Era da Opressão escrita por P B Souza


Capítulo 15
14; Telefone Sem Fio


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo!!!!
Dessa primeira parte pelo menos.
Fechando o primeiro arco da história aqui, espero que gostem :)



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Rosa e Garofano. 21/02/0165

No começo da madrugada uma ronda de apoio passou pelas ruas atrás dos corpos do oficial desaparecido do Strike7. E achou.

Retiraram o corpo em um saco preto, em total silêncio para que os civis não vissem o que aconteceu. Não podiam parecer descontrolados e vulneráveis.

— Como isso foi acontecer e ninguém comunicou nada? — Homero perguntou olhando para Stan.

— O rastreador indicou apenas que ele parou aqui, mas não tem nenhum relato sobre briga ou algo do tipo. Ele não usou o rádio também, o que significa que foi pego de surpresa, não houve combate. — Stan respondeu enquanto o corpo era colocado dentro do camburão para ser levado ao CCC mais próximo e de lá para necropsia. — De adianto pode-se dizer que foi uma só pancada, na cabeça. Onde, quem, quando… A necropsia deve dar mais respostas.

— Esses invasores… Vamos aniquilar todos eles, Stan. Dê as ordens para seus homens, nada de passar a mão na cabeça desse povo, se eles optarem por acobertar os criminosos que fizeram isso, serão julgados como julgaremos os invasores.

— Senhor, os civis…

— Cumplices você quer dizer?

Ao lado deles, o guarda Samwell Parzani observava a discussão enquanto fingia prestar vigia, mas sua atenção estava nas palavras de Stan e Homero. Mas Samwell ponderava sobre quem realmente detinha o poder ali.

— Senhor. Tenho uma confissão a fazer, senhor. — Parzani inferiu se virando para os dois. Stan olhou para o homem com cautela. Homero tomou a dianteira. — Hoje enfrentei um indivíduo, ele me ameaçou senhor, ameaçou minha mãe. A forma que ele lutava, me lembrou o Capitão Henlook.

— Quem poderia ter tal informação, além do capitão Henlook? — Homero olhou para Stan. — Seu amigo está batendo nos homens que ele jurou proteger. Ele disse mais alguma coisa soldado?

— Apenas que… Deveríamos parar de procurar por ele… Que ele sabia quem era minha mãe. Senhor, vou pedir proteção para ela…

— Concedido, soldado. Sua mãe fica sob proteção vinte e quatro horas até termos apreendido Tanoos Henlook. Dispensados.

Homero olhou para o camburão e foi até o assento do passageiro, tomou seu lugar e apontou para que o motorista desse partida. Pegou seu celular e discou o número salvo nos contatos de discagem rápida. Subitamente trocou o tom, de chefe passou a subordinado.

*****

“Boa noite, meu senhor Ortoclásio. Consegui a informação que fui atrás em Rosa e Cravo. Um guarda foi morto, aparentemente pelos invasores. E outro foi assaltado por ninguém menos que Tanoos Henlook, antigo capitão da Strike Sete, que ameaçou a família do guarda. Há motivos para acreditar que ambos, Henlook e os invasores, estejam trabalhando em conjunto.”

Ortoclásio, que estava deitado, se sentou em sua macia cama, olhou para as colunas aonde ficava o vitral para a varanda de seu palácio e respirou fundo se levantando, nu.

— Agradeço muito sua cooperação senhor Creta. Não irei me esquecer. Passar bem à noite! — Então desligou, o luar entrava pelo vitral em um céu tão nu de nuvens quanto ele. Vestiu-se com um roupão e desceu para o escritório aonde o irmão estava ainda acordado, trabalhando nos documentos do estado.

— Etheon, Quem era? Ouvi o telefone tocar. — Rhodes perguntou ao irmão.

— Apenas Homero Creta. — Etheon, como era seu real nome, disse discando outro número. A mensagem corria depressa, até o mais alto posto de Stato Cinque.

*****

“Perdão pelo horário, senhora, mas achei que gostaria de saber que Tanoos Henlook está vivo e em Rosa e Cravo. Fez uma vítima fatal e assaltou outro, ameaçando-o. Henlook trabalhando junto com os rebeldes das Terras Régias, ao que tudo indica.

— E imagino que já estão tratando de procurar a localização, correto Etheon? — Dama Diamante perguntou com sua voz típica, fria e calculista. Ela estava inerte na sua banheira enquanto ouvia a harpista deslizar os dedos pelas cordas em uma melodia calma.

“Corretíssima novamente”.

Dama diamante se levantou de seu banho, a espuma escorrendo pelos ombros e seios, até as pernas e voltando a água fervente. O chuveiro acima se abriu e ela se enxaguou, enrolando-se em um roupão branco como neve. Caminhou descalça deixando pegadas no mármore, até chegar em seu aposento particular, aonde havia um quatro com o mapa de Stato Cinque.

Ela deslizou o dedo pelo mapa, olhando cada pedaço de terra.

— Distretto Industriale, Distretto Rurale, I Cinque Quartieri, Tutte Quartieri, Distretto di Noblitá, Dito Grasso, L’Armeria, Quartieri Rosa I Garofano. — Então puxou um alfinete da base e fincou-o fundo no coração de Rosa I Garofano. — É aqui que se esconde, Tanoos. Vamos brincar até você me levar aos rebeldes, depois acabo com seu sofrimento.

Disse se lembrando da nota de rodapé na ficha médica de Tanoos. Como sempre, ela controlava o jogo. Não podia ser detida ou parada, apenas atrasada, era mais poderosa que todos ali, e em breve o rebeldes perceberiam aquilo também.

No comando do Estado com punho de ferro e pele de diamante, estava ela. Na escala de Mohs, o índice de dureza das materiais era claro, primeiro o mais resistente de todos, era o Diamante, depois Coríndon, seguido por Topázio, Quartzo e por fim Feldspato. O Cinco de Stato Cinque. Os mais duros e irredutíveis líderes de toda e qualquer colônia do Fundador, ou assim gostavam de pensar.

Nada me superará, nada me derrubará, nada me impedirá de conseguir expurgar todos os invasores. Pensava Cataryn Tenard, olhando para o alfinete fincado em Rosa e Cravo. Eles podiam ter derrubado um Rei, mas jamais haviam enfrentado a fúria de Dama Diamante.


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