Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 18
Capítulo 15 - Lobisomem


Notas iniciais do capítulo

N/A: Na parte que Jacob explica o que é Imprinting, aproveitei as palavras de Stephenie Meyer por achá-las perfeitas e insubstituiveis.



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CAPÍTULO 15 – LOBISOMEM

POV JACOB

Já estávamos há um tempo em silêncio, abraçados, recuperando nossas forças.

Tínhamos feito amor por horas seguidas e mais uma vez tinha sido mágico. Estava experimentando com Nessie sensações que nunca tinha sentido.

- Nessie, está com fome?

- Estou, mas não quero me mexer, está tão bom ficar aqui abraçadinha com você. – Falou carinhosamente, enquanto beijava meu peito nu.

- Eu também estou achando ótimo, mas é melhor irmos jantar porque se ficar me beijando assim, não sei não...

Nessie me olhou com uma cara incrédula.

- Então vamos logo. 

Ela devia estar abismada por eu ainda cogitar outro round. Era bom ela se acostumar com minha animação. Tratando-se de sexo, eu era insaciável.

Nos vestimos e fomos pra cozinha. É claro que Nessie fez questão de se enrolar toda no lençol e ir para o banheiro se trocar. Chegou ao ponto de trancar a porta com a chave.

Nessie era engraçada. Enquanto estávamos fazendo amor ela ficava desinibida, mas depois que acabava sua timidez voltava com força total. Pra falar a verdade, isso tinha lá seu charme.

- O que você acha de se mudar para meu quarto, agora que voltamos a ser um casal? – Perguntei, com um sorriso no rosto.

Ela pensou um pouco.

- Não sei se estou preparada para tanta intimidade. Acho que prefiro ter um pouco de privacidade – disse, meio que se desculpando.

Não devo ter conseguido disfarçar meu desapontamento, pois logo em seguida ela continuou:

- Mas se quiser, durmo com você hoje. – Falou, me lançando o olhar mais sedutor que já tinha visto.

- Eu quero, só não garanto que vá dormir muito... – Eu não me cansava de desejá-la.

- Se você fosse bicho seria um coelho – disse rindo.

“Não, Nessie, eu seria um lobo”, pensei.

Eu tinha de contar-lhe meu segredo urgentemente. Não podia deixar que nos envolvêssemos tanto, sem que ela soubesse minha verdadeira história.

Não era um simples segredo, era o fato de eu ser um lobisomem. Não podia negar que era uma informação importantíssima, para não dizer bombástica.

Teria de apresentar à Nessie um mudo que para ela não passava de ficção. Fazê-la mergulhar e acreditar na magia.

Meu maior temor era que ela não estivesse preparada para digerir tudo isso e simplesmente fosse embora; mas eu teria de correr esse risco.

- Um dólar por seus pensamentos. –  Nessie disse em tom de gozação. Devia ter ficado fora do ar por um tempo.

- Lembra dos segredos que lhe falei? Precisamos conversar sobre isso.

- Não se preocupe, Jacob. Tudo que sei de você já é suficiente para me fazer amá-lo além de minhas forças. Não precisa me contar nada. – Suas palavras fizeram meu coração pular. Era tão bom ouvi-la dizendo que me amava.

- Mas eu preciso que saiba uma coisa muito importante sobre mim, Nessie. Amanhã vamos à praia e então conversaremos.

- Se você prefere assim, tudo bem, mas por mim não precisa. “Eu já estou viciada em você, amor. Não há mais salvação para mim. Nada que disser mudará isso” – falou baixinho em meu ouvido, me fazendo arrepiar da cabeça aos pés.

Como eu queria ter certeza disso!!

Levei-a para meu quarto e fizemos amor novamente. Dormimos abraçados.

Levantei-me antes de Nessie e fiquei olhando-a dormir. Ela era linda! Lembrei-me da conversa que teríamos naquele dia e um frio na barriga me atingiu. Não suportaria mais viver longe dela. Se me deixasse não sei o que seria capaz de fazer.

Tomei um café rápido, deixei uma flor no seu travesseiro e fui para o consultório. Só iria atender as grávidas que eu estava acompanhando. Tinha parado de marcar consultas desde que fui buscar Nessie em New York. É claro que me sentia mal em parar com os atendimentos, mas precisava dar atenção a ela e resolver nossos problemas. Havia outros médicos em Forks onde os moradores da aldeia poderiam se consultar, como faziam anteriormente.

Quando voltei, Nessie estava na varanda, me esperando para irmos à praia.

Cumprimentei-a com um longo beijo.

- Obrigado pela flor. Achei muito fofo – disse, com os olhos brilhando.

- Queria ter ficado mais com você, mas precisei ir ao consultório. Sentiu minha falta? – Perguntei, segurando-a pela cintura.

- Claro que senti. Tudo fica sem graça quando você não está por perto. Não sei lidar muito bem com a sua ausência – disse rindo. – Da última vez que fiquei sem você quase surtei.

- Quase não, baixinha, você surtou mesmo!! - Dei um beijo em sua testa e fomos para a praia. A hora “H” estava chegando.

Nessie ficou encantada com a beleza do lugar. Apesar do sol ter aparecido, a água estava gelada. Ficamos só olhando.

Sentamo-nos em um velho tronco de árvore caído para admirar a paisagem.

Respirei fundo... Era a hora de contar a Nessie quem eu era.

Segurei suas mãos e virei-a para que olhasse em meus olhos.

- Nessie, o que vou lhe contar requer que, antes de tudo, você se dispa de alguns conceitos pré-estabelecidos. Por favor, antes de tomar alguma decisão, deixe-me explicar tudo. – Eu nunca tinha me sentido tão apavorado como naquele momento.

- Jacob, amor, você está me assustando. – Suas mãos começaram a suar.

“Na verdade a parte assustadora nem começou ainda”, pensei.

- Nessie, nós, os Quileutes, guardamos um segredo há muito tempo. Um segredo que faz parte da nossa história, que define quem somos. 

Eu estava sendo muito prolixo.

 – Vou te contar resumidamente essa história para que possa entender.

- Jacob, vo... você é gay? – Sua expressão era de espanto.

- Claro que não!! – Por que ela estava me perguntando aquilo?

- Ufa!!! – respirou aliviada. – É que sempre que um homem fica enrolando desse jeito para contar uma coisa pra sua mulher, ele sempre acaba dizendo que é gay. Mas então tudo bem, vai, continua.

Em outro momento eu até riria dela, mas estava muito nervoso para isso.

Então contei tudo sobre a aldeia. Desde os Guerreiros Espíritos até a magia da mudança de forma. Contei sobre Kaheleha,Taha Aki e Utlapa, sobre a chegada dos “frios” em nossas terras e sobre os lobisomens. Não falei sobre a alcatéia mais recente, a que me incluía. Tinha de ir aos poucos.  – Nessie me ouviu em silêncio a maior parte do tempo. Às vezes fazia uma expressão cética, incrédula.

- Frios? – interveio.

- Frios é como chamávamos os vampiros, Nessie. Não como são retratados nos filmes, mas com o mesmo instinto assassino de sugar sangue de humanos – respondi.

- Jacob, eu entendo que acredite nessas histórias, isso faz parte da cultura do seu povo. Nunca irei me opor a isso. Você achou que eu ia julgá-lo mal por isso? Claro que não, meu amor. Acho até bonito e respeito que vocês conservem suas lendas. – Parecia aliviada por achar que era só isso.

- Nessie, o problema é que... Bem... O que te contei não são lendas, meu amor, é a mais pura realidade. O mais importante é que quero que saiba é que eu, Sam e os caras que você conheceu na casa dele, bem... nós e mais alguns que não estão aqui, formamos a alcatéia mais recente da tribo. Nós somos lobisomens, Nessie, apesar de estarmos há dez anos sem precisar nos transformar. – Quando acabei de falar, percebi que não estava respirando. Tive de puxar o ar fortemente para não desfalecer.

Nessie ficou me encarando com uma expressão indefinida até que começou a esboçar um sorriso tímido.

- Isso é algum tipo de pegadinha, Jacob? – Ela estava confusa, olhando pros lados.

- Não, Nessie, não é. Essa á a história da minha vida. Não poderia escondê-la de você. Quero que seja minha esposa, pretendo viver para sempre do seu lado, mas tinha de lhe dar o direito de escolher se me aceita assim ou não.

Uma lágrima escorreu de seus olhos.

- Por que está fazendo isso comigo, Jacob? Eu não estou entendendo aonde quer chegar. Minha cabeça está doendo, quero voltar pra casa – disse, colocando as mãos no rosto num sinal evidente de desespero.

- Meu amor, eu queria poder te dizer que tudo não passou de uma brincadeira sem graça, mas não é. É o que sou realmente e, por incrível que possa parecer, me orgulho disso. – Mais uma vez eu a estava fazendo sofrer.

- Quer que eu acredite que você se transformava em um lobo gigante e matava vampiros? – Suas pernas balançavam de nervosismo.

- É, Nessie. É nisso que precisa acreditar e é isso que espero que aceite, porque não posso mudar o que sou e, se pudesse, mudaria por você, mas não posso. E tem mais uma coisa que você precisa saber...

- Oh, não!! Por favor, Jacob... – Ela estava no limite, não queria ouvir mais nada.

- Nessie, preciso lhe contar sobre o imprinting que sofri.

- Impri... quê???? Pelo amor de Deus, Jacob, não me diga que está doente. – Ela já estava surtando, literalmente.

- Calma, Nessie, não é nada disso. É só uma coisa que ocorre com a alcatéia, mas vou te explicar direitinho.

Fui falando bem devagar, para que ela se acalmasse. Expliquei da melhor forma que pude. Contei sobre Sam, Jared, Quil , Paul e sobre o que aconteceu no consultório.

- Não foi como amor à primeira vista, Nessie. Foi mais como uma atração gravitacional. Quando te vi, de repente não era mais a Terra que me mantinha aqui. Era você. E nada no mundo me importava mais do que você. Descobri que faria qualquer coisa para te fazer feliz, me tornaria o que quisesse que eu fosse, seria pra você um protetor, amante, amigo ou irmão.

Para meu completo desespero, Nessie se levantou e saiu correndo.

NÃO!!! Eu não podia acreditar, eu a tinha perdido!! Ela estava indo embora...

Senti que estava tremendo. Era normal, estava nervoso, mas... conhecia aquele tremor muito bem... Não era um tremor qualquer.

Senti minhas roupas se rasgando e meus ossos pareciam que se quebravam...

Então corri atrás da razão da minha vida... Não podia deixar que fosse embora, eu morreria sem ela.

POV NESSIE

Dessa vez tinha sido melhor ainda. Jacob me possuíra de uma forma tão doce e ao mesmo tempo tão viril que me fazia quase enlouquecer. Ainda bem que não tínhamos vizinhos muito próximos, porque eu não tinha sido muito discreta, mas a culpa não era minha... Jacob não me deixava outra opção. Ô homem!!! Meu Deus!!!

Estávamos abraçados, deitados em sua cama, exausto de tanto nos amarmos.

- Nessie, está com fome? – Jacob perguntou.

- Estou, mas não quero me mexer, está tão bom ficar aqui abraçadinha com você. – Não queria abandonar aquele colo quentinho. Beijei seu peito, me rendendo àquela perfeição.

- Eu também estou achando ótimo, mas é melhor irmos jantar, porque se ficar me beijando assim, não sei não....

Não era possível que Jacob ainda tivesse força para transarmos de novo. Eu mal conseguia respirar, de tão cansada.

- Então vamos logo. – Era melhor sair dali antes que ele se animasse novamente.

Jacob se levantou e começou a se vestir na minha frente. Eu poderia fazer o mesmo, mas simplesmente não conseguiria. Enrolei-me no lençol, antes mesmo de levantar, peguei minhas roupas e fui para o banheiro me trocar.

Jacob ficou me olhando com cara de riso, mas não disse nada. Fingi que não percebi.

A comida estava deliciosa. Eu realmente estava faminta.

- O que você acha de se mudar para meu quarto, agora que voltamos a ser um casal? – Sua pergunta, mesmo vindo regada com um sorriso deslumbrante, me pegou de surpresa.

Isso significaria dividirmos o mesmo espaço, o mesmo banheiro... Hum, isso não ia dar certo. Eu ainda tinha de superar muito minha timidez para chegar nesse ponto.

- Não sei se estou preparada para tanta intimidade. Acho que prefiro ter um pouco de privacidade – disse, me sentindo cruel por estar negando um pedido tão carinhoso de Jacob.

Ele fez um carinha de tristeza que me deixou desolada.

- Mas se quiser, durmo com você hoje. – Falei sorrindo, na esperança que ele se sentisse melhor.

- Eu quero, só não garanto que vá dormir muito... – Jacob e suas insinuações...

- Se você fosse bicho seria um coelho – disse rindo. Nunca imaginei tanta disposição.

Jacob riu e depois ficou em silêncio. Parecia ter se desligado de tudo, absorto em seus pensamentos.

Depois de um tempo, minha curiosidade me venceu.

- Um dólar por seus pensamentos! – Falei, brincando com sua crise de ausência.

Ele ficou sério.

- Lembra dos segredos de que lhe falei? Precisamos conversar sobre isso.

Isso já não me importava mais. Não queria saber de mais nada. Para mim ele era perfeito, confiava plenamente no seu amor por mim.

- Não se preocupe, Jacob. Tudo que sei de você já é suficiente para me fazer amá-lo além de minhas forças. Não precisa me contar nada. – Queria que ele soubesse que não tinha mais “porém” entre nós. Ele não precisava me provar mais nada.

- Mas eu preciso que saiba uma coisa muito importante sobre mim, Nessie. Amanhã vamos à praia e então conversaremos. – Ele continuava sério.

- Se você prefere assim, tudo bem, mas por mim não precisa. “Eu já estou viciada em você, amor. Não há mais salvação para mim. Nada que disser mudará isso” – falei baixinho em seu ouvido, tentando quebrar o clima tenso.

Meu deus grego me pegou no colo e me levou para seu quarto. Fizemos amor novamente. Dormi em seus braços me sentindo a mulher mais feliz do mundo.

Acordei sozinha. Jacob não estava no quarto, mas havia deixado uma flor em meu travesseiro. Além de lindo e gostoso, ainda era romântico...

“Oh, meu Deus!! O que eu fiz para merecer um homens desses?”

Tomei um banho sorrindo de orelha a orelha. Era tanta felicidade que não cabia dentro de mim.

Bebi um suco, conversei um pouco com Qahla e fui para a varanda esperar Jacob.

Era hoje que ele iria me contar o tal segredo. Por incrível que pareça não estava ansiosa.

Pouco tempo depois ele chegou. Cumprimentou-me com um beijo apaixonado, de um jeito que só provando pra saber.

- Obrigado pela flor. Achei muito fofo – disse.

- Queria ter ficado mais com você, mas precisei ir ao consultório. Sentiu minha falta? – Perguntou, segurando-me pela cintura e me apertando contra seu corpo.

- Claro que senti. Tudo fica sem graça quando você não está por perto. Não sei lidar muito bem com a sua ausência – falei rindo. – Da última vez que fiquei sem você quase surtei. – Ainda me lembrava do meu “inferno particular”.

- Quase não, baixinha, você surtou mesmo!!

Deu um beijo em minha testa e fomos caminhando para a praia.

A praia era simplesmente linda. Deserta, intocada, como um verdadeiro paraíso. Apesar do sol, o mar estava gelado.

Jacob me mostrou um tronco de árvore caído e nos sentamos ali, admirando a beleza do lugar.

Jacob suspirou. Parecia nervoso.

Pegou minhas mãos e me fez virar, de forma que nossos olhares se encontrassem.

- Nessie, o que vou lhe contar requer que, antes de tudo, você se dispa de alguns conceitos pré-estabelecidos. Por favor, antes de tomar alguma decisão, deixe-me explicar tudo. – Suas mãos estavam trêmulas.

Suas palavras não faziam sentido, mas comecei a achar que se tratava de algo muito importante.

- Jacob, amor, você está me assustando. – Agora quem estava nervosa era eu.

- Nessie, nós, os Quileutes, guardamos um segredo há muito tempo. Um segredo que faz parte da nossa história, que define quem somos. Vou te contar resumidamente para que possa entender.

“Jesus!! Ele vai dizer que é gay!”

- Jacob, vo... você é gay? – Estava tudo muito perfeito. Esse homem tinha que ter um defeito.

- Claro que não!! – Sua resposta foi convincente.

- Ufa!!! – respirei aliviada. – É que sempre que um homem fica enrolando desse jeito para contar uma coisa pra sua mulher, ele sempre acaba dizendo que é gay. Mas então tudo bem, vai, continua. – Se não era isso, nada mais me afetaria.

Assim que parei de falar besteira, ele começou a discorrer sobre as lendas e crendices de seu povo. Contou sobre guerreiros que saíam de seus corpos e lutavam como espíritos, de corpos que foram mortos e seu dono teve de ir morar dentro de um lobo (acho que foi isso mesmo que ele falou); de pessoas com nomes estranhos que viravam lobisomem e depois caçavam os frios. O que esquimós estavam fazendo na história eu não fazia a menor idéia. Me mantive em silêncio para ver se conseguia processar todas aquelas maluquices.

- Frios? – Precisava saber “que diabos” esses esquimós faziam ali.

- Frios é como chamávamos os vampiros, Nessie. Não como são retratados nos filmes, mas com o mesmo instinto assassino de sugar sangue de humanos.

Fiquei abismada de como um homem inteligente e estudado com Jacob poderia acreditar em tanta fantasia, mas sua origem era diferente da minha. Ele era um índio. Tinha sido criado numa outra cultura e cabia a mim respeitá-lo.

- Jacob, eu entendo que acredite nessas histórias, isso faz parte da cultura do seu povo. Nunca irei me opor a isso. Você achou que eu ia julgá-lo mal por isso? Claro que não, meu amor. Acho até bonito e respeito que vocês conservem suas lendas. – Como ele tinha ficado preocupado à toa!

- Nessie, o problema é que... Bem... o que te contei não são lendas, meu amor, é a mais pura realidade. O mais importante que quero que saiba é que eu, Sam e os caras que você conheceu na casa dele, bem... Nós e mais alguns que não estão aqui formamos a alcatéia mais recente da tribo. Nós somos lobisomens, Nessie, apesar de estarmos a dez anos sem precisar nos transformar. – Será que eu tinha ouvido direito? Jacob estava me dizendo que era um lobisomem? Meu cérebro buscava qualquer fio de coerência naquela conversa mas era impossível achar. Só podia ser brincadeira.

 - Isso é algum tipo de pegadinha, Jacob? – Perguntei, na esperança que algum câmera man iria aparecer rindo da minha cara.

- Não, Nessie, não é. Essa á a história da minha vida. Não poderia escondê-la de você. Quero que seja minha esposa, pretendo viver para sempre do seu lado, mas tinha de lhe dar o direito de escolher se me aceita assim ou não.

Alguma coisa muito preocupante estava acontecendo ali. Jacob estava muito sério para aquilo ser uma brincadeira. Mas se não era brincadeira, então qual a razão dele estar dizendo aquelas loucuras? Ele era mesmo um lobisomem? Ou queria me dar um motivo para eu ir embora?

Senti que estava entrando em desespero. Uma lágrima escorrer por meu rosto.

- Por que está fazendo isso comigo, Jacob? Eu não estou entendendo nada. Minha cabeça está doendo, quero voltar pra casa. – Coloquei o rosto entre as mãos para evitar o grito que insistia em sair da minha boca . Queria sair dali.

- Meu amor, eu queria poder te dizer que tudo não passou de uma brincadeira sem graça, mas não é. É o que sou realmente e, por incrível que possa parecer, me orgulho disso. – Jacob tinha uma expressão sofrida.

- Quer que eu acredite que você se transformava em um lobo gigante e matava vampiros? – Minhas pernas tremiam na medida que eu percebia que tinha um fundo de verdade em toda aquela história.

- É, Nessie. É nisso que precisa acreditar e é isso que espero que aceite, porque não posso mudar o que sou e, se pudesse, mudaria por você, mas não posso. E tem mais uma coisa que você precisa saber...

- Oh, não!! Por favor, Jacob... – Eu não queria ouvir mais nada.

- Nessie, preciso lhe contar sobre o imprinting que sofri.

- Impri... quê???? Pelo amor de Deus, Jacob, não me diga que está doente. – Eu já não conseguia pensar coerentemente.

- Calma, Nessie, não é nada disso. É só uma coisa que ocorre com a alcatéia, mas vou te explicar direitinho.

Ele foi me explicando bem devagar sobre o tal do imprinting: O encontro da parceira perfeita. Algo mais forte que amor à primeira vista.

 Contou sobre Sam e Emily, Jared e Kim ,Paul e Rachel , Quil e Claire e por fim sobre nós.

- Não foi como amor à primeira vista, Nessie. – Ele falava olhando em meus olhos. - Foi mais como... uma atração gravitacional. Quando te vi, de repente não era mais a Terra que me mantinha aqui. Era você. E nada no mundo me importava mais do que você. Descobri que faria qualquer coisa para te fazer feliz, me tornaria o que quisesse que eu fosse, seria pra você um protetor, amante, amigo ou irmão.

 Então seu amor por mim tinha nascido de uma espécie de feitiço? Não foi ele que me escolheu, foi algo que lhe foi imposto?

Senti que ia desmaiar. Parecia que o céu estava caindo na minha cabeça. Comecei a correr. Queria estar bem longe dali, então corri... corri e corri. Me sentia como o Tom Hanks em Forrest Gamp. Se dependesse de mim correria por dias seguidos, mas então senti uma respiração diferente atrás de mim. Todos meus instintos diziam para eu não me virar, mas não resisti e girei a cabeça. A última coisa que vi foi um monstro enorme e peludo. Tudo ficou escuro...


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