O cara do apartamento ao lado escrita por choosefeelpeace


Capítulo 16
Capítulo 16




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Não sou a melhor pessoa hoje, repleta de sono e uma dor pulsante no meu ombro. Parece que tudo piora ou se acentua quando não se dorme bem, mas não posso me focar nisso. O museu próximo ao shopping está com uma exposição nova e vários estudantes estão passando aqui para uma refeição breve. Entreguei copos felizes e bolinhos para as mais diversas crianças, essa manhã. É divertido ver o sorriso deles quando recebem os copos com desenhos diferentes. Eu tento fazer, mas eles parecem mais contentes com o de Mark. É um fato, não sei desenhar!

A hora do almoço chega e isso aqui fica uma loucura. Até pior hoje. Eu não sei, mas por que sempre que você se machuca, parece que tem que fazer coisas que exercite aquele lugar, em dobro? E o pior, você esbarra bem aonde dói. Ai! Quase bato o ombro no armário outra vez, quando subo o corpo com um copo novo, pronta para atender o pedido, mas Daya passa na frente, atendendo um grupo de uma só vez, enquanto eu assisto a fila e aguardo um espaço livre no balcão, para ajudá-la. 

Dessa vez, um homem de tirar o fôlego — especialmente o meu, está caminhando até o balcão para dar ordens. Peter está aqui a primeira vez. Eu não posso acreditar! Minhas bochechas estão queimando e meu corpo parece formigar com a adrenalina. Ele não está acompanhado de ninguém e tem aqueles grandes olhos castanhos focados em mim. Sua roupa é bem despojada e despreocupada; uma camisa azul escura e uma calça preta, adequada para ginástica. Ele não está suado, então parece não ter estado por aí, correndo. É apenas uma roupa comum, para alguém que é bonito demais e pode andar como quiser.

Minhas mãos parecem tensas e molhadas pelo —bom— susto. Seco-as no avental e pego minha caderneta para anotar o pedido dele. Dele e de outras pessoas, pois escuto vozes atrás de Pete e também nas laterais, mas não consigo me focar totalmente no que dizem. É bom que eu consiga logo. Não estou reconhecendo as reações do meu corpo agora que o viu aqui. Não que nós tivéssemos nos beijado ontem, mas... Ele estava sentado na minha cama, me perguntando se eu precisava de algo que talvez incluísse ele dormir comigo e nem mesmo assim eu não fiquei tendo palpitações. Talvez porque ontem eu estava decepcionada demais, depois de terminar meu namoro. É isso. Dias diferentes, emoções diferentes.

Daya, então começa à preparar o café e deixa o balcão livre para mim, me aproximo, ainda com o rosto quente.

 

— Pete! Oi! — Sorri. Aliás, não conseguia parar.

— Olha só... Você trabalha mesmo! — Riu, assentindo com a cabeça e sobrancelhas arqueadas, fingindo espanto. 

— Às vezes. — Dei de ombros, sorrindo. Apontei-o com a caneta, já que um cliente atrás dele bufou e resmungou. — O que vai querer?

— Sair com você. — Apoiou os braços no balcão, me olhando nos olhos. Quase esqueci de respirar.

— Hum... E o café? — Mordi o canto da boca.

— O que me indica? — Tenho certeza que ele olhava para minha boca, então parei.

— Espera... — Curvei o corpo, para atender o apressadinho e então retomei a conversa. — Descafeinados saem bastante.

— E o seu preferido, Rach?

— O meu? — Ri, enquanto me aproximei da máquina e ele me seguiu. — Caramelo Frapuccino, com certeza.

— Me vê um Frapuccino, então. — Piscou. — E a minha resposta.

— Sim, sim eu saio com você! Agora deixa eu me concentrar, antes que entregue água preta para vocês dois.

 

Ambos rimos e ele me aguardou em silêncio. Seus olhos não desgrudavam de mim e encontraram os meus, de relance. Por que ele fez esse pedido aqui? Por que não me esperou chegar em casa? Será que ele veio aqui para isso ou foi meio casual? Nós nunca saímos antes!

 

— Seu café. — Entreguei à ele e ao outro cliente, recebendo o pagamento e acenando com a cabeça, para os dois. — Obrigada.

— Amanhã, às 19h, ok? Hoje, tenho que levar Jessie para a república... — Deu um sorriso fraco.

— Amanhã, então, Pete. Diz que eu mandei um beijo! 

— Ela com certeza vai amar ouvir isso. — Riu, como se estivesse contando uma piada para si mesmo. — Até mais, Rach.

— Até...

 

Ele checou minha roupa, como sempre, antes de sair. Estou péssima, provavelmente com olheiras e descabelada. Com uma camisa xadrez larga e um jeans claro, de tão gasto. Não estou nada parecida ao tipo de garota que vejo com ele, mas isso não parece incomodá-lo, já que encara o chão e abandona a loja sorrindo. Isso tudo foi incomum, mas não posso negar: eu estou vibrando!

Daya me lança um olhar cúmplice e atende o próximo, como se entendesse que eu precisava respirar, antes de retomar o trabalho. Ainda estou perto da máquina, quando ela me entrega os próximos pedidos.

 

— Quem era el papi? — Sussurrou, cutucando meu ombro. Eu ri.

— Peter? Meu vizinho... — Olhei para fora, mas ele já havia ido.

— Eu acho que ele veio só para ver você. E aquela conversa? Ele queria saber seus gostos! Foi meio que uma cantada. — Colocou a mão na cintura.

— Você acha?

— Tenho certeza!

 

Mark saiu da sala de estoque e terminamos a conversa bem rapidinho, voltando ao trabalho.

Peter quer sair comigo. Não dá para acreditar...

 

•••

 

Estou tentando não me preocupar sobre amanhã. Quer dizer, uma parte de mim, diz que eu deveria comprar uma roupa legal e outra sabe que Peter já viu muito mais de mim do que qualquer pessoa nessa cidade, exceto por Josh que viu... Deixa para lá. Eu me arrumei tanto para o último encontro e veja só no que deu. Não. Eu vou ser eu mesma e vestir o que eu tiver em casa. Não tenho que impressioná-lo, ele tem meninas que fazem isso por ele todos os dias. 

Minha cabeça está tão perdida e confusa, que não consigo sequer ouvir uma música para relaxar. Bob acena para mim, mas está ocupado demais conversando com um homem de uniforme que não reconheço de onde seja, mas sei que não é nada com o elevador. Respiro aliviada e entro, rindo. Paul parece não estar trabalhando, hoje.

Saio e noto a porta de Peter entreaberta e Doc, do lado de fora, abanando o rabo para mim. Ele fugiu! Chamo por Pete algumas vezes, mas sem sucesso, decido entrar e chamar a atenção do peludinho para fazer o mesmo.

Meu corpo gela pensando que talvez ele esteja "ocupado demais" no quarto e não notou Doc sair, mas ignoro o pessimismo e entro mesmo assim. Na mesa de centro está uma mala grande com um urso saltando da mesma e um agasalho com as mangas para fora. Acredito que seja de Jessie. Doc observa o mesmo que eu, mas corre para o ursinho, como se esse tivesse provocando-o e o abocanha, correndo para fora. Esse cachorro era bonzinho até dias atrás! Corro atrás dele, que me dá uma canseira danada. Puxo o ursinho e ele puxa de volta, rosnando. Estou rindo e isso me enfraquece, ele parece notar, porque não desiste!

 

— Doc! Doc lindo, me dá o ursinho! Jessie não vai gostar disso, ai ai... — Sigo puxando e faço a voz doce, tentando tocá-lo. — Por favor, lindinho. — Faço carinho e ele pára, ainda rosnando. — Por favor? Doc!

 

Puxo, finalmente, com um pouco de força e consigo! Bato meu ombro — o que não está machucado, na estante de televisão e derrubo algumas coisas. Tento pular, em comemoração, mas meu ombro começa a latejar e eu paro, guardando e dessa vez, fecho a mala, para o Senhor Urso não correr perigo.

Noto que abaixo do meu pé há um papel, bem como outros parecidos ao mesmo fazem uma pequena trilha, vindos de onde eu bati meu ombro. Há, também, um caderno virado de cabeça para baixo. Deve ser de onde escaparam essas notas. Começo a recolher os papéis e um deles me chama atenção.

 É um texto pequeno, escrito à mão. 

 

"Amor tem um pouco de felicidade e sonhos. 

Um pouco de medo, audácia, excitação. 

Tem um pouco de fome. 

E de saudade. 

 

Amor é um conjunto de sensações e cada um sente de um jeito. 

É impossível você dizer ao outro como se ama. 

Cada um ama como pode. 

E sabe."

 

Em outro papel, há um texto diferente.

 

"A dor sempre evolui.

É acumulativa.

Desgastante.

 

Ela constrói muros.

Sufoca sentimentos.

Torturante.

 

Sou um ser tomado por dor.

A dor de não possuí-la.

A dor de não me permitir.

A dor de não ser capaz de quebrar meus muros.

 

A dor de saber que meu remédio está do outro lado.

Da zona de conforto.

Dos meus concretos.

 

Literalmente."

 

Tenho certeza que a letra é de Peter. Não sei se ele copiou de algum lugar, mas parecem ideias soltas. Soltas, tocantes, lindas. Eu não faço ideia porque ou por quem ele escreveu isso, mas toda minha curiosidade anseia por mais. Começo a folhear o caderno, me deparando com mais textos. A mesma letra. As folhas estão quase completas, mas quando pretendo ler, uma voz estronda pela sala.

 

— O que faz aqui, Rachel?

 

Meu corpo gelou ao ver seus olhos penetrantes e sua boca em uma linha fina, provavelmente desapontado comigo. Eu já estive em sua casa, antes. Eu dormi aqui! No entanto, não toquei nada além de camisas cheirosas e pratos de cereal.

 

— Eu posso explicar. — Gaguejei, enquanto arrumava tudo e colocava no lugar.

— É bom que possa... — Fechou a porta, cruzando os braços em seguida.

— Eu cheguei do trabalho e Doc estava para fora! A porta estava aberta! 

— E ele te deu meu caderno?

— Não. — Passei as mãos no rosto, como se conseguisse organizar meus pensamentos. — Doc pegou um ursinho dessa mala. Discutimos, eu puxei e esbarrei o ombro bom na estante.

— Você não pode passar um dia sem "esbarrar" em problemas? — Esboçou um sorriso, mas era visível que ainda não havia digerido a situação.

— Peter, me desculpa. Não foi intencional. Eu já tive chances de bisbilhotar suas coisas, mas eu nunca...

— Eu sei. — Deu alguns passos até mim, parando em minha frente.

— Os textos... — Diminuí a voz. — São lindos.

— São meus. E são péssimos. — Revirou os olhos.

— Não! Eles tem um bocado de sentimentos, emoções fortes. É o que as pessoas gostam.

— Pessoas? O que quer dizer?

— Você tem um caderno de poemas. Por que não publica?

— Rach, ninguem liga para poemas. — Bufou, sarcástico. 

— E se ligarem? E se você escrever mais coisas? 

— Rachel, não! Droga, não! — Sentou-se no sofá. Parecia perturbado.

— Por que? Não trabalhar é mais legal? — Eu sinto que não deveria entrar nesse assunto, mas é tarde demais, ele está me fuzilando com o olhar.

— Eu escrevo para mim! Para me libertar! Não para parecer um idiota em público.

— Você é sensível, Peter! 

— O que muda, Rachel? — Gritou. — Eu perco pessoas, na mesma. Eu as vejo ir e vir, mas nunca ficar. Eu me vejo na ponta de um abismo, abraçando pessoas até que o chão se desfaça sob os pés delas!

— Isso... Isso daí daria um texto.

— Chega. Peter, o escritor, morreu há muitos anos. Hoje, sou só o esboço e pretendo continuar assim.

 

Permanecemos em silêncio um bom tempo. Ele sentado, quase sugado pelo sofá e eu encostada na estante da discórdia. Quem diria que o playboy do prédio tinha um par de sentimentos — ainda que tristes — em seu interior?

Alguma vez li, que pessoas cretinas surgem quando uma pessoa boa tem a sua confiança traída e seu coração pisado. Será que foi isso que aconteceu aqui? Será que Peter tem marcas de alguém? Ou o pior... À quem ele dedicou a maioria dos poemas de dor?

Tento olhá-lo de relance algumas vezes, mas seu rosto permanece ilegível. Eu poderia ter abandonado a casa e evitado essa discussão ou poderia até mesmo ir embora agora, mas meu peito lutava contra minha razão. Não consigo ver o homem irado, mas sim, alguém cheio de amor e dor. Ou amor que se transformou em dor.

Algo que eu nunca senti e se o fiz, com certeza não foi nessa proporção. Eu mal me lembro dos meus casos ou namorados e nunca nem mesmo perdi o tempo escrevendo cartas à eles, quem dirá... Um caderno todo!

Dou passos lentos, como se tivesse medo do predador avançar sobre mim e me sento ao seu lado. Peter não se move, nem mesmo para me olhar. Ignoro essa frieza e passo por cima do meu orgulho. Acho que ele precisa de mim.

 

— Você... Gostava de escrever antes? — Murmurei.

— Sim. — Pigarreou.

— Por que parou? — Arqueei as sobrancelhas.

— Meu pai me impediu de cursar Letras. — Ele está em sua zona de conforto, ainda, talvez haja mais do que essa razão.

— Os textos não são sobre seu pai. — Sinto uma pontada de ciúmes sobre a pessoa que ganhou esses textos.

— É claro que não. — Riu com ironia.

— São sobre sua ex namorada?

— Noiva. — Diz, sem me olhar.

 

Engoli seco e meu corpo enrijeceu. Ele me olhou como se tivesse notado minha mudança e me analisou. Noiva. Eu não tenho palavras para isso!

Se eu fosse esperta, eu poderia fugir agora. É o terceiro motivo que eu tenho para apenas sair andando, mas minhas pernas estão fincadas no chão dessa sala. 

Peter tinha uma vida feita e amou alguém. Ele foi bom e amoroso. Foi de alguém, inteiramente. O que houve de errado? O que o trouxe até aqui?

 

— Ela... — Não consegui terminar a sentença.

— Não, ela não morreu. — Desviou o olhar, como se tivesse relembrando uma história. — Esqueça isso.

— Tudo bem. Eu não quero te causar dor, Peter.

— Eu sei. E isso me assusta. — Se sentou mais virado para mim.

— Eu assusto você? — Fiz careta, rindo.

— Algumas vezes. — Assentiu. — Você me causa coisas e isso me faz ter medo de você ou da sua ausência. — Por isso ele me repete para não ir embora?

— O que eu causo em você? — Olho em seus olhos, curiosa.

— Você me dá cores, Rach. Um mundo delas.

— Cores... — Repeti, sem entender o que significa.

— Eu me fechei na escuridão por um bom tempo. A ausência de luz me trouxe coisas insanas, mundanas e frias.

— Eu tenho medo do escuro. Você sabe. — Disse em voz baixa, olhando minhas mãos, com vergonha, mesmo que estivéssemos conversando por metáforas.

— Porque você brilha demais. E me acende. Não posso evitar isso, nem você. — Sorriu.

— A escuridão é apenas a ausência de luz. — Repeti a frase que muito ouvi em aulas de Física. Serviu para algo.

— Então não se afasta de mim, outra vez.

 

Peter colocou suas mãos geladas sobre minhas bochechas e colou seus lábios nos meus, me beijando lentamente. Sua língua cruzava com a minha, como se pretendesse apreciar uma obra de arte. Lancei minhas mãos sobre o fim de seu cabelo curto e o segurei como pude, mantendo o ritmo de seus beijos e também mantendo-o perto de mim, indicando que não iria embora.

Bem, a verdade é que eu não queria ir embora. Eu nunca quis ir. Se ele soubesse...

Estou de joelhos no sofá, seguindo seu ritmo, entregando toda a luz que ele precisava, em um beijo doce e agora sim, certo. Não importa o que nos trouxe aqui. Hoje, podemos fazer isso. Decidimos fazê-lo e ele me deixou claro que não vai ser um beijo para que depois ele se afaste inesperadamente. 

Ele me puxa para si, sugerindo que eu vá para o seu colo e me parece irrecusável. Paro o beijo para criar fôlego e seguir sua indicação, mas ele volta a me beijar com mais necessidade e meus braços se entrelaçam atrás de seu pescoço. 

Estávamos discutindo há instantes e agora eu não consigo me afastar dele. Meu playboy. Meu escritor. Meu homem cheio de sentimentos. Ele está se abrindo. As interrogações estão se dissolvendo. Eu estou feliz. Meus sentimentos borbulham dentro de mim.

Nossos beijos seguem e sua mão toca minha cintura sob minha blusa. Há um pequeno choque entre meu corpo quente e seus dedos ainda gélidos, então gemo contra sua boca. E justamente aí a porta se abre.

Peter me solta rapidamente e eu quase caio para trás, mas me mantenho, enquanto encaramos a mesma. Jessie está ali, pulando e gritando, com os seios imensos sacudindo no ar e seu sorriso branco e luminoso, delatando o quanto ela estava satisfeita.

 

— Eu sabia! Eu não poderia ir embora sem ver isso. Eu sabia que você era a escolhida. Ah! Meu Deus!

— Jessica! — Os olhos de Peter estavam arregalados e suas bochechas coradas bem mais que as minhas.

 

Antes que eu pudesse me mover de seu colo, ela nos abraçou, me colando ainda mais à ele. O coração de Peter bate forte sob minha pele e sorrio ao ouvir o ritmo.

 

— Eu odeio atrapalhar os pombinhos de novo, mas parece que é a minha função, por aqui... — Levantou as mãos, nos liberando. — Irmãozinho, estamos atrasados.

— Droga! É mesmo...

 

Eu levantei de seu colo e ele me lançou um olhar como se pedisse perdão, levantando-se em seguida. Ele pegou a mala, enquanto Jessie se despedia de Doc e fomos todos até a porta. Ela me abraçou tão apertado, como se me conhecesse há séculos. Eu quase fiquei sem ar e tentei retribuir, mas a intensidade da família Clark ainda me assusta um pouco. Jessie parecia tão aliviada por ver Peter beijando alguém mais de uma vez, que parecia que tinha motivos para tamanha felicidade. Bem, de certa forma eu entendo. Nunca o vi com a mesma garota duas vezes, mas... Ele teve uma noiva. Suspiro.

A garota marcha até o elevador e Peter se aproveita do espaço dado para nós, mesmo que ambos saibamos que pela distância, ela ouvirá tudo. Ele ignora isso, completamente.

 

— Amanhã. — Tocou meu queixo, apertando-o.

— Amanhã... — Mordi o lábio.

 

Peter caminha até o elevador que já aguarda por ele e eu destranco a porta de casa. Ambos acenam para mim e eu devolvo. Sei que estou sorrindo, agora. Na verdade, não paro de sorrir desde o beijo. Meu corpo me manda impulsos maiores, agora. Meu peito corresponde à Peter de forma mais intensa. Parece que cada beijo nos une mais e depois dele me chamar de luz... Eu me sinto liberando a energia mais pura e vívida.

Como ele disse ontem, há um amanhã. E meu amanhã será com ele.


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