Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 16
Capítulo 13 - Não vi, só senti




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/67864/chapter/16

CAPÍTULO 13 – NÃO VI, SÓ SENTI

POV JACOB

Acordei sentindo cheiro de café. A Sra. Qahla já devia ter chegado.

Tomei um banho e me troquei. Passei em frente do quarto de Nessie e a porta estava fechada. Provavelmente ela ainda não tinha acordado.

- Bom dia, Dr. Black.

- Bom dia, Qahla. Nessie já se levantou? – Perguntei, percebendo que havia uma xícara suja na mesa.

- Sim senhor. Ela está na varanda. É uma moça encantadora, Dr. Black. Uma verdadeira jóia.

- É sim, Qahla. Ela é muito especial mesmo.

Tomei apenas um café e fui encontrá-la.

Nessie estava em pé, debruçada na mureta da varanda. Olhava maravilhada a profusão de verde que rodeava a casa. Não percebeu que eu me aproximava. Abracei-a por trás, envolvendo seu corpo com o meu.  Cheguei a boca bem perto de seu ouvido.

- Bom dia, meu amor. Apreciando a natureza? – Sussurrei.

Senti seu corpo tremer. Ou ela sentia o mesmo tesão que eu ou devia estar com frio.

- Deus do céu!! Você me assustou – disse, meio sem fôlego.

- Desculpe, não tive a intenção – disse rindo.

Ela se virou, desvencilhando-se de meus braços.

- Desculpe não ter te esperado pro café, mas achei que dormiria até mais tarde. Devia estar muito cansado da viagem – falou.

Fiz uma cara de quem não tinha ficado chateado e dei um beijo na ponta do seu nariz.

- Tá perdoada.

- Este lugar é tão lindo, Jacob. Nunca vi um lugar tão verde em toda minha vida – falou deslumbrada.

- É bem diferente de New York – ri do meu comentário idiota.

- Nunca imaginei acordar com canto de passarinhos. – Ela parecia uma criança em um parque de diversão.

- Então vamos dar uma volta, quero te mostrar a praia, é linda também.

Segurei sua mão e saímos de mãos dadas, como namorados. Por mais simples que esse gesto parecesse, fez meu coração pular dentro do peito.

No Caminho fui apresentando-a a todos que encontrávamos.

Toda a aldeia já sabia de sua chagada. A vinda da namorada de Jacob para La Push deve ter sido a fofoca do dia desde que avisei Sam que estava voltando com ela. A minha tristeza nos últimos seis meses tinha sido percebida por todos e é claro que eles sabiam que era desilusão amorosa, estava escrito na minha testa.

Se tínhamos nos acertado e eu agora estava feliz então a aldeia toda também estava feliz. Era assim que agíamos uns com outros. Compartilhávamos nossos sentimentos. Com os outros lobos então, nem se fala. Apesar de não nos transformarmos mais, tínhamos uma ligação ímpar, só explicada pela magia. Algo incompreensível aos olhos e sentimentos racionais.

Levei-a à casa de Sam e Emily. Nessie os adorou e a simpatia foi recíproca. Almoçamos por lá e demos muitas risadas com Quil, Seth, Embry e Jared, que acabaram aparecendo. Nessie parecia mais leve, despreocupada.

O entrosamento entre Nessie e a alcatéia, ou parte dela, já que Paul e Leah estavam viajando, foi perfeito. Em pouco tempo pareciam velhos amigos.

 Voltamos para casa debaixo de chuva. O passeio à praia teria de ficar pra depois.

- Jacob – disse enquanto voltávamos pra casa – seus amigos são maravilhosos. Adorei conhecê-los.

- Eles são sim. São os amigos mais fiéis que uma pessoa pode ter. Apesar de ter ficado quase dez anos sem vir aqui, eles me receberam de braços abertos – falei emocionado.

Chegamos em casa ensopados. Fui direto para o banho, estava tremendo de frio. Nessie também foi pra seu quarto.

Tomei um banho quente. Estava saindo do banheiro, secando meus cabelos com uma toalha e completamente nu, quando me deparei com Nessie entrando quarto adentro.

- OMG!! Você está pelado!! – Ela se virou para a parede, vermelha como um tomate.

- Nessie, – falei rindo – você já me viu nu antes.

- Não vi não – ela retrucou.

- Viu sim!! – Falei enfático.

- Não vi!! – Parecia uma criança birrenta.

- Nessie, se bem me lembro, e eu me lembro muito bem, fizemos amor uns meses atrás e eu estive dentro de você pelo menos umas cinco vezes. – Sabia que a deixaria encabulada, mas era gostoso ver sua timidez, se bem que ela continuava de costas pra mim.

- Eu também me lembro, não precisa me matar de vergonha. Só que eu apenas “senti”, mas não vi, estava escuro.

- Sua definição de “ver” é muito estranha, Nessie. – Ela estava hilária.

- Você está me confundindo, Jacob. – Ela parecia irritada.

- Eu?? Quer dizer que o confuso agora sou eu?? – Comecei a rir dela, não dava pra evitar.

- Posso me virar?

- Pode. – Já tinha colocado minha cueca boxer.

- Jacob!! – Disse, virando-se novamente pra parede. – Você está só de cueca.

- Ah! Desculpe-me, Srta. Cullen, é que minha burca está lavando – brinquei, fazendo gozação com seu puritanismo.

- Engraçadinho!! Dá pra colocar uma calça?

A timidez de Nessie a deixava muito engraçada às vezes.

Coloquei a calça e antes que ela se virasse a agarrei pelas costas, abraçando sua cintura com força. Coloquei minha boca propositalmente em sua orelha, sabendo que aquilo lhe provocaria arrepios. Agora sim, eu a mataria de vergonha.

- Então você só sentiu? – Sussurrei maliciosamente. – Isso você deixou bem claro, nunca vi ninguém gemer tão bonitinho quanto você. E saiba que minha visão noturna é excelente. Lembro-me de cada milímetro do seu corpo muito bem.

- Jacob, isso é golpe baixo – ela falou com a voz emburrada. – Agora nunca mais vou ter coragem de olhar pra você de novo.

Virei-a, forçando-a a olhar pra mim. Ela estava deliciosamente corada e envergonhada.

- Nessie, o que eu faço com você? – Perguntei rindo. – Quando é que você vai entender que já passamos da fase do constrangimento. Se não fosse aquela maldita promessa que fiz a você e seu pai, você já teria sido minha novamente, várias vezes.

Ela ficou parada por um tempo, parecia catatônica.

- Jacob, espera aí que vou ali fora morrer e já volto! – Ela saiu do quarto feito um furacão e eu fiquei sem sequer saber o que ela queria no meu quarto.

POV NESSIE

Acordei com um som delicioso em meus ouvidos. Era canto de passarinhos! Fiquei na cama me espreguiçando, curtindo aquele momento único.

Tomei um banho relaxante, coloquei uma calça e um pulôver bem quentinho e segui aquele delicioso cheiro de café até a cozinha.

Pensei que encontraria Jacob, mas me deparei com uma senhora de uns cinqüenta e poucos anos, com feições típicas dos nativos.

- Bom dia! Deve ser a Srta. Cullen. Sou Qahla. Cuido da casa para o Dr. Black. Quer que lhe sirvo seu café? – Ela falou amavelmente, com um sotaque diferente.

- Bom dia! É um prazer conhecê-la – falei. Vou tomar o café sim, Jacob deve dormir até mais tarde, estava muito cansado ontem.

Ela me serviu uma xícara de café e me deliciei com os vários pães e bolos que estavam sobre a mesa. Tinha umas frutas que eu nunca tinha visto.

- Está gostando da nossa aldeia, Srta. Cullen?

- Chegamos ontem à noite – respondi. – Vi pouca coisa, mas já percebi que tem muitas árvores e passarinhos também. Acordei com o canto deles. Foi maravilhoso. Vocês têm muita sorte de morar num paraíso desses.

- Então seja bem vinda! Se Jacob a escolheu é porque deve ser uma pessoa especial. Temos muito prazer de recebê-la aqui. – Se todos fossem como Qahla, me daria muito bem em La Push. Ela era um encanto.

- Obrigado! Você é muito gentil – agradeci gentilmente.

Fui para fora apreciar a paisagem. Era deslumbrante. Debrucei-me na mureta da varanda e fiquei maravilhada com a quantidade de árvores e musgos que rodeavam a casa. Era tudo verde. O ar tinha cheiro de terra molhada. De longe dava para avistar algumas pessoas passando. A vida ali parecia deliciosamente pacata.

Estava perdida no meu deslumbramento quando senti as mãos quentes de Jacob em minha cintura e seu corpo se debruçar sobre o meu.

- Bom dia, meu amor. Apreciando a natureza? – Ele sussurrou em minha orelha, me fazendo tremer dos pés à cabeça e quase me matando de susto.

- Deus do céu!! Você me assustou – falei, quase sem fôlego.

- Desculpe, não tive a intenção – ele se desculpou.

Soltei-me de seus braços antes que aquela proximidade me fizesse perder a cabeça. Virei-me, encarando-o.

- Desculpe não ter te esperado pro café, mas achei que dormiria até mais tarde. Devia estar muito cansado da viagem. – Me senti meio sem graça de não tê-lo esperado.

Ele fez uma carinha fofa de que estava tudo bem e me deu um beijo na ponta do nariz. Minhas pernas amoleceram e só não caí porque estava encostada na mureta. Aquele homem me deixava tonta.

- Tá perdoada.

- Este lugar é tão lindo, Jacob. Nunca vi um lugar tão verde em toda minha vida – falei deslumbrada.

- É bem diferente de New York – ele riu do próprio comentário.

- Nunca imaginei acordar com canto de passarinhos . – Eu estava agindo como uma típica garota de cidade grande.

- Então vamos dar uma volta, quero te mostrar a praia, é linda também.

Saímos de mãos dadas, parecendo namoradinhos. Não sei onde estava achando lugar para guardar tanta felicidade. Estava tudo perfeito em minha vida.

No caminho Jacob foi me apresentando para todo mundo que encontrávamos. Todos foram muito gentis e hospitaleiros. Fomos à casa de Sam e Emily, amigos de Jacob. Eles eram formidáveis. Chamaram-nos para almoçar com eles. Logo chegaram outros amigos, cujos nomes eram muito estranhos. Eles eram muito divertidos e quase morri de rir de suas palhaçadas.  O tempo passou sem que percebesse. Não me lembro de me sentir tão bem.

A chuva que caiu à tarde nos impediu de irmos conhecer a praia. Voltamos pra casa a pé, debaixo daquele pé d’água. Apesar do frio, foi delicioso. Aqueles dias de sofrimento no meu quarto pareciam um passado distante.

- Jacob – disse – seus amigos são maravilhosos. Adorei conhecê-los.

- Eles são sim. São os amigos mais fiéis que uma pessoa pode ter. Apesar de ter ficado quase dez anos sem vir aqui, eles me receberam de braços abertos – estava emocionado ao falar dos amigos.

Chegamos em casa e fui direto pro meu quarto. Precisava de um banho urgente. Não demorei muito, pois lembrei-me que minha mãe tinha me pedido, quando nos falamos de manhã, que mandasse algumas fotos pra ela e queria saber se Jacob tinha uma máquina digital. O computador eu já tinha visto na sala.

Bati na porta de seu quarto mas ninguém respondeu, então abri e fui entrando.

Quase tive um infarto quando me deparei com Jacob completamente nu, saindo do banheiro, enxugando os cabelos. Parecia um Deus grego.

- OMG!! Você está pelado!! – Me virei para a parede rapidamente. Devia estar roxa de tanta vergonha.

- Nessie, – Jacob estava rindo – você já me viu nu antes.

- Não vi não – falei. Será que ele não se lembrava que fizemos amor com a luz apagada?

- Viu sim!! – Ele teimou comigo.

- Não vi!! – Falei irritada.

- Nessie, se bem me lembro, e eu me lembro muito bem, fizemos amor uns meses atrás e eu estive dentro de você pelo menos umas cinco vezes. – Ele tinha o dom de me deixar encabulada.

- Eu também me lembro, não precisa me matar de vergonha. Só que eu apenas “senti”, mas não vi, estava escuro. – Queria fugir dali, mas minhas pernas não obedeciam.

- Sua definição de “ver” é muito estranha, Nessie. – Ele estava se divertindo com a situação. Não parecia nem um pouco envergonhado por estar nu.

- Você está me confundindo, Jacob.

- Eu?? Quer dizer que o confuso agora sou eu?? – Ele começou a rir, me deixando irritada.

- Posso me virar? – Perguntei.

- Pode.

- Jacob!! – Ele só podia estar de brincadeira. – Você está só de cueca.

- Ah! Desculpe-me, Srta. Cullen, é que minha burca está lavando – falou, querendo bancar o gozador.

- Engraçadinho!! Dá pra colocar uma calça? – Pedi irritada.

Assim que me virei fui surpreendida por suas mãos em volta da minha cintura, me puxando para junto de seu corpo.

Quando achei que desmaiaria, ele deu o golpe certeiro, encostando a boca em minha orelha. Parecia que meu coração ia saltar do peito.

- Então você só sentiu? – Começou a sussurrar em meus ouvidos – Isso você deixou bem claro, nunca vi ninguém gemer tão bonitinho quanto você. E saiba que minha visão noturna é excelente. Lembro-me de cada milímetro do seu corpo muito bem.

Pronto, agora ele tinha se superado.

- Jacob, isso é golpe baixo – falei desolada. – Agora nunca mais vou ter coragem de olhar pra você de novo.

Ele me virou, fazendo-me encará-lo à força, para meu completo desespero.

- Nessie, o que eu faço com você? – Perguntou rindo. – Quando é que você vai entender que já passamos da fase do constrangimento. Se não fosse aquela maldita promessa que fiz a você e seu pai, você já teria sido minha novamente, várias vezes.

Então ele me queria da mesma forma que eu o queria. Mas mais forte que meu desejo era minha vontade de sair correndo dali.

- Jacob, espera aí que vou ali fora morrer e já volto!

Saí voando do quarto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!