Hate That I Love You escrita por Mika


Capítulo 9
Estamos namorando.




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O dia passou e nada do Logan, mas hoje finalmente Kaya voltaria para escola, ela tinha viajado depois da minha festa de aniversário e não queria contar tudo que aconteceu por mensagem, agora mais que nunca eu estava precisando da minha amiga. Quando estava saindo da sala o Cris aparece, me dá um abraço e coloca o braço sobre meu ombro,  sério que ele vai fingir que nada aconteceu?

Então vamos fingir que nada aconteceu, já que eu também não sei o que estar acontecendo.

Depois de darmos alguns passos em direção a porta de saída ele me pergunta:

—Você viu quando coloquei o pano vermelho na janela? Eu não sabia se se pai tinha chegado, então não fui na  sua casa, mas queria conversar.

Ele falou calmo, estava escolhendo as palavras certas para cada frase, parecia um leão rondando sua presa.

—Não vi, desculpa. Pai chegou hoje, recebi uma mensagem dele ainda a pouco.

Respondi, fui bem direta. Eu queria que ele desse o primeiro passo pois eu não sabia como dar.

—Sério? Hm. Podemos conversar?

—Sobre?

Perguntei parando, eu esperei que ele me dissesse algo, perguntasse o que estava acontecendo entre mim e Logan, pois me faltava coragem, mas ele nada fez.

—Sobre o nosso namoro secreto, acho que todo mundo já sabe.

—A Kaya ainda não sabe, nem meu pai.

—Podemos mudar esses fatos.

—Conversamos sobre isso mais tarde, pode ser?

—Tá. – Ele voltou a colocar o braço entre meus ombros e voltamos a seguir em direção a porta. – Você viu o Logan?

Meu corpo parou instantaneamente, era agora, ele não podia ter caído naquele papo. 

—Por que eu viria ele?

Falei me virando para ele.

—Porque ele estuda na mesma sala que você?

Idiota, esse é meu sobrenome.

—Ele não veio hoje, achei que estava gazeando aula com você.

Falei qualquer coisa que veio na minha cabeça

—Então quer dizer que você sentiu falta dele na sala?

—Agora que você me perguntou, eu percebi que ele não estava. Tava tudo muito calmo.

Eu não precisava dizer que todas as vezes que alguém batia na porta ou apenas entrava sem bater, meu coração disparava na esperança de ser ele. Mas ele não veio.

—Você tá estranha, quer me falar algo?

Agora era minha chance.

—BRUNAAAAAAAA!

Era a voz de Kaya gritando no final do corredor, ela também estava de saída.

—KAAAYA!

Eu fui salva pelo gongo ou perdi uma ótima oportunidade, ainda não consegui escolher qual das opções é a melhor.

—Amiga, eu tava morrendo de saudades, sabia que o Josh me pediu em namoro oficialmente?

—Já era tempo, né.

Falei sorrindo e abraçando-o.

—Bruna, você quer me falar algo?

Cris apareceu do meu lado como um fantasma.

—Não tem nada pra falar. Você tá estranho hoje, aparecendo do nada assim.

Ri pra quebrar o clima.

—Você já está estranha a alguns dias.

Ele falou e foi pra casa sozinho.

—Garota, o que foi isso?

—Vem, você precisa saber de muita coisa.

No caminho de volta pra casa contei tudo a Kaya, ela ficou sem reação inúmeras vezes, se fosse o contrário eu também ficaria.

—Bruna, você precisa dá um jeito nisso. Sério, o Cris tá bem sombrio e você tá triste, nem imagino como o louco do Logan está.

—Logan não é de todo mal, você vai amar conhecer ele de verdade.

—Eu não vi ele hoje na escola.

—Então, última parte da história, depois de ontem ele não deu nenhum sinal e vida.

—Mais tarde ele deve aparecer.

—Também acho. Mas agora eu tenho que ir, até amanhã lindinha.

—Até xuxu.

Me despedi da minha amiga e entrei em casa, assim que cheguei na sala senti o cheiro da comida do meu pai, fui até a cozinha e ele estava mexendo alguma panela, ele cantava baixinho e parecia feliz. Eu o amava tanto.

—Espero que o senhor esteja fazendo bastante comida, pois com a saudades que estou dela, juntamente com a fome, preciso de comida para um batalhão inteiro.

—Oi minha princesa. – Ele largou a panela e veio me abraçar. -Só estar com saudades da comida?

—De você também, seu bobo.

—Então sobe, vai deixar suas coisas e vem comer, Fiona.

—Fiona? Tudo bem que como bastante, mas ele apelido já tá velho, hein.

—Vai ser sempre minha princesa Fiona.

Ele disse bagunçando meu cabelo, fui correndo em direção as escadas e quando ia subir ele grita.

—Logan deixou uma caixa pra você, botei em cima da sua cama, ele tá grande, né filha? Não sabia também que eram tão amigos assim.

A última parte da frase eu escutei muito baixo, pois quando ele falou “Logan” e “cama” na mesma frase, eu já corri na esperança dele estar lá, me esperando. Mas era apenas uma caixa.

Quando abri, tinha uma chave, uma camisa e uma foto, na foto era Logan, eu no meio e Cris. Os três amigos de infância. E no final uma carta.

“          Oi, eu nunca fui muito de escrever, não sei como se inicia uma carta, me desculpa.

            Mas eu preciso explicar as coisas e sabia que pessoalmente não conseguiria, pois quando vejo o seu rosto as palavras somem da minha cabeça e boca, tudo que penso é em você e como nosso beijo é bom. Mas vamos lá, pois mesmo sem você aqui, só de pensar em ti eu fico nervoso. Primeiramente (fora Temer), a chave que tem na caixa é da minha moto, eu viajei, mas mãe ficou nervosa e não me deixou ir de moto, então sinta-se a vontade de usa-la, pense que é um empréstimo. Segundo, você fica muito bem com minhas camisas, ainda me lembro da vez que você dormiu lá em casa, eu estava tão nervoso, mas não podia demonstrar. E a foto é pra você se lembrar de como era antes, quero que você pense e decida se prefere o passado, o presente ou deseja experimentar o futuro. Eu sei que te deixar vai ser uma atitude muito idiota, acredite, eu sei. Mas eu preciso pensar e você também, você precisa saber se seus sentimentos são reais, se mesmo comigo fora você sentir tudo que me disse, eu volto. Mas se você perceber que é o Cris que você quer e sempre vai querer, eu sigo minha vida. Eu já tenho minha decisão, e ela envolve você, preciso saber se seu real plano me envolve também. Não me odeie, pois eu estou loucamente apaixonado por você, apenas tente descobrir por quem você estar, sei quem sem esse espaço vai ser difícil, então eu me sacrifico.

            Até logo                     "                                                                                                           “

LOGAN MARTINS, EU TE ODEIO.

Gritei com todas as minhas forças, como ele pode me deixar logo quando tudo estar tão bagunçado? Por que ele não vem e diz que me ama, que vai ficar tudo bem e fugimos, igual os filmes?

Rasguei a foto em 3 partes, exatamente nos dividindo, joguei sua camisa no chão e fui limpar o meu rosto, quando fui saindo do quarto meu pai estava no corredor com uma feição preocupada, acho que realmente gritei bem alto.

—O que houve, Bruna?

—Nada, já foi pai. Não precisa se preocupar, o que me fez raiva não está mais aqui.

—Filha, converse comigo.

—Pai, to com fome.

Falei descendo as escadas.

Servimos nossa comida, quando íamos comer a companhia toca, quais as chances de Logan aparecer aqui? Meu coração como sempre acelerou com a menor das hipóteses de ser ele, mas não era.

—Cristian? Veio ver a Bruna?

—Sim, e o senhor também! Ela comentou que você tinha chegado de viagem.

—Ah, claro, venha almoçar conosco.

—Será um prazer.

Quando escutei essa conversa que teve na sala, praticamente fiquei sem cor, pensei em fingir até desmaio mas ele chegaram antes, Cris sentou na mesa, sorrio pra mim e meu pai foi pegar mais um jogo de pratos. Ali foi minha chance de saber o que estava acontecendo.

—Cristian? O que você tá fazendo aqui?

Cochichei para meu pai não escutar.

—Vim almoçar com meu futuro sogro!

—Fala baixo, garoto.

Nessa hora meu pai chegou.

Começamos a comer, eu comia rápido na esperança desse almoço acabar logo, meu pai e o Cris conversavam animadamente, algum tempo atrás eu ficaria encantada com essa cena, agora eu tenho medo sempre que o assunto da conversa muda, como por exemplo, agora.

—O senhor sabe que eu gosto muito da sua filha, certo?

Não, por favor não.

—Claro, vocês são melhores amigos de infância, cresceram juntos e são vizinhos.

Meu pai sempre inocente, respondia sorrindo.

—Cris, como vai sua mãe?

Tentei mudar de assunto, mas foi em vão.

—Vai bem, Bruna. – Ele virou o rosto pra me responder e logo voltou a falar com meu pai. -Eu e Bruna queríamos falar algo pro senhor.

—É mesmo, Bruna?

Parecia que agora meu pai percebeu pra onde o assunto ia, e seus olhos me perguntavam se era aquilo mesmo que eu queria, acho que o medo estava estampado em meu rosto.

—Sim, queremos.

Cris respondeu pegando minha mão.

—Então vamos lá.

Meu pai respondeu enquanto parava de comer e limpava a boca com o guardanapo. 

—Eu e Bruna estamos namorando, queria pedir a permissão e benção do senhor por quem tenho muito respeito.

Eu deveria soltar fogos de artificio com essas palavras, sair dançando por aí e gritando como o mundo é belo, mas estava sem palavras.

—Bem, se a Bruna está feliz, então estou feliz e dou minha permissão. É isso mesmo que você quer, minha filha?

Ele olhava pra mim como dissesse "Eu estou aqui, pode me falar o que quiser".

—Sim.

Respondi, afinal, quem eu queria tinha me abandonado com o leão e apesar de tudo eu não podia fazer isso com o Cris, não mesmo.


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