Regina & Zelena

Zelena abriu a porta.

— Henry está terminando de tomar banho. — a ruiva disse calmamente dando passagem a Regina que a olhou chocada.

— E você o deixou sozinho pra se afogar?! – a voz beirando o desespero.

— Regina, pelo amor de Deus. Ele tá no chuveiro. Só vai se afogar se abrir a boca e começar a beber água.

— Não duvide do meu filho.

— Ele tá bem. Calma. A porta está aberta e com peso pra não fechar sozinha... Ou com ajuda.

— Acho que ela gosta de mim! – Regina disse de repente, a emoção não cabendo em si.

E de todos os momentos da vida que Zelena poderia ter escolhido para ser calma e calada, ela escolheu esse.

— Vinho? — a ruiva disss casualmente se movendo em direção a sala. – O vinho da casa está chambrer-ing já - maneira elegante de dizer que o vinho está à temperatura ambiente

— Você ouviu o que eu disse Zelena? Acho que Emma Swan gosta de mim. – Regina se aproximou, achando extremamente irritante como sua irmã não está gritando de emoção como sempre faz.

— Tinto?— Ela apenas sorriu em direção a morena com a garrafa, e uma taça vazia na mão

— Zelena! — Regina a olhou com os olhos estreitos

— Relaxa e senta ai. Beba uma taça enquanto me conta tudo sobre sua namorada.

— Ela não é isso.

— É o que veremos querida. Eu disse que você uma hora iria cair de amores por uma mulher. – Regina revirou os olhos

— Acho melhor eu ir embora.

— Você quer me contar ou não? Ou vai ligar pra sua nova amiga Maura Isles? Soube que vocês são amigas de novo. – entregou a taça cheia a irmã

— Por favor, pare de ler sites de fofocas. E não, você sabe muito bem por que  – Zelena revirou os olhos e sentou no sofá.

— Mas o que a Swan fez pra você achar que ela gosta de você? Não me intérprete mal... Eu estou realmente feliz por você, mas por que só agora? — Zelena se inclinou no sofá pronta para mergulhar na história de sua irmã.

— Ela me deu isso. — apontou para o pingente em seu pescoço.

— Hum, estava me perguntando onde você comprou, é realmente bonito, delicado, ela tem bom gosto. Que mais?

— O jeito como ela falou comigo, seu nervosismo, sua timidez, as brincadeiras que tivemos. Em alguns momentos eu realmente achei que ela estava flertando comigo.

— É claro que ela estava. E você está hot nesse vestido.

Regina corou— Você acha?

— Aposto que ela teve problemas ao te ver.

— Hum, ela ficou um par de minutos em silêncio olhando bobamente para mim.

— E o que você irá fazer quando você voltar para o quarto de vocês? – Zelena perguntou enquanto sorvia sua taça.

— Eu acho que eu vou... Eu não sei... Você acha que eu deveria fazer alguma coisa? Aí! Deveria ter namorado mais na vida. – Regina mordeu o lábio inferior e olhou para sua irmã em busca de um conselho.

— Claro, foi inventar de casar cedo. E se eu acho que você deveria fazer algum movimento? Querida, você deve joga-la contra a parede e tranzar com ela já! – Zelena bufou, fazendo a irmã corar.

— Ah claro, eu poderia muito bem fazer isso. E traumatizaria meu filho pelo resto da vida.

— Ah, ele vai sobreviver. Peguei nossa mãe com seu pai, e olha, estou muito bem. – apontou para o próprio corpo.

Regina analisou bem sua irmã e jurou nunca nem beijar ninguém na frente do Henry.

— Você realmente gosta dela, não é? – Zelena perguntou suavemente

A morena acenou com a cabeça lentamente.

— Então espero que ela te trate muito bem. Odiaria ter que liquidar uma menina tão jovem e bonita, tadinha.

***

Emma & Regina ... e Henry

Henry se virou mais uma vez na cama, sem conseguir obter um pingo de sono, e Regina amaldiçoou Zelena por dar tanto refrigerante a ele.

— Emma – Henry chamou pela loira que apenas levantou a cabeça de seu sofá e olhou o pequeno homem.— Faz cafuné pra dormir?

Emma levantou, esfregando os braços com frio, se lamentando por estar vestindo apenas calça moletom (da Adidas) e uma camiseta branca.
Regina a olhou surpresa, jamais imaginou que a loira fosse atender a um pedido como esse de seu filho, principalmente por ela ter acabado de chegar.

— Então Kid, você precisa me dar um espaço na cama.

Henry sorriu abrindo mais os braços e pernas, como uma estrela dentro do seu pijama de dinossauros.— Sou estrela Patrick. Deita lado mamãe.

Emma olhou com preocupação para a morena, que apenas revirou os olhos e arredou um pouco, levantando o edredom, ciente do frio daquela noite. Desejando dormir urgente, a necessidade de acordar cedo batendo a porta.

A loira, timidamente sentou na cama, e colocou suas pernas dentro do calor, deitou em seu braço, mantendo uma distancia justa da morena e acariciou o menino.

— História! – Henry virou para o lado das mulheres, olhos brilhando em antecipação.

— Hum.  Então vou contar a história do príncipe Henry e o dragão que cuspia fogo

Regina estava tensa, sentindo o corpo atlético perto do seu, sem jamais tocá-la. Estava tentada em se aproximar um pouco mais da loira que contava animada o momento que o príncipe Henry viu o dragão a primeira vez e ele derreteu sua espada.

Em um momento casual, Emma se aproximou mais do corpo moreno, acreditando que Regina iria se afastar, permitindo um maior conforto entre elas. Mas ela não o fez.

A morena sentiu todo seu corpo se arrepiar e arfou, “Há quanto tempo não sinto um corpo tão perto do meu, trocando calor dessa forma.” Fechou os olhos, alheia ao príncipe que se defendia com seu escudo, o importante agora era absorver aquele contato.

Elas não saberiam dizer quem tomou a iniciativa, mas as pernas entrelaçaram, e Emma pôde sentir o cheiro dos cabelos de Regina tão perto, fazendo-a desconcentrar um pouco da história, o que Henry não iria reparar, pois já estava sonolento. Sentiu uma mão em sua perna que estava sobre a morena, pequenos círculos eram formados ali, como um carinho tímido.

Emma olhou para frente e percebeu que Henry já havia adormecido.
"Apagou tão rápido" disse e pôde ver o quanto Regina ficou arrepiada, não conseguindo evitar um sorriso por ter causado isso.

A morena apertou os olhos quando sentiu a vibração tão perto de seu ouvido, tão quente, seu corpo respondendo imediatamente com uma corrente elétrica.

— É normal ele dormir rápido assim? - Emma disse, abaixando a voz alguns tons, na tentativa de causar mais efeito na morena, entrando em um caminho sem volta.

Regina respirou fundo e soltou o ar devagar.  - Não, talvez ele tenha se divertido muito com a minha irmã e acabou ficando excessivamente cansado. Normalmente Guadalupe tem que ler duas a três histórias para ele.

Emma passou a ponta do nariz no lóbulo da orelha da morena que parou o carinho em sua coxa e a apertou, como forma de aliviar o que estava sentindo.

Já estava exposto agora, ambas sabiam que o desejo estava ali. Dois corações ameaçando sair da caixa torácica.

— Você já beijou alguma mulher? — Emma falou com a voz mais profunda, um tom que desconhecia, surpresa pela coragem repentina.

— Uma vez. Fui pega de surpresa, porém não correspondi. – Regina disse algumas oitavas abaixo, a voz um pouco rouca.

— Então você não corresponderia se fosse beijada outra vez? - A voz de Emma estava rouca de desejo, porém dessa vez havia um pouco de insegurança, que não passou despercebido pela morena.

Regina desentrelaçou as pernas e virou totalmente seu corpo para Emma.

— Naquela vez foi por surpresa, eu não esperava e não queria. Mas se fosse uma garota especial teria sido diferente. Não sou preconceituosa, na verdade, sou aberta a novas experiências.

A loira sorriu e sentiu uma mão tímida em seu ombro, que deslizou pelo seu pescoço e parou em sua bochecha.

— E você já? – Regina perguntou e mordeu o próprio lábio inferior.

— Uma vez, estava bêbada na festa de um amigo. Mas teria sido diferente se fosse com alguma garota especial.

— Você queria beijar uma garota especial? – Regina sorriu

— Não. Uma garota não, uma mulher... Especificamente você. – Emma confessou antes de se inclinar e pressionar os lábios contra a morena.

Olhos castanhos alargaram de surpresa antes do fechamento, sua mente incapaz de se concentrar em outra coisa senão a sensação de boca de Emma movendo suavemente contra sua própria.

Emma estava tão surpresa com sua coragem, mas beijar Regina era tão bom. Seus lábios era tão macios, e a loira sentia como se ela estivesse flutuando no ar. E então, num ato de envolvimento do beijo, sua língua espreitou para fora, e um pequeno gemido escapou dos lábios da morena enquanto ela dava  permissão, pressionado seus dedos na nuca da loira, a puxando mais para o beijo. E o que Emma já havia sonhado e imaginado, estava acontecendo. Ela estava beijando Regina... Regina Mills, e agora uma de suas mãos acariciava o rosto da morena, enquanto a outra ia para a cintura. Era tudo tão natural que ela não sabia como acontecia. A morena soltou um gemido contido quando sentiu sua língua ser chupada... Uma nova corrente passando por seu corpo quando sentiu a mão em sua cintura a puxar, colando mais os corpos, Mas elas precisavam  se afastar para buscar o fôlego perdido em algum canto daquele quarto. Olhos castanhos se abriram e olham para Emma.

A morena estava preocupada que a loira iria sai dali correndo, mas ela pensou um instante... “Foi ela que iniciou o beijo, eu não tenho que me preocupar. Eu beijei Emma Swan!” sentia-se uma adolescente novamente, mas dessa vez não iria deixar tudo ir embora tão fácil.

Os olhos se conectaram

— Nunca imaginei que você fosse tão corajosa assim. – a morena sussurrou

— Você gostou? - Emma perguntou receosa. Regina sorriu ainda tentando acalmar a respiração

A loira respirou fundo e lentamente aproximou-se de Regina, juntando seus lábios novamente. O beijo foi suave, era mais um conhecimento de ambas as partes. Assim elas continuaram os movimentos sincronizados dos lábios e línguas. E quando Regina chupou a língua da loira, ambas suspiraram. A suavidade se perdeu no instante em que Emma puxou o lábio carnudo com os dentes. Mãos se perdendo nos cabelos loiros, puxando um pouco a cada pausa, a cada mordida nos lábios, a cada aperto na cintura.

Henry mexeu na cama se descobrindo. Regina se virou e cobriu o filho novamente, Emma a abraçou por trás, ficando em conchinha.

— Ele realmente gosta de você.  – Regina sussurrou— Você não faz ideia de como ele me deixa louca pra te ver e falar com você.

— Eu também gosto muito dele. Você não imagina o quanto. Se você permitir, gostaria de fazer parte da vida dele.

— Você sabe que isso implica fazer parte da minha vida também ne?

— Talvez essa seja a melhor parte. Eu não quero me afastar de você Regina. — Abraçou a morena mais forte, como se evitasse que ela fugisse.

— E eu não quero que você se afaste...— suspirou e fez pequenos carinhos no braço da loira— Mas você sabe que após a festa do casamento teremos que ficar um tempo sem nos ver.

Emma beijou o ombro da morena— Então você acha melhor a gente se afastar agora, antes de você se envolver mais? Eu não quero te arrastar pra essa bagunça que é minha vida, não quero te envolver.

— Eu quero me envolver. É por ter medo de se envolver que há tantas pessoas solitárias por ai. E eu não quero mais ser solitária. Se for preciso eu te espero o quanto for necessário, Emma. Você é o super herói do meu filho, e... — Regina virou-se na cama novamente, ficando de frente a loira – E eu quero que você seja mais que minha cliente.

Um beijo calmo, nada mais que um bater de asas de uma borboleta.

As línguas se tocaram e sentiram um choque elétrico prazeroso pelo corpo novamente. Emma se apoiou melhor na cama e a morena inclinou seu corpo mais sobre a loira, se aconchegando melhor em seu abraço.

Emma emaranhou a mão nos cabelos castanhos, aprofundando mais o beijo, fazendo a morena soltar um gemido baixo que foi logo abafado pela boca sedenta que a beijava. Mais uma vez o beijo ficou insuportavelmente quente, guloso.

Regina podia sentir seu corpo em chamas quando virou mais, ficando parcialmente deitada sobre o corpo malhado, sua mão descendo para o abdômen que ela tanto desejou. Dando leves arranhões ali, sentindo a loira se arrepiar mais. Uma mão descendo mais nas costas da morena.

Então parou o beijo, olhando os olhos verdes confusos.

— Fiz algo errado? - Emma perguntou receosa

Regina sorriu— Meu filho está atrás de mim, não pretendo traumatizá-lo tão cedo.

Emma deitou a cabeça no travesseiro e alisou as costas da morena que ainda permanecia na mesma posição.

Regina a olhava admirada

— O que foi? - Emma sussurrou encantada por ter Regina tão perto.

— Emma... Você é tão linda. Parece uma princesa.

— E você parece uma rainha. Uma rainha que beijou uma princesa, acho que entramos em alguma nova adaptação de Neil Galman - Emma beijou os lábios carnudos novamente.

Regina retribuiu de forma ávida, dessa vez levantando um pouco a blusa da loira, que suspirou ao sentir o toque da mão quente em sua barriga, arranhando devagar causando uma onda de prazer em ambas. A morena estava quase completamente sobre Emma, a respiração totalmente descompassada.

Emma parou o beijo e sorriu

— Achei que você não queria traumatizar seu filho.

— Boba. — A morena sorriu dando um selinho em Emma - Esse é nosso primeiro beijo, não deixaria passar disso. Só que... Eu precisava fazer isso, precisava tocar essa parte.— Arranhou levemente o abdômen da loira.

— Há mais alguma outra parte que você queira tocar? - Emma sorriu maliciosa, seus olhos brilhando refletindo a luz noturna do abajur verde— Eu super sou a favor de você tocar, não passe vontade.

Regina virou um pouco o corpo e olhou para Henry que ainda dormia tranquilamente.

— Acho que nem se pousar um helicóptero no teto ele acorda. - Emma comentou e Regina segurou para não rir alto, voltando para a loira.

— Mesmo assim, não vamos continuar. Hoje não. – a morena deitou a cabeça no ombro de Emma, e a loira a abraçou mais forte.

— Você sabe que ainda não respondeu minha pergunta ne?

Regina sorriu e voltou a acariciar o abdômen ainda nu.

Emma observou os movimentos da outra mulher lhe causando arrepios— Eu sou curiosa, vou te infernizar até você me contar - sussurrou e Regina levantou a cabeça dando mais um selo na loira persistente. Emma aproveitou para aprofundar o beijo

— Seu beijo é melhor do que eu imaginava - Sussurrou nos lábios carnudos

— Você imaginava como seria meu beijo? – a morena perguntou desconfiada

— Nossa! Milhares de vezes.

Regina parou e olhou nos olhos jade, receosa com a pergunta que formulava em sua cabeça.

— Emma, desde quando você gosta de mim? - mordeu o próprio lábio insegura.

— Não sei dizer quando começou, mas sei dizer que eu tive a certeza no dia em que fui jantar com você e Henry. Eu me senti em casa aquela noite, desde criança não me sinto assim.

Regina deitou a cabeça no peito de Emma, sentindo seus batimentos cardíacos, acreditando ser o melhor som do mundo.

Emma acariciou os cabelos castanhos enquanto se perdia em alguns pensamentos— Lembro que meu pai, poucos dias antes de me abandonar, me ensinou a pescar e me disse que felicidade era ter um lar pra onde podemos voltar. Não uma casa, um lar.

Regina suspirou e voltou a encarar os olhos brilhantes— Eu gosto de você Emma, ainda não  consigo medir, mas posso dizer que confio deixar você levar o Henry pra ensiná-lo a pescar.

— Meu Deus! - Emma fingiu surpresa— Então você gosta de mim demais!

— Boba. Só acho que ele pode passar um tempo com você sem ter uma mãe helicóptero por perto. Somos muito solitários. Ele só vive com meus funcionários, Guadalupe e eu. Seria bom mais uma pessoa na vida dele. Sei que faz poucos meses que nos conhecemos, mas eu confio em você.

— Obrigada por me deixar ser essa pessoa. Então posso levar ele pra assistir A guerra Civil?

— Vamos dormir, Emma - Regina sorriu e deitou novamente a cabeça sobre o peito de Emma, na tentativa de decorar aquele som.

— Mas os vingadores 2 ele vai assistir comigo. E também podemos fazer uma maratona de homem aranha, também tem Frozen, ele já assistiu carros? É mais antigo, mas acho que ele pode gostar. E claro que também não posso esquecer do dragon ball... Vamos assistir todos, o Z, o GT...

Regina sorriu pela forma empolgada que Emma fazia seus planos com Henry. Adormecendo em meio a tantos filmes e desenhos que Emma falava, deixando de escutar o sussurro da loira

“Nunca vou abandonar vocês como meus pais fizeram comigo.”