Stronger feeling escrita por Iza


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Eai pessoal? Como tá a vida? Obrigada a Andy Hide,Elister e Lika Trevas que são as lindas sempre presentes e comentando. Adoro vocês.



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Pov Natasha

Acordo com a luz do sol entrando pela janelinha alta da cela, pisco repetidas vezes e  levanto rosto, encontrando os olhos azuis de Daryl me encarando. Ele desvia os olhos, constrangido e não seguro um sorriso divertido. Estranhamente, o clima está um pouco tenso, constrangedor, porque demos  grandes passos no que somos, e isso é novo para ambos.

—Bom dia- digo me afastando um pouco de seu peito, onde eu estava deitada até então.

—Bom dia- responde com a voz rouca e a testa franzida.

Começo a passar por cima dele, já que ele me empurrou para o cantinho da parede, mas acabo não conseguindo tirar minha perna do meio das dele e caio em cima dele. Ele tenta segurar a risada, mas essa escapa pelo nariz e ele acaba rindo abertamente enquanto me segura pela cintura.

—Belo jeito de começar a manhã, loira- diz e vejo que seus olhos também estão sorrindo. Gosto disso, de um jeito totalmente novo.

—Idiota- revido, sem conseguir segurar um sorriso. Tente me firmar, mas ele me segura.- Ei.

Ele não diz nada, apenas levanta a cabeça em direção a minha e me beija.  Isso acaba totalmente com qualquer clima constrangedor.

—Você é um desastre- acusa ainda contra os meus lábios, e acabo sorrindo ainda mais.

—Você é um desastre ainda maior, caçador.- respondo e finalmente começo a me firmar. Ele ri e  quando finalmente tiro minha do meio das dele, se senta me levando junto. Assim, fica bem mais fácil me levantar.

—Natasha, eu...- ele começa a dizer qualquer coisa, mas antes que consiga completar, ouço Maggie me gritar do corredor.

—O que foi, maluca?- grito enquanto amarro meu cabelo em um rabo de cavalo.

—Preciso de ajuda aqui.- grita de volta.

—Já vai.- digo, calçando minha bota. Depois disso me viro para Daryl novamente, preocupada com o que ele pode ter para me dizer- O que ia dizendo?

—Nada de importante.- responde  e aperto os olhos para ele desconfiada. Ele balança a cabeça negativamente e volta atenção para o calçado.

—Daryl.

—Temos muito o que fazer, Natasha.- diz sem me olhar, e resolvo que pressionar não é uma boa opção, então cutuco seu ombro. Ele ergue o olhar para mim, de forma relutante, e eu lhe dou um selinho de surpresa.

—Até mais – digo já de pé, vendo-o com uma expressão atordoada e surpresa. Dou uma piscadinha, e sumo no corredor.

Maggie me espera no corredor, encostada no batente de sua própria cela, algumas longe da minha.

—Altos trabalhos para o dia, Tasha- diz com uma careta e balanço minha cabeça em negação, descendo as escadas com ela.

Pegamos alguma coisa para o café da manhã e seguimos  para o bloco dos novos moradores. Ajudamos Carol com a divisão de comidas, e depois vamos para a parte do bloco que ainda está fechada, com a intensão de limpar. Glenn vem com reforço, e nós três avançamos devagar.

Ouço por alto que Rick, Daryl e Michonne estão limpando o pátio desse bloco, e outra torre, e acho bom, quanto mais espaço aqui dentro melhor.

Minhas saís trabalham bastante durante a limpeza, mas é tudo muito tranquilo. Encontramos uma biblioteca, toda bagunçada, com  prateleiras viradas, mas mesmo assim em um estado muito bom. Começamos a arrumar, e recebemos a ajuda de Tyresee e Karen. Garantimos que o banheiro desse bloco também esteja limpo.

No fim do dia meus braços estão doloridos com o esforço, mas estou satisfeita com o nosso avanço. Maggie vem reclamando desde que saímos do bloco D, dizendo que está cansada e com fome, se apoiando em Glenn e puxando meu cabelo de leve.

—Jesus, Maggie.- reclamo quando ela puxa meu cabelo de novo, rindo- Você é uma chata. Tinha que ser sua namorada, né Glenn?

—Ei.- reclama quando dou um soquinho de leve em seu ombro.

Carol, como sempre, já preparou a comida, dessa vez com a ajuda de Karen e Sasha.  Beth está sentada brincando com Judy em uma das mesas do refeitório de nosso bloco, e procuro Daryl com os olhos, mas não encontro.

Maggie corre para pegar um prato de comida e fico para trás rindo.

—Tasha, amiga da minha vida- diz Glenn passando o braço por cima de meu ombro e olho para com os olhos apertados.

—O que você quer, coreano?-pergunto me virando para encarar os olhinhos puxados dele.

—Quero uma dica sua.- faço um sinal para que continue- Estamos no fim do mundo, vamos todos morrer, amo Maggie  e quero aproveitar isso.

—E não está fazendo isso?- pergunto franzindo a testa.

—Quero me casar, Tasha.- não consigo me controlar, e acabo arregalando os olhos surpresa. – e preciso de ajuda com um anel. E talvez com coragem para falar com o Hershel.

—O que?- estou tão perdida que me sinto idiota. Espero meu cérebro processar a informação- que anel, criatura?

— Aquele que as pessoas usam quando se casam. Deixa a parte loira de lado um pouco e me ajuda aqui.- diz irritado, em tom baixo e aperto os lábios segurando uma risada.- Eu arranjei um  anel. Me empresta seu dedo pra ver se serve?

—Emprestar meu dedo?- sussurro de volta, segurando uma risada absurda.- arranjou aonde?

—De um zumbi- responde com um sussurro.

—Não acredito- rosno em um tom de voz algumas oitavas mais alto. Ele faz um gesto de silêncio, em desespero, enquanto Beth e Karen nos olham com testa franzida. Maggie também se vira em nossa direção confusa. Faço um gesto de descaso e ela dá de ombros, voltando a servir comida. Abaixo a voz novamente – Não mesmo, Glenn. Vamos arranjar um anel novinho. E amanhã.

—Não dá pra ir no shopping, Tasha- responde e balanço a cabeça negativamente.

—Dá pra fazer melhor.-  digo abrindo um sorriso arteiro- é só ir na joalheria e pegar, coreano burro.

—E como exatamente nós iremos?- pergunta observando ela se aproximar com um prato bem cheio e dois garfos.

—Deixa comigo- respondo dando uma piscadinha para ele. 

Faço um tchauzinho para ele e Maggie e vou para minha cela, pego algumas roupas e corro para o banheiro. Ouço Hershel dizer algo sobre uma alma de criança que corre, e balanço a cabeça ainda correndo.

Tomo um banho rápido, até porque é gelado,  mas me forço a lavar o cabelo mesmo quando começo a sentir frio.

Saio com o cabelo pingando e batendo queixo, mas bem mais confortável sem aquele cheiro ruim de suor. Próximo a entrada do refeitório do bloco C uma de minhas roupas sujas cai no chão e pego ela com o pé, jogando para cima. Infelizmente essa distração fez com que eu andasse olhando para baixo, então acabo batendo contra algo solido.

—Au- digo passando a mão no queixo que bateu contra o ombro de Rick, que está rindo da minha cara.- Olha por onde anda, xerife.

—Falou quem estava andando e olhando para baixo.- responde rindo e  me limito a revirar os olhos.

—Chato demais você hein.- digo e  reparo que ele conseguiu manter o prato inteiro apesar do encontrão. Sem ligar muito pego um pedaço de sua carne com um sorriso e ele fecha a cara para mim- bobão.

—Isso é roubo- acusa com um sorriso e dou de ombros.

—E vai fazer o que? Me prender?- pergunto rindo e entrando no refeitório. Ouço a risada dele enquanto subo as escadas.

Jogo a roupa suja em um montinho no canto da cela e desço os degraus de dois em dois, pegando comida sem fila.

Cochicho um pouco com Carol e Beth, para me ajudarem a sair sem Maggie no dia seguinte, e elas concordam quando digo que é uma surpresa bem legal. Vejo a curiosidade super viva nos olhos azuis de Beth, mas me limito a lançar uma piscadinha.

Sinto antes de ver a aproximação de Daryl, e me viro com um sorriso enorme, engolindo a última garfada da minha janta.

—Achei que tinha fugido, Dixon- digo brincando.

—Não mesmo- responde com aquela voz grossa de sempre, engolindo um pouco de comida.

—Você é tão comunicativo- digo sorrindo.

—Você não tem noção do quanto- rosna meio divertido

—Tudo bem, eu mantenho a conversa por você- digo sorrindo e ele balança a cabeça continuando a comer.

Vejo Rick descendo as escadas com o prato vazio e vou atrás dele para conversar sobre a saída do dia seguinte.  Faço um resumo rápido e sem muitos detalhes e digo que vou aproveitar para pegar alguns remédios, lanternas e baterias, que é uma área que está em baixa. Ele concorda sem problemas.

Quando me volto para onde Daryl estava, ele já sumiu. Subo as escadas de dois em dois degraus e encontro-o próximo ao poleiro.

—Pegando o resto das suas coisas? – pergunto parando ao seu lado.

—não sei- responde sem me olhar, e isso faz luzes de alerta piscarem diante de meus olhos.

—Como assim? Vai voltar para o poleiro?- acabo ficando com a testa franzida.

—Você quer que eu volte?- pergunta se virando para mim, me olhando nos olhos. Está com a expressão fechada e parece com raiva.

—Claro que não, seu babaca.- respondo dando um tapinha em seu ombro.

—Tem certeza?

—Eu em Daryl, se eu te quisesse fora tinha jogado suas coisas aqui.- ele dá de ombros e se abaixa desmanchando o poleiro.

— O que estava conversando com Rick?- pergunta sem olhar para mim, a voz um pouco controlada e gelada demais.

—Sobre uma saída amanhã. Para buscar baterias e remédios, que vimos estar em falta. Ele liberou o Glenn para ir comigo.

—Só o Glenn?

—Acho que sim.

Ele não diz mais nada, e começo a ajuda-lo com as coisas do poleiro, colocamos o colchão que estava no chão em cima do que está na cama para ficar mais confortável . Agora, sem toda a agitação do dia, volto a sentir meus braços pesados e faço uma careta me jogando na cama, colocando o suporte com as saís em um canto superior da cama próximo a parede onde eu possa alcançar facilmente. Ouço Daryl encostar sua besta na parede onde ele pode fazer o mesmo.

— O que foi?- sinto que ele se senta na ponta da cama.

—Meus braços estão pesados. Encontramos uma biblioteca, e depois de limpar toda aquela parte partimos para a arrumação.

—Por isso ficou sumida na hora do almoço.- aponta se aproximando dos meus ombros, e começando uma espécie de massagem que faz meu corpo relaxar instantaneamente.

—Sim. Sentiu minha falta?- pergunto com os olhos fechados para aproveitar melhor e com um sorriso no rosto por saber que ele também pensa em mim.

—Não. Nem um pouquinho- diz sem parar de fazer a massagem.- está gostando?

—Uhum- é tudo que me obrigo a dizer, perdida demais no meu relaxamento.

Subitamente  me vem a memoria que ele fez uma massagem parecida nos ombros de Carol, e isso faz com que eu levante bruscamente, quase batendo a cabeça no queixo dele.

—O que diabos...?- está confuso, e me viro para encara-lo.

—Quer transar?- pergunto a mesma coisa que ela perguntou naquele dia, com os olhos apertados em sua direção.

Ao invés de entender a provocação quanto a isso,  vejo sua expressão mudar bruscamente, os olhos escurecendo de desejo, e quando me dou conta estou em seu colo, sua boca colada na minha, sua língua exigindo passagem.

Perco o ar, agarro seus ombros com força e enfio as unhas ali. Ouço um som sair do fundo de sua garganta  e sorrio contra seus lábios enquanto algo parecido sai da minha quando ele acha caminho entre minha blusa, tendo contato direto em minha pele.

—Eu não estava me referindo a isso- digo quando ele passa para meu  pescoço e tenho que segurar um gemido.

—Não?- pergunta sussurrando em meu ouvido.

—Não.

Ele se afasta confuso e franze a testa para mim.

—O que quer dizer, maluca?

—Eu meio que estava te provocando quanto a massagem que fez na Carol- digo sem sair de seu colo, mexendo em seu cabelo- mas adorei essa reação.

—Natasha- rosna e eu dou risada.

—Vamos fazer umas cortinas, para termos privacidade- digo encostando a cabeça em seu ombro e olhando para a porta da cela.- e você vai se virar para espindurar ela ai.

—Ah, fala sério- diz zangado.

—Se puser a cortina, vamos ter mais privacidade- sussurro provocante em seu ouvido, aproveitando para dar uma mordida em seu pescoço- para fazer mais coisas, se é que me entende.

—Arrume logo essa porcaria de cortina- rosna baixo, apertando minha cintura com uma mão e uma das coxas com a outra.

—Amanhã- sussurro divertida.

Ele se deita me levando junto, e me acomodo no cantinho colocando a cabeça em seu peito .

(...)

Acordo com passos entrando na cela, então levando a mão sorrateiramente para as saís. A pessoa  encosta em minha perna e me sento rapidamente apontando um das saís para a cabeça do invasor, segurando o cabo com as duas mãos, de modo que tenha mais firmeza e Daryl reage tão rapidamente quanto eu , apontando a besta armada.

—Glenn- rosno abaixando a saí- eu quase furei seu olho, no mínimo.

—Você sempre aponta essa coisa para mim- acusa- já era pra ter acostumado comigo entrando desse jeito e te acordando.

—Caralho, Glenn- rosna Daryl abaixando a besta e piscando atordoado- ela pode até estar, eu não.

—Foi mal- diz levantando as mãos em rendição- tá lembrada da busca, Tasha?

—Claro- respondo bocejando- tem que ser agora?

—Anda logo.- diz se levantando

—Cadê o carinho?-pergunto colocando a saí no chão e amarrando o cabelo em um coque.

—Levanta essa bunda gorda da cama e vem- diz e sai meio que saltitando

—Vai ficar me devendo- grito me concentrando em desembaraçar as pernas e me levantar.-Odeio ser acordada.

Daryl se levanta também e beija meu ombro.

—Vou com você- diz começando a se calçar.

—Não precisa, caçador.- digo me virando e puxando-o para um beijo- volto logo logo.

—Viva- ordena e acabo sorrindo.

—E inteirinha.-  concordo e ele me beija de novo.

Coloco o suporte e saltito para fora da cela.

—Vamos lá, coreano maldito- grito pegando a chave de um dos carros que está na mão dele- eu dirijo.

—Tanto faz- diz sorrindo e vindo atrás de mim.

Missão do dia: Achar uma joalheria não infestada e um anel para Maggie, além de baterias e remédios. Moleza, só mais um dia no apocalipse.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até o próximo.