Amores Proibidos escrita por Kikyo, SwanQueenRizzles


Capítulo 28
Um zíper e uma vela




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— E estamos aqui de novo. - Emma falou, brincando com os dedos, estava ansiosa? Nervosa? Não sabia ao certo, só sentia sua mão gelada.

 

— Eu preferia estar na visita íntima, mas aqui serve. - Regina deu de ombros olhando ao redor da sala de visitas.

 

— SERVE?!?! - Emma arregalou os olhos, estava assustada olhando as pessoas ao redor.

 

— Não estou falando disso, não sou tão pervertida. - gargalhou ao ver as bochechas coradas de Emma.— Ei, estou aqui pra te liberar pro seu primeiro treino com o Graham.

Emma respirou aliviada, fechando a cara para um guarda que estava interessado demais naquela conversa. Aliás, os guardas sempre estavam interessados demais nas conversas que ela tinha ao telefone com Regina também. - Esses guardas estão andando muito folgados. - Falou ao vento, pois Regina  estava séria, olhando para algo atrás de Emma. - Que foi?

 

— Você não falou que aquela perua maldita está aqui!

 

Emma olhou para trás e viu dois guardas puxando Maleficent. - Ah, ela. Acho que ela vai fazer a acariação da tentativa de homicídio seu e da Maura hoje.

 

— Tomara que caia daquela ponte e bata com a cabeça em alguma pedra. - Regina resmungou, sem tirar os olhos de Maleficent. Emma ficou assustada pela raiva demonstrada na voz da esposa.

 

— Você não vai perdoar ela?

 

O olhar de Regina estava frio.— Jamais. Quase perdi tudo que é importante na minha vida por ela, aliás, quase perdi minha vida. Estou fazendo tudo que posso e não posso pra fazer aquela maldita mofar nesse lugar.

Emma preferiu se calar, ainda estava assustada com o tom.

 

— Preciso ir. Trarei o Henry mais tarde pra você dar os parabéns. - Queria se despedir da esposa com um beijo, mas não podia, contatos íntimos  eram proibidos na sala de visita. — Divirta-se com o Graham e não se aproxime daquele lixo humano.

 

***

Jane e Maura

 

— Eu queria ter mais tempo pra ficar aqui com você. - Jane desceu o zíper lateral da saia de Maura.

 

— Já é a quarta vez que visto essa saia, Jen. Assim não chego nunca no aeroporto.

 

— Estamos em lua de mel, amor. Podemos ficar igual coelhinhos que não tem problema, juro que ninguém vai reclamar.

Maura olhou séria para Jane que, sorrateira, deslizava a saia da noiva.

 

— Jen, você vai me deixar ir para aquele aeroporto ou ligo pra Regina e falo que você não quer me deixar ir à festa do filho dela?

 

Jane levantou as mãos em redenção e deitou na cama em um pulo; olhou o teto por alguns segundos antes de respirar frustrada. - Queria muito ir naquela festa. Eu realmente amo aquele garoto, ele é como se fosse o sobrinho que nunca tive.

 

— Você ainda não pode, Jane. - Maura sentou na ponta da cama, fechando o zíper da saia novamente. - E-eu juro que estou fazendo de tudo pra conseguir um visto, nem que seja temporário pra evento ou algo assim. Sei o quanto você quer ver sua família, ver a Emma e seus amigos.

 

— Henry vai me odiar! Eu prometi ser o Hulk da festa dele. - passou as mãos no rosto, chateada.

 

— Sério? - Maura perguntou horrorizada.

 

Jane levantou a cabeça e a olhou - Claro. E você seria a Romanov. - sorriu ao ver Maura revirar os olhos.

Ficaram em silêncio por alguns segundos.

 

— Minha mãe chorou por não ter conseguido vir pra Itália. — Jane estava com a voz embargada.- Ninguém quer ver quem a gente ama chorando.

 

— Ela está sendo vigiada, Jen. O visto da sua família está prestes a vencer e depois do problema com o seu... - Maura sentiu a garganta seca ao ver uma lágrima escorrer no rosto de Jane.— Amor, após a festa do Henry... vamos nos encontrar no Canadá e oficializar nosso casamento, então, você irá g...

 

— Mesmo assim vou custar conseguir voltar pra sua "terra". Estou odiando a América agora. Povo mais amarrado. - limpou o rosto com a manga da camisa.

.

— Há outra forma... - Maura estava hesitante, tirando fiapos invisíveis da saia.

 

Jane levantou a cabeça confusa. - Qual?

 

— Vamos nos casar no Canadá, certo?

 

— Meu país não é tão liberal pra liberar casamento homo. - revirou os olhos— Nem tudo dá pra ser perfeito em um lugar, ne? Mas, o que tem?

Maura estava ansiosa, mordendo o lábio, não conseguia olhar para a noiva.

 

— Que foi Maur? Oxi, se for coisa ilegal quero não. Já me ferrei porq...

 

— Tenho cara de quem iria sugerir algo ilegal? - Olhou séria, cruzando os braços.

 

— Oook. O que é então?

 

Novamente voltou catar fiapos invisíveis na saia.— Sei que nunca falamos sobre isso, mas... se eu fizer uma inseminação no Canadá junto com você... Será no-nosso filho legítimo perante a lei... E eu... Eu poderia ganhar nosso filho no meu país e você teria livre acesso. - Falou rápido, nervosa, encarando o chão com medo de ver a reação da morena.

Jane ficou estática, pensou em falar que era uma sugestão pra fazer algo ilegal, mas preferiu não contrariar Maura... A proposta era muito séria. O silêncio se tornou desconfortável.

 

— Jane, e-eu... esquece que eu suger...

 

— Por que? Isso é por mim ou o quê? - Se aproximou de Maura na ponta da cama.

 

— É por nós e por mim. Há anos quero um filho... Mas nunca encontrei alguém para dividir algo tão grande. - Olhou para Jane. - E eu confio em você, confio em nós. Sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas pra mim... sinto que sempre te conheci, é como se eu sempre tivesse te esperado. Aí! To parecendo uma boba romântica. - colocou as mãos no rosto envergonhada.

 

— Que nada, ser romântica é bom. Eu gosto. Não sou, mas gosto. - entrelaçou os dedos nos dedos de Maura.— Eu quero ter um filho com você. Não é por esse motivo de legalização, é porque eu te amo. Quero dividir uma vida e família com você.

 

— Também te amo, meu amor. - Maura sorriu e beijou sua noiva. Algumas mãos se perderam na vontade da intimidade.
O zíper da saia foi novamente aberto e Jane deslizou uma mão, afastando o tecido de renda.

 

— Oh, Jane! Isso é tão fuck bom!

 

A morena desceu os lábios ao pescoço de Maura, seu próximo local era os seios, sentia sua boca encher d'água de ansiedade.


Um carro buzinou alto, fazendo Maura pular de susto e Jane ficar estática.

Lembrando que era o táxi que Maura havia chamado, Jane passou a mão nos cabelos nervosa. - Eu fucking odeio Táxis!

Maura revirou os olhos e subiu o zíper, novamente, ajeitando sua roupa.

A buzina continuava incessante.

— Mierda! Aspetta un minuto, farabutto! - Jane gritou da Janela.

 

Maura gargalhou e abraçou a noiva por trás.— Não precisa secar a boca xingando o motorista, ele não tem culpa. Te darei algo bem molhado quando nos encontrarmos no Canadá.

 

— ISSO NÃO É JUSTO! Você não pode dizer isso quando está prestes a sair. Você realmente espera que vou conseguir pegar um avião amanhã e viajar sem matar ninguém?!

 

Maura deu um beijo rápido em Jane e pegou as malas no canto do quarto. - Eu prometo fazer valer sua espera.

 

Jane abriu a porta e pegou as malas da mão de Maura.— E eu prometo ficar pensando em você durante as 16 horas de viagem.

Maura sorriu.

 

****

 

— Emma vem no meu aniversário? - Henry estava animado dentro de sua fantasia do Homem aranha.

 

— Querido, ela não pode. Já conversamos sobre isso. - Regina abaixou na altura do filho.

 

— Mas é meu aniversário, ela não pode fazer uma surpresa? Ela não gosta de mim? É por que eu corri aquele dia? Prometo não correr mais, mommy! - O pequeno estava desesperado, olhos molhados.

 

— Henry...

 

— A culpa é minha, não é? Não corro mais, eu prometo! Prometo ser bom menino. - Regina passou a mão no rosto molhado de lágrimas do menino, olhando triste para a carinha vermelha.

 

— Henry... O que eu faço quando você faz algo errado?

 

— Biga. - Se encolheu, como se fosse levar uma bronca.

 

— E depois coloco de castigo, não é? Então, Emma fez uma coisa errada e agora ela está de castigo, por isso não pode vir. Não é culpa sua, meu amor. - abraçou o garoto que se encolheu dentro do abraço, buscando conforto enquanto fungava.

 

— A mamãe dela não pode deixar só um pouquinho? Se a Emma pedir com jeitinho...

 

Regina sorriu— Quem coloca uma criança no cantinho para pensar é a mamãe ou papai, mas já um adulto... é o juiz.

 

— Faz sua lasanha e dá ela pro juiz, mommy! - soltou do abraço, animado por ter encontrado a solução perfeita! - Aí ele vai ficar feliz daqui a lua e, vai deixar a Emma vir. Faz mommy, por favor. Emma prometeu ser o Thor e a gente vai brincar, mooooomyy. - havia desespero na voz infantil, o pequeno juntou as mãos em um pedido que Regina queria fazer.

 

E ela não suportou mais, deixou que sua tristeza fosse exposta com 2 lágrimas que rolaram por seu rosto. Todos os dias era a mesma batalha, era a mesma dor ao ver o filho sofrendo pela falta de Emma.

 

Killian, que assistia tudo em silêncio, sentia também seus olhos arderem. Sentia saudade, sentia vazio e sentia dor ao ver duas pessoas que Emma ama tanto, sofrendo por ela.

 

— Ei garoto, Maura vai vir na sua festa amanhã, você gosta dela, não é? - Killian também se abaixou a altura de Henry.

 

— Jane vem? - animou um pouco, Killian e Regina trocaram um olhar que dizia tristeza, sabiam que iriam decepcionar Henry de novo. - Ela vai ser o Hulk? Ela prometeu! E falou que Maura ia ser a "Ranova"

 

— Ei! Eu quero ser o Hulk. - Killian tentou salvar a alegria do pequeno que estaria fazendo 3 anos no dia seguinte. - E a Regina pode ser a Romanov.

 

Regina trocou um olhar não muito agradável com Killian, deixando claro odiar a ideia. Algo como: sei usar uma arma, não provoque.

 

— Aliás... - O homem levantou, coçando sua barba pensativo— Tive uma ideia.

 

***

 

Emma olhou para a sala de visitas através do vidro, havia tantas famílias lá. No dia anterior havia só as prisioneiros laranjas, aquelas que precisavam de segurança especial. Notou que todos olhavam surpresos para algo que ela não conseguia ver. Quando entrou na sala, suas pernas foram agarradas por um pequeno homem aranha de moicano. Sorrindo se abaixou e pegou o garoto.

 

— Feliz aniversário Henry! Você está lindo de homem aranha. - o garotinho apertou Emma com força, não queria acabar aquele abraço. Sentia falta do cheiro da amiga, do abraço apertado que eles chamavam de "abraço de panda". Emma era insubstituível por um simples detalhe, fazia sua mãe sorrir.

 

— Senti sua falta, Emma. - beijou a bochecha da prisioneira.

 

— Também garoto. Nossos telefonemas não estão sendo o suficiente. Mas isso logo vai acabar. - Olhou para o garoto que a olhava como uma heroína. - Qual é a do moicano?

 

— Vô David fez. - se aproximou do ouvido de Emma.— Essas pessoas aqui são bobas, nunca viram super heróis, não.

 

Emma não entendeu de principio, mas não suportou segurar uma alta e escandalosa gargalhada ao ver seu pai de Capitão América, Killian de Homem de Ferro, Maura de Hulk e Regina de Romanov. Todos em pé diante de uma mesa.

 

— Não pergunte e não comente. - Regina resmungou de braços cruzados, fuzilando todos que a olhavam. Emma precisava admitir que o preto colado caia muito bem na morena.— Foi ideia do idiota do seu amigo.

Emma colocou Henry no chão e sentou em uma mesa, não conseguia parar de rir. Olhou para a tinta verde de Maura e seu short de bob esponja rasgado.— Ao menos essa bermuda horrível não estará mais na Jane.

 

— Ela comprou duas novas e uma blusa do Patrick. - Maura resmungou, na superfície queria matar Jane por ter escolhido aquele personagem, mas no fundo estava se divertindo. Estava fazendo uma criança feliz, estava com os amigos, só faltava Jane ali.

 

David levantou a máscara do capitão  América e abraçou a filha. - Minha princesa, se você não pode ir até à festa, a festa vem a você. - Retirou de uma caixa um cupcake.

 

Killian tirou a máscara do homem de ferro e colocou uma vela azul no Cup. - Na verdade não há festa pra ele sem você. Você sabe, você é o super herói dele. - David entregou uma marreta de plástico a Emma, a marreta do Thor.

 

Regina acendeu a vela, Emma pegou Henry no colo e os três sopraram a vela. Pode ter sido simples, mas foi único, foi especial, foi o momento mais feliz da vida da Emma.


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