora- respondo franzindo a testa.

—Ah meu Deus- ela choraminga e passa a mão pelo rosto.

—Vamos fazer um grupo de busca- diz Rick aparecendo do nada.  Natasha passa Judy para os braços de Beth em questão de segundos, e caminha para perto de nós.

—Eu e Daryl podemos ir agora- ela diz e Sasha concorda na hora.

Estamos indo em direção a saída quando ouvimos uma movimentação estranha do lado de fora, gemidos de dor. Corremos todos e encontramos Bob caído no chão, um pedaço da perna cortado. Um zumbi se aproxima, e Natasha corta a cabeça dele com um movimento.

Sasha começa a chorar desesperada, e nos juntamos para leva-lo para dentro. Eu e Rick damos uma volta ao redor procurando por alguém, mas está vazio.

—O que diabos aconteceu?- pergunto mais para mim mesmo que para qualquer um, e seguimos para dentro.

—Vamos descobrir agora.- diz Rick entrando na frente.

Ele arrumam o cara da melhor maneira possível em um sofá, de um modo bem confortável e ele começa a contar tudo o que aconteceu. Conta que foi mordido no armazém quando salvava o padre e por isso ficou todo sério ontem, e Sasha começa a chorar silenciosamente ali. Conta que saiu ontem a noite para mijar e pensar um pouco na merda que é a vida, e que foi capturado ali. Bastante burro, se quiser saber. Então as coisas ficam piores, enquanto ele descreve o quão psicopatas são aqueles do Terminus, que cortaram a perna dele e comeram na frente dele.

 Pela primeira vez em tempos vejo uma sombra de perturbação passar pelos olhos de Natasha e chego mais perto dela no mesmo instante.  A merda não para de acontecer. Não precisamos ser gênios para saber que os filhos da puta vão vir para cá, que vão nos atacar. Também tem os zumbis presos na tal escola, que é só questão de tempo até saírem.

Começamos a nos preparar e damos tempo e espaço para Sasha. O dia passa rapidamente enquanto fazemos algumas estratégias. Natasha  de fingir sair para caça-los, o que vai atrai-los para cá quando acharem que grande parte do grupo está vulnerável. Eu, Abraham, Glenn, Ian e Rick vamos sair, e os idiotas vão achar que aqui está desprotegido. Mesmo que saíssemos de verdade, Natasha, Michonne, Maggie e Carol botariam o terror nisso aqui.

—Não se mate, não faça besteira, mate quem chegar muito perto- digo quando estou me despedindo. Ela sorri e me beija.

—Digo o mesmo.- ela pisca de leve e vai para dentro da sala que vai ficar com Judy, Carl e o padre.

Saímos todos, dizendo em alto e bom som que vamos atrás dos filhos da puta  e todo um teatro e começamos a nos mover em direção a tal escola. Deixo meus ouvidos atentos enquanto andamos e sei que duas pessoas nos seguem.

Não andamos muito, só o suficiente para sermos convincentes, e depois estamos de volta. Os dois que nos seguem são os primeiros a cair e então estamos nos movendo rapidamente de volta a igreja.

 POV Natasha

Como o esperado, os homens mal saíram e as movimentações começam ao redor da igreja. Ficamos em silencio, eu super consciente da presença de Judy no mesmo cômodo que eu. Beth, Carol e Rosita estão no andar de cima, em lugares estratégicos para ter uma área de tiro limpa. Maggie, Eugene e Michonne, Sasha e Tyresee estão no comodo a o lado. Carl e o padre comigo.

Nem preciso olhar para saber que o idiota está tremendo. As portas da frente são escancaradas, e Gareth começa a falar. É um louco de carteirinha.

—Sei que estão aqui- ele diz gritando, posso ouvir o riso em sua voz, a certeza de que venceu. Pobre iludido.

Eles se movem fazendo barulho, querem assustar.

—Você está aqui, Garota Feroz?- a voz dele pinga veneno. Aperto meus lábios com raiva.- Nós temos umas contas a acertar. Você sabe que temos.

Fico atenta aos passos, que passam suavemente pela porta.

—Mesmo depois de tudo que você fez não acho que eu deva matar você. Não, não mesmo. – ele faz uma pausa dramática e ri. Vejo por baixo da porta o reflexo de seus pés- Acho que você só é uma garotinha rebelde que precisa de umas lições. Nada que umas palmadas não resolvam.

Seguro um rosnado na garganta.

—Garoto, você está aqui também, não é?- Carl olha para mim atordoado.- Não quero matar todos vocês, só alguns. Só os mais suculentos. Vamos lá, apareçam.

Silencio. Conto os minutos mentalmente, calculando onde os outros estão. Devem estar quase chegando.

—Eu posso invadir as duas portas, sem problemas. – Não é bem um aviso, mas ele quer que pareça um. – Sabe padre, se o senhor aparecer, abrir uma das portas e me poupar do trabalho de arrombar, posso garantir que viva.

Judy choraminga alto  e isso chama a atenção para nossa porta. O padre se levanta pronto para ser o covarde que é, mas com um movimento jogo ele contra a parede e o apago. Deveria ter feito isso antes.

Olho para Carl e dou uma piscadinha. Pelos meus cálculos nosso grupo já deve estar próximos a porta da igreja, então posso agir. Abro a porta bruscamente e chuto Gareth para trás. Minhas saís estão levantadas a frente de meu corpo e varias armas se viram para mim. Quase sorrio.

Ele se levanta já com o sorriso macabro estampado no rosto e me encara.

—Estamos frente a frente de novo- ele diz sem parar de sorrir para dizer as coisas. Me lembra um serial Killer de filme de terror.

—Aparentemente- respondo.

—Péssima escolha de arma- ele diz apontando para minhas saís. – Ah garota feroz, vamos nos divertir tanto.

Ele ameaça dar um passo em minha direção mas uma flecha passa raspando por sua cabeça e se finca na parede atrás de mim. Vejo que chegou a cortar sua bochecha. Ele me olha atônico.

—Acho melhor parar de ameaçar minha mulher- avisa Daryl com a voz firme aparecendo na porta de igreja. Sua expressão deixa bem claro que não matou porque não quis, mas que a próxima flecha é fatal.Os caras do Terminus se viram para ele aterrorizados, enquanto vão descobrindo que estão cercados. Abraham, Rick, Glenn e Ian aparecem em pontos estratégicos da porta com armas em punho.

Carol, Beth e Rosita destravam as armas com sonoridade. Michonne abre a porta e aponta sua AK para o cara mais próximo, que concidentemente é o que está com sua Katana, e Sasha aparece ao seu lado

Gareth aponta a arma para mim e ameaça atirar, mas estou absolutamente tranquila. Ele treme, ciente de que está perdido e quer me usar de refém mas com um movimento da mão esquerda corto sua mão, fazendo ela cair com arma e tudo.

Ele grita horrorizado, e em um segundo já troquei minhas saís pelas pistolas que estão sempre em minhas coxas. Rick entra, andando calmamente e encara Gareth nos olhos.

Nesse momento vejo o líder que aceitei e o homem capaz de tudo para proteger os seus em um só. Ele se abaixa até que os olhos ficam na altura dos de Gareth e diz com uma voz fria como gelo o mesmo que disse no contêiner.

—Você mexeu com as pessoas erradas. Mexeu com a família errada.- e então atira.

É o que abre fogo para todos nós, e então começamos a acabar com eles. Tiros certeiros e na cabeça, porque não iremos desperdiçar balas. Atiro nos que tem mais chance de atirar em Rick e não erro nenhum único tiro. Beth, Carol e Rosita fazem um ótimo trabalho lá de cima, assim como os homens do outro lado.

Não demora mais que uns segundos para acabar. Coloco minhas armas no coldre novamente, e olho a cena horrível que deixamos para trás. Mortos, mortos e mortos. Sangue. Uma igreja profanada pela violência.  No fim do mundo, acaba que isso é só mais uma construção, com teto e paredes.

Judy solta um gritinho, e estende os bracinhos para o pai. Olho a cena e penso comigo mesma que não somos maus ou assassinos, somos sobreviventes. E fazemos mais que sobreviver,  nós vivemos. As vezes o preço é fazer algumas coisas das quais não nos orgulhamos.

Trabalhamos para limpar a igreja o melhor possível, para podermos passar mais uma noite. Nada mais que isso. O barulho dos tiros vai atrair muitos zumbis, e não queremos ter de lidar com isso. Pegamos as armas de nossos inimigos e o que mais nos for útil.

O padre choraminga pelo horror que fizemos, mas ignoro completamente.

Nos despedimos de Bob, e é algo muito triste, principalmente para Sasha. Na hora de evitar que ele volte, ela não consegue fazer e Tyresee termina a coisa por ela.

Vamos começar nosso caminho até Washington. Não acredito nesse negocio de cura, mas já nos aproximamos dos novos integrantes. Beth e Ian estão trocando olhares, apesar de eu ter pego os dois discutindo mais cedo. Particularmente, acho que discussão é o começo da coisa toda. Que Maggie não fique sabendo, porque sei bem que ela vai querer se meter e adiantar as coisas, mas acho que é algo muito mais gostoso ver eles se descobrindo.

Daryl passa o braço sobre meus ombros. Sentamos todos em roda, e começamos a discutir caminhos e pensar em possibilidades. O clima pesado oscila e diminui drasticamente. Temos um rumo, e isso já é outro inicio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Stronger feeling" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.