Um Imprinting Inesperado escrita por valentinaLB


Capítulo 11
Capítulo 9 - Chantagem - Parte I




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/67864/chapter/11

CAPÍTULO 9 – CHANTAGEM - PARTE I

POV JACOB

Levei Nessie em casa, despedindo-me dela com um beijo apaixonado. Era difícil resistir aos apelos do meu corpo quando a tocava, mas me controlei e ficamos só no beijo.

Combinamos que assim que seus pais chegassem de viagem eu iria me apresentar a eles.

Segui para meu consultório pensando em cada detalhe da noite passada. Um sorriso bobo insistia em permanecer em meu rosto. Eu estava completamente de quatro por aquela garota.

Tinha tido a melhor experiência sexual da minha vida. Por incrível que pareça, foi nos braços de uma virgem inexperiente que descobri o que era “fazer amor”, e posso garantir que foi a melhor coisa do mundo.

Nessie tinha sido perfeita. Uma mistura de inocência e luxúria que poderia enlouquecer qualquer homem, e foi o que aconteceu comigo.

Não via a hora de tê-la em meus braços novamente.

Lembrei-me também que precisava contar-lhe da pesquisa, ou melhor, da falta da pesquisa. Esperava que ela não ficasse muito zangada. Afinal foi por causa do meu plano idiota que acabamos ficando juntos. Talvez ela até achasse graça.

Outra coisa que me preocupava, e muito, era o meu passado. Não sei se Nessie estava preparada para entender e aceitar o fato de que me transformava em lobisomem e matava vampiros. Ela sequer acreditaria na minha história. Isso teria de esperar. Um dia, quem sabe...

Cheguei assoviando em meu consultório.

- Bom dia Karen! Viu como o dia está lindo? – Falei rindo.

- Não vou nem perguntar o motivo de tanta felicidade, porque já posso imaginar. Caso novo, chefinho? – Karen gostava de tirar sarro da minha cara.

- Encontrei o amor da minha vida, Karen. Agora sou um homem apaixonado. E, se quer saber, vou pedi-la em casamento amanhã, quando for conhecer seus pais. – Tinha tomado aquela decisão enquanto Nessie dormia em meus braços, depois que fizemos amor. Naquele momento tive a certeza que era aquilo que queria para sempre em minha vida: Vê-la adormecer em meus braços depois de amá-la.

Karen ficou olhando pra mim com cara de quem não estava entendendo nada. Preferiu ficar calada.

Já tinha atendido algumas pacientes quando Karen me interfonou. Sua voz soava preocupada.

- Dr. Black, há dois senhores aqui que insistem eu  lhe falar com urgência. Um deles é o Sr. Edward Cullen e o outro é seu advogado, o Sr. Samuel McGregor.

Senti um frio percorrer a espinha. Aquilo não significava boa coisa.

- Mande-os entrar, Karen. Desmarque as pacientes que restam, provavelmente iremos demorar.

Respirei fundo e esperei ansioso os dois homens entrarem em meu consultório.

Um dos homens era alto e bonito. Seus cabelos eram cor de bronze e sua pele era bem branca. Aparentava uns trinta e sete, trinta e oito anos. O outro era baixo, um pouco gordo e tinha cabelos brancos. Era mais velho, talvez na casa dos sessenta.

- Prazer, eu sou o Dr. Jacob Black – me apresentei. – Sentem-se, por favor. Fiquem à vontade. – Quem não estava nem um pouco à vontade era eu.

- O senhor sabe quem eu sou? – O homem pulou as apresentações, deixando bem claro que não estava ali para fazer amigos.

- Imagino que seja o Sr, Edward Cullen, pai da Nessie – falei educadamente.

-Nessie? Desde quando um médico chama sua paciente pelo apelido familiar? – Perguntou com uma expressão acusadora.

 Eu teria muito o que explicar...

- Sr. Cullen, pode parecer um pouco complicado à primeira vista, mas eu posso explicar.

- Pode explicar a “PESQUISA” também? – Sua voz estava impregnada de raiva e sarcasmo.

- Pressuponho que o senhor tenha os documentos e registros desta pesquisa, assim como a participação devidamente registrada da Srta. Reneesme Swan Cullen. – As palavras do homem baixinho, claramente se tratando do advogado, eram mais uma ameaça que uma afirmação.

Desde que criei meu plano para conquistar Nessie, sabia que corria o risco de me dar mal, mas definitivamente aquilo estava me pegando de surpresa.

Assim que abri a boca para falar, Edward Cullen me interrompeu.

- Dr. Black, na verdade não quero suas explicações. Não vim aqui para isso. – Ele era um homem direto. – Tenho uma proposta, ou melhor, um conselho a lhe dar.

Esperei em silêncio que ele continuasse.

- Se quiser manter seu diploma e sua reputação como homem e como médico e até mesmo sua liberdade, vá embora o mais rápido possível de New York e não volte a procurar minha filha, em hipótese nenhuma.

Senti que o ar me faltava.

- Sr. Cullen, eu realmente amo sua filha. Não há motivos para tudo isso. Minhas intenções são as melhores possíveis. Quero me casar com ela. Confesso que usei meios questionáveis para me aproximar dela. Assumo meu erro, mas não fiz nenhum mal a ela. Só queria conhecê-la melhor.

Eu parecia um garoto me explicando daquela forma. Não conseguia pensar coerentemente.

- CASAR? O SENHOR DISSE “CASAR” COM MINHA FILHA? PRA QUÊ? JÁ NÃO CONSEGUIU O QUE QUERIA? JÁ NÃO A LEVOU PRA CAMA? – Ele estava colérico.

- Não vamos colocar as coisas dessa maneira, Sr. Cullen. Tanto eu como Nessie somos maiores de idade e o que aconteceu entre nós foi consensual.  Nós nos amamos e pretendemos ficar juntos para sempre – disse, mantendo a calma.

- Consensual? Você a seduziu, seu canalha. Aproveitou-se de sua posição de médico para iludí-la com sua conversinha técnica. Faz isso com toda virgem que aparece em seu consultório? É uma tara, um fetiche? Minha vontade é quebrar sua cara, mas não vou sujar minhas mãos com você.

Eu poderia facilmente calar a boca daquele imbecil, mas ele era o pai de Nessie e estava apenas defendendo-a. Ele não me conhecia. Ele tinha razões de sobra para pensar absurdos a meu respeito e todas essas razões fora eu mesmo que forneci. Eu jamais iria embora sem me explicar, sem fazê-lo entender que Nessie e eu nos amávamos de verdade e o que havia entre nós era certo, mesmo que tivesse começado errado.

- Sr. Cullen, entendo sua posição e no seu lugar faria o mesmo por Nessie, mas quero que saiba que não vou abandoná-la por motivo nenhum desse mundo, mesmo que isso me custe a minha carreira.

- Dr. Black, pra seu governo quem não quer vê-lo nem pintado de ouro é minha filha.

Não, ele só podia estar blefando. Nessie me amava.

- Espera que eu acredite nisso, Sr. Cullen? – Ele literalmente estava subestimando minha inteligência.

- Se não acredita em minhas palavras, acredite nisso.

Ele tirou um envelope do bolso e me entregou. Estava endereçado a mim, com a letra de Nessie.

Abri o envelope com as mãos trêmulas. O que será que ela escreveria para mim, já que podia simplesmente me ligar a qualquer hora?

Dr. Jacob Black,,

Você superestimou minha capacidade de resistência. Se  quer saber, não precisava criar um plano tão sórdido apenas para me levar pra cama. Por bem menos esforço você conseguiria, bastava uma cantada bem dada.

Se naquela noite eu tivesse a chance de escolher com qual covarde iria perder minha virgindade, escolheria Mike. Pelo menos ele foi mais honesto, dizendo logo o que queria.

Por favor, se durante a sua “dança do acasalamento”  conseguiu desenvolver pelo menos um pouco de consideração por mim, não me procure mais nunca. Deixe-me esquecê-lo. Espero que faça o mesmo.

Renesmee.

Senti uma dor no peito tão aguda que quase desmaiei. Aquilo não podia estar acontecendo.

- O que é isso? – Perguntei, tentando entender o que levou Nessie a escrever palavras tão duras e frias naquele bilhete.

- Isso é o que você merece por ter enganado minha filha com essa história de pesquisa. Fico feliz que ela tenha percebido seu verdadeiro caráter, mas me dói ver o quanto ela está sofrendo. Parabéns, você fez um ótimo trabalho. Não foi só a virgindade dela que conseguiu tirar, tirou também sua vontade de viver.

- Não posso deixar que Nessie sofra dessa forma, achando que eu só queria levá-la pra cama. Eu a amo de verdade e ela tem de acreditar em mim. Preciso falar com ela agora. – Eu estava desesperado.

Tinha de me encontrar com Nessie a todo custo, nem que isso me custasse muito caro.

- Fique longe da minha filha se realmente sente alguma compaixão por ela. Se ousar se aproximar dela, levo esta história para a polícia e consequentemente para a televisão. Por mais que me doa expor minha filha, farei qualquer coisa para acabar com você. Quero-o fora desta cidade até amanhã. Volte para  Forks, de onde nunca devia ter saído.

Edward Cullen não mediria esforços para me afastar de sua filha.

Se este caso viessa à público, Nessie sofreria demasiadamente. Ela viraria o assunto da escola, até mesmo da cidade. Não me preocupava com o que acontecesse comigo, mas não podia deixá-la ser humilhada daquela forma. Todos iriam saber de sua intimidade. Ela não aguentaria!! Nessie não merecia isso.

- Irei embora e não a procurarei Renesmee nunca mais, Sr. Cullen. – Não sei onde encontrei forças para dizer aquelas palavras. Meu coração estava dilacerado. – Mas cuide para que Nessie fique bem, que supere esta decepção da melhor forma possível. Pode não acreditar, mas amo sua filha mais que tudo na vida. Só estou indo embora por amor a ela e só Deus sabe o que isso está me custando.

 Deixei as lágrimas brotarem em meus olhos. A dor que sentia era tão forte que não percebi quando os dois homens saíram do meu consultório. Li várias vezes o bilhete que Nessie me escreveu, enquanto um choro quase infantil me dominava.

Acabara de perder a mulher da minha vida. Pior ainda era saber que Nessie estava sofrendo por minha causa.    

                                                                                                                          


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!