E ali fara seus verdadeiros amigos.

— E como sabem, a revolução bruxa de 1654 foi um marco em nossa história, possibilitando assim a evolução... — Draco estava entediado, muito entediado. A aula de história da magia tinha acabado de começar mas parecia que ele estava a horas ali. Iria acabar cochilando em cima dos livros, tinha certeza. A garota da Corvinal ao seu lado não parava de fazer anotações e isso o estava deixando muito irritado.        

A mão apoiada na boca e a gravata com o nó malfeito não eram nenhum pouco Malfoy da sua parte, mas acordara com muita preguiça aquela manhã, mal penteara os cabelos. E o que Lucius e Narcisa não veem, Lucius e Narcisa não sentem, obrigado.

Varreu os olhos pela sala abafada, parando em Potter e seus amigos. Argh! Será que a Granger não conhecia uma coisa chamada escova? E o Weasley? O que eram aqueles sapatos gastos? Não viu nenhum defeito para apontar em Harry Potter e ficou extremamente emburrado com isso. Não sabia porque sempre insistia em pegar no pé do garoto, mas parecia a única forma de encobrir seus... er... sentimentos.

Draco era gay, muito gay, extremamente gay.

E claro, praticamente ninguém sabia, só Blaise e Pansy, e talvez Theodore. Tinha muita sorte de os ter como amigos, faria qualquer coisa por eles. Eram como irmãos e Draco tinha certeza disso.

As pessoas duvidam muito ou sequer acreditam na amizade entre pessoas da sua casa, afinal eles são muito independentes, realmente não são tão necessitados de amizades quanto, por exemplo, os grifinórios. Mas Draco, mais do que qualquer um, sabe que não. Dizem que nunca se deve confiar em alguém muito ambicioso, pois a qualquer momento você certamente vai ser deixado para trás. Pessoas ambiciosas não tem tempo para amenidades e muito menos para fazer novos amigos.

Um Grifinório morreria por você mas um Sonserino mataria por você.

E não era Pansy que comprava uma briga com os gêmeos Weasley sempre que eles pregavam uma peça no garoto estranho da sua casa? E não eram Blaise e Nott pessoas extremamente corajosas? A Sonserina não tem como uma característica a coragem, mas isso não quer dizer sejam covardes, muito pelo contrário, eles sabem o momento certo de agir, exatamente como uma verdadeira cobra faria.

Um Lufano vai tentar ser.

Um Grifinório quer ser.

Um Corvino poderia ser.

Mas um Sonserino, ele vai ser. Não importa o que tenha que fazer, quando tem um objetivo, é quase impossível simplesmente desistir dele. E pode até duvidar de si, mas sempre vai se lembrar de uma coisa... Ele foi escolhido para essa casa porque tem o potencial para ser grande.

E Draco tinha orgulho, não só pelo seu nome ou sua família, mas porque o chapéu sequer tocou a sua cabeça para dizer o que ele já sabia.