Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 7
Capítulo - 6 - Alma Gêmea - Parte II




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CAPÍTULO 6 – ALMA GÊMEA (PARTE II)

POV RENESMEE

Já acordei ansiosa para o encontro daquela tarde. Era incrível como me sentia bem na companhia de Jacob.

Estava adorando participar da pesquisa. Ficar ao lado daquele homem lindo era mais que bom, era maravilhoso!!

Eu não tinha a menor chance com ele, mas não custava sonhar. E sonhar com meu “médico” era o que mais vinha fazendo nos últimos dias. E que sonhos!!! Às vezes acordava ofegando. Ainda bem que dormia sozinha.

Ainda amava Mike. Gostava de ficar com ele, de beijá-lo. Mas parecia que agora faltava alguma coisa que eu não sabia o que era. Talvez fosse o “fogo ”que queimava meu corpo quando estava com Jacob.

- Neeeesie, telefone pra você. - O grito de meu pai me faz abandonar aqueles pensamentos.

“Quem será?” – pensei.

- Deixa que eu atendo, pai – falei, puxando o telefone da sua mão.

- Não demora senão vai chegar atrasada na aula. 

- Alô!

- Renesmee, é o Dr. Black.

Meu Deus! A voz dele no telefone era tão linda.

- Oi, Dr. Black. Algum problema? – Tive de fazer muito esforço para não gaguejar.

- Quem é Nessie? – Ele perguntou rindo.

- Ah, é o meu apelido. – Agora sim, ele ia me achar uma verdadeira pirralha.

- Vamos ter de falar sobre isso em um de nossos encontros – ele falou em tom de brincadeira.

- É uma longa história. Depois eu conto. - Tomara Deus que ele se esquecesse dessa história.

- Não vamos poder nos encontrar hoje. Tenho de visitar uma paciente que está internada.

“Viu, sua besta, ele já se cansou do playground”

- Tudo bem. – Uma tristeza absurda se apoderou de mim, mas tentei disfarçar para ele não perceber.

- A gente podia se encontrar à noite. Gostaria de jantar comigo hoje? 

“Yes, Yes!!!!” Tinha me desesperado antes da hora.

- Eu acho que sim. – Na verdade eu tinha certeza que SIM!! - Espera só um pouquinho.

- Pai, tudo bem eu ir na casa do meu amigo hoje à noite pra gente terminar um trabalho? – Gritei.

- Tudo bem, Neeeessie.

- Ok, podemos ir – respondi animada.

- Então me encontre no consultório às dezenove horas. Ou você quer que eu te pegue em casa?

Fiquei imaginando aquele homem lindo vindo me buscar, dirigindo um carro não menos lindo, vestindo uma roupa igualmente linda... Sem chance!! Meu pai não acreditaria nunca que ele pudesse ser um dos meus colegas de sala.

- No consultório é melhor senão vou ter de dar explicações pro meu pai. Você não se parece nada com meus colegas de sala. – Ri, imaginando o alvoroço que ele não causaria se assistisse a uma aula na minha escola.

- Então até lá. Tchau, Neeeessie!

Fiquei babando de ouvi-lo me chamar pelo apelido. Parecíamos tão íntimos.

- Tchau, Dr. Black.

Podia tê-lo chamado de Jacob, mas fiquei sem graça, afinal ele era meu médico, apenas isso, e era bom eu não me esquecer disso.

Assim que cheguei da escola corri pro quarto para decidir a roupa que usaria no jantar. Não queria parecer uma adolescente inexperiente (que era exatamente o que eu era). Lembrei-me do vestido preto que minha Tia Alice tinha me dado para usar no meu aniversário de dezoito anos e que papai proibiu, pois achou que era muito vulgar pra minha idade. Ele seria perfeito!!! 

Coloquei em uma sacola o vestido, o sapato de salto que também tinha sido presente da Tia Alice e tudo mais que iria precisar e fui pra casa da Brenda me arrumar antes de me encontrar com Jacob. Não podia sair de casa com aquela roupa.

Não entrei em detalhes com minha amiga sobre os motivos de ter de me arrumado em sua casa.

- Nessie, não sei o que você está aprontando nem vou perguntar, mas espero que não esteja se metendo em nenhuma furada.

- Não se preocupa, Brenda. Está tudo bem. Só me prometa que não vai comentar nada disso com o Mike ou com quem quer que seja. Assim que  puder eu te conto tudo.

Sabia que podia confiar em Brenda.

Modéstia à parte fiquei linda quando acabei de me produzir. Brenda disse que não me reconheceria se me visse. Eu estava parecendo bem mais velha, falou.

Fiquei feliz, isso era tudo o que precisava naquela noite.

Peguei meu carro e fui encontrar meu médico gostosão.

Ele estava na porta do prédio quando cheguei.  Como sempre estava liiindo. Só que desta vez parecia mais sedutor, mais maduro.

Vestia calça social preta, camisa branca pra fora da calça e um paletó cinza mesclado. O homem parecia um deus...

Ia cumprimentá-lo com um aperto de mão, mas ele tinha colocado as mãos no bolso então lhe dei um beijo no rosto.

Santo Deus!! Como ele tinha um cheiro gostoso!!!

- Desculpe a demora. Tive de me trocar na casa de uma amiga – falei, procurando esconder os tremores que percorriam meu corpo depois que o beijei.

- Pode ter certeza que valeu cada minuto que esperei – falou sedutoramente.

O olhar que ele me deu foi tão intenso que me fez corar. Se não fosse praticamente impossível de acontecer, poderia dizer que aquilo me pareceu uma cantada.

- Deixe seu carro aqui e vamos no meu – ele sugeriu.

Quando me sentei no carro percebi o quanto meu vestido era curto. Parte de minhas coxas ficou de fora. Pensei em tirar minha jaqueta e cobrir as pernas, mas isso ia parecer muito infantil. Precisava parecer uma mulher segura, então fingi não importar.

Mas o que eu não me importei de forma nenhuma foi ver “Dr. Balck” secando minhas pernas. No início não acreditei que aquilo estava acontecendo. Então olhei pra ele para ver se seu olhar estava realmente em minhas pernas. Ele acabou se entregando quando tirou os olhos todo desconcertado,  fingindo que nada tinha acontecido.

Uma enorme sensação de prazer me invadiu. Talvez ele não me achasse tão pirralha assim...

- Aonde vamos? – Perguntei curiosa.

- Pensei em te levar no Morimoto. Gosta de comida japonesa?

- Adoro.

O lugar onde me levou era lindo. Sentamos-nos em uma mesa mais afastada e fiquei pensando que aquilo mais parecia um “encontro”. Pelo menos devia ser isso que as pessoas que nos viam deviam estar achando

- Nossa!! Esse restaurante é lindo. – Achei que seria bom ele saber que tinha gostado de sua escolha.

- Que bom que gostou.

Jacob parecia tão à vontade com a situação. Ele já devia ter levado centenas de mulheres para jantar.  

- Você bebe vinho? – Sua pergunta me pegou de surpresa. Lembrei-me que mulheres maduras bebiam vinho em jantares.

- Não tenho muito costume de beber, mas hoje eu aceito. – Não ia assumir que não sabia beber. - Este lugar é muito sofisticado para brindarmos com coca-cola.

 Um pouco de álcool seria até bom pra me deixar mais à vontade.

O garçom trouxe um vinho tão forte que eu quase engasguei, mas disfarcei bem.

- Sobre o que vamos falar hoje? – Eu sempre me preocupava com essa parte.

- Quero que você me fale sobre seu namoro.

- Pelo visto você gosta de assuntos entediantes – brinquei. Se a história do meu insosso namoro era importante pra sua pesquisa, fazer o quê?

- Tudo pela ciência – ele brincou também, fazendo cara de desesperado.

Contei tudo que achava importante sobre mim e Mike. A forma como nos conhecemos, a primeira vez que nos beijamos, nossas brigas por causa das coisas que Mike queria fazer e eu não deixava, tipo tocar meus seios. É Claro que não contei essa parte, mas deixei subentendido.

- Renesmee, quando você teve certeza que ele era o homem certo para se entregar? – Ele parecia triste quando me fez esta pergunta.

- E quem disse que eu tenho certeza de que ele é o homem certo? Não acho que ele seja minha alma gêmea.  – Até me assustei de ter dito aquilo. Era a primeira vez que assumia isso em voz alta.

- Você acredita em alma gêmea?

- Gosto de imaginar que em algum lugar desse mundo existe um homem que nasceu especialmente para mim. – Realmente eu gostava de pensar que encontraria meu príncipe encantado e bem que ele poderia ser parecido com Jacob.

- E como espera reconhecê-lo quando o encontrar?

Eu não fazia a menor idéia. Talvez eu até já tivesse me encontrado com ele e não o tenha reconhecido. Ou quem sabe eles viessem identificados. Achei graça de uma possibilidade que imaginei.

- Ele vai estar com uma plaquinha com meu nome, igual àquelas pessoas nos desembarques de aeroporto.

Jacob começou a rir.

- Então o que a fez decidir transar com Mike, já que ele não é o “cara da plaquinha”?

- Porque com o Mike eu vou apenas transar. Para o “cara da plaquinha” eu estou me guardando para fazer amor.

Jacob não fez nenhum comentário. Com certeza não tinha entendido o que falei ou não concordava comigo. Não queria que ele me achasse uma devassa que estava louca pra dar pro primeiro que passasse. Eu apenas tinha cansado de esperar, só isso.

Gostei quando a comida chegou, nosso silêncio estava ficando constrangedor.

O vinho foi me ajudando a relaxar. Seu gosto agora já não parecia tão ruim.

Comecei a achar graça em tudo o que Jacob falava. Minha cabeça estava meio zonza e usar o hachi (palitinhos) se mostrou uma tarefa dificílima.

- Acho bom pararmos com o vinho. Você está ficando bêbada. – Jacob percebeu minha alegria exacerbada.

Eu não conseguia mais parar de rir. Parecia que minha boca tinha vontade própria. Eu estava me sentindo leve, feliz.

- Nunca me senti tão bem como agora. Se isso for estar bêbada quero virar alcoólatra.

- Tenho a leve impressão que criei um monstro – Ele falou de brincadeira.

Jacob estava se divertindo com meu porre.

O chão parecia que balançava quando me levantei. Percebi que ficar em pé exigiria uma habilidade que eu não tinha no momento. Ia me espatifar no chão se não fossem aquelas mãos quentes e enormes segurarem-me pela cintura, evitando que eu caísse. Jacob me puxou para junto de seu corpo e o que senti naquele momento é impossível de descrever. Estar nos braços daquele homem era indescritível.

 Lamentei chegarmos no carro e termos nos separarmos.

Abri a janela do carro e deixei o vento bater em meu rosto. A volta foi longa o suficiente para me sentir melhor. Tão melhor a ponto de me lembrar que não podia passar na casa da Brenda naquela hora da noite, muito menos chegar em casa vestida daquele jeito.

- Posso passar no seu apartamento antes de ir pra casa?

- Sim... hã... O que você quer fazer lá? – Ele parecia assustado com meu pedido.

- Eu preciso trocar de roupa. Está um pouco tarde para ir à casa da minha amiga – expliquei.

Ele passou no estacionamento para eu pegar a sacola de roupas no meu carro e fomos pro seu apartamento, que por sinal era lindo.

Entrei no banheiro indicado por ele e comecei a trocar de roupa.

“Merda! Bem que podia ter saído de casa com uma roupa melhor.”. Acabei tendo de colocar a calça jeans velha e o moletom que estavam na sacola. A Cinderela acabara de se tornar Gata Borralheira de novo.

- Podemos ir – felei, me sentindo ridícula por ter de mudar de roupa para voltar pra casa.

As mulheres com quem ele estava acostumado a sair deviam trocar suas roupas por camisolas sensuais e não por moletons.

Ele insistiu em ir dirigindo meu carro. Não importei, quanto mais tempo ao seu lado, melhor. E eu também não estava tão bem assim para dirigir.

- Boa noite, Renesmee. Você foi uma companhia perfeita.

Tudo o que queria naquele momento era que ele me beijasse, mas é claro que isso nem se passava em sua cabeça.

- Boa noite, Jacob... Hã... Dr. Jacob. Desculpe-me pelo porre. Eu não sou boa com bebidas. Foi uma noite muito divertida.

“Olha o ato falho.” Quase me esqueci do “doutor”.

Marcamos nosso habitual encontro no parque e ele se foi, me deixando com borboletas no estômago e uma leve impressão que um sentimento avassalador se apoderava de mim.

  


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