O Jogador de Basquete e o Gótico escrita por Creeper


Capítulo 11
Parque de Diversões


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Espero que gostem!
Hoje o capítulo está enorme!



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—Lilian,hoje vamos brincar do que você quiser!-Brady disse.
—Sério? -os olhos de Lily brilharam.
—Sim.-Jack sorriu bagunçando os cabelos da filha.
—Eu vou para o meu quarto.-eu disse me preparando para subir as escadas.
—Nem pensar!-Jack me puxou pela gola da camiseta.-Você vai ficar aqui conosco!
—Eu mereço...-revirei os olhos.
☆☆☆
—Eu sou a filhinha!-Lilian disse pulando alegremente pela sala.-Taylor,você é meu irmão e...-encarou eu e Brady.-Brady vai ser o papai e tio Drew a mamãe!-segurou o riso.
—Por que eu tenho que ser a mãe?!-perguntei me levantando do sofá.-Nem sou mulher!
—Fazer o que...-Lily ergueu as mãos inocentemente.
—Me recuso a brincar!-cruzei os braços.
—Só por que vai fazer papel se garota?-Jack me olhou com deboche.
—Nem é por isso...-murmurei.-É PORQUE EU VOU TER QUE SER CASADO COM ELE!-apontei para Brady.
—Eu não vejo problema nisso...-Brady disse esparramado no sofá,parecia relaxado.
—Pelo menos podemos ser divorciados?-perguntei impaciente.
—M-Mas...-Lily fez menção de chorar.-Se vocês são divorciados,significa que não se amam mais!-disse mais alto do que deveria.-E...E...Eu não quero ver vocês separados!
—Lily,você entende que...-Jack tentou.
—AH,QUE DROGA!-gritei.-Eu brinco e pronto! Mas saiba que eu não levo na boa o fato de ter que ser...-engoli em seco.-Mulher dessa criatura!-eu disse um pouco baixo.
—A brincadeira é assim...-Lilian sorriu.-Somos uma família indo passear no parque de diversões ! Para isso precisamos pegar o trem!-apontou para algumas almofadas no chão que provavelmente serviam como "vagões".
" —Mamãe,aonde vamos?-perguntei sorrindo.
—No parque de diversões.-ela disse sem me olhar,parecia mais concentrada na janela que dava a vista para a paisagem que passava como um borrão por conta da velocidade que o trem andava.
—Você não parece feliz...-eu disse triste.
—Drew, pare de incomodar sua mãe!-o homem que se dizia meu pai me repreendeu.
—D-Desculpa...-sussurrei balançando as pernas.
—Só fique quietinho até chegarmos,certo?-ela disse ainda sem me encarar.
—Certo!
Chegando lá,em frente a estação de trem,a mulher que era idêntica a mim me entregou uma mochila azul que eu costumava levar para todo lugar.
—Drew.-o homem me chamou sério.-
Eu e sua mãe precisamos resolver alguns assuntos e não podemos te levar,são coisas de adultos.
—Então você vai ter que nos esperar aqui.-a mulher disse olhando para os lados meio impaciente.
—Quando vocês voltarem,vamos ao parque de diversões,certo?-perguntei baixinho.
—Se você se comportar.-a mulher disse cruzando os braços.
—E-Eu irei!-sorri. Estava ansioso e feliz, nunca tinha ido em um parque de diversões e era meu sonho ir com meus 'pais'.
—Vamos logo!-o homem puxou ela bruscamente pelo braço e a levou para bem longe. Antes que os perdesse de vista, a mulher finalmente me olhou,foi a última vez que vi aquele par de olhos azuis com um olhar indecifrável .
"
☆☆☆
Passamos boa parte do tempo brincando,depois Brady foi embora,Lilian acabou dormindo e eu...
—Jack.-eu disse fechando a porta atrás de mim.
—Drew.-ele disse se sentando na minha cama.
—Até quando vai mentir?-me sentei na cadeira giratória.
—Até quando for preciso.-ele suspirou.
—Como vai se resolver com os "caras"?-perguntei.-Você não pode vir apenas disfarçado sempre. Lily precisa de você como pai.
—Eu não sei de mais nada...-Jack afundou o rosto nas mãos.-A coisa mais importante para mim é Lilian. Essa foi a única idéia que eu tive para poder me aproximar dela...
—Jack,você sabe a responsabilidade de ter uma filha,não é mesmo?-perguntei,ele assentiu.-Por que a teve? Você era tão novo!
Jack corou levemente e coçou a nuca.
—B-Bem...-pensou.-Não sei. Mas ela foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida!-sorriu.
Revirei os olhos. Ouvi a voz de Cassandra e Amanda no andar debaixo.
Jack já estava se preparando para pular a janela,mas eu o impedi.
—Não vai ao menos falar com sua irmã? -perguntei o segurando pelo braço.
—Não.-ele suspirou.-Drew,Cassie é bem mais...Inteligente que você.-riu me fazendo franzir a testa.-Saberia que era eu só de olhar.
—Como pode se revelar para mim e não para sua irmã de sangue?-perguntei soltando seu braço.
—Cassie tem um jeito...-Jack fez uma careta.-No fundo ela é bem irritada,com certeza iria me dar uma surra por não ter dado sinal de vida.
Nisso eu concordava com ele. Já havia notado como Cassandra era.
—Tchau.-ele deu uma risada fraca.
—Tchau.-revirei os olhos.-Trate de aparecer mais vezes,ouviu?-o encarei.-E...-pensei.-Tome...C-Cuidado.-falei baixinho.
—Pode deixar,quando puder venho visita-los!-Jack disse pulando a janela e novamente desaparecendo de minha vida.
—Droga...-murmurei.-Eu não devia ter deixado ele ir...Ainda preciso de respostas.-me joguei na cama.
—Drew? -Amanda disse batendo na porta.
—Sim?-perguntei sem animação.
—Tenho uma surpresa!
Ah...
☆☆☆
—Como eu vim parar aqui mesmo?-perguntei de cara feia cruzando os braços.
Erick havia convidado todos para irem em um...Parque de Diversões.
Óbvio que Amanda não permitiria que eu ficasse em casa,então fui obrigado a ir.
—Vai ser legal!-Brady deu um tapinha em minhas costas.
—Por que você veio? -perguntei o encarando.-Você nem é da "família"...-revirei os olhos.
"Família"...
Foi a primeira vez que percebi...Que eu fazia parte de uma espécie de família...
Afinal,Amanda sempre se considerou minha mãe,Cassandra por ser irmã de Jack,dava para ser minha irmã,Lilian minha sobrinha,Erick...Um pai? (Só porque ele namora a Amanda,se não...)E Brady...
UMA PESSOA QUE NÃO TEM NADA PARA FAZER ALÉM DE ME IRRITAR!
—Em qual brinquedo vamos primeiro?-Lily perguntou pulando agitada e olhando ao redor.
O parque era enorme,a música alta que emitia dos brinquedos chegava a ser ensurdecedora,além da barulheira que as pessoas que conversavam e gritavam faziam...
Os brinquedos eram todos enfeitados com luzes coloridas,eu nunca fui muito de confiar naquelas armações de ferros e os aparelhos de segurança.
—Lily,que tal a montanha-russa?-Cassandra apontou para uma direção onde deveria ficar a tal montanha -russa. -Acho que você tem tamanho para ir nela...-pegou na mão da pequenina.
—Eba!-Lily sorriu abertamente,seus olhos brilhavam ao ver as atrações que a aguardavam.
—E vocês? Pretendem ir aonde?-Cassandra perguntou para Erick e Amanda.
—Em um que dê muito medo!-Erick brincou passando o braço pelos ombros de Amanda.
—N-Não!-Amanda disse.-Não vou em nenhum que tenha muita altura ou algo assustador!
—Então veio em um parque para que?-Brady arqueou uma sobrancelha.-Para ser divertir na montanha-russa de centopéia?
Ah...Entendi porque a Lily tinha tamanho para ir na montanha-russa...Era uma coisa tão baixinha que nem dava animação,além de ter formato de centopéia.
Que coisa de criança.
—B-Bem...-Amanda olhou para os lados nervosamente.
—Vamos começar a nos divertir!-Cassandra sorriu guiando Lilian.
Já era noite,logo logo ficaria tarde e teríamos de ir embora,era melhor aproveitar...
Mas...
Eu teria de ficar com o Brady. Foi Amanda que estabeleceu essa regra,todos tinham que ter um par.
—Ei,Drew.-Brady me chamou.-Será que você é corajoso o suficiente para enfrentar aquele ali?-sorriu desafiador e apontou para um brinquedo que me fez engolir em seco.
☆☆☆
Quando já estávamos sentados dentro do brinquedo e com o cinto e a barra de ferro que tinha para se segurar,pensei na besteira que estava fazendo.
—A última vez que eu vim nesse,quase vomitei.-Brady riu.
—Me poupe dos detalhes.-revirei os olhos.
Por fora eu parecia calmo,mas por dentro estava a ponto de gritar para que o cara que cuidava do brinquedo fosse lá para me soltar.
O brinquedo ainda estava parado,mas eu já estava desesperado.
Nunca fui em um parque de diversões e nem tinha vontade de ir. E,já tinha visto muitos casos de tragédias que acontecem nesses tipos de lugares...
—Se estiver com medo pode segurar minha mão.-Brady provocou me olhando desafiador.
—Eu não estou com medo.-falei calmamente tentando não bater naquele idiota.
—Não é?-ele riu.-Então por que está suando e tremendo?
—Cala a...
Eu mal pude acabar a frase que ouvi um barulho de ferro enferrujada e logo senti o brinquedo balançar para frente e para trás,uma luz se acendeu dando sinal para o início da tortura.
—Agora vai começar...-Brady sussurrou.
Um frio subiu pela minha espinha,me arrepiando.
O brinquedo balançou de um lado para o outro BEM devagar.
—Que tédio...-bufei.-Sério que você quase vomitou? Deve ter estômago de...
Minha boca tem poder,só pode. Porque foi só eu falar que o brinquedo começou a acelerar e virar de cabeça para baixo no ar em uma velocidade absurda.
—O QUE 'TÁ ACONTECENDO?!-gritei arregalando os olhos,sentia como se fosse cair a qualquer segundo,parecia que o cinto não seria capaz de segurar meu corpo que se inclinava para frente por vontade própria.
—Levanta os braços!-Brady sorriu erguendo os braços e gritando loucamente.
—Você tá louco?-perguntei segurando firmemente a barra de ferro.
De repente o brinquedo desceu com tudo arrancando gritos desesperados de emoção e medo das pessoas ali presentes,meu corpo foi para frente tão rápido que pareceu que meus órgãos chacoalharam dentro de mim.
Mais uma vez o brinquedo deu a volta várias vezes seguidas,eu estava com um frio na barriga (não pelo vento causado pela rapidez,e sim por...Talvez... medo?) e sentia que tudo o que comi em casa dançasse em meu estômago,subiria pela garganta e sairia por minha boca na forma nojenta do vômito.
Fechei os olhos com força quando senti tontura,as voltas que o brinquedo dava ficavam cada vez mais fortes e velozes,ele subia e descia,ia para frente e para trás com o impulso.
A gritaria também não ajudava em nada,só aumentava meu desespero. Bem,os gritos de alegria de Brady me davam raiva, isso sim.
—Cara,você tá bem?-Brady gritou para que o ouvisse.
—Estou ótimo.-abri os olhos sentindo meu cérebro sambar dentro do meu crânio.
Dava para ver o borrão que era o céu estrelado logo tomando forma pela diminuição de velocidade,finalmente o brinquedo havia parado.
Suspirei aliviado e rapidamente desci do brinquedo sem nem esperar Brady.
—Foi divertido!-ele disse sorrindo enquanto me seguia.
Divertido? Eu quase morri!
—F-Foi...-menti andando desnorteado de um lado para o outro,estava tão tonto que parecia ter bebido mais cerveja que um alcoólatra experiente.
—Depois de ter ido nesse,você aguenta ir em qualquer um!-Brady sorriu abertamente.-Tipo aquele! -apontou.
Brady havia apontado para um brinquedo que parecia um tapete mágico,ele ia para frente a para trás e depois subia e descia com tudo.
—Não prefere aquele?-perguntei nervosamente apontando para um brinquedo que tinha a forma de um barco,ele só ia para frente e para trás em um ritmo devagarzinho.
—Drew,você veio para se divertir! E não para ficar com tédio! Me diz que aquilo ali é divertido!-Brady cruzou os braços e revirou os olhos.
—É seguro.-sussurrei.
—Medroso.-ele riu.
—Eu não tenho medo.-o fuzilei com o olhar.-É que meu estômago é fraco para esse tipo de coisas.
—Quer ir na montanha-russa,quer?-Brady fez voz de criança.-Você é um bebezinho,não é mesmo?
—Vamos logo...-revirei os olhos andando em direção ao tapete que quase não tinha fila. Claro que não tinha fila,as pessoas preferiam não se arriscar.
☆☆☆
Depois de um longo tempo brincando nos brinquedos mais perigosos e que só davam medo (e também que só davam voltas e mais voltas violentas e rápidas ) com Brady,finalmente fomos até o ponto de encontro.
—Cadê a Amanda?-franzi a testa.
—Já,já ela aparece...-Brady bocejou.-O parque já vai fechar...-cruzou os braços atrás da cabeça.-E aí? Gostou do passeio? -me olhou sorrindo.
—Claro...-revirei os olhos. Continuava tonto,aquela não havia sido uma boa experiência.
—Vai me dizer que não se divertiu?-ele murchou.-Esse tipo de aventura que te coloca medo é que te dá diversão! Concorda?
—Hum...-cruzei os braços e olhei para o lado,o parque já estava se esvaziando e os brinquedos já estavam fechando.
Era verdade,mesmo com medo,houve bons momentos que eu me diverti,que sorri,que gargalhei,que tive vontade de gritar de emoção...Ou que tive vontade de matar um certo alguém.
Eu não podia dizer que adorei, mas também não podia dizer que odiei.
Sabia que aquele dia ficaria marcado na minha vida,o dia em que visitei um parque de diversões pela primeira vez.
—No fundo,no fundo,no fundo,no fundo...-eu disse olhando Brady de soslaio.-Eu...Gostei.
—Não deu tempo de irmos no trem fantasma,não é mesmo?
—Não faria diferença.-dei de ombros. Já havia sentido muito medo naquela noite.
—Faria sim!-ele disse pegando em meu braço e me puxando.-E nós vamos agora!
—Agora?!-tentei me soltar,porém sem sucesso.-E o ponto de encontro?
—Não fará mal nos atrasarmos um pouco!-Brady sorriu.
—Brady!-eu cerrei os dentes.
☆☆☆
Chegamos ao trem fantasma completamente deserto,o clima também não ajudava muito,o tempo estava para chuva,o barulho da coruja e o vento batendo nos galhos secos das árvores...
Não tinha ninguém ali,os outros brinquedos estavam desligados,então não tinha iluminação alguma,só o que iluminava o local era a luz fraca de um poste.
—Tem certeza que quer ir?-engoli em seco.
—Tenho.-Brady sorriu determinado sentando em um carrinho.-Você não vem?
Olhei ao redor,ou eu ia com compainha, ou eu ficava sozinho.
—Eu vou!-revirei os olhos e sentei no mesmo carrinho que ele.
Estranhamente aquele era o único brinquedo funcionando...
O carrinho começou a andar bem devagar passando pelas cortinas pretas,assim entrando na espécie de casa mal assombrada.
A primeira atração assustadora era um corpo ensanguentado com um facão que vinha em nossa direção, seguido de uma risada maléfica que lembrava muito a de uma bruxa.
Depois,só um canto da casa era iluminado,e nesse canto havia um coração (órgão mesmo,não esses bonitinhos que desenham para enfeitar) pulsando dentro de uma caixa com uma cruz,ao lado disso estava um boneco realista de um homem arrancando os órgãos de outro homem.
—Isso não dá medo...-sussurrei respirando fundo.
—Não dá mesmo!-Brady disse com tédio.-Esperava mais...
Ouvimos a risada de um palhaço vindo de um cômodo...De repente,foi ouvido um grito de mulher...Mas um grito muito realista...
—Amanda?!-arregalei os olhos. Conhecia aquela voz mesmo gritando.
Sai do carrinho,ouvindo Brady protestar,mas mesmo assim ele veio atrás de mim.
Andei com cautela pela casa escura e cheia de atrações que eram para serem assustadores. Olha,não economizaram no sangue falso e nos bonecos realistas.
Com certeza aquilo dava medo em uma criança como Lily a ponto de fazê-la ter pesadelos .
Quando eu menos esperava bati em algo e ouvi um "Ai",me fazendo recuar alguns passos.
—Quem está aí?-perguntei me afastando mais ainda e novamente batendo em algo que certamente não era plástico,era muito macio,parecia até ser uma pessoa real...
—Drew?-ouvi uma voz me chamar.
Senti um frio subir por minha espinha,mas logo uma sensação de alívio invadiu meu corpo ao perceber de quem era a voz.
Tirei meu celular do bolso e iluminei o local com o flash da câmera ,apontei para dois rostos familiares.
—Amanda e...Cassandra?-sussurrei arqueando uma sobrancelha.
—O que vocês estão fazendo aqui?-Brady ficou ao meu lado.
—Estamos perdidas!-Cassandra disse.-Erick ia no bate-bate com a Lilian enquanto eu e Amanda íamos comprar algodão doce,mas então acabamos nos perdendo e acidentalmente entramos aqui!
—Isso aqui dá muito medo,por isso eu gritei!-Amanda disse ficando ao meu lado.
—Vamos achar a saída logo e ir embora!-revirei os olhos.-Erick deve estar louco nos procurando!
—Vamos,quanto mais rápido,melhor! -Amanda disse nervosamente.
O próximo cômodo que entramos não era uma saída e sim um...Quarto de hospital? Com...Palhaços internados?
—Drew...-Amanda disse ficando atrás de mim.
Nas camas haviam palhaços com maquiagens mais coloridas que as das meninas do colégio, esse tipo de palhaço dá mais medo que o Coringa. Sério, pés gigantescos cheios de sangue,cabelos coloridos embaraçados,maquiagem borrada e um sorriso psicopata nos lábios.
Além da risada de fundo... E uma voz de criança com efeito de computador falando: "Você quer brincar comigo? Você quer brincar comigo?"
—Eu não quero brincar com você. Eu quero sair daqui.-fui em direção a porta que de repente se fechou e as luzes se apagaram (aquele era o único cômodo iluminado).
A criança voltou a falar: "Vamos brincar para sempre! Sempre...Sempre...Sempre" até ficar distorcida.
Amanda gritou desesperada e me abraçou.
—É só um brinquedo! Não tem como nos fazer mal,não é mesmo?-Cassandra riu nervosamente.
De repente a risada parou,e ouvimos um barulho de algo sendo desligado.
—O PARQUE ESTÁ FECHADO. AGRADECEMOS A PRESENÇA. VOLTEM AMANHÃ PARA SE DIVERTIREM MAIS!-uma voz ecoou pelos alto falantes de todo o parque.
—E-Estamos...P-PRESOS?!-Amanda engoliu em seco.
Senti alguém me abraçar,se fosse Brady ele morreria ali mesmo,porém não era...Pude perceber que era bem maior e tinha cheiro de perfume adocicado.
—Cassandra?-perguntei.
—É,o-oi D-Drew...-ela riu de modo nervoso.-Achei que você estivesse com medo e te abracei para te passar tranquilidade!
—Você é mesmo aquela mulher durona que mora comigo?-provoquei.
Meu celular começou a tocar de repente,me fazendo pular por conta do pequeno susto.
—Quem me incomoda?-atendi no primeiro toque. Era assim que eu sempre atendia,seja lá quem fosse.
—Drew,cadê você?-era Erick que falava do outro lado da linha.
—Preso no trem fantasma com Amanda,Cassandra e Brady.-eu disse dando uma olhada ao redor.
—Como assim?
—Presos,ué. Entende ou quer que eu desenhe?-perguntei irônico, recebendo um tapa de Cassandra.-Estamos presos. -revirei os olhos.-Pode ajudar?-perguntei de má vontade.
—Vou ver se acho alguém para abrir. Não saia daí.-Erick disse.
—Como se eu pudesse ir para outro lugar...-disse baixo,porém alto o suficiente para Erick ouvir e dar uma risada forçada.
—E então? -Amanda me perguntou esperançosa quando guardei o celular.
—A solução é esperar...-suspirei.
Durante quinze minutos Amanda e Cassandra ficaram me sufocando de tanto que me abraçavam. Eu me perguntava se era tão difícil para Erick achar algum guarda ou sei lá.
—Parece que o jogo virou,não é mesmo?-sorri para Amanda,mesmo que estivesse escuro e não desse para ver.-Antes eu tinha medo e você me acalmava...Agora é ao contrário.
—Pois é.-Amanda riu.-Sou muito medrosa para esse tipo de coisa.-disse sincera .
—Eu estou aqui.-suspirei e meio sem jeito peguei na mão quentinha e macia de Amanda,não fazia isso desde que era criança.
—Eu t-também estou aqui!-Cassandra disse.-Eu protejo vocês!
—Proteger do que?-revirei os olhos.-Acha mesmo que esses palhaços vão criar vida e nos matar?-ri irônico.
—Fala sério, acho que nem a pirralha teria medo disso.-Brady disse algo.-Sem querer ofender,Cassie...Nanda.
—Desde quando tem essa intimidade com elas?!-arregalei os olhos.
—Pesquisas indicam que chamar a pessoa por seu apelido aumenta sua amizade e carisma em 3%!-Brady disse orgulhoso.
—Aonde você viu isso?-franzi a testa.
—Eu tenho minhas fontes.
—Idiota.-murmurei.
SÓ EU POSSO CHAMAR AMANDA DE NANDA! Ninguém entende isso?!
—Voltando ao assunto,isso foi feito para bebês. -Brady riu.
—Também acho.-bufei.
Me livrei das garotas pois já estava com dificuldade de respirar,fiquei lado a lado com Brady. Não que eu quisesse,mas não era bom me afastar do grupo.
—Vocês não tem medo? -Cassandra perguntou.
—Não. -eu e Brady dissemos ao mesmo tempo.
A luz do local se acendeu de repente e a risada voltou a tocar,fazendo com que eu desse um pulo de susto e arregalasse os olhos,assim como Brady,porém ele gritou.
—Gente...-Brady respirou fundo e colocou a mão no peito.-Que susto...-fechou os olhos tentando se recuperar.
—Há! Há! Há!-Cassandra riu.-Precisavam ver a cara de vocês!
—N-Não foi n-nada demais.-fechei os olhos sentindo meu coração batendo acelerado.
—Ué,vocês não tinham medo?-Amanda riu divertida.
—AMANDA!-a voz de Erick foi ouvida do lado de fora.
Ao sairmos do brinquedo,Erick estava do lado de fora com Lily,Amanda correu para abraça-lo e a pirralha (Droga de costume que peguei do Brady) nos encarou emburrada.
—O que foi?-revirei os olhos e me ajoelhei na sua frente.
—Você ficou com ele e se esqueceu de mim!-Lily fez biquinho.
—Desculpa.-sorri e alisei seus cabelos.
—O que aconteceu lá dentro?-apontou para o trem fantasma.
—Ficamos presos!-dei efeito na frase.-E tinha um...FANTASMA!-arregalei os olhos,fazendo Lily ficar boquiaberta.-Buuuu!-bati de leve em seus ombros de surpresa,a assustando.
—E...-Lily pareceu não saber o que falar.
—Eu estou brincando.-revirei os olhos e sorri.
—Que bom...-Lilian suspirou.-Eu me diverti muito hoje!-saltitou alegremente.-E comi muito algodão doce!-sorriu travessa.
Sorri de canto.
Cassandra pegou Lily no colo e começou a caminhar em direção a saída junto a Erick e Amanda que andavam lado a lado abraçados.
Meu sorriso desapareceu ao olhar para o lado e encarar Brady que me olhava atentamente.
—Perdeu alguma coisa?-revirei os olhos seguindo o grupo.
—Você é meio indecifrável. -Brady pareceu pensativo.
—E você é um idiota por perder tempo pensando nisso. -eu disse .
☆☆☆
Erick teve a idéia de nos convidar para dormir em seu apartamento por estar muito tarde e fechar o dia com chave de ouro porque se dormissemos lá podíamos passar a noite inteira acordados vendo filme e comendo pipoca.
Eu quis negar. Odeio dormir em algum local que não é minha casa,sabe,por não ser meu habitat natural. Nem me pergunte como eu dormi na casa de Brady...Talvez por que eu desmaiei?
—Adorei a idéia!-Amanda sorriu.
—Eu não. -cruzei os braços.
—Eu concordo se tiver pipoca!-Lily fez uma cara fofa.
—Mas é claro,se não for nenhum incômodo pra você! -Amanda acrescentou.
—Incômodo nenhum! -Erick sorriu e abraçou Amanda,depois lhe deu um beijo na bochecha.-Então...Todos de acordo?-ele nos olhou,as garotas assentiram.-Brady,se quiser posso ligar para seus pais e pedir permissão para você dormir aqui também.
—Incluíram Erick no esquema também ?-falei baixinho olhando de Cassandra para Amanda,podia começar até mesmo a suspeitar de Lily por causa da brincadeira.
—Claro. Vai ser divertido!-Brady disse sorrindo para mim.
Revirei os olhos.
Eu não estava de acordo.
☆☆☆
Eu achava que o apartamento de Erick seria um chiqueiro,porque:
1) Ele é homem.
2) Mora sozinha.
Sem preconceito e tal...Mas é natural que homens sejam desleixados quando estão sozinhos!
Porém o local era perfeitamente arrumado e cheiroso.
—Sintam-se a vontade!-Erick disse sorrindo.-Meninas,vocês podem dormir no meu quarto.-apontou para uma porta que provavelmente era seu quarto.-Eu e os garotos dormiremos aqui na sala.
Garotos. Exatamente. Os pais de Brady deixaram ele dormir lá.
—Mas quem disse que vamos dormir?-Cassandra riu.
Vinte minutos depois era ela que estava dormindo profundamente na cama de casal de Erick.
—Que filme vamos ver?-Lilian perguntou.
A garotinha estava sentada no sofá com um pote enorme de pipoca no colo e com um sorriso estampado no rosto.
—Que tal um de aventura?-Erick sugeriu sentando-se entre Lilian e Amanda.
—Tem princesas fadas?-Lilian perguntou.
—Tem uma bem aqui.-Brady sussurrou me olhando de soslaio.
—Tem...-Erick disse meio confuso.
—E elas se casam com príncipes "fados"? -os olhos de Lilian brilharam.
—Sim...-outra vez Erick respondeu confuso.
—Igual a você e a Nanda!-Lilian disse bem alto apontando para os dois que ficaram vermelhos.-Ela é uma princesa e você um príncipe, os dois se casam e tem uma família e moram em um castelo!-ela tagarelava.
—E vivem felizes para sempre.-Brady sorriu.
—S-Sim claro...-Amanda sorriu sem jeito.
—Se depender de mim...-Erick sorriu e olhou para a namorada.
Que coisa brega.
—Vou pegar mais pipoca!-Amanda disse se levantando.
—Eu te ajudo. -Erick disse indo até a cozinha acompanhado de Amanda.
Incrível como essas pessoas conseguem se adaptar tão rápido com casas desconhecidas...
Desde que entrei no apartamento permaneci de pé e de braços cruzados sem dizer uma palavra.
—E você Brady...-Lily o olhou.-Tem um final feliz?
—Ainda não...-Brady sorriu e sentou ao lado da loirinha.
—Mas vai ter?-por algum motivo estranho desconhecido e absurdo Lilian fez essa pergunta olhando para mim.
—E eu lá vou saber?!-eu revirei os olhos.
—Hum...-Lily fez biquinho.-Tio Drew,você também vai ter um final feliz algum dia!
—Se você diz...-eu disse bufando e me sentando no braço do sofá.
—Por que eles estão demorando?-Lilian perguntou impaciente.
—Devem estar fazendo algo além de pegar pipoca.-Brady deu de ombros.
—ESTÁ INSINUANDO O QUE?-cerrei os dentes pronto para jogar qualquer coisa que estivesse ao meu alcance em Brady.
—Calma!-Brady arregalou os olhos.-Eles podem estar fazendo suco! -sorriu nervosamente.-Suco! Porque ninguém merece comer pipoca seca...
—Concordo.-Lily assentiu inocente.
Nesse momento Erick e Amanda chegaram na sala rindo e trocando olhares.
—Cadê o suco?-Lilian perguntou.
☆☆☆
Bastaram algumas horas para que Amanda fosse para o quarto dormir e levasse Lily com ela. Erick também caiu no sono,assim como Brady.
Eu era o único que não conseguia pregar os olhos,era impossível dormir em um lugar nada familiar.
Olhei para Brady estirado em um colchão de solteiro que foi jogado no chão.
—Você também é indecifrável...-sussurrei.
Então me surgiu a idéia...
—Bella disse que já fez parte do blog do colégio...-sussurrei pegando meu celular.-Lembro que ela comentou sobre ter ajudado sua amiga a escrever uma publicação sobre Brady por ele ser um dos garotos mais populares...-entrei no site do blog.-Com certeza deve ter as informações que eu preciso.
O que eu estava fazendo?
—Como eu me odeio...-inclinei a cabeça para trás. -Que droga...
Eu estava pesquisando e buscando informações sobre Brady. Qual seria o limite dessa besteira?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram?
Comentem! A opinião de vocês é sempre bem-vinda!
Então, algumas semanas atrás eu fui em um parque de diversões ,o brinquedo que Drew e Brady foram é a minha versão do brinquedo KamiKaze (conhecem?) . A primeira vez que eu fui, eu gritei de medo até ficar rouca e fiz todas as orações do mundo,parecia que eu ia morrer. Mas depois eu fui exatamente 9 vezes nesse mesmo brinquedo e ele acabou perdendo a graça .
Também tinha o trem fantasma,que devia se chamar trem "sem-graça". Não dava medo nenhum.
Bem,eu me diverti muito,e podem ter certeza que mesmo que Drew não admita por completo, ele também se divertiu.
Até o próximo capítulo! Obg por lerem!
Bjs.
-☆ Creeper.



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