Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas, tudo bem com vocês?
Acho que dessa vez eu me enrolei, então desculpem pela demora.
Lika Trevas, Andy Ride e Jessica Dixon, obrigada pelos comentarios, como sempre eles fizeram de mim uma autora feliz.
Espero que gostem, boa leitura.



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POV Daryl

Encontramos a prisão com uma cerca caída, e de inicio sinto medo de que as coisas tenham dado terrivelmente errado, mas ao atravessar o portão somos recebidos por Rick e Carl que nos contam que controlaram o problema.  Os walkers se aglomeraram em uma cerca e a colocaram abaixo, e Rick finalmente voltou a usar as armas. Bom.

Natasha pula do carro e corre em direção aos dois, atacando-os com abraços para depois se espreguiçar como uma gata e me lançar um sorrisinho. Ela  me parece estar melhor, apesar de ainda estar pálida, mas os movimentos não estão contidos ou lentos.

—Você parece péssima- diz Carl e sorrio para o garoto e sua sinceridade.

—Mais sincero impossível, em?!- ela ri divertida e bate a mão no chapéu dele- Você também não está dos melhores.

—Aconteceram algumas coisas por aqui- diz Rick, passando a mão pelo rosto, aparentando tanto cansaço quanto nós.

—Perdemos alguém ?- pergunto preocupado

—Alguns dos doentes- diz e concordo com a cabeça

—Vou ajudar o Hershel com os doentes. Sem chance eu mexer com mais algum desses fedidos.- avisa Natasha ficando na ponta dos pés e me dando um selinho.

Não me importa quanto tempo tenha passado, eu ainda fico desconfortável com esse contato em publico.

—Não acho que seja uma boa ideia, loira- digo segurando-a pela cintura. Ela rola os olhos para mim.

—Já fiquei meio doente, então já tenho anticorpos. Relaxa caçador.

—Você ficou doente?- pergunta Rick olhando para ela preocupado.

—Um pouquinho- responde dando de ombros.- Já estou bem, não se preocupe. Ei, o Glennie está bem?

—Soube de uma crise. Maggie entrou para ajudar- conta Rick com uma expressão preocupada e ela me olha como se dissesse “ Vê, tenho que ir cuidar do meu amigo” e então parte apressadamente em direção ao bloco.

Penso em ir também, levando em consideração a quantidade de gente doente acho que uma mãozinha seria uma boa, mas os corpos espalhados pelo chão não vão sumir sozinhos.

Eu e Michonne começamos o trabalho, Rick nos ajudando. Estamos quase acabando quando sinto falta de Carol. Mesmo com o movimento constante de pessoas entrando e saindo da área dos doentes, desde Maggie até Natasha, em nenhum momento eu a vi.

—Carol está ajudando com os doentes?- pergunto enquanto jogo um corpo na traseira de uma das camionetes.

—Não exatamente- diz Rick e estranho seu tom de voz. Ele para o que está fazendo e se vira para mim- Precisamos conversar, vem comigo.

Alguma merda aconteceu, com certeza. Sigo-o para um corredor qualquer, e Michonne fica para terminar o trabalho.

—O que aconteceu?- pergunto agoniado.

—Bem, é sobre Carol. Depois que vocês saíram peguei a investigação do assassinato mais a sério e descobri que foi ela.

—Ela admitiu? – pergunto atordoado

—Disse com todas as letras, dizendo que só queria que a doença não se espalhasse como justificativa. Mandei ela embora.

—Você o que?

—Mandei ela embora.  Se ela voltasse Tyresee poderia machuca-la, e não poderíamos justificar um assassinato diante de todos eles. Assim ela tem uma chance, é uma sobrevivente.

Xingo alto e chuto um caixote qualquer.

Porra. Isso sim era um baita problema. Carol é minha amiga e pensar nela lá fora sozinha me incomoda. Entendo o que Rick fez, mas ainda assim... Sei que ela pode se cuidar, sei que pode ter sido o melhor, mas não aceito. Estou pronto para exigir mais detalhes quando Tyresee aparece, dizendo que tem algo para nos mostrar.

Seguimos ele prisão adentro até uma sala escura e bagunçada, onde encontramos ratos estripados. É uma coisa bisarra de ver e só penso naqueles esquisitos de filmes retardados.

—Você tem que levar essa investigação mais a sério- diz cheio de raiva para Rick- a pessoa que cometeu o assassinato deve estar fazendo essa coisa doente.

—Tenho certeza de que quem está fazendo isso é outra pessoa- esclarece Rick

—É mesmo, e como você pode ter tanta certeza?- rosna chuta o chão.

—Calma ai cara- aviso, mas este me ignora totalmente.

—Porque eu sei quem foi que cometeu o assassinato.

—Quem foi? Por que ainda não foi punido?- o tom varia entre raivoso e indignado. Entendo a reação do cara, eu faria pior. Muito pior.

Rick me olha em um pedido silencioso por apoio e concordo com a cabeça minimamente, mas quando este abre a boca para responder alguma coisa acontece. Um baque estrondoso chama nossa atenção e corremos para fora.

Muitas outras pessoas fazem isso, e procuro Natasha com o olhar. Encontro-a correndo  em minha direção, Maggie ao seu lado.  Juntos chegamos ao pátio e compartilhamos do mesmo choque ao encontrar o Governador do lado de fora, com vários homens,, um tanque, e Hershel e Michonne como reféns. Filho da puta.

—Filho da puta- pragueja Natasha ao meu lado, como um eco de meus pensamentos e então já estamos nos movendo para nos armamos.

Ele exige conversar com Rick, e este vai mesmo com os riscos. Natasha xinga em alto em bom som ao meu lado, e segura Carl pelo colarinho garantindo que ele não vá atrás do pai.O desgraçado continua tão psicopata quanto antes, gritando aos quatro ventos um monte de merda, xingo baixo também , muito irritado por não conseguir entender o que Rick responde e ajusto a mira da arma de modo que possa dar alguma cobertura quando a merda acontecer, pois acredite, vai acontecer.

—Rick está tentando negociar- avisa Natasha ao meu lado e desvio o olhar para ela confuso. Ela da de ombros e volta a olhar pela mira da arma- Estou tentando ler lábios, mas com ele de lado para mim é difícil.

—Ele disse algo sobre meu pai?- pergunta Maggie desesperada.

—Pediu que o soltasse- responde voltando o olhar para nós dois- Que eles podem encontrar um meio termo.

Ouvimos algumas partes da resposta do Governador em alto e bom som então olho preocupado para as duas.  Vejo Beth pelo canto de olho.

—Maggie acho melhor você ir até sua irmã- digo e ela concorda com a cabeça, atravessando correndo.

Vejo Sasha e faço sinal para que se aproxime. Discutimos em voz baixa e rapidamente sobre o resto dos moradores  e ela fica responsável por coloca-los no ônibus.

—Não vai caber todo mundo Daryl- sussurra Natasha, com a voz culpada.

—É melhor do que não tirar ninguém. Vai dar certo.- respondo encarando-a nos olhos.- Amo você.

—Amo você também- diz e aperta minha mão.

Voltamos a atenção para a merda que está acontecendo e sinto minha respiração falhar quando a espada de Michonne vai para o pescoço de Hershel. Penso por um instante em várias maneiras de nos livrar disso, e não preciso ser um gênio para saber que nenhuma delas vai funcionar.

E então, em câmera lenta, sem que eu possa fazer nada para mudar isso, vejo a katana se enfiam no pescoço do velho. Ainda assim, mesmo morrendo, sua expressão só transmite paz e serenidade, nem um pingo de desespero e isso só faz com que doa mais em todos nós.

Natasha solta um grito estrangulado ao meu lado,  assim como as irmãs Greene e como um estopim geral, os tiros começam.

Podem nos ameaçar, podem nos oprimir, mas ali, matando um de nós, eles só pediram por guerra.

Ao contrario da morte, a guerra que se forma se desenrola rapidamente. O tanque avança , quebrado nossas cercas e nossas defesas.

Começo a avançar, as coisas ficam um caos e acabo perdendo Natasha de vista, o que me desespera por dentro. Tenho um relance dos cabelos loiros e dos tiros certeiros antes que ela suma realmente. Penso em ir atrás, mas o caminho se fecha e só tenho que reagir.

Do jeito que as coisas estão o principal é incapacitar o tanque, então quando tenho a chance é o que faço.  Com um pulo jogo uma granada pelo cano, e consigo nos livrar dessa merda.

 Olho ao redor e me dou conta de que o ônibus está partindo,  não sei dizer quem está nele, se estão todos nele. Olho ao redor, procurando por alguém, os zumbis entrando para a batalha, as coisas ficando ainda piores. Estou sozinho.

Uma horda deles zumbis se aproxima, e me dou conta de que é o fim. Que nosso lar não é mais nosso, que acabou.

Sinto um aperto na garganta, o desespero me atingindo aos poucos conforme acabo com os zumbis ao redor. Penso na possibilidade de Natasha ter morrido e isso faz meu coração pesar. Alguns pontos tem fumaça, está tudo destruído, mas me recuso a sair sem saber dela. Continuo procurando, acabando com walkers e escapando do fim por pouco varias vezes .

Indo contra tudo o que quero, sei que tenho que partir. Escolho acreditar que ela está bem, que é esperta o suficiente para já ter ido embora. Inferno sangrento é Natasha Wayland, ela é forte o suficiente para fazer qualquer coisa. Força da natureza. Se ela tem disposição o sufiente para amar alguém quebrado como Daryl Dixon, ela tem o mesmo para fugir e se abrigar. É esperta e é caçadora então a floresta é a melhor opção, então é nessa direção que vou.

 Começo a correr, tendo em mente que a encontrei uma vez então vou encontrar de novo.  Nem que para isso eu tenha que caça-la.

POV Natasha

A morte de Hershel acontece em câmera em lenta para mim. Sinto meu coração se apertar de forma sufocante, e me corpo reage sozinho começando a atirar, minha mente fazendo duas coisas ao mesmo tempo, dividida entre lembrar dos olhos serenos e sorriso terno do nosso velhinho preferido a mirar na cabeça dos desgraçados.

O governador sai da minha linha de tiro e só posso xingar mentalmente e me ocupar com os que estão ao meu alcance. As coisas acontecem rapidamente e de repente é tudo um caos. Perco Daryl e isso me incomoda que é uma absurdo.  Dou cobertura para Maggie e Beth e ouço a mais nova gritar algo sobre as crianças. Grito para que vá, garantindo cobertura novamente, e acabo com qualquer um que ameace ficar no caminho dela.

O barulho incessante de tiros atrai uma horda e tenho que dividir minha atenção entre vivos e mortos. Perco Maggie também. 

Começo a me desesperar conforme as coisas ficam ainda mais bagunçadas. Maggie e Daryl sumiram, não encontro Rick e Carl em lugar nenhum, e Beth ainda não voltou lá de dentro.

Reparo que os vivos acabaram e que agora só me atormentam os mortos, então jogo a Ak nas costas e saco as saís. Abro caminho até a entrada do bloco de bloqueio e dou de cara com Beth no processo.

—Não as encontrei- diz com a voz embargada, falando das crianças. Meu coração se aperta um pouco mais ao pensar em Judy.

—Carl ou Rick devem ter pego-a- digo sem muita convicção.- Vamos até o bloco de bloqueio procurar o Glenn. Mantenha a arma e não tenha medo de atirar.

Ela concorda com um movimento de cabeça e um olhar determinado aparece em seu rosto. Gosto disso, a menininha esperançosa e fresca não vai ajudar em nada. Nem a babá.

Como o esperado o coreano já saiu de lá, e aposto os doces que eu não tenho a tempos que ele foi para a confusão.

Fico parada por um momento pensando no caminho mais fácil para o dopado ter pego, e acho melhor passar pelo bloco C, pois acho que ele está no pátio mais próximos e o nosso bloco tem acesso a esse.

Walkers começam a entrar por todos os  lados, os doentes que não resistiram e já se transformaram começam a aparecer pelos cantos. Sem tempo para pensar ou elaborar corro para minha cela, Beth em meus calcanhares e pego minha mochila de caça que está sempre pronta. Por puro reflexo puxo alguma coisa do Daryl da pilha bagunçada que ele sempre deixou perto e enfio em algum bolso.

Beth pega alguma bolsa também, mas não temos tempo para elaborar Pego uma outra Ak que estava em um lugar estratégico e jogo nas costas. Corremos para fora e minhas saís começam a trabalhar mais constantemente.  Ela atinge um e outro e é um bom começo, mas mantenho-a atrás de mim.

No meio do pátio dou um giro completo analisando o local e encontro uma massa preta caída no chão da parte alta da escada de saída do bloco D e sei que é alguém com aquelas armaduras de policiais. Glenn adora essas porcarias.

Pulo alguns  escombros e me livro dos zumbis que tentam alcançar a pessoa, e depois empurro a grade e subo para encontrar o coreano mais azarado do apocalipse meio apagado. Beth passa por mim e começa a ver os sinais dele.

—Está vivo, mas não quer acordar- me diz preocupada.

—Acho que está meio dopado, a Maggs deu uma dose de remédio para ele pouco antes dessa merda toda. Dá um tapa na cara dele- digo começando a me focar na grade, colocando ela no lugar e travando.

Ouço mais que vejo o tapa e ele abre os olhos surpreso.

—Tasha, Beth! – exclama aliviado e sorrio  empurrando-o de leve para fora do caminho e fechando a porta de entrada para o B e travando.- Estão bem, graças a Deus.

—Bom te ver também coreano.- digo me sentando ao seu lado. Ele me abraça e retribuo aliviada.

Olho para o céu e reparo que começa a anoitecer, como eu esperava.

—Onde vamos passar a noite?- me pergunta Beth, a voz abalada, mas o olhar no céu.

—Não temos nenhum lugar melhor para ir- digo observando as grades.- temos poucos zumbis desse lado, então apesar do espaço ser de uma escadaria de 10 degraus e um quadrado que só nos cabe sentados é o melhor que vamos conseguir.

—E a Maggie?-pergunta Glenn.

—A perdemos no meio da confusão- conto passando a mão pelo rosto- perdi Daryl também. Vamos procurar amanhã, com as primeiras luzes.

—Podemos acabar com os walkers através da grade como nas cercas- diz Beth  e concordo com a cabeça.

—Turnos?- pergunta Glenn se encostando na porta travada.

—Sim. Eu pego o primeiro.

Glenn se espreme no quadradinho em frente a porta, Beth razoavelmente perto, as pernas nos degraus e eu me sento no ultimo, próxima a grade que dá para o pátio, uma saí desembainhada para qualquer um que chegue muito perto da nossa proteção ridícula.

Nosso lar acabou, não tem volta, não tem solução, e essa é a pior parte. Estamos no nada novamente. Tenho que achar Daryl, que eu sei que está vivo, e depois procurar por sobreviventes. Pelo menos Glenn está comigo. E Beth.

Conforme escurece, só consigo pensar que vamos nos reencontrar. Somos sobreviventes.  Somos família.

E eu não aceitei Daryl Dixon como meu marido para perde-lo. Não me apaixonei para que ele sumisse ou morresse. Isso definitivamente não estava no contrato que ele assinou quando me sequestrou, nem quando me deu o anel.

Amar é uma coisa engraçada, faz com que os pensamentos fiquem sempre em uma pessoa, faz com que você se preocupe e com que o sofrimento do outro seja o seu. Essa paixão ainda me atordoa, ainda me surpreende, e adoro isso.

Vou caçar meu caçador. Ou quem sabe ele me cace. No final das contas não sei quem é caça e quem é caçador na nossa historia, mas sei que vou encontra-lo.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Até o próximo