Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 2
Capítulo 2 - Imprinting




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CAPÍTULO 2 – IMPRINTING

Estava lendo a ficha da paciente quando ouvi a porta se abrir. Levantei a cabeça para cumprimentá-la e voltei meu olhar para a jovem que timidamente se encontrava de pé em minha frente.

- Bom dia, Stª. Cullen. – Cumprimentei-a com um sorriso, procurando ser gentil.

Foi então que ela me olhou e nossos olhares se cruzaram. O tempo parou naquele segundo. Os olhos cor de chocolate que me fitavam eram tudo que existia naquela sala. Um calor percorreu meu corpo e compreendi o que estava acontecendo. Eu a tinha encontrado, finalmente!!!! Era ela, a mulher que tinha nascido para ser amada por mim. Aquela por quem eu daria minha vida, minha alma.

 Aquela menina de pele clara e cabelos cacheados que acabara de entrar na minha sala era, a partir de agora, toda a razão de minha existência.

- Doutor, você está bem? – Sua voz doce entrava em meus ouvidos, mas eu não conseguia reconhecer as palavras. Era como se fosse uma linda música cantada numa língua que eu não conhecia.

-Doutor?

De repente eu voltei em mim. Meu Deus, pensei! "Não pode ser!" Isso não poderia estar acontecendo. Não havia mais magia, não havia mais Imprinting...

Eu tinha acreditado que meu passado estava enterrado em Forks, mas eu estava enganado. A magia dos lobisomens voltara... Minha vida estava incondicionalmente ligada àquela adolescente que estava em minha frente! Eu estava completamente apaixonado... 

- Hã.... Desculpe-me. – Não sei de onde encontrei forças para parecer coerente. Minha cabeça girava e meu coração batia em um ritmo frenético.

- Sente-se, Srta. Cullen. Em que posso ajudá-la? – Eu tinha de parecer “normal”.

“Ela é tão linda... tão linda”.

 Meu Deus, eu era médico e ali em minha frente estava uma paciente. O que eu estava fazendo? Cadê minha ética profissional?

- Bem... – Ela começou a gaguejar. - Eu...  É que... Eu e meu namorado... Bem, a gente tá querendo... Você sabe né?

Parece que eu não era o único incoerente ali. Seja lá qual fosse o seu problema, ela não estava muito à vontade em expô-lo. Se bem que eu já estava acostumado com o constrangimento de grande parte das pacientes. Afinal eu era um ginecologista.

Ou será que ela estava percebendo a forma como eu a olhava? Ou o quanto eu estava encantado e... apaixonado por ela?

Que coisa louca! Como o destino poderia ter me pregado uma peça dessas? Ter um imprinting com uma paciente dentro do meu consultório? Ela era só uma menina!

"O que eu fiz para merecer isso, Deus?"

- Posso te chamar de Renesmee? – Eu precisava retomar o controle da situação.

- Tudo bem.

Sua voz parecia música. Era doce, meiga.

- Então, Renesmee, seja qual for o problema, vou fazer o possível para ajudá-la. – Falei gentilmente.

Ela estava claramente envergonhada. Tinha visto em sua ficha que tinha 18 anos. Provavelmente era a primeira vez que procurava um ginecologista.

Era incrível o quanto seu nervosismo me incomodava. Eu queria deixá-la calma, fazê-la se sentir à vontade.

- Doutor, eu estou pensando em... hum... transar com meu namorado. – Sua voz era tão baixa que eu mal ouvia. – Eu queria fazer do jeito certo. Me preparar antes, pra não correr o risco de engravidar. Vai ser minha primeira vez e eu tenho muitas dúvidas.

Era como se eu estivesse em queda livre. No lugar do meu estômago havia um buraco enorme. Eu não conseguia respirar.

Deus do céu, isso não podia estar acontecendo! Ela estava me pedindo ajuda para se entregar a outro? Eu teria de ensiná-la a fazer amor com outro homem?

- Para começar, você está certa de que quer isso mesmo? – Eu devia estar parecendo um fantasma de tão branco. – Essa é uma decisão muito importante.

Eu queria chacoalhar seus ombros e gritar que ela agora era minha e que nenhum idiota com a cara cheia de espinhas iria encostar um dedo sequer nela.

- É, eu acho que sim. – Seu rosto estava corado pela timidez, o que a deixava irresistivelmente linda. – Eu já tenho 18 anos. Não quero ser... virgem... pro resto da vida.

“Você não será, minha querida. Não se depender de mim....”

Eu tava irremediavelmente louco... Que pensamento era aquele?

- Tudo tem seu tempo, Renesmee. Não se sinta pressionada a tomar uma decisão dessas só por causa da sua idade. Não há nada de errado em aguardar a pessoa certa. - Ponderei.

- Eu acho que Mike é o cara certo. Ele me ama e eu também o amo. – Ela tinha um sorriso tímido no rosto.

- Quantos anos tem seu namorado? – Esperei que ela não tivesse notado a aspereza de minha voz quando falei “namorado”.

- Dezoito também. Somos da mesma sala. Vamos nos formar juntos e queremos que aconteça depois do Baile de Formatura. – Ela ficava mais ruborizada ainda quando se referia a sua futura transa.

Por instantes imaginei aquele idiota sobre ela, movido a testosterona, possuindo-a no banco de trás de um carro, sem a menor delicadeza, sem...

- Doutor Black?

- Como? Hã?

- Como estava em marte? – Ela deu um sorriso deslumbrante e começou a rir.

Aquela garota nem imaginava o que esse louco, pervertido e apaixonado médico estava pensando.

- Eu estou te ouvindo, querida. Pode continuar.

!QUERIDA?... Eu a chamei de querida??" 

"O que eu estou fazendo, meu Deus? Preciso me controlar".

- Pois é, como eu estava dizendo, eu quero começar a tomar anticoncepcionais. E também gostaria de tirar algumas dúvidas sobre... hã...essa coisa de doer, sabe?

Para ser pior do que estava, só se eu tivesse tido um imprinting com a Rainha da Inglaterra.

Respirei fundo.

- Quanto ao remédio, não tem problema. Existem ótimos anticoncepcionais no mercado. Vamos achar um que seja adequado e você poderá começar a tomá-lo. Mas mesmo assim o uso da camisinha é indispensável. Ela previne as doenças sexualmente transmissíveis.

- O Mike vai ficar chateado. Ele quer que eu tome o remédio pra que ele não tenha de usar camisinha. Ele não gosta, sabe?

Aquele FDP tava mais interessado em seu próprio prazer do que na segurança dela. Ah se eu pusesse minhas mãos naquele idiota!!...

- Renesmee, você tem de entender de uma vez por todas que a camisinha é a única forma de você se proteger de doenças. Se o seu parceiro se recusar a usá-la, pode ter certeza que ele não é a pessoal ideal para você se entregar-se.

- Está bem, vou falar com ele sobre isso.

- E com relação à dor, isso depende de vários fatores. Cada pessoa tem uma sensibilidade diferente, uma reação diferente. Quanto mais você estiver relaxada, e isso vai depender de estar certa do que está fazendo, menos dor vai sentir. E cabe também a seu namorado aguardar que você esteja lubrificada o suficiente para haver a penetração. - Tentei ser o mais profissional que pude.

Ela me ouvia com atenção, mas não conseguia me encarar. Devia estar bastante envergonhada

Ela parecia ser uma garota romântica, cheia de sonhos. Provavelmente tinha fantasiado esta primeira vez diversas vezes em sua cabeça, esperando que fosse tudo maravilhoso, perfeito. Ela merecia que fosse assim. E eu faria o impossível para lhe garantir isso... E seria comigo!!

 - Quando será a formatura? – Eu precisava saber quanto tempo eu tinha para evitar aquela tragédia.

- Será daqui um mês – ela falou toda ansiosa.

Eu precisava fazer alguma coisa. Definitivamente eu precisava de um plano. Eu tinha trinta dias para fazer ela se apaixonar por mim.


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