Amores Proibidos escrita por Kikyo, SwanQueenRizzles


Capítulo 20
Eu não me perdoaria


Notas iniciais do capítulo

Então, tipo...
Algumas coisas irão ficar meio tensas por aqui ^^
Não nos abandonem, a história está caminhando para seu final.



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— Não tô acreditando no que meus olhos estão vendo, oxi. Vim buscar minhas tuppware e me deparo com isso.

Jane ainda sentia o coração acelerado em seu peito, batia tão forte e alto que com certeza sua mãe também estava escutando. Saiu do carro em um pulo, mãos implorando para a mãe falar mais baixo.
— Pelo amor de Deus, mãe. Fala mais baixo, eles vão te escutar.

— Eles quem? A rua ta vazia, por sorte, porque se tivesse alguém ja teria visto o que vocês estavam fazendo!

— Mah, calma, vamos entrar.

— Eu não quero entrar, Jane Clementine Rizzoli! Só vim avisar que uma mulher ligou lá em casa e disse que já sabe de tudo.

Jane paralisou, sua respiração engatada em sua garganta. - Deve ser um blefe, mah.

— Blefe ou não, bastava ela passar aqui na rua que já via o que vi. Enfim, só vim avisar isso.

Ângela entrou no carro dela e deu partida, Jane passou a mão na cabeça, não sabia o que fazer. Maura saiu do carro junto com Geovanni, ambos ouviram tudo.

— Jane, já mandei mensagem pra Regina, deixei ela ciente de tudo e disse que vai tentar resolver. Acho melhor você entrar e se preparar pra corrida de amanhã.

— Não vou correr.

— É beneficente, você precisa ir.

— Os garotos e garotas trans vão entender minha ausência.

— Mas os paparazzis não. Você tem que ficar junto da Emma.

— Eu não aguento mais todo mundo me falando o que tenho ou não que fazer. Já chega disso!

— Pensasse nisso antes de entregar sua liberdade na assinatura daquele contrato, infelizmente.


*****

Jane acordou na manhã seguinte quando ouviu Emma trovejando pelo apartamento e entrando no quarto derrubando no minimo umas cinco coisas pelo caminho. Piscou sonolenta e jogou um travesseiro na intrusa. Ele foi na direção oposta.

Emma pulou na cama com uma caixa nas mãos. - Jen, você tem um presente! - disse animadamente.
Jane gemeu e rolou. Emma passou um de seus pés de réptil contra a perna de Jane por baixo do coberto. 
Jane reclamou e se debateu antes de se sentar com relutância.
Emma ansiosamente entregou a pequena caixa. Jane olhou o remetente do pacote.
— Ah, são as coisas que a minha avó me manda. Todo ano ela manda. São algumas coisas de comer lá da Itália, você vai amar.

Os olhos de Emma piscaram em alegria - Você quer que eu abra?
Jane encolheu os ombros. - Acho que não como nada que meus pais e avós me mandam a uns sete anos.

Emma apenas olhou para ela.
— Sério, loirinha, abra preu voltar a dormir.

Emma imediatamente arrancou a fita adesiva a esmo, rasgando o papelão no processo. - E nem pense em voltar a dormir. Hoje vamos correr. Bora pro banheiro tomar banho.

— Pra que eu vou tomar banho se vou suar tudo de novo correndo.

Emma riu ao ouvir a palavra "correndo". - Morrendo você quer dizer. Cara! Sua avó é incrível - Emma disse distraidamente, mordendo um Cartellat.

— Essa é uma escolha maravilhosa de comida para o café da manhã. - Jane fez uma careta e se deitou de lado de frente para Emma.

— Como foi crescer com eles? Você sabe, seus pais e seus avós. - Emma perguntou com a boca cheia de bolo e creme. Jane escolheu focar nos olhos verdes ao invés daquela visão.

— Você quer dizer crescer com pais loucos? Bem...

— Não. Tipo, hum, apenas com os pais. Você sabe, que existam e não sejam só um sonho ou imaginação.


Jane a observou com atenção. Ela estava chupando o creme do meio de um Turamisù. Encantador. Mas, sério, ela não podia deixar de sorrir com isso.
— Você nunca tentou procurar seus pais, loirinha?

— No começo sim, mas precisa de muito dinheiro e contatos, e tudo piora quando eu nem sei qual bairro ou cidade que era, sabe?

— Do que você lembra?

— Lembro que meu pai e eu brincavamos muito, ele sempre era tão divertido. Uma vez pintamos a caixinha de correio, ficou o desenho das minhas mãos lá. Minha mãe fazia biscoitos com sabor do céu. E tinha um lago lá, todos os nossos vizinhos pescavam lá. Tinha até cisnei.

— Seus olhos sempre brilham quando você fala do seus pais, principalmente do seu pai.

— Ele era o melhor. - Na verdade Jane só ouviu "fê eba o belhor" devido a tanto doce na boca de Emma.

— Você tá espalhando migalhas por toda a minha cama. Por favor, controle-se, loirinha.
Emma parecia devidamente castigada. -
As melhores brincadeiras com meus pais era basquete e Banco Imobiliário nas noites de sexta-feira e tínhamos maratonas de filmes, claro.

Jane olhou para Emma. Ela estava ouvindo e mastigando atentamente, os olhos brilhantes.
— Você vai me contar mais sobre suas estadias nas casas de apoio pra órfãos? Você nunca fala sobre isso.

Emma parou de mastigar e começou a recolher todos os pacotes para sair da cama. 

"Merda", Jane pensou. 
Porcaria. Porcaria. Ela estendeu a mão e pegou o pulso de Emma. - Desculpa tá.

— Tudo bem. Agora vai lá se arrumar pra gente correr.

— Eu não quero correr.

— Você não tem escolha.

— É, a merda do contrato de novo. Tô me cansando tanto disso. - Jane se jogou na cama de braços abertos - Daria um fígado pra não ter que ir nesse corrida.

— Você já bebeu tanto na vida que seu fígado não vai valer nem um café expresso.


*****


— Ok, vamos la Jane, você consegue! Você é uma corredora. Os vários sorvetes e bacons que você comeu em toda sua vida vão só te dar energia.

— Vão dar um enfarte qualquer hora. - Resmungou Emma.

— Eu estou falando comigo mesma, da licença.

— Você tá mentindo pra você, isso sim.

— Culpa sua essa corrida beneficente. - Jane começou a se alongar.

— Amo correr, que pena que será só 5km.

Jane arregalou os olhos. - Você ainda fala só? Vou lá ver se a Regina pegou nossas plaquinhas, esse seu entusiasmo tá me fazendo querer vomitar.


Pronto! - Regina gritou animadamente quando ela ainda estava a cerca de vinte metros de distância. Emma ia gritar algo de volta para ela, embora ela não tivesse determinado o que ainda, quando um cara entrou em seu caminho.
Emma parou abruptamente e olhou para ele. Cabelo escuro. Olhos escuros. Ela ergueu uma sobrancelha em vez de empurrá-lo da frente. Foi a coisa educada a se fazer.

— Eu sou Tony. - Ele afirmou com confiança, estendendo a mão com um sorriso.

Emma estreitou os olhos, mas apertou a mão dele e se apresentou,  e mordeu o interior da bochecha para não rir, e tirou sangue quando viu a expressão de Regina olhando de longe para eles. Ela parecia um suricate, observando a alguns metros atrás de Tony
Olhos bem abertos e alertas.

Emma balançou a cabeça ligeiramente. Ela queria ver o quão longe esse cara poderia chegar antes que ele se envergonhasse completamente.
Emma voltou a se concentrar em Jeremy com expectativa. Ela não tinha ouvido nada que ele disse nos últimos trinta segundos, então ela apenas balançou a cabeça e esperou que ele não tivesse feito nenhuma pergunta.
De repente Jane foi empurrada no meio de Tony e Emma, não caiu graças aos reflexos rápidos da boxeadora.

— Ha, oi, Regina pediu pra eu ver se tava tudo bem aqui. - Jane disse sem graça. E Emma olhou por cima dos ombros de Jane, sim, Regina estava com olhos Lasers em Tony, quase um ciclope. Riu internamente ao imaginar Regina catando Jane e a empurrando até ali.

— Estou bem sim, amor. Esse é o Tony.

Tony olhou sem graça entre elas percebendo o "amor" na frase. - Tudo bem? Meu nome é Tony, costumo correr aqui no parque. - estendeu a mão.

— Sou Jane, primeira vez correndo aqui.

— Essa corrida não deve ser muito difícil para você. - Ele comentou com um sorriso enquanto analisava o corpo da morena.

— Uau, cara. Em primeiro lugar, essa corrida será a coisa mais difícil da minha vida vida. Em segundo lugar, cara, não sei por que tô aqui ainda.

— Porque é beneficente, amor.

Jane não ouviu, estava congelada ao perceber a presença de Malévola.
Emma seguiu o olhar vendo a mulher.
— Aquela senhora ali? Sempre está em quase todo lugar que a gente vai. Deve ser muito nossa fã.

— Por que eu nunca vi?

Emma se aproximou do ouvindo da morena e sussurrou - Porque seus olhos estão sempre babando na Maura.

Jane repetiu o gesto - Assim como os seus não desgrudam da Regina.

Emma se afastou sorrindo. - Não exagera.

— Eu? Exagerar? Jamais! Se você que fica parecendo aqueles cachorros vendo o frango assando, chega a babar.

— De onde você tirou isso? - Emma respondeu esquecendo que a conversa era para ser somente entre as duas e não para as pessoas que estavam perto delas.

— Fala baixo. - Jane disse puxando a loira para debaixo de umas das tendas que foi montada para as duas.

Regina as interrompeu trazendo seus números, entregou o de Jane e puxou Emma para que ela colocasse o número na boxeadora.

— Oxi...Mas por que você não me ajuda com o meu número? - Jane perguntou.

— Você tem duas mãos, querida, e esse não é o meu trabalho.

Maura entrou na tenda. - Deixa que eu coloco em você, Jane.

— Ainda bem, Maur. Ou ia ficar torto se Regina colocasse.

— Mais torta que sua cara impossível. A não, é possível sim, seu cabelo é muito mais torto.

Emma riu da discussão iniciada, amava a interação Jane x Regina, era uma relação de amor e ódio, mais ódio que amor, na verdade.

— Eu não sabia que você ia correr, Maur. - Jane sorria sem saber o motivo.

— Não vou correr. A roupa é só pra fotos. Tenho que atender um cliente em uma hora, desculpa não poder ficar. - Terminou de alfinetar a placa com o número na blusa de Jane. - Pronto, tá linda. Tô indo, ok? Boa sorte e beba muita água.

E então ela acenou para Jane que estava sorrindo como uma idiota.
Jane não sabia o por quê . Ela estava prestes a correr cinco quilômetros. Isso não merecia um sorriso.


*****


Jane estava com seu copo descartável de café expresso na mão, não estava preparada para correr cinco quilômetros pelo Central Park. Ou ser arrastada cinco quilômetros pelo Central Park por sua namorada/noiva/esposa/amiga. Ela estava cercada por pessoas que pareciam prestes a começar uma porra de um triatlo.

É uma corrida beneficente, pessoal. 
Acalme-se.

Jane segurou a mão de Emma para impedi-la de pular quando chegaram a clareira onde a corrida deveria começar. Como uma pessoa poderia gostar tanto de correr. 
Os olhos de Emma se arregalaram e Jane congelou.
O parque estava lotado.
Pessoas. Em toda parte. Pessoas, pessoas e mais pessoais.
— Lady Gaga vai cantar aqui? - Jane perguntou surpresa.

— Não, só vieram pra correr mesmo.

— Oh senhor! Oxi

A corrida começou.
Vinte minutos depois Jane chegou à conclusão de que ela definitivamente não estava pronta para isso. Estava apenas se iludindo. Ela estava em forma, mas não era uma corredora, e não era forte o suficiente para acompanhar Emma, que estava perfeitamente feliz em correr todo caminho e a toda velocidade.

Por que diabos ela estava fazendo isso?

— Corra mais rápido! Você consegue! -  Emma chamou por cima do ombro, correndo facilmente, e não parecendo um zumbi Walking Dead como Jane.

Jane revirou os olhos e acelerou o ritmo. Seu cabelo estava caindo em seu rosto, e ela tinha sujeira nos joelhos de onde havia tropeçado e caído mais cedo.
Mas ela alcançou Emma e olhou para ela. Ou ela tentou olhar para ela. Jane estava muito desorientada e com os olhos marejados para ter certeza se era um clarão ou uma pessoa.

— Isso foi ... uma ... ideia... horrivel. - Jane engasgou. Seus pulmões estavam queimando. Seus pés estavam doendo. Não era uma boa situação.
Emma olhou para ela, e depois para todos os corredores as deixando para tras.

— É por uma boa causa. - Emma disse facilmente. Deus, pulmões de ferro. Emma não era um ser humano.

Jane deveria estar privada de oxigênio ou algo assim e desejou ser um robô para poder terminar a corrida sem desmaiar.
"Pernas, continuem, Deus! Minhas pernas parecem gelatina.

Emma continuou brilhante e feliz. - E ... há muitas crianças!

"Sério. Jane não percebeu. É isso que aqueles borrões em movimento eram? Oh meu Deus, suas pernas estavam prestes a cair."

— Emma!!!
Jane parou, colocou as mãos nos joelhos e se entregou a tontura. Não lembrava mais como era respirar.
Ouviu a voz de Emma perguntando se ela estava bem.

Jane se concentrou em recuperar o fôlego e não respondeu. Se ela pudesse falar, ela o faria. Ela era Jane, se pudesse falar estaria reclamando.

Jane estava tentando abrir os olhos quando Emma se inclinou na frente dela e a persuadiu a subir em suas costas. Bem, tudo bem então. Jane não protestou, porque ela não conseguia dizer qualquer coisa naquela agora, então ela subiu nas costas, descansando a cabeça no cabelo loiro bagunçado.
Muito melhor. Jane poderia dormir assim com Emma agarrando suas coxas com força, e daí se era humilhante, ela ao menos não estava deitada no chão como um pudim de leite condensado.

Emma correu até a linha de chegada dez minutos depois, pulando com Jane nas costas com entusiasmo. Quase arrancando os dentes da morena e batendo suas cabeças juntas.
— Nós chegamos! - Emma acidentalmente jogou Jane no chão, porque Jane tolamente teve a impressão de que suas pernas iriam funcionar.

— Você chegou. -  Jane resmungou limpando a roupa.
Emma sorriu para ela - Você está aqui na linha de chegada. Então ... você terminou.

Ambas sorriam uma para outra, mas Jane fechou o rosto ao reconhecer um rosto na multidao, Ariel, Ariel com um sorriso vitorioso no rosto.

Ao voltarem para tenda, fugindo da multidão e das câmeras pedindo por depoimentos, Jane se jogou no Puff, sentindo um incômodo, ao verificar o que era, seu corpo gelou por completo.

— Que foi, Jane? - Emma parecia preocupada.

— Loirinha. A casa caiu. - mostrou um envelope com algumas fotos dentro. - São fotos nossas. Sua com a Regina e minha com a Maura. Olha atrás.

Emma pegou uma das fotos, uma em que ela estava agarradinha com Regina na varanda da casa dela, atrás havia um recado com letras corridas:

"Vocês tem 24hs, se não contar eu conto. Ariel"

 

 

****

Jane & Regina, Maura & Emma

 

— Mas, seria a palavra dela contra a nossa. - Regina passou a mão pelo cabelo nervosa, olhando mais uma vez em volta da sala do apartamento.

 

— Não dá. - Jane suspirou derrotada— Ariel tem fotos de Maura e eu juntas, tipo, na hora do beijo. E não quis aceitar nada, tentei conversar, a Emma também, maa ela só aumentou o tempo, deu uma semana pra gente falar, ou ela falará. - Jane olhou para Regina, que ainda estava pensativa, com seus braços cruzados, sentiu raiva da atitude indiferente da mulher— Ah! E também tem fotos de vocês juntas em restaurantes e, de Emma entrando na sua casa, Regina. - Sorriu, mostrando não ser apenas culpa sua e de Maura.

Regina descruzou os braços, bufou e avançou na direção de Jane, lhe acertando um tapa no rosto.— A culpa é sua, ordinária!

Quando Jane registrou a dor, deferiu um golpe no queixo de Regina, outro em sua bochecha.
Antes que os socos continuassem, Emma interveio tentando segurar Jane, que empurrou a loira, jogando-a no sofá.

 

— Eu sou a maior prejudicada com isso! - Jane gritou, avançando novamente na direção de Regina, porém, parou ao sentir um tapa no rosto que a fez recuar alguns passos. Um tapa de Emma.

Sentou sobre a mesa de centro, rosto ardendo enquanto assistia o olhar frio de sua melhor amiga. Sua garganta secou e seus olhos arderam.

Tudo estava perdido agora.

Onde outrora havia uma nuvem de raiva, agora havia uma nuvem de lágrimas. Jane não segurou a pressão de seu desespero e foi amparada por Maura, que a levou para o quarto.

 

 

— Ei, você ta bem? - Emma se aproximou de Regina— Quer ir no médico?

 

— Se eu for, aquela estúpida idiota será indiciada por agressão. - Regina limpou o sangue de sua boca, apenas um pequeno corte.

 

— Obrigada. - Emma tocou o corte, desejou ter sido mais rápida para evitar aquilo tudo.

 

— Não é por ela, é por nós. Já temos problemas demais pra ter um policial fazendo perguntas. E também, fui eu que comecei. - Deu de ombros.

 

— Estou com medo, Regina.

 

— Eu também, meu amor. - Abriu os braços ao ver os olhos de Emma lacrimejarem.— Vamos dar um jeito.

 

— Você bate bem. - sua voz denunciava a vontade de chorar.

 

— Lembre disso quando pensar em me trair. - Emma esboçou um sorriso se alinhando a Regina no sofá.

 

****


Maura & Jane

 

Jane desvencilhou do abraço de Maura, correu para seu quarto, se trancando lá dentro.

Se jogou na cama, como uma adolescente aos prantos. Chorava, chorava por ter errado ao se envolver com Maura, por ter agredido Regina, mesmo achando que ela merecia. Chorava pela bagunça que sua vida se tornou.

Tudo era mais fácil quando não precisava mentir.

Lembrou de Maleficent, a mulher que destruiu suas chances nos EUA. Que lhe tirou o emprego, dinheiro e crédito. Tudo por puro orgulho ferido, tudo por ter sido rejeitada por Jane.

Sua mente ficou embaralhada, não sabia o que fazer, nem que decisão tomar, até que escutou leves batidas na porta.

 

— Jay, por favor deixa eu entrar. - Maura pediu, sua voz embargada.

Jane não queria ver ninguém, mas a imagem do abraço quente e reconfortante de Maura veio a sua mente. Levantou-se, não se preocupou em enxugar suas lágrimas e abriu a porta, vendo Maura também com lágrimas nos olhos.

 

— Ow..Venha, deixa eu cuidar desse ferimento. - Maura tentou sorrir.

 

— Tudo bem, não precisa, daqui a pouco sara. Foi só aquele anel estúpido da Regina que arranhou meu rosto.

 

— Anda, onde tem um kit de primeiros socorros? você não pode ficar assim. - O corte não passava de um arranhão na bochecha, mas era a desculpa para ficar ali, com Jane— E agora? O que vamos fazer?

 

— Sinceramente, eu não sei. Se eu pudesse voltar atrás, não estaríamos nessa situação. Eu sou culpada de tudo. - Falou de cabeça baixa, evitando os olhos preocupados de Maura.

 

— Hey, não se culpe. Se há culpados, não é somente você e sim nós quatro que resolvemos entrar nessa situação. Todos nós seremos prejudicados com tudo isso. E também, se não tivesse acontecido isso, não teria conhecido você.

Jane suspirou com o contato das mãos de Maura em sua face.

— Mas eu… - balançou a cabeça em negativo— do que adianta se depois do casamento, se ainda houver casamento, você irá se afastar de mim? Eu continuarei sozinha como sempre fui.

— Jane, você não ficará sozinha, terá a Emma ao seu lado. - Disse tentando ignorar a primeira fala da morena.

 

— Emma e Regina irão continuar se encontrando, elas se amam e querem viver juntas, vão dar um jeito. Então, ficarei sozinha.

 

— Como você sabe que elas se amam?

 

— Tá na cara. E também porque elas estão dispostas a enfrentar tudo que vier pela frente para ficarem juntas.

 

 

Maura tentava não pensar naquilo que Jane dizia, ela sentia que estava errando com Jane, já que os olhos da morena pediam algo mais sério entre elas, pediam a segurança de Emma e Regina. Porém, por medo não sabia o que dizer, simplesmente se calou.

Jane queria saber o que se passava na cabeça de Maura. Criava teorias, mas não conseguia, ela sabia que no final de tudo: ficaria sozinha mas em Boston, ou então sozinha na Itália com sua nona. De qualquer jeito, era muito para se arriscar…

E bem, ela não tinha mais nada a perder.

 

 

— Vou pegar um antisséptico pro seu machucado. - Maura levantou, indo em direção ao banheiro, fugindo da continuação daquela conversa. Respirou algumas vezes no banheiro, levou seu tempo la dentro, tomou coragem. Ao retornar percebeu uma foto de Emma e Jane em cima da cama. A foto não estava ali antes, nem Jane.

Saiu correndo do quarto, indo em direção a porta.

 

—Ei! O que aconteceu? - Emma levantou em um pulo.— Jane passou aqui correndo, agora você.

 

—Ela fará uma besteira, Emma.

 

—Estranho seria se ela fizesse algo certo. - Regina resmungou, se aproximando das duas mulheres.

 

—Agora não Gina, é sério. - Emma estava preocupada. - O que ela fará?

 

—Acho que ela irá tentar assumir a culpa. 

 

— Rizzoli vai o que? Será que ela tá ficando louca ou o quê?

 

—Não, ela não está louca. Simplesmente está tentando salvar as pessoas que ela gosta e a mulher que ama. - Emma olhou para o nada por alguns segundos - Regina, eu não posso deixar ela fazer isso sozinha. Também aceitei isso tudo, se há culpado, esse culpado também sou eu, não somente ela.

 

— Emma, espere. - Regina segurou seu braço— Sabe que no seu caso é pior, você irá ser presa..

 

— E ela deportada!

 

—Eu só quero te proteger querida.

 

—Eu sei - pegou a chave do carro— Mas não é justo somente ela pagar pelo erro. Eu com 6 meses saio da cadeia e ela… Ela nunca mais poderá voltar aqui. Eu não me perdoaria se isso acontecesse.


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Notas finais do capítulo

Agradecemos as favoritadas, acompanhamentos e que lê em silêncio. E agradecemos a vc que irá comentar agora. Vc vai cometar ne? Vai? Vai?

E pra que não entendeu, era a Ariel ta



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