O Jogador de Basquete e o Gótico escrita por Creeper


Capítulo 34
É amor de todas as formas!


Notas iniciais do capítulo

Oi ♡! Boa leitura!
Eu ia postar ontem, mas não dei conta de acabar de revisar, pois estava morrendo de sono.
GALERA! ATENÇÃO!
Esse é o penúltimo capítulo de O Jogador de Basquete e o Gótico! O próximo já será o último ;-; e a segunda temporada está prevista apenas para agosto de 2017! Não, não vou parar de escrever, tanto que no final do mês estarei postando a fic da A.U.F., então quem quiser vai poder continuar acompanhando meus trabalhos!
Bem, por que esse título?
Porque esse capítulo tem bastante amor! De todas as formas! Vocês vão ver!
AVISO: Há cenas +16.
☆☆☆☆
Divirtam-se!



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—Hã...-murmurei parado em frente a porta do cômodo onde Nanda estava.-Posso entrar?-bati na porta levemente, um pouco hesitante.
A porta foi aberta alguns segundos depois por Cassie, a olhei de cima para baixo, surpreso. Ela estava bonita, mas não é como se eu fosse admitir, né?
—Não vai dizer nada?-Cassie perguntou impaciente.-Um elogio não faria mal.
Ri e revirei os olhos. Cassie me deixou entrar e fechou a porta atrás de mim. Ali era o salão de beleza de uma conhecida das duas, que como presente de casamento, se ofereceu para fazer o cabelo e a maquiagem das garotas.
Nanda estava sentada em frente a um grande espelho mexendo delicadamente em seu cabelo, com cuidado para não desarruma-lo, ela estava de costas para mim, só me notou quando me aproximei e me coloquei ao seu lado. Ela estava linda.
O cabelo dela estava solto, os cachos mais definidos que nunca, tão brilhante e sedoso, enfeitado com uma tiara, a qual o véu estava preso. Maquiada, o que era um pouco raro, mas, estamos falando de uma ocasião especial. E estava vestindo o vestido que ela mesmo desenhou com meses de antecedência. Ela levava a sério a carreira que queria seguir.
—Está...Bonita...-comentei olhando para o lado, um pouco sem graça.
—Você também.-Nanda sorriu me olhando de cima a baixo e fixando o olhar em meus pés.-Ah, não!-me olhou com a testa franzida.
Eu estava usando tênis ao invés dos sapatos sociais que ela havia mandado eu usar.
—Eu já estou usando terno...-e estava odiando, revirei os olhos.-Qual o problema de usar tênis?-bufei.
—Custava ter lavado eles antes de sair de caso, pelo menos?-Nanda me olhou com tédio.
—Nem tá encardido!-fiz biquinho.-Saiba que essa sujeira é história!
—Pra mim é preguiça.-Nanda revirou os olhos. Okay, ela tinha razão.
—Estão prontas?-Jack abriu a porta sem ao menos bater, nos assustando.
—Não sabe bater, seu bastardo?!-Cassie se irritou.
—Oh...Maninha.-Jack sorriu a admirando.-Você está linda!-lhe mandou uma piscadela e riu.
—Se você diz...-Cassie sorriu se gabando.
—Temos que ir!-Jack olhou para a irmã e para mim.
Assenti com a cabeça.
—Até, Nanda!-sorri colocando as mãos nos bolsos da frente da calça.-Vê se não dá uma de noiva atrasada!-brinquei lhe dando beijo no alto da cabeça.
—Pode deixar!-Nanda riu.
Ficou combinado que nós três iríamos antes e Nanda iria um pouco depois.
☆☆☆
Nanda e Erick não eram o tipo de casal que queriam um casamento "CHEGUEI". Seria simples.
Devia ser por volta das cinco da tarde de sábado, alguns já estavam reunidos em uma área da praia sem movimento algum. Foi montada uma espécie de tenda enorme que servia como teto e barreira contra o sol, era ali que as cadeiras estavam e o altar improvisado. A areia foi coberta por um tapete azul claro, toda a decoração era composta por cores claras, não muito chamativas. A alguns metros dali ficava um salão a beira do mar, que seria o local da comemoração em homenagem ao casamento de Nanda, todos iriam para lá após a cerimônia festejar.
Eu estava de pé, um pouco afastado do mar, observando a água bater na areia. Uma deliciosa brisa afastava os efeitos do sol que brilhava forte, meus cabelos balançavam ao vento.
—Drew!-Jack me chamou. Olhei para trás por cima do ombro.-Quero que conheça alguém...-ao seu lado estava uma moça baixinha, sorrindo timidamente.-Essa é a Chloe!
Me surpreendi, fiquei frente a frente com ambos, ela tinha cabelos loiros cacheados que estavam presos em um rabo-de-cavalo e olhos verdes, assim como Cassie, estava bonita vestida especialmente para aquela ocasião. Em uma mão ela segurava um guarda-sol, talvez um pouco incomodada com o calor e em outra suas sandálias, estava descalça, com os pés na areia.
—Então você é o Drew?-Chloe puxou assunto.-Jack falou muito sobre você.-sorriu.
—Bom te conhecer.-sorri de canto.-E...O seu pai?-arqueei uma sobrancelha. Eu estava curioso quanto a isso. Fiquei sabendo que os pais de Jack são divorciados. O pai deles é o responsável pelos três filhos.
—Só vai vir para a festa, papai não terá tempo para vir a cerimônia.-Chloe explicou chutando a areia, com cuidado para não jogar em mim. Ela mordeu o lábio inferior, parecia preocupada.
—Algum problema?-perguntei.
—Hã...Nenhum!-ela me olhou sorrindo.-Vou ir convensar com Alana, certo?-olhou para mim e para Jack, concordamos e ela se afastou.
Olhei para Jack esperando por respostas, ele apenas deu de ombros e também foi para outro canto. Aos poucos, aquele lugar se encheu, amigos e parentes de Nanda e Erick, todos ali ansiosos pela chegada da noiva.
—Drew!-as meninas gritaram no meu ouvido.
—Que incrível, a Nanda vai se casar!-Izzy sorriu.
—Eu to louca pra ver como ela está!-Bella comentou. E elas ficaram fazendo esse tipo de comentários. Eu só estava ouvindo com tédio, até notar a falta de uma garota.
—Cadê a Yuki?-arqueei uma sobrancelha.
—Tá ali ó!-Lya apontou para Yuki um pouco distante conversando com Leo.
—Desde quando eles são amigos?-estranhei. Olha, podem fazer parte do mesmo grupo, mas nunca vi Leo e Yuki assim.
—É mesmo, Drew está a pouco tempo conosco...-Danny pareceu pensar.
Olhei para o rosto de cada uma, esperando uma resposta. Nada.
—Isso?-Bella falou.-É assunto passado, sabe?
Avistei Cassie chegando, preocupada, quase arrancando os cabelos, gritando.
—Drew!-ela me pegou pelos ombros e me balançou.-Aconteceu uma tragédia!
—O que?!-me assutei, arregalando os olhos.
—August! Aquele bendito é alérgico a morangos! Ele e Lily estavam comendo salada de frutas em uma sorveteria aqui perto!-se desesperou.-A mãe dele levou ele pro hospital! Não tem como Lily entrar sozinha carregando as alianças!
—E o que você quer que eu faça?!-gritei.
—Me ilumine, pelo amor de Deus!-Cassie me soltou e andou de um lado para o outro.
—Drew não pode entrar com ela?-Nancy sugeriu calmamente.
—Vocês não entendem?!-Cassie bateu a mão na testa e parou na nossa frente.-A idade deles são diferentes demais! E agora?!
—Eu não vejo problema disso de idade...-franzi a testa.
—Eu tive uma idéia!-Lya sorriu maleficamente. Vai dar ruim.
☆☆☆
—Eu entrar com Drew carregando as alianças?-Brady arqueou uma sobrancelha.
—Se for pra eu entrar com alguém da minha idade, por que não uma garota?!-eu disse incrédulo.-Não me importaria de ir com a Bella!-apontei para ela.
—E qual o problema de ir com seu namorado?-Bárbara perguntou irônica.
—B-Bem...-eu não tinha resposta para isso.
—Drew, sem reclamar!-Cassie me repreendeu.-Por que não entram os dois e pronto?! Afinal, ambos viram o ensaio, já a Bella, não!
—Tudo bem!-revirei os olhos.
—Não é querendo apressar vocês...Mas, a cerimônia já vai começar!-Jack avisou.
Eu e Brady concordamos com a cabeça e nos entreolhamos.
—Espera!-Izzy nos parou.-No caso...Quem carrega as alianças?-estava confusa.
—É verdade!-Bella concordou.-Em um caso normal é o garoto...
—Qualquer um carrega, oras!-revirei os olhos. Os dois eram garotos!
—Qualquer um, nada!-Lya segurou o queixo com o polegar e o indicador formando um "L" e olhou pra baixo.
—Bem, todas sabemos que nessa relação...Ou melhor, nessa vida, Drew é o uke.-Nancy deu de ombros, dizendo simplesmente como se fosse óbvio.-Ou seja...
—Brady carrega as alianças!-todas disseram ao mesmo tempo apontando para ele.
—Por que não pensamos nisso antes...-Bárbara riu.
—Eu não entendi nada.-fiquei sério.
—Drew, digamos que você...Seria a mulher.-Danny passou o braço por meus ombros e me mandou uma piscadela.
—Vão se ferrar!-bufei me livrando dela e andando a passos pesados até Jack sendo seguido por suas risadas.
☆☆☆
Erick estava parado no altar, nervoso, ao seu lado estavam Jack e Fernando, já ao lado onde Nanda ficaria estavam Alana e Cassie. Todos os convidados estavam sentados, esperando pela chegada da noiva, ansiosos.
Como August (Esse garoto depois de tanto tempo voltou a nossas vidas, o metido a namorado da Lily) havia sido levado para o hospital, sua irmãzinha foi junto, estava planejado que ela seria a florista, mas aí...
Ficou decidido então que Lily, ao invés de madrinha de aliança, ficaria no lugar da irmã de August.
Chegou a hora...
Lily saiu da areia e pisou no tapete (Era mais simples ter falado "entrou", mas não é lugar fechado pra estar entrando), carregando sua cestinha e jogando delicadamente com muita graça as pétalas de rosa branca por onde passava, sendo acompanhada por uma melodia agradável. Lily estava tão fofa! Principalmente sorrindo daquela maneira, animada, feliz com o que estava fazendo, exibindo aquele sorriso para as câmeras dos presentes.
Por falar em flores, me lembrei que tinha pesquisado algumas na internet pra dar uma idéia para Nanda, lembro-me que cheguei a pesquisar imagens de rosa preta. Meu único pensamento foi: "As gótica pira". Imagina, se eu fosse mulher e tivesse essa exigência de flor no meu casamento, ia tá tudo decorado com rosas pretas. São tão trevosas.
Lily chegou ao altar, parando ao lado de Alana, assim a melodia mudou, para aquela famosa de quando a noiva está prestes a entrar, assim todos ficaram de pé e aguardaram por sua chegada.
Observei Nanda se aproximar, realmente aflita e nervosa, acompanhada pelo pai de Erick.
Suspirei pesadamente, ela havia enviado o convite para seus pais e tentado entrar em contato, mas não obteve respostas. Ela me olhou de relance, assenti com a cabeça sorrindo de canto, lhe dando apoio, isso pareceu alivia-la, então deu um sorriso e respirou fundo. O braço de Nanda estava entrelaçado ao de George, assim que entraram, começou aquela tiração de fotos, um ataque de flashs.
Erick se iluminou, mudando de nervoso, para calmo, aliviado ao ver a noiva, estava tão sonhador e admirado. Coitado, ele devia ter pensado que Nanda havia desistido.
Sabe, o bom mesmo dos casamentos é ver as pessoas passando mico, tipo, alguém tropeçar no salto, o véu da noiva ficar preso...
Tipo, foi por isso que eu fui.
—O que significa isso?!-um senhor chegou, interrompendo, parando atrás de Nanda que nem havia andado direito.
—Ah, não chegou nem na hora de "Se alguém tem algo contra..." e já estão interrompendo?!-Erick disse incrédulo.-Não dava pra esperar mais um pouco?!
—O pai da noiva deve acompanha-la!-o cara disse. Arregalei os olhos, o olhando de cima a baixo, eu não ia querer me meter com esse cara.
—P-Pai!?-Nanda se surpreendeu. Uma mulher se aproximou, se colocando ao lado dele.-Mãe?!
—Não podíamos faltar ao seu casamento, Amanda.-a mulher disse.
—Já faltaram a tantas ocasiões importantes mesmo...-Nanda deu de ombros.
Os pais dela se entreolharam. Um silêncio se instalou ali. Tenso.
—Mas, estamos aqui para nos redimir.-o pai de Nanda segurou em seus ombros.-Como você cresceu...-a admirou.
—Por favor, Amanda, seu pai fez questão de vir, apesar de nem conhecermos seu marido.-a mãe de Nanda era idêntica a ela, logicamente anos mais velha.
Nanda engoliu em seco, me olhando de relance, pedindo por ajuda. Cerrei os dentes, pensando.
—Se me permite...-me intrometi, ousando ficar entre ela e o pai.-Vocês conheceriam ele, se fossem mais presentes na vida de sua filha.
—Ora, quem você pensa que é para dar opinião onde não foi chamado?-a dona se irritou.
—Ele é meu filho!-Nanda colocou as mãos sobre meus ombros.
Eles ficaram surpresos me encarando fixamente, sorri debochado.
—Bem, foi ela quem se afastou de nós.-a mãe dela disse grosseira.
—Mas vocês nem ao menos correram atrás! Simplesmente a deixaram ir e nem se importaram se ela estava bem!-meu sorriso desapareceu.
—Não vê que estamos tentando nos redimir?!-é impressão minha ou a mãe dela estava se segurando para não chorar?
Fiquei quieto, me retirando dali.
—Filha...-ele engoliu em seco.-Nos desculpe.-se forçou a falar.
—Não sei se posso.-Nanda engoliu em seco, os olhos lacrimejados.
—Acho que pode.-Jack riu sem jeito, um pouco culpado.-Afinal, devo ter feito pior e você me perdoou!
Nanda encarou a seus pais.
—E-Eu...-Nanda suspirou.-Eu só quero que vocês me tratem como filha, não ajam como se tivessem me esquecido! Doeu tanto! Me senti rejeitada! Fui eu quem saí de casa, mas vocês nem sequer procuraram por notícias minhas, como se não se importassem! E agora...Já sou uma adulta, uma mulher comprometida, sabe quantos anos vocês perderam?! Sabe quantas vezes eu precisei de vocês e vocês negaram atenção?! Por que não foram mais presentes?-desabafou.
Nenhuma palavra saiu da boca de mais ninguém.
—Querem saber?-Jack se pronunciou.-Eu não sei como foram capazes de não pensarem em sua filha! Como pais, vocês tem a obrigação de cuidar dela, ama-la, dar carinho e atenção...Mas o que fizeram?! Viraram as costas! Eu, como pai, enquanto estive fora, em nenhum momento deixei de pensar na minha filha, sempre sonhando como seria reencontra-la!
—E a sensação de ser rejeitado pelos pais é horrível!-engoli em seco, um gosto amargo em minha boca.-Só estando na pele para sentir!-alterei o tom da voz.
Silêncio mortal. Os pais de Nanda pareciam culpados, mas ainda mantinham uma expressão séria.
—Sabem...-Nanda respirou fundo.-A maior virtude é o perdão.-limpou o canto dos olhos delicadamente, secando as lágrimas que queriam desabar.-Eu os desculpo, não se deve guardar mágoas, afinal....Acima de tudo, são meus pais. Só lhes digo que dormir todas as noites com um peso na consciência, achando que vocês não gostavam de mim, era terrível. Só Drew mesmo para iluminar meus dias cinzentos, quando eu me sentia um lixo, uma filha não amada, uma rebelde tola. Foram várias as vezes que precisei de apoio...Tanto materno, quanto paterno...Mas, não tive.
Olhei para Nanda, mordendo o lábio inferior, aquilo era tão profundo.
O pai dela não disse nada, apenas a surpreendeu com um abraço bem apertado. Ela estava endurecida, assustada e tensa. Aos poucos, meio hesitante, acabou retribuindo o gesto, mas não com tanto gosto.
—Eu lhe peço desculpas, por favor, Amanda...-ele pediu.-Entendo se não me desculpar, se esse for o caso, vou embora imediatamente.
—Diferente do seu pai, eu não vou embora, vou ficar, eu vou insistir, não consigo mais carregar esse peso.-a mãe dela mordeu o lábio inferior e cerrou os punhos.-Porque a maior parte da culpa é minha.
Nanda e o pai se separaram. Nanda olhou para a mãe séria, parecia ter congelado no lugar.
—Promete não me abandonar? Mesmo que eu fuja?-Nanda perguntou com a voz embargada, consequentemente as lágrimas voltaram.
—Prometo.-ela respondeu chorosa, abrindo os braços, abrigando a filha em um abraço carinhoso, cheio de amor.-Quero te conhecer melhor, já se passou um longo tempo, você mudou tanto...
Todos presentes bateram palmas, compartilhando a emoção do momento.
—Então...-Nanda a soltou.-Preciso me casar.-deu um sorriso fraco olhando para Erick que esperava pacientemente.
—Eu faço questão de te acompanhar, quero dizer, apenas se você quiser.-o pai dela se ofereceu determinado.
—George...-Nanda olhou para o sogro.
—Sem problemas!-ele sorriu, levantando as mãos para o ar inocentemente.
Então, Nanda entrelaçou seu braço ao do pai, a melodia voltou a tocar e eles entraram a passos lentos, sendo seguidos pelos olhares atentos de todos.
Nanda foi deixada no altar, em frente a Erick, ambos sorridentes, emocionados, deram as mãos e começou aquela chatice daquele cara lá que realizou a cerimônia. Eu não ouvia nada, estava perdido, com tédio. Perdi a contagem de meus bocejos. O calor só piorava tudo, me sentia tão lerdo, como se tivesse acabado de acordar, meu cérebro não raciocinava.
Até Brady me cutucar, havia chegado a hora de entrarmos com as alianças, balancei a cabeça tentando acordar, respirei fundo e assenti determinado, ele entrelaçou seu braço ao meu fortemente, me olhando carinhosamente. Entramos, sendo seguidos por todos os olhares, alguns sugestivos, outros assustados, a maioria surpresos, a minoria (A.U.F., quem mais podia ser?) animados. Me senti envergonhado, as atenções estavam todas voltadas para nós, eu me sentia minúsculo em meio aquelas pessoas, era como se elas fossem me julgar ou apontar erros a qualquer momento. Cerrei os dentes e comecei a suar, andando endurecido, feito um robô, tendo que discretamente ser puxado por Brady. Eu me sentia rebaixado em meio aquelas, digamos, poucas pessoas, a qual faziam parte da família. Aquele tapete por onde andávamos parecia imenso, aquilo não tinha fim, quanto mais andava, maior ficava, o desespero tomou conta de mim, tive vontade de gritar e sair correndo. Fechei os olhos com força, sentindo minha cabeça pesar. Devia ter aprendido a não me importar, mas não conseguia ignorar.
—Drew!-Brady sussurrou preocupado. Tinha parado de andar e nem havia me dado conta.
—D-Desculpa...-sussurrei cabisbaixo, voltando a andar.
Por fim, aquele pesadelo acabou, chegamos ao altar.
Nem consegui me concentrar e ouvir o falatório. Minha cabeça deu um estalo ao ouvir o cara falar:
—Então, pelos poderes a mim concedidos, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
E não deu outra, Erick beijou Nanda apaixonadamente, assim arrancando as reações animadas dos convidados. Eles estavam casados finalmente. Suspirei aliviado, tentando me livrar da tensão, sorrindo por Nanda e Erick.
☆☆☆
Já eram oito da noite, todos foram comemorar no salão após a cerimônia. Eu estava sentado na areia, na beira do mar, descalço, com meus tênis ao lado, aproveitando a brisa gelada, admirando o horizonte de uma maneira séria.
—Drew...-Brady se aproximou e sentou-se ao meu lado.
—Oi.-sussurrei abraçando os joelhos, um pouco inseguro.
—Diga...-me olhou com atenção.-O que te incomoda?
—O que seus pais falaram?-franzi a testa. Os pais de Brady tiveram uma conversa com ele após o casamento.
—Ah...-Brady riu sem graça.-Eu expliquei a eles o que houve, apesar de não terem ficado nada contentes.
—Sabia.-sussurrei.-Principalmente por acharem que sou má influência!-o olhei.-Brady, eles não me aceitam nem como seu amigo, imagina como namorado!-disse angustiado.
—Eu te aceito e é isso que importa!-Brady colocou a mão sobre meus ombros e olhou fixamente em meus olhos.
—Mas...Apoio familiar é importante!-mordi o lábio inferior.-Se não tiver o apoio da família, imagina dos desconhecidos...Eu estou preocupado!-falei.-Preocupado com nosso futuro! Eu quero ter um futuro com você, Brady!-admiti.-Quero que você faça parte da minha vida! Eu...E-Eu...Quero estar ao seu lado.-respirei fundo.-Um dia...Seremos nós quem estaremos nos casando.-fiquei envergonhado, abaixando a cabeça.
Brady ficou em silêncio pensando.
—Eu sinto o mesmo.-Brady disse por fim, me fazendo olha-lo.-A gente vai fazer de tudo para dar certo! Até mesmo conseguir o aceitamento dos meus pais! Porque não importa o que venha a acontecer, não vou te largar por nada, nem por repreensão do meu pai ou por preconceito da minha mãe! Se preciso, faço que nem a Nanda, saio de casa! Vamos ficar juntos! Sabe por que? Porque eu te amo!
Pisquei o olhos várias vezes, uma sensação de tranquilidade e conforto me preencheu. Eu me tão senti bem e aliviado.
O abracei, um abraço apertado, transbordando amor, como se fosse o último que lhe daria. Há um ano, eu não teria dito aquilo.
—Eu te amo.-sussurrei.
Nos afastamos, Brady me olhou sorrindo e no segundo seguinte me beijou, um beijo tão apaixonado, que apesar de repentino e ter me surpreendido, não pude deixar de corresponder. Apesar de não existir mais distância entre nós, por que será que eu me sentia tão longe dele?
Me separei dele pela falta de ar, nossos rostos ainda próximos, sua respiração misturada com a minha, meu coração batia rápido. Mal deu tempo de recuperar o fôlego e o puxei para outro beijo, dessa vez tomando a iniciativa. Brady foi inclinando seu corpo para trás na medida que correspondia, ficando por fim deitado, comigo em cima dele. Ele me abraçou, me puxando mais para perto, como se fosse possível.
—Talvez devêssemos voltar lá para dentro.-comentei ao afastar nossas bocas, o olhando nos olhos.
—Ou talvez não.-Brady disse sugestivo.
—D-Drew!-uma voz conhecida gritou por meu nome. Olhei automaticamente para trás encontrando minha tia e minha avó paradas lado a lado, pasmas, vovó até mesmo cobriu os olhos com as mãos. Elas haviam sido convidadas, mas só puderam comparecer aquele horário.
—Poxa, como eu sou desastrado!-menti nervoso, me levantando.-E-Ele estava com um cisco no olho e...
—O cisco é no olho ou na boca?-ela perguntou incrédula. Me pegou.
Eu e Brady nos entreolhamos nervosos e envergonhados.
—Esses jovens tem um fogo no rabo que pelo amor de Deus, não importa mais nem se é homem ou mulher!-tia Gisele bufou.-Vamos, mamãe!-puxou vovô para dentro do salão. Antes de entrar, olhou para trás por cima do ombro, me mandando uma piscadela e sorrindo constrangida.
—Agora é melhor entrarmos pra não levantarmos suspeitas.-falei afundando o rosto nas mãos e balançando a cabeça negativamente.
☆☆☆
Eu gostei da festa, o clima estava agradável, tanto pelo casamento, quanto por Nanda ter feito as pazes com os pais, descobri que os nomes deles são Ribas e Martha, eles até foram bem legais comigo, afinal sou uma espécie de "neto". Tudo estava bem barulhento e as luzes estavam apagadas, todos se divertiam, conversam, andavam sem rumo e dançavam, afinal, era pra curtir! E Nanda estava fazendo isso muito bem junto de Erick!
Eu estava sentado com as meninas, deitado sobre os braços jogados em cima da mesa, morrendo de sono, 1) Não dormi bem noite passada, não consigo dormir em lugares esttanhos. 2) Cassie me acordou logo que o galo cantou para aprontar os preparativos para o casamento.
Levantei a cabeça por um momento, notando que Izzy me encarava sorrindo. Arqueei uma sobrancelha.
—Foi tão fofo você e Brady entrando com as alianças!-ela apoiou a cabeça na mão.
—E não perdemos a chance...-Lya balançou o celular, sorrindo maleficamente.
Revirei os olhos e bebi o refri que restava em meu copo.
—Eu não gostei!-Grazi disse emburrada.
—Loira, tu ainda não te convenceu que Drew é comprometido?-Danny mostrou a língua para Grazi.
—Drew...-tia Gisele chegou de repente.-Podemos conversar?-parecia séria.
—C-Claro.-engoli em seco.
Me levantei e a segui até uma parte do salão onde não tinha ninguém.
—Drew, eu quero que me conte sobre você e aquele garoto.-ela foi direta, cruzando os braços.-Não estou aqui para te julgar, nem nada. Pode confiar. Sabe que...Na ausência de Madeline, sou sua mãe, depois de Amanda, claro.
—A gente tá namorando faz um ano.-confessei suspirando.
—Sem que eu soubesse, Drew?-tia Gisele se sentiu ofendida.
—Desculpa! Não sabia como ia reagir...-mordi o lábio inferior e encolhi os ombros.
—Bem...-ela engoliu em seco.-Espero que vocês tenham um relacionamento saudável.-suspirou.
—T-Temos.
—Drew, saiba que eu preciso ficar ciente de sua vida, tenho que saber o que se passa, não tenha medo, não vou ficar brava.
—Obrigado...-ri sem graça.
—Desculpa tê-los atrapalhado naquela hora...-ela riu. Corei.
—Eu é quem me desculpo por você e a vovó terem visto!-coçei a nuca em sinal de nervosismo.
—Boa sorte.-tia Gisele sorriu docemente.-Agora aproveite a festa...-olhou ao redor e suspirou. Ela se afastou, indo em direção a vovó, parecia não se sentir muito a vontade.
Estava prestes a ir de volta a mesa, quando novamente reparei Leo e Yuki. Franzi a testa.
—O que está olhando, amor?-Brady brincou passando o braço por meus ombros e se pendurando em mim.
—Você não está bebendo, está?-o olhei de soslaio.
—Eu pareço bêbado?-Brady me soltou.
—Do jeito que é irresponsável...-revirei os olhos.
—Eu fiquei mais responsável desde que meu irmão nasceu, tá?-Brady disse orgulhoso. Ah, o irmãozinho dele havia nascido há poucos meses, não estava presente ali, havia ficado na casa dos avós.
Voltei a olhar para os dois rindo um pouco distantes de mim.
—Ah, Leo e Yuki...-Brady riu.-Você não é de ouvir fofoca, né...
—Você sabe?-o olhei esperançoso. Baixou o espírito curioso em mim.
—Sei. Mas será mais divertido vê-lo tentar descobrir!-Brady sorriu malvado e saiu dali.
Cruzei os braços e fiquei emburrado.
Gray passou por mim, antes que sumisse de minha vista, o puxei pelo braço.
—Gray, você deve saber sobre...-comecei.
—Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe!-Gray se soltou.
Balancei a cabeça negativamente e suspirei derrotado, eu não ia saber de nada, aquele povo não tava afim de falar.
Voltei para mesa onde estava sentada com as garotas, dessa vez Cassie, Alana, Lily e Charlotte estavam ali.
—Lily, você estava maravilhosa como florista, sabia?-sorri bagunçando seus cabelos, ela já havia trocado de roupa para ficar mais livre.
—Obrigada, tio Drew!-Lily sorriu acabando de comer um doce típico de casamento.-Você também estava maravilhoso com o tio Brady! Mas daí tu empacou...-pareceu confusa.
—Deixa isso pra lá...-me sentei na cadeira ao seu lado.
—A cerimônia foi tão linda...-Cassie suspirou apaixonada.-Quem derá eu tivesse uma assim um dia...
—Eu também queria.-Alana apoiou a cabeça na mão, sonhadora.-Nanda é uma mulher de sorte, eu espero que Erick cuide bem dela. Sabe, eu e Jack não somos casados oficialmente, apenas fomos morar juntos depois da gravidez...
—Sério?-Cassie se surpreendeu.
—Quem saiba você dá sorte e pegue o buquê!-Bárbara apoiou.-Sinal que vai se casar!
—Erick finalmente virou homem! Ele vai fazer da Nanda uma mulher muito feliz sim, confio em meu priminho!-Charlotte sorriu roubando um pedaço do doce de Lily.
—Psiu!-Lya cutucou Izzy.-Percebeu que Leo e Gray estão...
—Brigados?-Izzy mordeu o lábio inferior.
—Eu percebi isso também!-comentei.
—A gente devia segui-los?-Nancy arqueou uma sobrancelha.
—Temos que ser mais discretas possíveis!-Bella disse se levantando de sua cadeira.
—Você tá falando com a ninja das parada aqui!-Lya sorriu se levantando.
—Aonde vão?-Alana se intrometeu.
—Tomar um ar!-Danny se espreguiçou.
☆☆☆
Fomos lá fora, na praia, agindo com cautela, nos escondemos atrás de algumas pedras pontiagudas onde as ondas batiam, fomos obrigados a jogar nossos sapatos na areia e ficar com os pés na água. Estava escuro naquela parte da praia, já que estávamos bem distantes do salão.
Avistamos Leo e Gray, iluminados somente pela luz do luar e das estrelas que preenchiam a imensidão escura do céu.
—Qual é a deles?-franzi a testa.-Mais uma tentiva de ciúmes?-olhei para Yuki.
—O que?!-ela arregalou os olhos.-N-Nada disso! Eu não ia fazer isso com Gray nem que o Tany pedisse!-disse culpada, balançando a cabeça negativamente.
—Tany?!-sussurrei surpreso.
—O apelido que eu dei pra ele...-Yuki olhou para baixo envergonhada, alisando uma mecha de cabelo que caía sobre seu ombro. -Vem do segundo nome, Nathan...
—Vão me contar o que tá rolando ou não?-me encostei na pedra, cruzando os braços.
—Shhh...-Nancy me repreendeu.-Você vai descobrir.
Leo e Gray começaram a discutir, Gray parecia estar desabafando, sem deixar Leo pronunciar uma palavra. Observei tudo com atenção, nos atrevemos a chegar cada vez mais perto para ouvir a conversa, nos escondendo atrás de outro rochedo, tomando cuidado para não dedurar nossa presença. Já éramos capazes de ouvi-los falar...
—Me irrita ver você dando mole pras outras! Eu... Me irritei ao ver você e a Yuki muito próximos! Eu fiquei pensando, se... Você não gostaria de voltar com ela, os dois se dão muito bem, afinal, você é o ''Tany'' dela, não é?-dava pra ver que Gray estava chateado. Ele mordeu o lábio inferior e cerrou os punhos, era raro vê-lo triste.
— Gray... -Leo foi até ele e segurou seu rosto com as duas mãos o fazendo fixar seu olhar no dele, apesar de hesitante, cedeu.- Eu fui o Tany dela, não posso apagar o passado, porque se eu fizesse eu não estaria aqui com você! Mas... Não importa se mil pessoas me querem, porque eu sempre vou querer você! Se mil pessoas me lançarem olhares, eu só vou me importar com o seu! É! Eu fui o '' Tany'' dela, admito, mas eu quero que saiba de uma coisa...Eu sou, e sempre serei o  seu Leo! - Leo corou violentamente e Gray não estava diferente.- Eu te Amo!
Todos ficamos boquiabertos.
—Promete mesmo que é meu?-Gray perguntou manhoso.
—Mas, é claro!-Leo sorriu.-Assim como você é meu!
—E...Entre você e a Yuki...-Gray estava visivelmente incomodado.
Olhei para Yuki automaticamente, surpreso.
—Oi?-arqueei uma sobrancelha.-O que eu perdi?
—Foi há dois anos!-Yuki afundou o rosto nas mãos, abaixando a cabeça, deixando seus cabelos caírem em seu rosto.
—Somos só amigos!-Leo explicou.
Gray ficou em silêncio, o encarando.
—Eu também...Também te amo!-Gray o abraçou, olha, ele foi sincero.
Os dois se encararam por um tempo, os rostos tão próximos que era impossível haver distância entre suas bocas, então se beijaram, um casal tão apaixonado...Ambos tão determinados...
Eu pisquei os olhos várias vezes.
—Por que ainda me surpreendo com esses dois?-perguntei a mim mesmo, encarando a cena.
—São perfeitos um para o outro!-Izzy sorriu.
—Vamos voltar antes que as meninas notem que sumimos e venham nos procurar!-Leo riu se separando a contra gosto de Gray.
—Tu quer mesmo voltar?-Gray fez biquinho, emburrado.
—Pra falar a verdade...Eu prefiro ficar com você!-Leo riu enlaçando a cintura de Gray e o puxando para perto, colando seus corpos. E novamente um beijo.
—Ei...Não devíamos deixa-los a sós?-perguntei incomodado.
—O que? E perder a melhor parte?-Bárbara sorriu.-Não, obrigada!
—Não vê que eles querem passar um tempo sozinhos?-os defendi.-Eu acho que eles merecem, tá? Vocês gostam de se meter na vida dos outros, hein!-bufei.
—E daí?-Lya deu de ombros.
—Tu não paga minhas contas pra tá sabendo da minha vida!-Nancy disse me apontando de modo acusador.
—E tu paga as dele pra tá sabendo, então?!-arqueei uma sobrancelha.
—Calem a boca, vocês!-Danny pediu.
Lya estava se divertindo tirando fotos e rindo maleficamente.
—Gente, vocês são doentes...-balancei a cabeça com desaprovação.
—Ah, vai te catar!-Lya disse sem me olhar.
—O que vocês estão fazendo pelo amor de Deus?-Leo e Gray nos descobriram. Nem vimos eles chegarem!
—Te espionando, não é óbvio?-Lya respondeu irônica.
—Já ouviram falar em privacidade?-Gray arqueou uma sobrancelha.
—Você não diz isso quando eu reclamo de estarem invadindo meu espaço!-protestei.
—No caso, querido, eu sou um fudanshi, tenho necessidades, tá, fofo?-Gray balançou o indicador e a cabeça de um lado para o outro.
Franzi a testa e cruzei os braços. Injustiça.
—Bem, Gray...A gente continua lá em casa, tá?-Leo mandou uma piscadela para o namorado.
—Não se esqueçam que eu moro lá também!-Lya disse.-Façam o favor de não fazerem muito barulho.-cruzou os braços.
—Vou te trancar pra fora isso sim!-Leo mostrou a língua para a irmã e passou o braço pelos ombros de Gray.
—E eu te amarro em um poste!-Lya retrucou.-Sem roupa e coberto de mel pras abelhas te picarem e as formigas te comerem vivo!
Então os gêmeos ficaram competindo pra ver quem fazia pior com quem. Rimos ao observar a cena e voltamos para a festa, já estávamos ficando com frio.
☆☆☆
No salão, meia hora mais tarde, eu estava de novo na mesa com as meninas. Cassie e Alana estavam lá comendo e bebendo enquanto jogavam conversa fora.
—Ai...-Gray suspirou sentando-se ao meu lado.-Eu estou apaixonado!
—Pelo Leo?-sugeri arqueando uma sobrancelha e sorrindo.
—Não! Por mim! Não tem como não se apaixonar por mim!-Gray sorriu convencido.
—Narcisista.-murmurei revirando os olhos.
—Estou brincando...-Gray bocejou.-É pelo Leo sim!-sorriu todo bobo.
Gray ficou tagarelando sobre o Leo por um tempo.
Alguns poucos minutos depois, a música que estava tocando mudou de animada para lenta, uma bem romântica, fazendo todas as vozes femininas gritarem histéricas.
Fernando e Jack vieram buscar Cassie e Alana, que ficaram lisonjeadas, e lá foram os quatro dançarem.
As meninas ficaram as olhando, suspirando apaixonadas e sonhadoras.
Revirei os olhos.
—Queria dançar!-Bella disse tristonha.
—Bella...-era Jason, atrás de Bella, que congelou no lugar ao ouvir seu nome.-Dança comigo?-sorriu de modo charmoso e cavalheiro lhe estendeu a mão.
—C-Claro!-Bella se levantou sem jeito, corada, pegando em sua mão e sendo guiada por ele. Se passou um ano e nada de assumirem algo, depois dizem que eu fui o teimoso.
—Agora só faltava o Rafael...-Lya começou.
—Só faltava eu...?-galera, aprendam que basta citar a pessoa que ela magicamente aparece.
—Só faltava você na vida dela!-Izzy se intrometeu, segurando a risada.
Lya a olhou, meio que "Na saída eu te pego".
—Quer...Hum...Dançar?-Rafael perguntou de modo acanhado, mal deu tempo da Lya responder e ele já estava a puxando para si.
Izzy riu, olhando para a amiga.
—Quatro já foram!-Gray comentou.
—Sobrou a gente! Forever alone!-Nancy riu sugando pelo canudo as últimas gotas de seu refri em seu copo.
Observei Luciano se aproximar de Izzy, a cutucando, fazendo-a olhar para trás curiosa.
—Me concede essa dança, my lady?-Luciano fez um cumprimento como um príncipe e lhe estendeu a mão, esperando que ela pegasse.
—E-Eu...-Izzy se surpreendeu, corando. Ela olhou para as garotas esperando apoio e depois para Luciano, assentindo e sorrindo de canto. Ele se iluminou e deu um sorriso largo, a guiando até onde todos estavam dançando.
Observei Lya ao longe alternando entre se concentrar na dança ou rir malvada.
—Okay...-Bárbara disse surpresa rindo.-Agora cinco.
—Eu estou indignado!-Gray bateu a mão na mesa.-Cadê aquele guri?! Como assim ele me pede desculpas e depois não está aqui para dançar comigo?!-se fez de vítima.
Nossos olhares se direcionaram para algumas garotas, que apesar de não conhecerem Leo, insistiam em ter uma dança com ele. Leo passou reto delas, como se não fosse com ele, ouvindo-as reclamar. Não é possível. Por onde ele passa ele arranja fãs, é?
Leo andou em direção a nossa mesa, mantendo seu olhar fixo em Gray.
—Eu te dou a honra de dançar comigo!-Leo falou sorrindo e estendeu a mão para Gray, se colocando na sua frente.
Gray corou e pegou na mão de Leo, se levantando.
—E eu te dou a honra de ter uma dança comigo!-Gray sorriu convencido e foi guiado até onde os casais estavam dançando.
Não pude deixar de notar que Leo fez questão de segurar a cintura de Gray, os dois pareciam tão felizes...Se divertiam quando estavam juntos.
Suspirei.
—Alguém mais quer testar a sorte?-eu disse irônico rindo. Elas olharam pra cima da minha cabeça curiosas, franzi a testa e olhei para trás e lá estava Brady parado.
—Olha...-ele sorriu.-Já entramos juntos com as alianças...Acha que faz mal uma dança?
—Eu não sei dançar!-respondi.
—Ué, eu também não sei!-Brady deu de ombros.
—Dançar é uma desculpa pra ficar coladinho contigo, Drew.-Nancy disse simplesmente. Corei.
—Ah, convenhamos que essa é a verdade!-Bárbara concordou.
—E aí?-Brady insistiu.
Engoli em seco e respirei fundo, me levantando e assentindo.
—E seus pais?-perguntei inseguro.
—Oh, um romance proibido!-Danny fez drama, jogando a cabeça para trás.-Apenas uma dança e nada mais, em segredo, pois o mundo não está preparado para o amor desses dois jovens...-continuou narrando.
—Eles estão lá fora tentando ligar para vovó...-Brady sorriu pegando em minha mão.-Temos tempo.-me guiou para o meio do salão.
—Vai que é sua, Drew!-ouvi Bárbara incentivar.
Ficamos frente a frente, em meio aos outros casais, minhas mãos rodearam seu pescoço e as suas minha cintura. Olhei para baixo, envergonhado, enquanto dançavamos lentamente ao ritmo da música.
—Drew...-Brady chamou.-Se não me olhar, não há como eu admirar seus belos olhos!-brincou. O encarei.-Assim está melhor!-esfregou a ponta de seu nariz na minha, me fazendo rir.
Durante a dança, ficamos jogando conversa fora, um papo bobo de dois apaixonados, rindo baixinho igual a retardados. Eu estava adorando ficar ao seu lado, era tão encantador. Aquela dança parecia longe de acabar, o que era ótimo, na minha cabeça, só havia nós dois naquele imenso salão, a música era tocada para nós, em meio a escuridão, uma única luz de centro nos focava.
—Posso te beijar?-Brady perguntou ajeitando meu cabelo com uma das mãos, sua boca a centímetros da minha. Sua respiração batia em meu rosto.
—Aqui não!-o repreendi, me afastando um pouco, sem jeito. Mas, ele me escuta? Não.
Me deu um simples selinho, bem demorado, nos separamos assim que a música terminou. Olhei para os lados discretamente tendo certeza que não nos viram.
Notei que todos os casais haviam se separado, apenas nós permancemos no meio do salão, a contra gosto, nos separamos.
A dança havia sido tão mágica!
☆☆☆
No fim, nosso grupo foi para a praia, ficamos todos ali reunidos, conversando e brincando. Acabamos nos livrando do excesso de roupas, tirando tudo que era tiravel e jogando na areia, para que pudéssemos nos sentir mais livres.
Jogamos areia uns nos outros e pulamos na água inconscientemente, devemos ter ficado uma hora lá fora, apenas curtindo entre amigos, estragando a produção que fizemos para o casório, ficamos um desastre, pareciamos crianças bagunceiras.
Na hora de jogar o buquê, todo mundo foi lá, aproveitando o espaço aberto, aí nos demos conta do tempo. Todas as garotas da festa se reuniram, ansiosas e gritando animadas.
—Não vai pegar o buquê?-brinquei olhando Lily ao meu lado segurando um pratinho descartável com um pedaço de bolo.
—Não. E você?-Lily sorriu, toda lambuzada de chantilly.
Sorri, peguei meu celular e botei para gravar, Nanda havia me pedido para fazer aquilo.
Vi Nanda se colocar de costas e fazer a contagem regressiva, jogando o buquê bem alto em uma direção aleatória. Foi tipo uma matança e disputa para ver quem tinha pegado o bendito, aquela gritaria que me fez tampar os ouvidos. Gente, pra que tanto mata mata por flores amarradas com uma fita?
Fiquei de boca aberta, surpreso ao ver que Leo havia se metido naquele meio de garotas e pegado o buquê, ele já se gabava, todo convencido, comemorando.
—Gray, tenho boas notícias!-Leo gritou animado correndo até o namorado.-Vamos nos casar!-sorriu.-Quero um despedida solteiro igualzinha a do Erick, hein?-colocou as mãos em seus ombros e lhe deu um selinho no canto da boca.
—Pois você pode me pedir em casamento! Já te pedi em namoro!-Gray cruzou os braços.
—Então vai morrer solteiro!-Leo o empurrou e cruzou os braços.
—Não comecem, tá?!-Lya os advertiu.
—Ei, isso é justo?-Cassie cruzou os braços, emburrada. Nanda em resposta ergueu os braços para o ar inocentemente.
—Beijos, recalque!-Leo mandou uma piscadela e um beijo para Cassie.
Jesus! Leo não tinha jeito mesmo!
Ri ao vê-lo pegar Gray no colo estilo noiva e não solta-lo nem por se debater. Os dois começaram a rir e cantar desafinamente de propósito uma música bem alegre sobre o amor, e assim foi, andando sem rumo pela praia.
☆☆☆
Algum tempo depois, já não queria mais ficar no salão aproveitando a festa, já estava ficando tarde, então decidi voltar para o quarto para descansar. Brady insistiu em me levar, não queria me deixar sozinho.
—Não gostei do modo que aquela moça que estava servindo as mesas ficou olhando para você durante a festa...-comentei enquanto entrava no elevador.-Até parece que estavam flertando.-fiquei incomodado.
—Ciúmes? -Brady provocou entrando logo atrás.
—N-Não...É só que...-me embaracei.-Nada.-suspirei.-Obrigado por me acompanhar...Não vai mesmo voltar para a festa?-perguntei assim que vi Brady apertar o botão que nos levaria ao nosso andar.
—A festa não tem graça sem você.-ele deu de ombros e encarou a porta se fechando aos poucos.-Além disso, Nanda pediu para que eu cuidasse de você.
—Ah, verdade...Ela ficou lá curtindo.-falei sorrindo.
—Nanda também pediu para eu te avisar que amanhã devemos encontra-la cedo no saguão, ela e Erick pretendem ir pra lua de mel logo e querem se despedir.-Brady disse me encarando.-O que você tem para não querer ficar na festa? Afinal, é o casamento da sua mãe.
—Não gosto de lugares muito barulhentos com gente falando e música alta.-eu disse suspirando.-Estava ficando com dor de cabeça. Só esperei mesmo a hora de jogar o buquê que ela pediu que eu gravasse...
—Hum...-Brady concordou.
Eu e Brady ficamos nos encarando por um tempo sem dizer uma palavra sequer, foi quando comecei a sentir meu rosto esquentar, por algum motivo o modo que ele me olhava estava me deixando sem jeito.
—Bem...De qualquer forma, não sei o que vou fazer para pegar no sono, você sabe que eu não consigo dormir em lugares desconhecidos.-quebrei o silêncio.
—Se precisar, eu fico acordado com você.-Brady sorriu.
—Falou quem deita e dorme em menos de um segundo...-ri revirando os olhos.
—A gente arranja algo para fazer!-Brady riu.
—Tipo?-perguntei vendo a porta se abrir quando chegou no nosso andar. Andamos pelo corredor até chegar a uma das últimas portas. Nosso quarto.
—Tipo...-Brady pensou.-Isso.-disse e em seguida me beijou, porém ele parece ter se esquecido que estávamos em um lugar público e me empurrou contra a parede , permaneci o tempo todo com os olhos abertos, apenas para ficar atento aos movimentos dele. Ao sentir sua língua encostar na minha foi quando eu me dei conta que a porta do elevador estava se abrindo. O empurrei de leve para que pudéssemos nos separar, um fio de saliva foi deixado ligando nossas bocas, mas logo desapareceu conforme nos distanciamos.
Tentei agir normalmente enquanto uma mulher acompanhada de duas crianças saía do elevador e adentrava seu quarto, acenei gentilmente tentando disfarçar e ela retribuiu o gesto com um sorriso.
—O que deu em você?-sussurrei quando tive certeza de que a moça não estava mais nos vendo.- Não pode se animar demais!
—Qual o problema? Não posso mais beijar meu namorado ?-Brady provocou.
Ele não tinha jeito.
Revirei os olhos e comecei a bater em meu blazer a procura da chave do quarto, tinha certeza que tinha a guardado ali.
—Cadê a chave?-franzi a testa.
De repente, senti a mão de Brady deslizar lentamente pelo bolso de trás da minha calça, retirando dali a chave, mas não sem antes deixar claras suas segundas intenções. Tarado.
—Serve essa?-Brady deu um sorrisinho enquanto balançava a chave na frente do meu rosto.
Peguei a chave e tentei de todos os modos encaixa-la na fechadura o mais rápido possível, porém era como tentar enfiar a linha no buraco da agulha.
—Está tremendo.-Brady comentou.
O pior é que ele tinha razão, estava tremendo conforme as batidas de meu coração, era uma mistura de nervosismo e vergonha.
—Desse jeito não vai conseguir abrir a porta...-Brady suspirou enquanto pegava a chave de minha mão e destrancava a porta com facilidade.
Entrei no quarto sem sequer pronunciar algo, eu havia ficado tão nervoso apenas por Brady ter feito tal "provocação"?
Observei ele trancar a porta e se despir, começando pelo blazer, seguido da gravata e sapatos.
Aquela não seria minha primeira noite com ele sozinho em um quarto, pelo contrário, muitas vezes dormimos juntos. Mas...Era diferente. Dessa vez não tínhamos supervisão de algum responsável, estávamos mais próximos e crescidos.
—Por que está tão tenso?-Brady me surpreendeu quando me abraçou por trás firmemente e sussurrou em meu ouvido tais palavras.-Quer uma massagem?-plantou vários beijos em meu pescoço, a cada toque eu me arrepiava e ficava mais nervoso.
—Eu estou bem.-suspirei.-Só...Estou com dor de cabeça.
Dor de cabeça é uma ótima desculpa.
—Certo...-Brady deu um beijo carinhoso e babado em minha bochecha me aliviando um pouco.-Vou tomar um banho.-me soltou e se dirigiu ao banheiro.-Se quiser vir comigo...-sugeriu com malícia enquanto me olhava de maneira sedutora, mas não aquela "Made In Paraguai" , era diferente e tentadora, o que me fez morder o lábio inferior. Por que eu me sentia assim só de ouvir aquela voz que estava conseguindo ser sensual naturalmente? Brady não estava forçando, disso eu tinha certeza.
—Não, obrigado.-respondi rápido enquanto o vi retirar a camisa e joga-la no chão.
Suspirei aliviado quando o vi fechar a porta do banheiro, retirei meus tênis e me sentei na cama.
—Será que a Nanda está se divertindo?-sorri enquanto penteava com os dedos alguns fios de cabelo que estavam grudados em minha testa por causa do suor.-Ah...-suspirei me deitando de modo que ocupasse toda a cama.
Ter que dividir a cama com Brady não era de todo ruim, havia feito isso muitas vezes, porém...
—Por que estou tão incomodado?-pensei voltando a morder o lábio inferior.-É uma noite com o Brady. O mesmo Brady de sempre e...Ahhh. Não consigo.-falei bufando.-Não consigo...Não consigo...Não consigo tirar da cabeça esse pensamento!
Uma coisa que eu nunca queria ser e estava sendo: Pervertido. Quando foi que minha mente ficou tão poluída?
—Tá...É só não pensar nisso.-tentei me acalmar. Peguei o livro que repousava sobre a cabiceira da cama, o mesmo que ganhei de Jack há uma semana, a história era interessante o bastante para me distrair.
Li durante o tempo que Brady passou no banheiro, nem me dei o trabalho de trocar de roupa ou me preocupar se estava suado ou não. A leitura estava sendo capaz de me distrair e isso era ótimo.
Só que...
Brady saiu do banheiro e a primeira coisa que fez foi vir até mim, já estava vestido com uma bermuda e uma regata, parecia nem ter se enxugado direito já que estava todo molhado.
—Larga esse livro!-Brady disse ficando por cima de mim e pegando meu livro para atira-lo no chão.
—Ei! Eu estava lendo!-reclamei.
—Tem coisa mais interessante para se fazer.-Brady sorriu, era impossível não manter meu olhar fixo no seu. Por um tempo somente nossas respirações misturadas foram ouvidas, ficamos em silêncio nos encarando, tentando decifrar os pensamentos um do outro. Brady fechou os olhos e selou seus lábios nos meus, dando início a um beijo calmo e lento, vez ou outra sentia ele morder meu lábio ou tentar disputar o espaço da minha boca com a minha língua. Estava gostando da sensação que aquele beijo estava passando, uma mistura de curiosidade, talvez, mesmo que muitas vezes Brady já tivesse explorado minha boca com sua língua durante os beijos, ainda lhe restava dúvidas,
dúvidas que estavam sendo expostas, dúvidas que seriam retiradas naquela noite. E, um toque de inocência, esse por minha parte, ora, posso ter mente poluída em alguns casos, mas continuava sendo inocente em relação a alguns assuntos. Todos são inocentes até serem julgados culpados.
Mas, mesmo assim, pude perceber que ambos estávamos entrando em uma espécie de "clima" , foi quando distanciei nossas bocas para que pudesse tomar ar.
—É...-eu disse sem jeito. Minha respiração começou a ficar irregular.
Brady sorriu e saiu de cima de mim, se deitando ao meu lado com a cabeça apoiada na mão para que pudesse me encarar.
—Drew, eu estava pensando...-ele comentou, era notável a vermelhidão em suas bochechas.-Somos namorados, nos amamos...Isso nos torna um casal e um casal faz coisas...
—Aonde quer chegar?-perguntei confuso.
—Ai, Drew...Eu estou falando de fazer "aquilo".-Brady suspirou enquanto usava seus dedos para tirar de seu rosto os fios de cabelo molhados. Eu engasguei com a minha própria saliva ao ouvir isso.-É normal, ué, namorados fazem isso.
Minha reação foi arregalar os olhos e corar violentamente, meu coração se agitou com tal pedido.
—Q-Que?!-tossi.-Está sugerindo que façamos...-a cada palavra minha voz saía mais baixa.
—Eu te respeito e compreendo se não quiser, afinal...Seria sua primeira vez, certo?-Brady deu de ombros, um pouco sem graça.
Pensei por um instante. Respirei fundo e sem hesitação perguntei:
—E seria sua primeira vez com um garoto, certo?
Brady piscou os olhos várias vezes, parecia desacreditado ao ouvir minha pergunta.
—Você...Q-quer?-se envergonhou ao perguntar.
Encarei o teto enquanto pensava.
Se eu não confiasse em Brady, em quem confiaria para aquele tipo de coisa? Éramos namorados. Era normal fazer aquele tipo de coisa, certo? Eu realmente gostaria de ter minha primeira vez com ele, ele era a pessoa certa, bem, era o que eu achava. Mas por um lado parecia errado...Me sentia...Culpado? Ah, mas isso devia ser apenas insegurança. Eu estava consciente.
Acreditava que já não era uma paixão boba de adolescente e sim uma certeza. Cabia a mim decidir me entregar ou não. Talvez eu estivesse com um pouco de medo...
Era difícil tomar essa decisão. Emoção ou razão? Eis a questão.
Voltei a olhar para Brady que aguardava minha resposta ansiosamente, assenti envergonhado e um sorriso se abriu em seus lábios. Emoção.
—Não vai doer...-sussurrou em meu ouvido voltando a ficar por cima de mim.-Eu acho.-deu um riso abafado, em seguida mordeu de leve minha orelha.
Tá, não vou mentir, se eu fiquei preocupado? Tanto que até caí da cama tentando me afastar!
—Você tá bem?-Brady riu arqueando uma sobrancelha e me encarando fixamente.
—Não olha para mim!-cobri meu rosto vermelho com o livro aberto que ele havia atirado no chão.
Brady riu e tirou o livro da frente de meu rosto, me ajudando a deitar na cama novamente.
—Não se preocupe!-Brady sorriu.-Serei gentil.
Engoli em seco, constrangido.
Brady depositou vários beijos calorosos por meu pescoço, ele fazia questão de dar leves mordiscadas ou chupões nas partes mais sensíveis, o que me fazia soltar alguns pequenos gemidos, provavelmente ficaria uma marca. E... Aquilo estava me dando um certo prazer.
Outra vez, nossas bocas se juntaram em um beijo, lhe dei permissão para desabotoar os botões de minha camisa, me arrepiava ao sentir sua mão quente deslizar por meu peito até chegar a minha parte...Digamos, íntima. Levei um pequeno susto e como um instinto encostei uma perna na outra.
—O que foi?-Brady deu um de seus sorrisinhos maliciosos quando nossas bocas se separaram.
—Nada.-eu disse baixinho enquanto discretamente pousava minhas mãos sobre aquela parte, a escondendo. Eu estava com vergonha.
—Não quer que eu toque aí?-Brady arqueou uma sobrancelha.
Tomei coragem para encara-lo, ele deu um pequeno sorriso e colocou as mãos sobre meu rosto.
Brady começou a espalhar mais beijos por meu pescoço e foi descendo até meus ombros me fazendo relaxar, levei minhas mãos até sua nuca para que pudesse brincar com os fios de cabelo e os enrosca-los em meus dedos, vez ou outra os puxando. Os beijos continuaram a descer até chegar a barriga, foi quando eu comecei a me sentir estranho . Era algo novo, lógico que seria estranho e eu me sentiria desconfortável por ser minha primeira vez, mas Brady estava tentando me deixar relaxado...E, estava funcionando. Oh, mas o estranhamento aumentou ainda mais quando ele começou a brincar com meus mamilos ,os lambendo e os beslicando. Brady passou a língua pelos lábios ao ouvir meu gemido abafado.
Ele tratou de retirar sua regata e joga-la no chão da maneira mais sensual possível, o que me fez rir, porque, sinceramente, aquilo só funcionava com garotas.
—Não é pra rir...-Brady segurou a risada.-Isso é sério.
—Isso é ridículo.-comentei revirando os olhos. Na verdade, eu ria era de nervoso, aquela risada forçada.
—É ridículo, mas você está gostando.-ele falou malicioso enquanto descia o zíper e desabotoava os botões da minha calça, em seguida a abaixou um pouco, dando visão da barra da minha roupa íntima , parecia hesitar um pouco em relação a abaixa-la por completo. Ele estava pensativo enquanto encarava aquele lugar que havia ganhado um incomum volume, o que começou a me deixar incomodado.
—Brady...-o chamei constrangido olhando para baixo.
—Não se preocupe, é normal.-ele me acalmou com um sussurro.
Okay...Normal pra você. Para mim não.
—Brady...
—Quer parar?-ele perguntou de forma atenciosa, levantando seu olhar para me encarar.
Balancei a cabeça negativamente e aproveitando que minhas mãos já estavam em sua nuca, empurrei sua cabeça para frente de modo que sua testa tocasse a minha.
—Te amo.-sussurrei pressionando meus lábios contra os seus, de início foi um beijo molhado com bastante participação de nossas línguas se movimentando por busca de espaço , porém era... intenso , percebi que aquilo começou a excitar Brady pelo modo que ele estava se animando e acelerando as coisas ao abaixar minha calça por completo. Um beijo cheio de paixão e desejo.
Sabe, talvez o clima estivesse esquentando, se já não estava. De repente o ar ficou mais quente, nossas respirações mais ofegantes e meus gemidos de prazer mais altos conforme Brady prosseguia com suas provocações cheias de segundas intenções e os toques em lugares sensíveis e íntimos. Eu estava rezando para a pessoa do quarto ao lado não estar escutando, porque aquilo era realmente constragedor.
" —Vai se trocar na minha frente?-Brady perguntou.
—Estou começando a te estranhar...-eu estreitei os olhos.
—Idiota.-Brady disse jogando um travesseiro em mim.
Fui até o banheiro para me trocar, nem que me pagassem que eu me vestiria na frente de Brady
"
Quem diria que aquele garoto há um ano que era cheio de frescuras em relação a se trocar na frente do futuro namorado, seria o mesmo que hoje estaria dando um grande passo em seu relacionamento tendo sua primeira relação sexual? Eu, sinceramente, não imaginava isso.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Vou desiludir vocês, próximo capítulo não continua da onde parou. Começa com eles acordando. MAS...GOSTARAM? Né, porque esperou tanto...
Gente, comentem suas opiniões e críticas, essa é a primeira vez que escrevo uma cena do tipo para ser postada!
Essa cena final foi revisada pela LaidyBelli e detalhada pela Blue, créditos e obrigada ^-^ ♥!
1) Se tiver que fazer uma lista dos meus casais favoritos dessa fic, GrayxLeo está em primeiro lugar, tá até antes de DrewxBrady, porque, meu Deus, que casal perfeito.
A cena de Leo e Gray conversando na praia foi feita pelo Leozinho, créditos e obrigada ^-^ ♥, e a cena que Leo chama Gray para dançar também foi idéia dele!
O jeito de Luciano chamar Izzy e Rafael chamar Lya, foi ajuda da Lya, créditos e obrigada ^-^ ♥!
2) Alguém lembrou do August?
3)Vocês vão ficar igual ao Drew, sem saber aí desse rolo entre Yuki e Leo (Se eu shippo? Ah, seu shippo...). Tá no ar essa questão.
4) Genteeeeeee! Vocês conhecem um anime chamado "Fudanshi Koukou Seikatsu"???? É muito legaaal!
☆☆☆
Como sabem, próximo cap é o último! Vou avisar sobre meus futuros projetos!
Até a semana que vem, obrigada por lerem e não se esqueçam de comentar!
Bjs.
-☆ Creeper.