Amores Proibidos escrita por Kikyo, SwanQueenRizzles


Capítulo 29
O telefonema


Notas iniciais do capítulo

Confesso, havia desistido dessa fic. Não havia assistido os últimos caps de oaut e RandI.
Acho que eu não queria dizer adeus, assim como não quis dizer adeus a essa fic.
Bem, eu disse adeus a RandI e logo direi a Ouat, então, vamos terminar essa fic.



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Jane & Maura - Canadá

 

— Por que clínica de fertilização tem que ter tanta foto de família feliz? Me sinto em um comercial de margarina. - Jane resmungou.

 

Maura parou de folhear a revista e respirou  alto. - Eu te amo, mas você reclama demais.

 

Jane pegou uma revista, passando as folhas sem vontade. Estava ansiosa, estava preocupada…. E estava feliz. Elas seriam mães, era quase inacreditável. Sorriu e olhou para Maura. - Se quiser eu posso pedir pra usarem o bafômetro no médico

 

Maura sorriu e balançou a cabeça em negativo.

— Ainda bem, porque acho que isso é ilegal, mas eu faria se fosse fazer você se sentir melhor.

 

— Obrigada, Jen. - Pegou na mão da morena, ignorando os olhares dos outros pacientes.

— Posso imaginar como você está, Maur. - Jane tentou passar tranquilidade. - Tudo dará certo, tenho certeza que sim. A Nona já está até  tricotando as roupinhas do bisneto.

 

— Mas ainda nem fizemos o procedimento? - Maura sorriu, encostando a cabeça no ombro de Jane.

 

— Maura. Você conhece a nona, ela disse que um sonho revelou que você ficará grávida… não sei de onde ela tira essas coisas. - Deu de ombros, fazendo carinho no braço da outra. - Será aquele médico de olhos verdes mesmo?

 

— Não, queria um que pareça com você.



— Difícil alguém com a minha beleza Maur…

 

— Nossa! Como você levantou convencida essa manhã. - Maura se recompos na cadeira.

 

— Só digo verdades meu amor.



— Penso que devemos escolher um que tenha as características parecidas com a sua, pois como eu serei a doadora do óvulo…

 

— Então vai ser do advogado que a minha nona ficou doida?

 

— Ela só queria ter um filho com ele, nada demais. - Maura deu de ombros escondendo um sorriso.

 

— Eu tive que ficar escutando detalhes íntimos da adolescência da minha avó por 10 minutos. Nunca mais verei uma banana da mesma forma.

 

***

 

Emma & ?

 

O ponteiro estava lento, como os dias naquela prisão. “Da nove horas, mas não dá oito.”  Emma resmungou enquanto passava pano no chão. 7 meses! Sete meses havia passado naquele lugar apertado e desesperançoso. Faltava apenas um mês agora. Um mês para rever sua liberdade e poder dormir abraçada com Regina e, quem sabe até fazer amor perto da lareira.

 

Maleficent passou por ela,  parecia arrependida, não falava e não comia. Emma quis muito sentir raiva daquela mulher, raiva por quase ter perdido Regina e Maura em uma tentativa de homicídio, pelo tiro em Jane… Mas tudo que ela conseguia sentir era pena. Pena do quão baixo uma pessoa poderia chegar por orgulho, por não aceitar os próprios erros.

 

7:55pm, Emma guardou o rodo e correu para o telefone. Aguardou paciente a detenta terminar a ligação e discou o número que tanto amava. Por ordem judicial, poderia ligar para apenas 2 números: Regina e David. Mas não importava, seus dedos formigavam de segunda à sábado, pois o telefonema era apenas de Regina e Henry. Só no domingo ligava para seu pai. Eram apenas 10 minutos de ligação, mas valia a pena, diminuia um pouco a distância e solidão.

— Oi amor. - a voz que fez Emma sorrir.

— Pensei em você o dia todinho de Deus. - a loira falou animada, fazendo a presidiária atrás na fila rolar os olhos.

— E eu pensei em você dia e noite... Principalmente à noite.

Emma corou. Ao longo dos meses nada novo aconteceu. Estavam aguardando um momento especial, fora daquele lugar. É Regina tinha um fogo incontrolável. - Você está bem?

 

— Estou viajando. - Emma trocou o peso dos pés, Regina não falou nada sobre viajem. - E hoje o Henry não irá falar com você.

 

— Por que? - quase gritou.

— Porque tenho alguém aqui que quer muito falar com você.

Emma aguardou ansiosa, mordia o canto do polegar enquanto batia o pé no chão, mas a voz que ouviu fez lágrimas virem em rompante aos seus olhos.

— E ai, loirinha! - Jane falou animada, a voz sumiu da garganta de Emma por alguns segundos. - Caraca véi, como senti sua falta!

— E você não tem noção do quanto senti a sua, Jane. - O sorriso não cabia em seu rosto. Tentou limpar as lágrimas de alegria com a manga da camisa. - Tenho tanta coisa pra te falar, você tá bem? Soube que já casou? Tinha azaleias? O bolo foi bom? Regina me contou que você comeu uva no pedido de casamento. - riu com o último comentário.

— Coisa ruim ela conta, né? E essa coisa tá aqui passando um final de semana com a gente. Estou trabalhando na Alemanha agora, porque sou chique e eles gostam de paisagismo. Maura não para quieta,  tá tendo mais clientes aqui do que tinha aí. Respondendo toooodas as suas perguntas: também tenho, sim, sim também e faltou você,  Maura não deixou eu comer direito do bolo, falou que eu ficaria pançuda... Na verdade não usou bem essa palavra, mas foi isso que eu ouvi. E você acredita que ela falou isso só por que comi oito pedacinhos de bolo?!

— Quanta maldade! - Emma brincou. Havia tantas perguntas e  elas tinham tão pouco tempo. 7 longos meses separadas é apenas 10 minutos, era tão injusto.

 

— Mas foi coisa pequena, apenas nos casamos no civil lá no Canadá e minha nona comprou um bolo em uma loja onde não deveria ter comprado.

 

— Qual loja?

 

— Vamos dizer que meu bolo de casamento tinha formato de pênis. -ambas riram, como sentiram saudade disso. Essa risada leve e inocente era só delas, como um segredo que só elas trocavam.

 

— Tomara que tenha sido de chocolate. E aquela série que a gente gosta? Acabou? - Emma aproveitou para acabar com uma curiosidade que ninguém melhor que Jane para entender.

— Que nada! Ganhou uma sétima temporada. Mas vou te contar, aquele final da sexta... - bufou - Se me dessem uma caneta falhando e o resto do papel da lista de compra de mainha, eu teria feito bem melhor, viu?

— Foi tão ruim assim? - Emma coçou a cabeça.

— Teve episódio musical, e o pirata fez uma cópia do Gastão em a Bela e a Fera. Aquela dança do bar, sabe?

— Meu Deus! Ouvi de uma detenta, que chegou ontem, que a nossa outra série favorita acabou na sétima. A detetive foi pro FBI e arrumou um cara por lá, mas as duas foram fazer uma viagem de um mês juntas.

 

— EU VI!!? CHOREI O EPISÓDIO TODO. Meu Deus, Emma! Já chorei mais por série do que por namoro terminado.  E você? Me conta algo de você, soube que você ganhou a luta com aquela tiradinha da Haninja.

— Ela me chamou de loira aguada, só você pode me chamar assim. Fui obrigada quebrar o nariz dela por isso. Mas fui desclassificada e agora só ano que vem pra competir de novo. E você, Jane? Tá sentido muita falta daqui?

— Oh loirinha, só da minha mãe, viu? Assim, quer dizer, de tudo, mas dela é mais. Tudo eu perguntava pra minha mãe, tipo: mãe, cadê minha calça? Mãe, me dá dinheiro? Mãe, acabou o leite?
Só tinha uma pergunta que eu fazia pro meu pai: pai, cadê minha mãe?

Emma riu. - Ela vem me visitar quase todo sábado. Melhor sogra que eu já tive. Ela sempre trás comida italiana pra mim. E você já conheceu sua sogra?

Ouviu Jane respirar fundo. - Então... Tem coisas que a gente não precisa falar, sabe? Vai que atrai coisa ruim.



— Então isso foi um não?



— Foi um aleluia disfarçado.



— Maura tá do seu lado? Por isso você não pode xingar a sogra?



— Coladinha. Mas me fala, do que ta sentindo mais falta aí? Não vale Regina e Henry que eu já sei.

— Aqui tenho muito tempo pra pensar, então, vem muita coisa da minha infância que eu nem lembrava mais. Ontem mesmo eu tava sentindo falta de uma coisa boba de criança, sabe? Tocar campainha na casa dos outros e sair correndo. Nem sabia se tinha alguém em casa, mas saia correndo igual louca. Aquele desespero, sabe? Olhando pra trás.

— Uh, fiz demais. Era meu momento de velozes e furiosos a pé. Aí hoje eu penso, a pior coisa que poderia acontecer era alguém atender a porta, então, correr pra quê? Nunca entendi. - ambas riram. - Mas acho que é a liberdade de correr que você deve tá sentindo falta. De sentir o vento no rosto e saber que é sua escolha o caminho a seguir. - Emma encostou na parede. - Maura me contou que quando estamos tristes, trazemos muitas coisas do passado.


— Maura está certa. Mas vamos falar do futuro. Jen, eu vou sair mês que vem.



— EU SEI!



Respirou fundo. - Eu queria você aqui, amiga.



— Também queria estar aí, junto com Regina, David, Henry e até o esquisito do Killian.

 

— Ele não admite, mas sei que sente sua falta, Jen.

 

— E eu sinto falta daquele macarrão dele!



— Henry tá aí? Meu garoto?



— Sim. Brincamos bastante. Fiz Regina ter só 4 mini ataque cardíacos.

 

— Por minuto?

 

Jane riu. - Estou praticando pro seu afilhado, ou afilhada.

 

— Obrigada, Jane. - sua voz estava embargada e, a morena percebeu.

 

— Emma, entreguei o presente de aniversário atrasado pro Henry e perguntei qual foi o desejo dele quando apagou as velinhas… Ele me disse que o desejo da mãe, da Regina, era ter você em casa novamente, então ele deu o pedido dele para a mãe, para o desejo dela se realizar mais rápido.

 

Emma engoliu a vontade de chorar, seus olhos ardiam. Dessa vez as lágrimas não seriam de alegria. - Ele me quer em casa de volta. - sentiu uma lágrima silenciosa correndo por seu rosto.

 

— Sim, ele quer, todos querem. Se comporte, não faça besteiras aí e você terá sua família te esperando do lado de fora do portão. Faça besteiras e eu meto a mão na sua cara.

 

“Tempo esgotado”  ouviram a voz mecânica informando o fim da ligação.

 

— Te amo, Emma.

 

— Te amo, Jane.

 

Emma colocou o telefone no gancho e permitiu que as lágrimas caíssem, só Deus sabe como ela sentia falta da amiga, a única pessoa após Killian que fez Emma se sentir em casa. A morena ofereceu um ombro amigo, a defendeu, ofereceu sua família e ensinou tanto.

 

Avistou Maleficent passando em um corredor, sentiu vontade socar aquela mulher, por ela Jane perdeu o emprego e a chance de viver nos EUA. Por ela Regina e Maura quase morreram.

Deu passos pesados, passos com raiva, furiosos, chamando a atenção de todos, queria quebrar mais ossos do que aquela mulher achava que tinha.

 

Empurrou a ex empresária contra a parede, foi um bate seco e frio. Emma agarrou a camisa bege da detenta e levantou o braço, punho fechado, dentes trincados. Iria se vingar por todo mal que aquela mulher perversa havia feito.

 

“Eu costumo jogar o jogo do “E se”” Ouviu a voz de Jane através de uma lembrança. Em segundos foi enviada para o dia que decidiram se entregar a polícia, na tentativa que eles achassem Maura e Regina. Elas estavam indecisas sobre qual decisão tomar.

 

“Ok, como funciona, Jen?”

 

“E se eu não tivesse ficado desempregada e perdesse meu visto?” Olhou carinhosamente para Emma. “Eu não teria conhecido você, eu não teria conhecido a Maura, o amor da minha vida, e nem a Regina e aquele menino tão fofo.” Olharam uma para outra e sorriram.

 

“E se eu não tivesse ouvido o Killian e aceitado me casar?” Emma pegou na mão da amiga. “Eu não teria conhecido a minha melhor amiga, algo que eu nunca tinha tido. Não teria uma família italiana que me aceitou com o coração aberto. Não teria reencontrado meu pai, o pedaço de mim que faltava. Não teria realizado meu sonho de estar em um octógono e não teria encontrado o amor da minha vida e seu maravilhoso filho. Eu não teria encontrado a felicidade com medo do “e se”.

 

Jane limpou os olhos. “Você está me fazendo chorar, caramba!” olhou para a amiga e sorriu. “Acredito que há um plano maior para nós, por isso nossas vidas foram conectadas, por isso passamos por tudo isso pra chegar no agora. Não vamos desistir, ok? Já chegamos muito longe. Oh não! Não chora!

 

“NÃO DÁ! Parece que estou me despedindo de você.” Emma limpou algumas lágrimas, seus lábios tremiam e sua voz estava embargada.

 

“Vamos só mudar de localidade, nada além disso, Ems”

 

“Não te verei todo dia e nem terei seu mau humor de manhã… se bem que essa última parte eu despenso.” Riram.

“Cumpra seu tempo de prisão e não faça besteiras. Volte para as pessoas que você ama, volte pra mim, não importa que país eu esteja, continuaremos amigas.”

 

Emma olhou para Maleficent parada a sua frente, encurralada na parede, o braço de Emma estava levantado, pronto para um soco. Notou todas as pessoas ao redor olhando assustadas, Maleficent parecia a mais assustada de todas, alí, acuada diante  da fúria da lutadora. Abaixou o braço, não valia a pena, ela tinha alguém para quem voltar. Tinha amigos e família, tinha tido que precisava fora daquele lugar.

 

Deu as costas e voltou para sua cela. O dia de sua saída estava próximo.




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Notas finais do capítulo

Spoiler:

Aprenda a fazer Ragu, Jane. Tenho certeza que se você fizer um bom Ragu, irá manter a menina Maura pra sempre.



Acho que não é pelo meu delicioso Ragu que ela irá ficar comigo não, nona.



Larga de safadeza perto de mim, menina.



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