Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Plano




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/67864/chapter/3

CAPÍTULO 3 – O PLANO

Amanheci com uma única certeza: eu criara um plano ridículo que tinha 99,99% de chance de dar errado, mas Renesmee valia cada milímetro da minha vã tentativa. Por ela eu iria arriscar minha carreira, minha reputação e até minha liberdade... É, havia um grande risco de me botarem na cadeia por assédio se o plano falhasse, o que era quase certo.

No dia anterior, no consultório, havia pedido que ela voltasse no dia seguinte, mentindo que iria procurar informações sobre um anticoncepcional novo que estava preste a ser lançado e que queria receitá-lo.

O pior é que ela nem desconfiou de nada e prontamente se propôs a atender meu pedido.

Despediu-se de mim com um sorriso que me fez perder o ar e estendeu suas mãos para mim.

Suas mãos eram macias e quentes. Demorei para soltá-las, deixando-a um pouco encabulada.

A essa altura, com aquele comportamento bizarro que eu vinha demonstrado, ela já não estaria mais estranhando nada. Devia achar que eu era louco... E eu realmente estava.

Enquanto esperava ansiosamente sua chegada, repassei mais uma vez em minha cabeça os passos de meu “Plano Falível” para conquistá-la e afastá-la de seu namoradinho pervertido, doido para levá-la pra cama.

Quando ela abriu a porta do consultório eu parecia um adolescente de quatorze anos esperando a primeira namoradinha no banco da praça. Minhas mãos suavam e meu coração parecia que ia sair pela boca. Definitivamente eu não conseguiria mais viver sem vê-la todo dia.

- Oi, Dr. Black, tudo bem? – Ela sorria enquanto falava. Percebi que já se sentia bem mais à vontade na minha presença.

- Oi, Renesmee, que bom que você voltou.

Não estendi a mão para cumprimentá-la porque ela não entenderia o suor e os tremores.

- E então, já sabe qual remédio eu vou tomar?

- Hã? – Estava absorto em meus pensamentos.

- O remédio... Aquele para eu não engravidar. – Ela falou bem devagar, como se estivesse falando com uma criança.

Até ela já estava perdendo a paciência comigo. Karen tinha me perguntado se eu havia usado drogas. Eu nem de longe lembrava o médico centrado que eu era.

- Sim, claro, o remédio. Sua receita já está pronta. Mas você terá de tomar a cartela toda para começar o efeito contraceptivo. Nem pense em ter relações sexuais antes disso, ouviu?

Ela simplesmente acenou com a cabeça, de um jeito bem tímido.

Respirei fundo e como se estivesse me atirando de um precipício, comecei a colocar em prática meu plano.

- Renesmee, eu queria te fazer uma proposta.

“Larga aquela besta do seu namoradinho e case-se comigo. Te farei a mulher mais feliz desse mundo”.

 Era bem isso o que eu queria dizer, mas ainda não era a hora.

Ela me olhou meio assustada. Percebi que a palavra “proposta” a pegou de surpresa.

- Estou trabalhando em um projeto sobre o “Sexo na Adolescência” e (agora, enquanto falava, a coisa parecia mais ridícula ainda) gostaria de saber se você não poderia participar da pesquisa? É só me deixar acompanhá-la nesses dias que antecedem o Baile de Formatura.

- Como assim? – Eu realmente a tinha deixado confusa. Também pudera!

- É o seguinte: nós nos encontraríamos todos os dias e conversaríamos sobre a sua decisão de se tornar sexualmente ativa. Eu acompanharia suas mudanças físicas e emocionais neste período de 30 dias.

 Esse era o momento exato em que ela se levantaria e sairia correndo atrás da polícia, ciente de que estava diante de um psicopata tarado fantasiado de médico.

- Eu não entendi muito bem não, mas eu topo. Tô dentro! Quando a gente começa? – Ela realmente parecia empolgada.

Meu Deus, como ela era ingênua. Ela ainda era tão imatura... Eu precisava protegê-la de loucos como eu. Naquele momento me veio à cabeça a historinha da “Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau”. Não precisa nem dizer quem era quem nessa história, né? Não era bem a vovozinha que o Lobo Mau queria comer...

 Meus pensamentos estavam me assustando. O que estava acontecendo comigo?

- Que bom que você topou. Podemos começar amanhã. A gente se encontra em algum lugar pra conversar para que eu possa entender o que está se passando na sua cabeça, suas aflições, medos, ansiedade, expectativas.

- Eu achei que seria aqui no consultório – ela falou.

- É melhor que seja num ambiente mais informal, onde você não me veja apenas como um médico, mas também como um amigo.

Sim, tudo o que eu mais queria é ser seu melhor amigo, seu confidente, seu protetor. Eu a desejava também, mas acima de tudo eu a amava e queria estar o mais perto possível dela. Compartilhar suas experiências, descobertas... Menos as que envolviam aquele idiota do seu namorado, é claro.

- Tudo bem, eu também acho que será melhor assim – disse ela.

- Como você é maior de idade, não precisa da autorização de seus pais.

- Eu prefiro que eles não saibam, senão vão querer saber por que eu vim ao seu consultório. Eles me matariam se soubessem.

Perfeito, sem testemunhas!!

- Que tal amanhã às dezesseia horas no Central Park? Podemos nos encontrar na Bow Bridge.  Ah, aqui está sua receita.

- Tchau, Dr. Black. Até amanhã então.

- Tchau, Renesmee.

Quando ela se foi parecia que tinha levado um pedaço de mim...

A ansiedade pelo dia seguinte fez com que as horas se arrastassem.

Deitado em minha cama eu repassava tudo o que tinha acontecido desde que eu sofrera o Imprinting no dia anterior. Parecia que eu tinha sido atingido por um raio. Mas, apesar de toda a confusão que se apoderara de minha vida, eu estava feliz... Feliz como nunca estive. Eu finalmente me sentia completo...

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!