Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 6
Capítulo 6 - Alma Gêmea - Parte I




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CAPÍTULO 6 – ALMA GÊMEA (parte I)

POV JACOB

- Alô – uma voz de homem atendeu o telefone.

- A Renesmee está? – Minha voz saiu quase tremida.

- Neeeesie, telefone pra você.

- Um minuto que ela já está vindo. Quem está falando? – A voz soava curiosa.

- É o Jacob.

“Deixa que eu atendo, pai.”

“Não demora senão vai chegar atrasada na aula”

- Alô!

- Renesmee, é o Dr. Black. – Incrível como apenas de ouvir sua voz meu coração acelerava.

- Oi, Dr. Black. Algum problema?

- Quem é Nessie? – Perguntei rindo.

- Ah, é o meu apelido – ela respondeu rindo também.

- Vamos ter de falar sobre isso em um de nossos encontros – brinquei.

- É uma longa história. Depois eu conto.

De repente parecíamos tão íntimos, como se nos conhecêssemos há muitos anos.

- Não vamos poder nos encontrar hoje. Tenho de visitar uma paciente que está internada.

- Tudo bem. - Sua voz soou meio triste.

- A gente podia se encontrar à noite. Gostaria de jantar comigo hoje?  – Tive de respirar fundo para conseguir dizer a frase, de tão nervoso que estava.

- Eu acho que sim. Espera só um pouquinho.

“Pai, tudo bem eu ir na casa do meu amigo hoje à noite pra gente terminar um trabalho?”

“Tudo bem, Neeeessie.”

- Ok, podemos ir. – Ela parecia radiante.

- Então me encontre no consultório às dezenove horas. Ou você quer que eu te pegue em casa?

- No consultório é melhor senão vou ter de dar explicações pro meu pai. Você não se parece nada com meus colegas de sala – disse rindo.

- Então até lá. Tchau, Neeeessie! – Imitei seu pai.

- Tchau, Dr. Black.

Desliguei o telefone tremendo. Como essa garota conseguia me deixar assim?

Passei o dia todo com o nome “Nessie” na cabeça. Às vezes me pegava sorrindo sem motivo, o que deixou Karen preocupada. Ela andava achando que eu estava cheirando pó. Eu bem que podia contar pra ela o que estava acontecendo, mas provavelmente não entenderia.

Meia hora antes eu já estava na porta do prédio onde ficava meu consultório, esperando Renesmee.

Vesti-me mais formalmente e esperava que ela não me achasse muito velho, afinal eu tinha nove anos a mais que ela.

Quando a vi chegando fiquei paralisado. Ela nem de longe parecia a garotinha do parque. Estava uma mulher deslumbrantemente linda.

Usava um vestido preto, justo no corpo e curto. Pude vislumbrar suas pernas pela primeira vez. Eram perfeitas.

Sobre o vestido, que também tinha um decote de tirar o fôlego, ela usava uma jaqueta. Estava de salto alto.

Tive de colocar minhas mãos no bolso para não dar bandeira. Meu corpo reagiu instantaneamente à visão daquele corpo.

Ela me cumprimentou com um beijo no rosto.

- Desculpe a demora. Tive de me trocar na casa de uma amiga – ela se justificava meio sem graça.

- Pode ter certeza que valeu cada minuto que esperei.

“Não acredito que falei isso?? Ela vai achar que estou paquerando ela!!”

Ela ficou corada.

- Deixe seu carro aqui e vamos no meu – sugeri.

Quando ela se sentou no banco do carro, seu vestido subiu mais um pouco, mostrando suas coxas torneadas. Não me contive e parei os olhos por alguns segundos por ali.

Quando dei por mim ela me olhava com uma expressão curiosa, meio assustada. PQP!! Ela devia estar me achando um tarado.

Liguei o carro e fingi que nada tinha acontecido.

- Aonde vamos?

- Pensei em te levar no Morimoto. Gosta de comida japonesa?

- Adoro.

Sentamo-nos em uma mesa mais afastada.

- Nossa!! Esse restaurante é lindo. – Ela estava encantada com o lugar.

- Que bom que gostou.

- Você bebe vinho?

- Não tenho muito costume de beber, mas hoje eu aceito. Este lugar é muito sofisticado para brindarmos com coca-cola. – Além de linda era divertida.

Pedi um vinho bem suave para nós.

- Sobre o que vamos falar hoje? – Ela sempre se mostrava ansiosa com relação ao que conversaríamos.

- Quero que você me fale sobre seu namoro.

- Pelo visto você gosta de assuntos entediantes - falou com um sorriso no rosto.

- Tudo pela ciência – brinquei com ela, me referindo à falsa pesquisa.

Fiquei a noite toda ouvindo-a contar sobre os oito meses do namoro deles, o primeiro beijo, as brigas que tiveram devido aos limites que ela impunha.

- Renesmee, quando você teve certeza que ele era o homem certo para se entregar? – Minha voz estava tão cheia de dor que era impossível que não notasse.

- E quem disse que eu tenho certeza de que ele é o homem certo? Não acho que ele seja minha alma gêmea.  – Ela falou enquanto fazia o vinho em sua taça girar, num gesto displicente.

- Você acredita em alma gêmea?

- Gosto de imaginar que em algum lugar desse mundo existe um homem que nasceu especialmente para mim.

- E como espera reconhecê-lo quando o encontrar? – Meu coração estava acelerado.

Ela ficou pensativa depois sorriu e falou:

- Ele vai estar com uma plaquinha com meu nome, igual àquelas pessoas na porta de saída de aeroporto.

Comecei a rir. Adorava mulheres de bom humor. Renesmee era simplesmente adorável.

- Então o que a fez decidir transar com Mike, já que ele não é o “cara da plaquinha”- perguntei, muito interessado em sua resposta.

- Porque com o Mike eu vou apenas transar. Para o “cara da plaquinha” – ela me imitou fazendo uma careta engraçadinha – eu estou me guardando para fazer amor.

Não achei palavras que coubessem naquele momento. Ela me surpreendia a cada momento.

A chegada da comida ajudou-nos a descontrair novamente e quando vimos já tínhamos bebido todo o vinho.

Reparei que Renesmee estava mais solta, rindo de quase tudo o que eu falava.

- Acho bom pararmos com o vinho. Você está ficando bêbada.

Ela riu mais ainda.

- Nunca me senti tão bem como agora. Se isso for estar bêbada quero virar alcoólatra.

- Tenho a leve impressão que criei um monstro – falei de brincadeira.

 Na verdade ela estava divertidíssima, mas fiquei preocupado em saber como ela iria para casa dirigindo. Não sabia que era tão sensível à bebida.

Quando nos levantamos para ir embora, ela se desequilibrou e quase caiu. Tive de ser rápido e segurá-la pela cintura. Confesso que estava maravilhado com aquela possibilidade de tê-la em meus braços.

Enquanto encaminhávamos para o carro, deliciava-me com a proximidade de seu corpo. Ela parecia tão pequena perto de mim, tão frágil. No alto dos meus 1,94 de altura eu poderia submetê-la tão facilmente naquele estado, mas eu jamais o faria. Eu a amava de verdade. Não a magoaria nunca.

Dei umas voltas pela cidade até perceber que ela já estava melhor. O vento que entrava pela janela aberta, batendo em seu rosto, ajudou bastante.

- Posso passar no seu apartamento antes de ir pra casa?

Quase tive um infarto. Ela estava sugerindo o que eu estava pensando?

- Sim... hã... O que você quer fazer lá? – Eu parecia um garoto de 13 anos falando daquele jeito.

- Eu preciso trocar de roupa. Está um pouco tarde para ir na casa da minha amiga.

Comecei a respirar de novo. Então ela só queria trocar de roupa e o bobão aqui enxergando segundas intenções no pedido dela.

Pegamos a sacola em seu carro e fomos para meu apartamento. Depois voltaríamos de taxi para pegarmos seu carro e levá-la em casa...

Meu coração batia descompassado pelo simples fato de tê-la ali, em meu apartamento. Mostrei-lhe onde ficava o banheiro e fiquei aguardando na sala, imaginando-a se despindo. Ela estava tão perto de mim. Seria fácil seduzi-la. Eu tinha experiência de sobra para isso.

- Podemos ir.

Balancei a cabeça para espantar as bobagens que estava pensando e me virei para olhá-la.

A mulher tinha virado garotinha de novo. Agora vestia jeans e moletom.  Ainda assim continuava linda.

Fui dirigindo seu carro. Não podia deixá-la ir pra casa sozinha naquela condição.

- Boa noite, Renesmmee . Você foi uma companhia perfeita - disse depois que paramos na frente do seu prédio.

- Boa noite, Jacob... Hã... Dr. Jacob. Desculpe-me pelo porre. Eu não sou boa com bebidas. Foi uma noite muito divertida.

Dei um beijo em seu rosto, marcamos o próximo encontro e chamei o taxi que se aproximava.

“Sonhe comigo, Nessie”, pensei.


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