Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 12
Capítulo 9 - Chantagem - Parte II




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CAPÍTULO 9 – CHANTAGEM – Parte II

POV NESSIE

Jacob me deixou em casa e nos despedimos com um beijo apaixonado.

Eu era a personificação de felicidade. Estava amando e sendo amada.

Combinamos que eu falaria com meus pais assim que eles chegassem e depois apresentaria Jacob a eles.

Não conversamos sobre o fim da pesquisa, mas agora que eu já era “sexualmente ativa” (que chique!!), não via motivos de continuarmos.

Entrei em casa sorrindo, me lembrando das coisas que tínhamos feito na cama, até que... para minha completa perplexidade, vi meu pai e minha mãe sentados no sofá, me fitando como se eu fosse o Bin Laden.

- Vocês já che... chegaram? – Eu estava encrencada, muito encrencada.

- Renesmee, pode nos explicar por que passou a noite no apartamento de um homem de vinte e sete anos, e que, por uma razão que desconhecemos, é seu médico? – Meu pai estava visivelmente irado.

- Nessie, por que vem se encontrando regularmente com este homem, querida? – Como sempre minha mãe era a mais calma.

Fu... Fu... Fu...!!!  Não era daquela forma que queria comunicar meus pais sobre meu novo namorado, mas não me restavam muitas alternativas. Ou eu explicava... ou eu explicava.

“Mas... espera um pouco!! Como eles sabem tanto sobre o Jacob? Meu pai sabe até a idade dele?”

- Co... como vocês descobriram que eu estava me encontrando com o Jacob e que ele é meu me... médico – Nada fazia sentido em minha cabeça. O pânico começava a tomar conta de mim.

- Um amigo meu viu você, mais de uma vez, se encontrando com esse homem mais velho. Ele achou estranho e me contou. – Meu pai falava baixo, olhando-me nos olhos. – Fui eu mesmo verificar do que se tratava e achei estranho também, pois você não tinha comentado nada conosco sobre ele. Então resolvi contratar um profissional para investigá-lo. Queria saber em que você estava se metendo.

- VOCÊ COLOCOU UM DETETIVE ATRÁS DE MIM?? NÃO ACREDITO!! – Aquilo era um absurdo.

- Foi você que pediu por isso, Nessie. Se não tivesse mentido para nós, isso não seria necessário – falou minha mãe, com a voz ríspida.

- Isso mesmo, mocinha. Se não fosse o detetive não saberíamos que se tratava de um médico, ginecologista, para ser mais exato e quase dez anos mais velho que você. O que foi fazer em seu consultório eu não quero nem imaginar! Você nos deve muitas explicações, Nessie.

- Tudo bem, eu vou contar tudo. \t\t\t\t 

Sentei-me no sofá e comecei a falar. Contei tudo. Falei da decisão de transar com Mike, da ida ao consultório, do anticoncepcional, da proposta para participar da pesquisa, do incidente na festa e finalmente da noite de amor com Jacob, sem me ater aos detalhes, é claro.

Meu pai estava à beira de um ataque de nervos quando acabei de falar. Minha mãe trouxe um copo de água com açúcar pra ele, mas não adiantou muito. Esbravejava dizendo que iria colocar Mike na cadeia.

Ele olhava pra minha mãe com uma expressão de desespero, como se perguntasse: “Onde estávamos enquanto essa menina vivia uma verdadeira saga?”

Fiquei em silêncio.

- Nessie, pelo amor de Deus, – meu pai esfregava o rosto com as mãos – e que história de pesquisa é essa? “Sexo na Adolescência”? Isso é ridículo. Encontros no Central Park?... Minha filha, realmente você acreditou nisso?

- Por que você está falando assim, pai? É verdade, Jacob está fazendo uma pesquisa e...

Fui interrompida pela fúria do meu pai.

- NÃO VÊ QUE AQUELE TARADO INVENTOU ESSA HISTÓRIA PARA TE LEVAR PRA CAMA, NESSIE!! O DETETIVE PESQUISOU TUDO SOBRE ELE, E NÃO TEM PESQUISA NENHUMA NA QUAL ELE ESTEJA ENVOLVIDO. ELE INVENTOU ISSO PARA TE ASSEDIAR. ELE SÓ QUERIA TIRAR SUA VIRGINDADE, MINHA FILHA!! E PIOR É QUE ELE CONSEGUIU... – Meu pai deu um murro na mesa que quase a quebrou.

- Não, pai, Jacob me ama. Nós estamos namorando. Ele vai vir aqui se apresentar pra vocês. – Eu chorava e falava ao mesmo tempo. Não queria acreditar nas palavras de meu pai. Jacob jamais faria algo assim.

Meu pai se sentou e me chamou para sentar perto dele. Segurou minha mão e começou a falar carinhosamente comigo.

-Nessie, querida, não tem pesquisa nenhuma, eu posso te garantir. É tudo mentira dele. Ele é um homem vivido e experiente, não tinha como você saber que ele só estava te enrolando para levá-la pra cama, filha. Você é ingênua, não tem malícia. Ele deve pregar essa mentira em muitas adolescentes que o procuram. Você precisa superar isso. Vamos procurar um profissional para te ajudar a recuperar desses traumas, tanto com Jacob quanto com Mike. Vai ficar tudo bem, querida.

Deitei-me no colo do meu pai e deixei o choro tomar conta de mim.

Eu queria morrer. Não podia acreditar que toda a felicidade que tinha vivido com Jacob não tinha passado de uma grande ilusão. Eu não tinha passado de uma conquista para Jacob. Provavelmente ele só queria minha virgindade. Eu tinha me entregado a ele por amor enquanto ele me via apenas como mais uma presa abatida.

Não queria vê-lo nunca mais. Aliás, não queria ver mais ninguém... minha vida tinha acabado. Tanto ele quanto Mike diziam que me amavam, mas só queriam uma coisa de mim... sexo!

Será que eu não merecia ser amada de verdade? Será que eu não era nada além de um corpo bonito?

- Nessie, quero que me prometa que nunca mais vai ver ou falar com este crápula – pediu meu pai. – Vamos esquecer que Jacob Black existe.

Acenei que sim com a cabeça, não tinha forças para falar.

Entrei em meu quarto sabendo que dificilmente sairia dali de novo... mas antes queria que Jacob soubesse que eu tinha descoberto tudo. Escrevi-lhe uma carta e pedi para minha mãe colocar no correio.

POV EDWARD

- Edward, tem uma coisa que preciso te contar. – Richard parecia preocupado.

- Fala. Pela sua cara parece ser sério – disse, ansioso para que ele continuasse.

- Vi Renesmee com um homem bem mais velho que ela lá no Central Park. E não foi uma vez só não, foram várias vezes. Você está sabendo disso?

Richard era meu amigo desde que morávamos e Phoenix e sabia do carinho que tinha por minha família. Se ele se preocupou é porque algo realmente estava errado.

- Não, – falei sobressaltado – não estou sabendo de nada disso. Sabe quem é o homem? – Perguntei.

- Não, nunca o vi por lá antes. Parece-me uma pessoa de posse, está sempre bem vestido. Não acho que são namorados, pois nunca os vi se agarrando, mas não sei... pareceu-me que tem algo errado, não sei o que é, mas fiquei intrigado, por isso estou de contando. Se quiser ver com seus próprios olhos, eles estão lá sempre por volta das dezesseis horas.

Agradeci meu amigo pelo aviso e decidi que no outro dia iria pessoalmente verificar o que Nessie e este estranho andavam fazendo no parque.

Passei o dia intrigado com aquele assunto.

Resolvi não contar nada à Bella até que tivesse mais informações. Também não comentei com Nessie. Queria pegá-la de surpresa.

Escondi-me atrás de uma árvore e fiquem vigiando os dois. O cara parecia bem mais velho que Nessie. Era bem afeiçoado, alto, corpo atlético e moreno. Talvez fosse um modelo. Nessie parecia bem à vontade do seu lado. Os dois parecia se divertirem bastante.

Voltei pra loja intrigado. Precisava saber quem era aquele homem misterioso e qual sua relação com minha filha.

Nunca me imaginei contratando os serviços de um detetive, mas antes de tomar alguma providência com respeito àquele homem, precisava de informações detalhadas sobre ele.

- Sr. Cullen, prometo que em alguns dias o senhor saberá tudo sobre o “Sr. Desconhecido” do parque. Farei um relatório detalhado sobre sua vida.

- É o que espero Sr. Carter. Para isso estou lhe pagando – falei sério.

Enquanto esperava as informações do detetive, achei melhor ficar de olho em Nessie. Pedi que um funcionário de minha extrema confiança a vigiasse no parque todos os dias. Fiquei mais tranqüilo.

Uns dias depois o Sr. Carter me trouxe o prometido relatório.

Descobriu que se tratava do Dr. Jacob Black, ginecologista renomado, apesar da pouca idade. Tinha vinte e sete anos e era de Forks, no estado de Washington. Renesmee tinha ido a seu consultório semanas antes, e foi depois disso que começaram a freqüentar o Central Park. Passou-me também uma ficha completa de suas atividades, tanto pessoais como profissionais.

Parecia se tratar de uma pessoa idônea, quase acima de qualquer suspeita, mas mesmo assim não conseguia entender a relação que havia entre eles.

Nessie namorava Mike, então por que se encontrava diariamente com outro cara? Será que Mike estava sabendo disso? E tem mais, o que Nessie foi fazer no consultório de um ginecologista? Bella tinha me garantido que Nessie ainda era virgem.

Resolvi que esperaria um pouco mais. Pedi ao detetive para continuar monitorando-os e me passando informações.

A viagem para Los Angeles mão poderia ser adiada, então mesmo que não fosse o momento certo para nos afastarmos, eu e Bella, que era a Gerente Financeira da empresa, tínhamos de ir.

Combinamos com Nessie que ela ficaria sozinha nesses dois dias, afinal ela já era maior de idade. Até tinha pedido minha irmã Alice para vir ficar com Nessie, mas ela estava fazendo um curso de moda e não pode.

Fomos para o aeroporto preocupados. Chegando lá descobrimos que havia problemas com nossas passagens e que não poderíamos embarcar. Depois de muito brigar ficou claro que não viajaríamos.

Voltamos para o apartamento. Nessie já tinha saído.

Bella e eu aproveitamos que estávamos sozinhos para fazermos amor. Éramos casados há dezenove anos e ainda completamente apaixonados um pelo outro.

Quando acordamos já eram oito horas da manhã. Nessie não tinha voltado pra casa.

Peguei o telefone para ligar pra ela, preocupadíssimo com o que poderia ter acontecido, mas antes mesmo de discar, o aparelho tocou. Era o detetive.

- Sr. Cullen, acabei de ser informado por uma fonte que sua filha entrou no apartamento do Dr. Black às três horas da madrugada e acaba de sair de lá, no carro do doutor. Achei que gostaria de saber disso.

- Obrigado, Sr. Collin. Vou tomar providências.

A única coisa que me restava era esperar Nessie chegar e pedir explicações.

Balla já sabia o que vinha acontecendo. Tinha concordado comigo de não confrontarmos Nessie até que tivéssemos mais informações, mas hoje fora a gota d’água. Nessie teria de se explicar a qualquer custo.

Sentamo-nos no sofá e não demorou muito para ouvirmos o barulho da chave.

Encaramos Nesssie revoltados por suas mentiras. Ela sorria.

- Vocês já che... chegaram? – Ela gaguejou, assustada por ter sido pega em flagrante.

- Renesmee, pode nos explicar por que passou a noite no apartamento de um homem de vinte e sete anos, que, por uma razão que desconhecemos, é seu médico? – Não conseguia conter minha raiva.

- Nessie, por que vem se encontrando regularmente com este homem, querida? – Bella falou mais calma.

Nessie ficou um tempo em silêncio, como se quisesse entender o que estava acontecendo.

- Co... como vocês descobriram que eu estava me encontrando com o Jacob e que ele é meu me... médico. – Ela definitivamente estava sendo pega de surpresa.

- Um amigo meu viu você, mais de uma vez, se encontrando com um homem mais velho. Ele achou estranho e me contou. – Falei olhando-a nos olhos – Fui eu mesmo verificar do que se tratava, minha filha, e achei estranho também, pois você não tinha comentado nada conosco sobre ele. Então resolvi contratar um profissional para investigá-lo. Queria em que você estava se metendo.

- VOCÊ COLOCOU UM DETETIVE ATRÁS DE MIM?? NÃO ACREDITO!! – Ainda por cima se sentia no direito de ficar ofendida comigo.

- Foi você que pediu por isso, Nessie. Se não tivesse mentido para nós, isso não seria necessário – Bella retrucou.

- Isso mesmo, mocinha. Se não fosse o detetive não saberíamos que se tratava de um médico, ginecologista para ser mais exato e quase dez anos mais velho que você. O que foi fazer em seu consultório eu não quero nem imaginar! Você nos deve muitas explicações, Nessie.

- Tudo bem, eu vou contar tudo. – Não deixamos outra alternativa.

Ela sentou-se no sofá e começou a falar.

Não posso definir com palavras o que o relato de Nessie me causou, mas naquele dia, sentado na sala do meu apartamento, pensei que enfartaria.

“Decidi transar com Mike”... “Fui procurar um ginecologista para me receitar anticoncepcionais”... “Ele me chamou para participar de uma pesquisa”... “A gente teria de se encontrar todo dia”... “Eu tinha de falar sobre mim”... “Me apaixonei por ele”... “Mike tentou me estuprar”... “Fiz amor com Jacob”...  Minha cabeça girava enquanto a voz de Nessie entrava em meus ouvidos. Tentava concatenar as idéias, mas meu cérebro não obedecia.

Estupro?? Aquele merda de garoto tinha tentado estuprar minha filha?? Ele ia descobrir o que era estupro quando se tornasse a “nova vadia” de uma cela da prisão, que é onde o colocaria.

E essa história de Nessie participar de pesquisa sobre sexo? Aquele crápula não estava fazendo merda de pesquisa nenhuma, tinha visto em sua ficha.

Tomei um líquido horrível que Bella me deu em um copo. Disse que era para me acalmar.

Olhei para Bella desesperado. Onde tínhamos errado? O que deixamos passar? Onde estava enquanto minha filha era aliciada por um tarado de jaleco branco?

Nessie não falava nada.

- Nessie, pelo amor de Deus, – disse, esfregando meu rosto impacientemente – e que história de pesquisa é essa? “Sexo na Adolescência”? Isso é ridículo. Encontros no Central Park?... Minha filha, realmente você acreditou nisso?

- Por que você está falando assim, pai? É verdade, Jacob está fazendo uma pesquisa e...

Meu Deus!! Ela era tão ingênua. Acreditava que ele a amava de verdade. Nem esperei que continuasse.

- NÃO VÊ QUE AQUELE TARADO INVENTOU ESSA HISTÓRIA PARA TE LEVAR PRA CAMA, NESSIE!! O DETETIVE PESQUISOU TUDO SOBRE ELE, E NÃO TEM PESQUISA NENHUMA NA QUAL ELE ESTEJA ENVOLVIDO. ELE INVENTOU ISSO PARA TE ASSEDIAR. ELE SÓ QUERIA TIRAR SUA VIRGINDADE, MINHA FILHA!! E PIOR É QUE ELE CONSEGUIU...

Esmurrei a mesa devido a raiva que me dominou. Queria mesmo era quebrar a cara daquela médico aproveitador de meninas inocentes.

- Não, pai, Jacob me ama. Nós estamos namorando. Ele vai vir aqui se apresentar pra vocês. – Ver Nessie chorar me cortou o coração. Eu queria matar aquele homem que estava fazendo-a sofrer tanto.

Sentei-me e a chamei-a para junto de mim. Segurei suas mãos. Estavam frias. Ela parecia tão desamparada.

-Nessie, querida, não tem pesquisa nenhuma, eu posso te garantir. É tudo mentira dele. Ele é um homem vivido e experiente, não tinha como você saber que ele só estava te enrolando para levá-la pra cama, filha. Você é ingênua, não tem malícia. Ele deve pregar essa mentira em muitas adolescentes que o procuram. Você precisa superar isso. Vamos procurar um profissional para te ajudar a recuperar desses traumas, tanto com Jacob quanto com Mike. Vai ficar tudo bem, querida.

Por mais que me doesse estraçalhar seus sonhos, ela precisava saber a verdade.

Nessie deitou em meu colo e começou a chorar. Meu peito doía de ver minha filhinha naquele estado. Isso não ia ficar assim.

- Nessie, quero que me prometa que nunca mais vai ver ou falar com este crápula. Vamos esquecer que Jacob Black existe.

Não estava sendo totalmente sincero. Antes de esquecer Jacob Black para sempre, iria ter um conversinha com ele, mas isso eu não deixaria Nessie descobrir nunca.

Nessie prometeu, acenando com a cabeça.

Iria proteger minha filha a todo custo, nem que precisasse passar por cima de alguns princípios.

Minha menininha foi para o seu quarto. Não havia mais brilho em seu olhar. Ele tinha lhe tirado muito mais que a pureza...

Bella voltou do quarto com uma carta que Nessie tinha escrito e pedido para que ela a enviasse para Jacob. Era seu último desabafo.

Fiquei com a carta. Sabia o que fazer com ela.

Chamei Samuel, meu advogado e fomos ao consultório dele, sem avisar.

Sua secretária, depois de muita insistência, nos anunciou e então mandou-nos entrar.

Era um consultório bem chique. Jacob Black devia ser um homem rico.

Ele se levantou de sua cadeira.

- Prazer, eu sou o Dr. Jacob Black – se apresentou sem estender as mãos. – Sentem-se, por favor. Fiquem à vontade.

Era o predador perfeito: Bonito e educado.

- O senhor sabe quem eu sou? – Não me preocupei em ser educado.

- Imagino que seja o Sr. Edward Cullen, pai da Nessie – respondeu educadamente.

Que direito ele tinha de chamar minha filha da mesma forma que eu?

- Nessie? Desde quando um médico chama sua paciente pelo apelido familiar? – Quis colocar sua ética à prova.

- Sr. Cullen, pode parecer um pouco complicado à primeira vista, mas eu posso explicar.

Aquele idiota tinha passado a noite transando com minha filha e ainda achava que podia explicar alguma coisa. Ainda bem que eu não andava armado.

- Pode explicar a “PESQUISA” também? – Usei todo meu cinismo.

- Pressuponho que o senhor tenha os documentos e registros desta pesquisa, assim como a participação devidamente registrada da Srta. Reneesme Swan Cullen. – Samuel interferiu, deixou no ar uma ameaça velada.

Antes que o tarado tentasse subestimar minha inteligência com mentiras, comecei a falar novamente.

- Dr. Black, na verdade não quero suas explicações. Não vim aqui para isso. Tenho uma proposta, ou melhor, um conselho a lhe dar – disse.

Ele se manteve em silêncio.

- Se quiser manter seu diploma e sua reputação como homem e como médico e até mesmo sua liberdade, vá embora o mais rápido possível de New York e não volte a procurar minha filha, em hipótese nenhuma.

Jacob Black sabia que eu falava sério e mais ainda, que eu tinha todas as provas necas para cumprir as ameaças.

- Sr. Cullen, eu realmente amo sua filha. Não há motivos para tudo isso. Minhas intenções são as melhores possíveis. Quero me casar com ela. Confesso que usei meios questionáveis para me aproximar dela. Assumo meu erro, mas não fiz nenhum mal a ela. Só queria conhecê-la melhor.

Segurei-me para não voar em seu pescoço.

- CASAR? O SENHOR DISSE “CASAR” COM MINHA FILHA? PRA QUÊ? JÁ NÃO CONSEGUIU O QUE QUERIA? JÁ NÃO A LEVOU PRA CAMA?

- Não vamos colocar as coisas dessa maneira, Sr. Cullen. Tanto eu como Nessie somos maiores de idade e o que aconteceu entre nós foi consensual.  Nós nos amamos e pretendemos ficar juntos para sempre.

Ele mantinha a calma, se apoiando no fato de Nessie ser maior de idade.

- Consensual? Você a seduziu, seu canalha. Aproveitou-se de sua posição de médico para iludi-la com sua conversinha técnica. Faz isso com toda virgem que aparece em seu consultório? É uma tara, um fetiche? Minha vontade é quebrar sua cara, mas não vou sujar minhas mãos com você – falei, cerrando os dentes de raiva.

Black parecia perdido em seus pensamentos até que resolveu falar.

- Sr. Cullen, entendo sua posição e no seu lugar faria o mesmo por Nessie, mas quero que saiba que não vou abandoná-la por motivo nenhum desse mundo, mesmo que isso me custe a minha carreira.

Se era blefe ou verdade não me interessava no momento.

- Dr. Black, pra seu governo quem não quer vê-lo nem pintado de ouro é minha filha – disse, cheio de desprezo.

- Espera que eu acredite nisso, Sr. Cullen? – O canalha confiava muito no seu poder de sedução.

- Se não acredita em minhas palavras, acredite nisso. – Entreguei-lhe o envelope.

Enquanto lia suas mãos tremiam.

Não tinha lido o que estava escrito porque o envelope tinha sido fechado com cola. Confesso que fiquei curioso, mas pude perceber claramento que o que quer que Nessie tenha dito, mexeu com suas estruturas. Ele ficou branco.

- O que é isso? – Jacob Black parecia desorientado.

- Isso é o que você merece por ter enganado minha filha com essa história de pesquisa. Fico feliz que ela tenha percebido seu verdadeiro caráter, mas me dói ver o quanto ela está sofrendo. Parabéns, você fez um ótimo trabalho. Não foi só a virgindade dela que conseguiu tirar, tirou também sua vontade de viver – falei sem piedade.

- Não posso deixar que Nessie sofra dessa forma, achando que eu só queria levá-la pra cama. Eu a amo de verdade e ela tem de acreditar em mim. Preciso falar com ela agora.

- Fique longe da minha filha se realmente sente alguma compaixão por ela. Se ousar se aproximar dela, levo esta história para a polícia e consequentemente para a televisão. Por mais que me doa expor minha filha, farei qualquer coisa para acabar com você. Quero-o fora desta cidade até amanhã. Volte para  Forks, de onde nunca devia ter saído.

Mesmo que não tivesse convicção de que teria coragem de fazer aquilo com minha filha, devo ter sido bem persuasivo. Ele acreditou.

- Irei embora e não a procurarei Renesmee nunca mais, Sr. Cullen – falou, demonstrando que assumia a derrota. - Mas cuide para que Nessie fique bem, que supere esta decepção da melhor forma possível. Pode não acreditar, mas amo sua filha mais que tudo na vida. Só estou indo embora por amor a ela e só Deus sabe o que isso está me custando.

Aquele homem enorme estava chorando como um menino bem ali na minha frente. Não sei por que, mas por segundos acreditei na sua dor. Mas nada disso importava agora, eu só o queria longe da minha filha.

Saímos da sala e ele nem percebeu. Estava em prantos.

   

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