O cara do apartamento ao lado escrita por choosefeelpeace


Capítulo 25
Capítulo 25




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As chaves na minha mão fazem um barulho alto pela recepção da DS Lawyers e decido guardá-las na bolsa antes de sair. Está calor e já estamos no meio do verão. É um dia tão agradável que não consigo parar de sorrir. O sol me deixa assim.

Caminho pela grande calçada, rumo ao Central Park, enquanto penso nos últimos meses. Tudo aconteceu tão rápido e surreal que, às vezes, penso que estou em um dos meus sonhos, acordada.

É real e eu estou modelando tudo para que a cada dia seja melhor, mais colorido e feliz. 

Bob conseguiu comprar o prédio em que moramos e está fazendo uma reforma maravilhosa — a começar pelo elevador, que já não quebra mais, por fim! Ele comprou o apartamento 701 para alugar e foi assim que descobri que ninguém nunca viveu ali enquanto eu morava lá. Até que enfim resolvi o mistério principal do prédio. Parecia um apartamento de terror.

Bruce se mudou para a sua faculdade nova, já que passou com altas notas e Bob conseguiu duplicar as economias que tinha, para que ele encontrasse uma boa casa por lá. Sei que agora ele tem uma namoradinha, mas ainda está um pouco envergonhado para dar mais detalhes.

Paul parou, aos poucos, de quebrar tudo o que vê pela frente, inclusive o coração das mulheres e virou um ótimo colega de trabalho. Nos vemos todos os dias ou escuto sua voz e risadas ainda tão marcantes, na recepção. Nossa empresa está com um crescimento de clientes, porque a sua faixa de processos ganhos se mantem em 90% e bem... Um dos casos dele me comoveu muito. E ao Peter, também. Nós acabamos ganhando um presente por isso e estou indo buscá-lo agora. 

Meses atrás, logo que começamos à trabalhar, uma senhora chegou, aos prantos, dizendo que era imigrante e que ela e sua neta poderiam ser presas ou deportadas para o México. A pequena menina estava brincando e pulando no meio da conversa, impedindo os dois de chegarem à uma conclusão. Paul teve a brilhante ideia de me chamar para cuidar da criaturinha por um instante. Eu. Que nunca cuidei de uma criança. 

Aceitei e levei a garotinha até nossa máquina de guloseimas e nos demos bem de imediato. Dolores, ou Lola, não falava muitas palavras no nosso idioma, mas sabia abraçar como ninguém e era impossível não ter afeto por uma criança de três anos sentada no seu colo. 

As noticias para Marisol, sua avó, não pareciam ser boas, mas Paul prometeu fazer o possível para melhorarem. E eu também. Mesmo sem saber como, mas não demorou muito até que eu soubesse. Marisol foi deportada horas depois, mas ele conseguiu uma liminar para que Lola ficasse no país e tudo isso foi uma correria.

Lembro de chegar em casa e chorar no colo de Peter — que à essas alturas já tinha vendido seu apartamento e ido morar comigo — e pedindo alguma ideia para que pudéssemos ficar com a garotinha-do-abraço-fofinho porque ela ficaria sozinha e desprotegida, nesse país enorme. 

E foi assim, que casamos às pressas, em um cartório e no dia seguinte, para exigirmos a guarda de Lola. E conseguimos. Apesar de sua avó ter voltado, ela vive com a gente e Marisol vive pertinho, então somos como uma família. Porque família não precisa ser apenas um pai e uma mãe, com um filho biológico. Família é tudo o que se reúne e se ama.

Ando um pouco pelo parque e não demoro para avistar Peter, sentado em um banco, lendo um trecho do nosso maior orgulho — seu livro. Lola dá um grito surpresa e vem, de braços abertos, fazendo o que faz de melhor.

 

— Mamá! — Ria, agarrada ao meu pescoço.

— Abraço de urso! — Ri de volta, apertando-a em mim. — Seu dia foi bom? Você se comportou?

 

Ela afirma com a cabeça, repetidas vezes, enquanto vamos ao encontro do papai, que já está sorrindo para nós. Pete também repete o abraço de urso e beija minha testa. Suspiro. Não tem nada melhor do que ter esses quatro braços ao meu redor.

Peter cuida de Lola, durante o dia, quando não está fazendo a tour de divulgação do seu livro. Ele é a melhor babá que ela tem, além de que ele diz ter inspirações para mais poemas e histórias, perto dela. E quem não teria?

 

— Como foi seu dia? Tem algo pendente para hoje? — Dizia, ao pegar a bolsa de brinquedos.

— Foi um dia calmo e o seu? Eu não faria mais nada hoje! Tenho um evento mais tarde que não posso perder. — Pisquei. Ele sabia bem do que se tratava.

— Ficamos bem. Vir ao parque me deixou menos nervoso para esse tal... Evento. Mal posso esperar para ver vocês duas, lá! — Suspirou alto, olhando o topo das árvores. — Um evento sobre meu livro, Rach...

— Um de vários. — Beijei sua bochecha e Lola se aninhou na curva entre meu ombro e pescoço.

— Mas aqui? Em New York? Você sabe, a pressão é maior. Eu posso gaguejar, pode ser um fracasso!

— Nada que venha de você seria isso, meu amor. Respira e pensa que vai colorir a noite de muitas pessoas.

— Cores, hum?

— Cores...

 

•••

 

"Quando você perde tudo, nunca pensa que ganhará de volta ou ganhará em troca. Eu nunca procurei. Minhas cores estavam decaídas à um marrom que, a cada garota que atravessava a porta, eu ganhava um tom mais escuro, puxado ao negro. Ao fim.

Quando ela entrou no meu apartamento, literalmente, sem avisar, eu tive medo que as cores dela fugissem. Eram tão lindas. O medo de escurecê-la sempre esteve ali, mas a cada vez que nossas cores se misturavam, as minhas se iluminavam cada vez mais

Era difícil serou fingir ser um playboy, porque eu queria apenas uma coisa. Ganhar aquela garota. Eu não sabia como, nunca soube. Era como se a cada vez que quisesse aproximá-la, conseguisse o efeito contrário..."

 

Assim foi como Peter começou a leitura do seu livro para toda uma livraria repleta de admiradores dele. Garotas de todas as idades, com livros e celulares em mãos e alguns garotos tímidos disputavam lugar entre as poucas cadeiras restantes. Algumas pessoas estavam mais à frente do tumulto, como agentes, representantes literários, alguns fotógrafos, nossos amigos e família. Todos riram quando Lola gritou "Papá" com meu celular pronto para tirar foto dele. O pai coruja posou para agradá-la e continuou em seguida. Todos pareciam estar atentos e animados por mais de sua história — e linda voz, enquanto ela corria da minha cadeira até a do meu pai.

Jessie está ao meu lado direito, gravando tudo e Stacey do meu lado esquerdo, agarrando minha mão e cochichando como Peter está ótimo e parecendo um homem com um terno escuro e barba. Bem, é o meu homem. Maduro, tentando se recompor e se reconhecer depois de anos vivendo como parecia o certo para um homem comum.

Penso no quanto ele se esforçou para estar aqui e o que conseguiu em poucos meses. Quando seu pai lhe disse que ia cancelar todos os seus privilégios, era hora de começar à agir rápido e por si próprio, antes que as coisas ficassem piores. Na mesma noite do baile, Peter se mudou para a minha casa e começamos à esvaziar seu apartamento para vendê-lo e conseguir um dinheiro extra. 

Não funcionou em primeiro momento, mas Bob lhe ofereceu uma quantia agradável, para que pudesse publicar algum livro e tentar a sorte. Isso mudou nossa vida para a melhor e recentemente, conseguimos pagar o último centavo, do novo milionário do prédio, que está sentado aqui, o olhando com orgulho. Bob conseguiu uma namorada e não se desgrudam desde então e ela também sorri, com admiração enquanto ouve Pete. Tudo está indo bem para o meu ex-zelador favorito, que comprou vários prédios pelo nosso bairro e sua conta bancária não para de crescer.

Paul deixa a sua mão direita por cima da parte alta da cadeira de Stacey, mostrando a brilhante aliança que carregam, agora. Ele é um cara incrível e cheio de humor, com um coração gigante. Sempre tenta ensinar Lola um pouco daquele italiano barato que ele costuma falar e é quando vejo que sua essência ainda é a mesma. Um terno caro e mais dinheiro no bolso não mudam ninguém. Isso se a pessoa não quiser.

Os amigos de Peter estão misturados entre nós e riem, às vezes, com alguma palavra ou piada que ele lê, mas posso ver nos olhos de cada um como estão felizes por ele. Dizem que o melhor amigo é aquele que aguenta a sua felicidade e eu acho que estou concordando com isso. Todos, aqui, estão dividindo apenas bons sentimentos por Peter. É assim como deve ser. É assim que sempre deveria ter sido...

Josh comenta algo no pé do ouvido de Jessie e ela olha para trás, rapidamente. É automático seguir o movimento, após o seu susto e acho que acabo de me arrepender. Meu corpo todo congela e eu fico um pouco presa dentro de mim e das minhas memórias quando dou de cara com o seu pai, parado ao fim do local, de braços cruzados e atento ao que escuta. Sua esposa, que está sentada com os meus pais e Marisol, o acompanha com o olhar, como nós, mas ela não se move. Todos, em algum momento, são atraídos pela sua presença e olham, discretamente, como se ele fosse uma noiva chegando muito atrasada. Ou a louca que vai interromper a cerimônia.

Felizmente, Peter não o nota ali e está terminando. Tudo o que eu desejo é que ele termine logo. Ou pelo menos consiga terminar antes de qualquer problema. Respiro fundo e me viro, de volta. Peter precisa da minha atenção.

 

"Viver em um mundo de cores, não é, necessariamente passar por um arco-íris, todos os dias. Não. Quem tem ou passou por um relacionamento, sabe que temos dias vermelhos e apaixonados ou dias verdes, mais calmos. Não vou negar, tem aqueles dias amarelos, como se fosse um semáforo te indicando para diminuir a velocidade, mas tudo, indiscutivelmente, é feito de cor.

Cada página mostra uma parte da minha paleta. Todos os tons e tendências. Toda a dor e como isso se transformou em amor. Como eu me tornei o homem, mergulhando nos meus sonhos e vendo que eles são reais e sempre estiveram nas minhas mãos, prontos para me iluminar. Para, também, acender outras almas. Para colorir outras pessoas.

Nada disso seria possível e eu provavelmente não teria chegado no final desse livro se não tivesse conhecido e ganhado A garota do apartamento ao lado."

 

A platéia olhou para mim enquanto Peter fechava o livro. Eu sempre coro muito quando ele menciona o título. Quando ele me contou que além dos poemas, estava escrevendo sua autobiografia com um fundo romântico, eu sugeri esse, em brincadeira e ele disse que era exatamente no que estava pensando. Nossa conexão é ótima, mas ainda fico envergonhada. Do jeito que ele fala, pareço tão colorida quanto um clipe da Katy Perry. Quem me dera!

Alguns gritam meu nome ou o dele e as palmas são puxadas por alguém do fundo. É claro que seu pai não deixaria de fazer uma entrada triunfal, mas, pelo menos, esperou o filho acabar de ler. As palmas tomaram conta do local e de cada mão livre, o que abafou qualquer coisa que ele pudesse ter em mente para discursar enquanto caminhava até as fileiras da frente e se encostava na parede. Minha respiração fica tensa e vejo Peter limpar a garganta, um pouco nervoso, mas não deixa que isso o trave. Ele agradece à todos e logo os jornalistas se aproximam para fotos e entrevistas. 

Ele conseguiu. 

Peter está brilhando, essa noite.

 

•••

 

Fomos para uma pequena sala com buffet, que a livraria fez questão de nos proporcionar. O que foi ótimo, porque eu nunca vi todas essas pessoas juntas e se divertindo. Parte delas, eu vi no baile, mas não era o mesmo clima. Lá era muito maior e mais bonito, mas muito triste e superficial. Aqui tem... Cores.

Carter aparece por trás, me dando um susto e me abraça forte, rindo de mim. Ele me contou que veio à New York para comprar algo para Lucy, sua bebezinha, que nasceu há duas semanas e precisava me ver antes de ir, o que foi ótimo, meus pais também estavam animados por nos ver juntos.

Nós nos vimos, algumas vezes, antes do evento. Lola já conheceu Lucy e ficou encantada. Pete e Carter estão menos ariscos, um com o outro, menos em dia de jogo, que eles não continuam combinando em nada.

 

— Eu não pensei mesmo que veria aqui, logo para ver o Pete! — Fingi espanto, tinha que provocar meu irmão.

— Eu não ia perder de ouvir sobre o livro do babacão. Falou bem de você e tal... — Segurou o riso, tentando se fazer de durão.

— Você pode tentar não chamar de babacão, hoje?

— Vou tentar, palavra de escoteiro!

 

Coloquei um canapé na boca dele enquanto ríamos e meu sogro se aproximou de mim, o que fez Peter também vir até nós.

 

— Boa noite, Rachel. 

— Senhor Clark...

— O que quer aqui? — Pete interrompeu e Carter me olhou apreensivo. Eu fiz um gesto para que ele ficasse calmo. Nós nos despedimos e ele nos deixou sozinhos.

— Eu vim em missão de paz! A propósito, seu livro é um sucesso total. A sala estava cheia, meus parabéns! — O abraçou e eu me afastei para dar espaço aos dois, mas Peter me puxou em seguida.

— Obrigado. Rachel, minha esposa, nunca teve dúvidas de que seria. Uma pena não dizer o mesmo sobre você. — Sua esposa! Minhas bochechas formigaram.

— Eu sinto muito, estava enganado. Pais não acertam sempre, garoto. E eu também estava errado sobre sua mulher, ela é muito inteligente e educada.

— Obrigada... — Minha voz quase não saiu.

— Era só isso? — Peter perguntou e eu o olhei feio. Temos que aproveitar os momentos bons.

— Não e sei que não é o local apropriado, mas gostaria de conversar sobre devolver seus bens. Tenho certeza que você irá negar, mas pense na garotinha que você cria.

— Nós não queremos esse dinheiro, minha filha está muito bem com o que temos. Invista tudo em Jessie, se quer gastar em alguma coisa. Ela é uma garota cheia de talentos e está apenas começando à lidar com eles. — A situação estava ficando preta.

— Peter... — Robert fez uma pausa, como se pensasse o mesmo que eu e abaixou a guarda. — Meu filho, me deixe te mostrar que estou arrependido, me deixe comemorar com você!

— Certo... Vamos comemorar. 

— Aqui não. Reúnam a turma de vocês, eu tenho algo especial, na cobertura.

 

Peter e eu nos entreolhamos, mas sem palavras, concordamos em fazer o que ele lhe disse. Seu pai sabe produzir festas e isso é um fato. Enquanto ele avisa a galera, vou atrás de Lola, que está com os tios Paul e Stacey. Ela está fazendo — ou tentando fazer, tranças no cabelo do loirinho e S gargalhando com a cena. Rio junto, esquecendo a tensão de instantes atrás e partimos para o elevador.

Apenas espero que seja algo bom...

 

•••

 

Chegamos à cobertura e não há nada. Nada além de um pouco de vento e a vista da cidade, meio misturada aos outros prédios que variam de tamanho. Lola desce, curiosa, ao chão, mas Peter, desconfiado, apóia as mãos nos ombros dela, para que fique conosco. 

Apesar disso, Robert continua empolgado e com um sorriso que está tentando clarear o escuro local. Dois de seus homens aparecem, pela porta da saída de emergência e faz um sinal de "ok" para ele. O que quer que seja, o deixa animado como apenas os Clark ficam e ele começa à falar.

 

— Vocês devem estar se perguntando porque eu os trouxe aqui, não é mesmo? Não é quente como aquela sala ou não tem petiscos, mas, o que irá acontecer aqui é a minha parte de contribuir com a essa festa. É a forma como eu comemoro o sucesso e lendo o livro, bem... O que vocês irão ver aqui é a personificação de tudo. Peter, meu filho, felicidades, é a sua hora de brilhar.

 

Ele bateu palmas duas vezes, como se fosse um sinal para que algo começasse... E começou.
Um show incrível de pirotecnia, com fogos de artifício de todos os estilos e tamanhos, com todas as cores possíveis e imagináveis! Todos estão maravilhados e Lola está radiante, pulando entre nós e Marisol, que a pega no colo. 

Peter e eu assistimos por um bom tempo, estasiados pelo que está bem acima de nossos olhos. Primeiro, porque aquilo era como um Festival de Quatro de Julho feito só para nós. Segundo, porque é um festival de cores. Nossas cores. É isso o que seu pai queria nos mostrar.

Eu o abraço e ele encosta a testa na minha. Estamos rindo, felizes, radiantes. As luzes refletem as cores em nossos corpos e parecemos ser feitos do mesmo material. 

Sinto meu peito se agitar sob minha pele, como se fosse a primeira vez em que estamos tão próximos. Sempre é, porque seus olhos sempre brilham diferente quando encaram os meus, como agora.

 

— Ter você faz meu coração viver um show desses todos os dias, princesa. — Tocou meu rosto e eu me derreti.

— Ficar comigo te faz explodir como fogos de artifício? — Ri, ficando corada.

— É, algo assim... — Riu comigo. — Eu te amo, Rach.

— Eu te amo, Pete. Obrigada por me dar todas essas cores.

— Obrigado por me colorir...

 

Peter sela meus lábios com um beijo lento e calmo enquanto as cores ainda brilham sobre nós. Seus braços, sempre protetores seguem ao meu redor, me protegendo e me amando incondicionalmente. Eu o amo, como nunca fiz em nenhum momento da minha vida e a cada toque meu corpo pertence mais e mais à ele.

Minha alma, meus beijos, minhas cores... Tudo é dele. 

Nós somos como os fogos de artifício que fomos presenteados. Primeiro eles estão no chão e conseguem força o suficiente para ir até o mais alto e brilhar o mais forte que podem. Talvez, Peter pense que eu o fiz subir assim, mas pensando em tudo o que vivi desde que cheguei, ele fez o mesmo por mim. Pete me levantou, me aqueceu, me fez acreditar no amor e quando nossos sentimentos foram confessados... Eu explodi.

E hoje, Peter não é mais o cara do apartamento ao lado. 

É o cara que eu quero e tenho ao meu lado.

 

FIM

 

 


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