Justice Reborn: Heróis do Amanhã escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 11
Caminhos Cruzados - Parte 5


Notas iniciais do capítulo

Então leitores (se houver alguém ai que se manifeste) a verdade é que eu demorei três meses para postar um novo capitulo.

Desculpe para aqueles que acharam que eu tinha abandonado, a verdade é que eu quase abandonei porque eu estava desanimado e ainda estou um pouco. Mas vamos ver né como vai ser as coisas futuramente.

Boa leitura.



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St. Roch, Lousiana – 04 de Março, 06h:20min

Artemisa havia voado a noite toda após os acontecimentos na base da ARGUS em Washington e teve de ser o mais discreta que podia (ou poderia ser para uma garota em trajes de guerra gregos que voava por conta própria, não era o tipo de cena que se poderia ignorar facilmente).

Ela tinha deixado o corpo do rapaz que a havia ajudado em um hospital próximo para que a menos alguém pudesse ter a chance de reconhece-lo e lhe desse um funeral digno. Familiares ou amigos mereciam se despedir de quem amavam. E naquele momento seu pensamento voltou-se para seu pai e as palavras de Flagg lhe disse na noite passada.

“Tolo, meu pai não cairia tão facilmente assim quanto pensa, afinal estamos falando de Steve Trevor o único homem que caiu em Themyscira e saiu com vida”. Ela sorriu para aquele pensamento. “Meu pai é um verdadeiro soldado e já sobreviveu a coisas piores tenho certeza”.

Ela pousou na escada de incêndio do apartamento em que estava morando ao lado do namorado atualmente. Então abriu a janela e adentrou no espaço interno que naqueles últimos tempos estava sendo seu novo lar. Se suas irmãs amazonas soubessem que a princesa delas estava dividindo espaço com um homem certamente ela ganharia mais antipatia para si do que já possuía.

Dentro do apartamento, ela já escutara o som do rádio que tocava o tradicional blues sulista que indicava que seu namorado já tinha se levantado. Ela caminhou até a cozinha estilo americana do apartamento onde o encontrou preparando o café da manhã. Artemisa parou alguns segundos para admirá-lo.

Hector Hall era um homem muito bonito tanto por dentro quanto por fora. Ele era alto e tinha um porte forte além dos cabelos escuros ondulados e da barba que cobria seu rosto. Todas aquelas características, no entanto não era a parte favorita dela sendo os olhos dele (azuis esverdeados) que ocupavam essa posição.

Mas era pela bondade, gentileza e companheirismo dele que a tinham cativado tanto que antes de assumirem um relacionamento tivera medo que perdesse um grande amigo caso não desse certo. E lá estava Hector de costas para ela. O moreno aparentava estar concentrado no que estava fazendo sendo que pelo cheiro já deveria estar quase pronto.

 - Vai ficar ai só me olhando? – falou Hector em um tom brincalhão voltando seus olhos então para a namorada – Eu percebi que você entrou, não é tão sorrateira quanto pensa ser – ele estava sorrindo só que sua expressão mudou ao ver a face dela - Está tudo bem, amor? Você parece um pouco...

Ele sempre sabia de alguma forma quando havia algo de errado afinal a convivência fizera com que fosse fácil para ambos lerem um ao outro. Mas naquele momento a amazona não queria nada que não fosse estar com ele ao seu lado em silêncio e foi assim que encurtara a distancia entre os dois para um abraço. Hector envolvera Artemisa em seus braços e ela apoiou a cabeça contra o peito dele.

— Foi uma longa noite não é? – disse Hector.

— Nem imagina – respondeu Artemisa – Estou cansada e exausta. – Ele começou a beija-la no pescoço a fazendo se arrepiar com o toque dos lábios dele – Hector, eu estou suja e suada, voei a noite toda. – Ela se afastou um pouco para encará-lo – E eu também não estou bem para... – ele então a beijou. E por cerca de alguns minutos os dois ficaram ali ligados um ao outro. – eu preciso de um banho dai podemos fazer companhia um ao outro - Até que teve seu fim e ele encostou a testa dela na dele.

— Eu poderia te fazer companhia no chuveiro se quiser – falou Hector a fazendo rir enquanto se afastava – Mas infelizmente acabei começando a cozinhar aqui e tenho que terminar isso. – ele retornou seu caminho para o que fazia anteriormente enquanto a garota seguia em direção ao quarto deles. - Está com fome? Aposto que está sem comer desde ontem à noite.

— Você me conhece bem mesmo – respondeu Artemisa.

— Eu estou fazendo omelete. – falou Hector – Também fiz torradas e suco de laranja.

— Está ótimo não é? Só pelo cheiro que consigo sentir – falou Artemisa enquanto retirava o seu traje de guerreira então em seguida separando roupas civis e estendendo sobre a cama. Para então se dirigir até o banheiro da suíte.

...

Artemisa então retornou para a cozinha trajando suas roupas casuais e com os cabelos ainda molhados que secava com uma toalha. Seu namorado já tinha posto sobre o balcão os pratos e copos para os dois e servido a ambos.

Eles sentaram-se e comeram em silêncio por algum tempo até que a amazona contou ao companheiro sobre o que tinha acontecido na noite anterior. Ele ouvira a garota com atenção até que o relato terminou e foi sua vez de falar.

— Você não teve culpa – falou Hector – Foram eles próprios que causaram a morte daquele rapaz. – ele depositara a mão sobre a dela - Foi apenas uma fatalidade que infelizmente ocorreu. Não se sinta culpada por isso.

— Eu não me sinto culpada – falou Artemisa – Nós amazonas aprendemos a lidar com a morte em especial com as que ocorrem em batalhas. Aquele rapaz perdeu a vida porque estava me ajudando certo que eu meio que o forcei a isso. Eu o levei a isso e o pior de tudo é que não sinto culpa pelo que aconteceu, só que mesmo assim não faz da morte dele algo fácil de aceitar. – ela suspirou - Mas estou preocupada com outra coisa.

— Que o pessoal da ARGUS venha atrás de você? – disse Hector.

— Eu não sei se farão isso, mas devemos que ficar atentos com a possibilidade. – falou Artemisa – Mas algo me diz que não irão arriscar em vir atrás de mim quando o que peguei foi apenas para continuar a minha investigação atrás do meu pai. É difícil admitir só que eu acho que eles podem ter sentido um pouco de pena de mim... Uma garota que não consegue aceitar a perda. A morte.

— As amazonas foram criadas desde cedo para aceitarem a morte em batalha – falou Hector – Você estando incluída nisso, então não irá chegar a um ponto que talvez possa pensar que seu pai tenha caído lutando como um soldado? – ele passou as mãos nos cabelos – Nossa, isso... foi terrível, devia ter escolhido melhor as palavras. Desculpe-me, eu não queria soar insensível assim é só que... Eu estou preocupado que acabe se machucando ainda mais. Eu queria poder te ajudar a encontrá-lo, também sinto muito a falta do Steve.

— Tudo bem, eu sei o que quer dizer – falou Artemisa – Minha mãe também falou para mim algo parecido e sei que devo parecer uma louca teimosa por insistir nisso. Meu pai pode ter desaparecido há dois meses só que eu apenas fiquei sabendo disso a cerca de duas semanas.

— Sua mãe deveria ter lhe contado antes – falou Hector – Você tinha o direito de saber.

— Ela não queria me preocupar com isso – disse Artemisa – Tinha medo do que eu poderia fazer como o que acabei fazendo. – Ela bebera um pouco de suco.

— Como fugir de Themyscira para cá e iniciar você mesma uma busca? – disse Hector - É, realmente ela poderia pensar nessa possibilidade mesmo. Nós já tivemos essa conversa ou estou enganado?

— Apenas tirando a parte em que você diz para eu aceitar que meu pai está morto – respondeu Artemisa deixando o namorado sem jeito.

— Eu não quis falar assim, olha Artemisa, eu acredito em você e sempre estarei ao seu lado. Então se você está dizendo que seu pai está vivo então eu também irei. – disse Hector a fazendo sorrir - Só não estou ao seu lado em invasões a bases governamentais ou em lutas contra atiradores porque eu seria mais um fardo do que ajuda.

— Ah, qual é... – riu Artemisa – Você não é tão ruim assim, teve treinamento com seu pai e sabe lidar com aquelas belezinhas ali – ela apontara para a espada e o machado de aspectos arcaicos que estavam pendurados na parede – Já lutamos e você mandou bem pelo que me lembro.

Hector Hall era um filho de dois dos heróis mais respeitados da Liga da Justiça, sendo que como a mãe de Artemisa também fazia parte de equipe foi que os dois ainda crianças acabaram se conhecendo. Seus pais eram Carter e Shayera Hall também conhecidos como o Gavião Negro e a Mulher Gavião.

A irmã mais nova dele era uma heroína também chamada Guerreira Gavião (Warrior Hawk) e contrariando todo o legado da sua família foi que o rapaz optou por uma vida civil, talvez motivado pela ausência de asas apesar do sangue thanagariano. Era uma raridade genética que acometia poucos membros daquela raça e acabou que Hector a possui.

Artemisa já se pegara pensando que se o namorado tivesse nascido com asas provavelmente teria se motivado para a carreira heroica ao invés de preferir uma vida civil. Mas sabia que o rapaz nunca que tinha se interessado em ser um herói antes afinal parecia não ter nascido com a fúria por combate que os membros de sua espécie geralmente tinham.

No lugar disso foi que Hector preferiu o conhecimento de seus livros e levar uma rotina normal. A amazona sempre via o namorado como sua base e sua segurança de que algo em sua vida poderia ser como a dos outros. E sabia que para o professor de historia era basicamente o oposto, ela era o ponto da vida dele que fazia tudo mais agitado e interessante.

— Está falando de treinamento – corrigiu Hector – E pelo que me lembro de você deu uma surra em mim. – A namorada dele rira com aquele comentário – Sério, não tenho vergonha em admitir que minha garota já me derrotou e me desarmou...

— E te fiz beijar o chão – falou Artemisa – Você sempre esquece essa parte. – Então lhe dera um beijo mais uma vez com ela envolvendo o pescoço dele com os braços enquanto sentia as mãos dele em sua cintura e a outra nos cabelos. Eles então depois se separaram ambos com sorrisos nos lábios.

Há muito tempo foi que haviam dito a princesa amazona algo sobre ele ser o “Steve” dela enquanto ela era a “Diana” dele. Ou Carter e Shayera se preferissem. Ela tinha esperanças de que a relação que tinham fosse duradoura como a dos pais deles, de preferência como o casal Hall já que tinha alguns anos que Steve e Diana tinham se separado.

Quando a Mulher Maravilha assumira o posto de rainha das amazonas e isso a fez com que tivesse que abdicar do que sentia para assumir suas obrigações tanto com Themyscira quanto com a Liga. Diana ainda amava Steve apenas não tinha tempo para ele.

— Você está me enrolando sabia? – questionou Hector.

— Do que está falando? – respondeu Artemisa com uma pergunta.

— Sobre o que te preocupa – disse Hector – Se você quiser me contar – ele deu de ombros - pode ser que faça com que se sinta melhor.

— Eu invadi a ARGUS atrás de informações que possam ajudar-me a continuar com a busca – falou Artemisa suspirando – E aquele programador me baixou os arquivos referentes a ultima missão do meu pai. – ela lhe mostrou então o pendrive – E o que me preocupa é que tudo o que fiz até aqui me levou a isto – ela mostrou ao objeto – O que tem aqui dentro.

— Eu acho que sei onde está querendo chegar – respondeu Hector.

— O que aconteceu possa ter sido tudo por nada dependendo do que tiver aqui. – disse Artemisa ainda mostrando o pendrive - Isto custou a vida de um homem então seria frustrante caso não tivesse nada.    

— Talvez sua amiga em Gotham deixe você usar o computador dela – respondeu Hector.

— É, talvez tenha razão – respondeu Artemisa.

...

Gotham, New Jersey – 04 de Março, 07h: 30min.

Atchim – espirrou Katherine.

Ela estava sentada no sofá da grande Mansão Wayne. Depois do que acontecera no dia anterior em Metropolis fora surpreendida com um inicio de um resfriado. “Mais uma para a conta daquele Zane”, pensou. Perseguições na chuva ainda mais quando ela se encontrava sem seu traje próprio de heroína.

O sistema térmico e impermeável do traje iria impedir de se molhar, já suas roupas civis tinham lhe exposto por completo ao clima chuvoso e vento frio. Johnny poderia ter pegado o mago se quisesse e impedir tudo aquilo, mas aparentemente ele tinha se preocupado mais com o jeito como ela tinha saído correndo do que pegar o suspeito.

Como ele não pensou em simplesmente correr atrás do rapaz utilizando sua velocidade sobre-humana? Se tivesse feito isso, talvez estivessem com o mago em mãos e a missão de Batgirl teria sido concluída. Sendo o mais o importante é claro que todas as perguntas que ela tinha teriam sido respondidas.

“Procurei para saber se ele sabia algo e também lhe informei sobre minha missão.” Ela puxou um lenço da caixa de papel assuou o nariz. “Fomos pegos de surpresa com o Zane ali tão perto, nós poderíamos ter conseguido pegá-lo se o Johnny tivesse sido mais útil”.

— Atchim – espirrou Katherine novamente.

“Ele não sabia o quanto poderia ter lhe ajudado”. Ela fungou. “Obrigada por nada, Kent”.  Então retornou a olhar sua tela do notebook onde para variar estava trabalhando ao atualizar os dados da investigação Zane. Ela estava em seus pijamas e sentada ali de pernas cruzadas com o aparelho em seu colo tão concentrada até que foi surpreendida por uma interrupção mais uma vez.

— Atchim – espirrou Katherine novamente.

— Senhorita Katherine, trouxe uma xicara de chá e um antigripal – falou Alfred.

— Obrigada, Alfred – agradeceu Katherine deixando o notebook de lado para pegar a xicara e o comprimido que o britânico lhe oferecia.

Seus pais tinham saído a deixando sobre os cuidados do mordomo que era já um verdadeiro membro da família. O sobrinho de Alfred, Adam Pennyworth, tinha ido a escola então não havia na mansão mais ninguém além dos dois. Katherine poderia ter retornado de seu período na Inglaterra só que os irmãos tinham levantado voo para suas próprias vidas e missões como heróis.

Damian estava no Oriente Médio enfrentando a soberania e influência da Liga dos Assassinos naquela região. Helena estava na Europa em turnê como modelo que mascarava suas ações como Caçadora naquele continente. A caçula tinha que admitir que ela sentisse falta daqueles dois por mais chatos que às vezes pudessem ser.

Katherine poderia ter pensado em fazer o mesmo que eles, a garota poderia ter mentido para os pais dizendo que continuava na universidade enquanto atuava como Batgirl em Londres, mas sabia que logo as noticias chegariam até seu pai e o resultado teria sido pior. Preferiu ser verdadeira com eles ao largar o curso de medicina e retornar para Gotham.

Foi assim, melhor até porque tinha sempre Selina para interceder com relação a Bruce tornando tudo mais fácil. Sua mãe sempre estaria do seu lado e ela tinha aquele dom de conseguir abrir os olhos do marido quando o assunto se referia a filhos. 

— O senhor James ligou e pediu para informa-la que passara mais tarde para vê-la – disse Alfred – Acredito que possa ter informações a respeito do assunto que os senhores têm investigado atualmente.

— Obrigada, Alfred. – disse Katherine sorrindo levemente.

— Gostaria de mais alguma coisa? – perguntou Alfred.

— Eu estou bem, isso é tudo. – respondeu Katherine – Obrigada, Alfred. – o mordomo então se afastou deixando a garota mais uma vez sozinha na sala de estar. Foi então que o notebook dela soou em uma janela num dos cantos. Ao clicar nela foi que se abriu em tela cheia.

— Oi – falou Olivia quando a chamada de vídeo se abriu. Ela parecia estar em algum outro lugar que não a casa dela provavelmente era a biblioteca da universidade – E ai, sucesso na sua investigação?

— O que acha? – respondeu Katherine então fungando.

— Que não e que está doente – disse Olivia – Soube da aparição da Batgirl em Metropolis posso supor que foi falar com o Superboy ou estou errada?

— Porque pergunta se já sabe que a resposta é sim, Queen? – retorquiu Katherine.

— Tinha esquecido que do seu mau humor quando está doente – falou Olivia – É o que? Gripe? – a Wayne assentiu enquanto esfregava o nariz – Isso deve acabar com você não é? – suspirou a loira - Ficar doente e perceber que não está 100% para dar tudo de si. Minha mãe é assim também.

— Sempre soube que havia razões para eu me dar tão bem com a Dinah – respondeu Katherine - E então o que faz na biblioteca a essa hora?

— Ah, você sabe estudo para algumas provas – falou Olivia – A biblioteca fica aberta para os alunos desde as sete horas mesmo que nossas aulas só vão começar as oito. Falando nisso, o que faz acordada? A chamei porque a vi online e tipo você é uma morcego pelo que sei são noturnos.

— Engraçado, Liv. – respondeu Katherine sendo sarcástica - Grande piada. – ela tomou mais um gole de seu chá antes de falar mais uma vez - Estou morrendo de rir por dentro.

— Chata – disse Olivia rindo então ajeitando os cabelos – Não tenho visto muitas noticias a respeito de Batgirl nada tão grandioso. Sempre o mesmo de sempre com ela arrebentando alguns bandidos medíocres tanto que meu pai comentou que achava que o retorno dela ia significar encrenca para a máfia de Gotham.

— A máfia está bem parada atualmente – disse Katherine – parada não porque eles nunca param, mas você entendeu. Eles não têm mostrado nada de tão grandioso para que chamasse a atenção da Batgirl. E os vilões estão em sua maioria encarcerados então resta essa mesma laia de sempre para se lidar.

— Sem falar que Gotham tem outros heróis para cuidar disso o que deixa para ela oportunidade para se focar na sua missão principal. – concluiu Olivia – Ou a nova obsessão delas nos dias atuais.

— Você não compreende o que isso significa – falou Katherine – Liv, eu não fui totalmente honesta para com você ou com o Johnny. – a morena ajeitou uma mexa do cabelo que tinha caído em seu rosto - Só o Jimmy sabe disso, mesmo assim porque ele acabou descobrindo sem querer.

— O que aconteceu, Kat? – questionou Olivia parecendo um pouco tensa.

— As visões de que falei – respondeu Katherine – Elas não pararam apenas aquela noite. – seu tom era muito baixo como quem confidenciava um segredo - O que eu vi aquela noite torna a se repetir de novo e de novo só que por minha sorte ou azar ocorre nos meus sonhos.

— Você quer dizer sobre... – disse Olivia parecendo interessada naquela confissão da amiga - nós todos trabalhando juntos como uma equipe.

— Exatamente, eu tenho sonhado com aquela equipe e com missões que nós enfrentamos que variam ou se repetem algumas vezes. – falou Katherine - E ele sempre está lá... – ela fez uma careta séria - O mago, eu sempre o vejo e algumas vezes quando percebo que estou sonhando é que eu o confronto. Mas quando chego perto ou lhe questiono tudo simplesmente some. E eu acordo.

— Como o Jimmy descobriu isso? – falou Olivia.

— No dia em que estivemos em Star City – falou Katherine – Nós dividimos o quarto no hotel com camas separadas. Ele me viu falando enquanto eu dormia e veio até mim... – ela fez uma pausa - Foi um dos sonhos em que eu confrontei o Zane. Quando acordei e o vi me encarando foi que resolvi dizer a verdade.

— E como se sente em relação a isso? – perguntou Olivia.

— Como me sinto? Liv, eu estou enlouquecendo – falou Katherine – Ou próximo disso, porque sempre que os sonhos veem e eu acordo assim simplesmente não consigo dormir novamente. Eu tenho tido a sensação de que tem alguém me observando e ontem quando estava com Johnny no Metropolis Cafe e encontramos com o Zane. Eu simplesmente surtei... Agora basicamente estou sempre em alerta. Sempre procurando por ele em lugares públicos e coisas assim.

— Sobre vê-lo em lugares públicos – disse Olivia – Eu não te falei, mas acho que o vi aqui na universidade outro dia. – a Wayne ficou surpresa com aquele fato - Mais de uma vez.

— Você está de brincadeira comigo? Porque se for isso, Liv... – falou Katherine.

— Eu não estou brincando é sério isso – respondeu Olivia – A primeira vez foi no dia em que você esteve aqui pouco depois da nossa conversa. Eu não comentei nada porque achei que estava vendo coisas. Mas ontem pela manhã, eu tornei a vê-lo de novo enquanto chegava para estudar na biblioteca. E era o mesmo sujeito do retrato falado.

— Espera, tornou a vê-lo? – falou Katherine parecendo irritada – Espera ai, quantas vezes isso já aconteceu? E por que eu só estou sabendo disso agora? Não chegou a pensar o quanto isso é importante para mim? Eu estou em uma investigação Olivia.

“Ele está nos vigiando” concluiu Katherine enquanto levava a caneca aos lábios “maldição, como não fui perceber isso antes?” ela suspirou pesadamente vendo como as peças de seu quebra-cabeça se conectavam “Não é apenas algo comigo e sim com todos nós”.

— Então, presumo que ele esteja de alguma forma fora de seu radar ainda – respondeu Olivia podendo concluir pela feição da amiga – Ao menos ainda nesse momento.

— Sim, mas você abriu meus olhos para novas informações – disse Katherine – O jogo dele não é apenas comigo – e a loira assentiu – Tem certeza de que não gostaria de ser minha parceira nisso?

— Acredite, Kat. – disse Olivia – Por mais que eu sinta-me tentada em pegar minha motocicleta e seguir numa viagem extensa pela estrada da Califórnia a Delaware. Creio que não vai rolar, tenho alguns trabalhos de direito tributário para entregar.

— Boa sorte então, excelência – disse Katherine com seriedade – Bom saber que você pendurou de vez o seu arco mesmo quando uma amiga precisa de apoio.

— Chantagem emocional? – falou Olivia erguendo a sobrancelha - É sério mesmo Wayne? E pensei que você não precise de ajuda e que soubesse se virar.

— E eu sei, Liv. – disse Katherine – Apenas gostaria de saber o que fez uma das melhores de nós desistir dessa vida.

— Talvez porque percebi que essa vida não é a única que existe – disse Olivia – Eu não sei como essa investigação sua vai terminar e com o que você está se metendo nem o que vai acontecer no final de tudo isso. Apenas se cuida, tudo bem?

— Certo – falou Katherine – Até mais, Liv. – E encerrou a chamada de vídeo.

— Ainda bem que eu a encontrei em casa – disse James Grayson entrando na sala ainda tirando o capacete da moto e deixando a mochila escorregar sobre uma das poltronas – Alfie deu meu recado para você?

— Sim, assim como sei que ele não gosta de ser chamado assim – disse Katherine enquanto via o ruivo sentando-se ao lado dela – Algo de tão urgente para você estar aqui em meio ao seu expediente?

— Acredite, você vai me perdoar por ter saído no meio do meu horário de trabalho, senhorita Wayne. – disse Jimmy enquanto puxava um pendrive do bolso e entregava para a amiga – conecte agora.

Ao conectá-lo no notebook foi que Katherine viu uma serie de documentos surgindo em sua tela. Entre eles noticias de websites como:

“Adolescente diz: Fui salvo de me afogar por uma sereia”

“Mais um barco de pesca ilegal destruído no porto de Boston: Gangue ambientalista radical possivelmente envolvida ou algo a mais? Possível suspeita foi captada pelas câmeras...”.

“Armazéns com drogas ilegais inundados por ondas gigantescas na zona portuária de Boston”

“Garota Misteriosa: Criminosos de Boston sofrem nas mãos de vigilante violenta”

“Criminalidade em Boston reduzida gradativamente devido a ações de garota ruiva desconhecida”

— Eu acho que você compreendeu o que eu estava pensando – disse Jimmy sorrindo – Sei que temos nos focado no nosso Aprendiz de Feiticeiro, mas seria melhor caso fossemos atrás de alguém menos discreto como sua amiga Pequena Sereia. O que me intriga é porque a filha do Aquaman simplesmente deixou Atlântida de repente?

— Filha do Aquaman? – falou Katherine então sorrindo – Fez o trabalho de casa pelo que parece. – E o ruivo piscou em resposta.

— Mareena Curry é a segunda filha do Rei Arthur de Atlântida – respondeu Jimmy mexendo em alguns arquivos e fazendo surgir o rosto da ruiva que se encontrava em uma imagem ao lado dos pais e irmã – Essa é ela da última vez em que compareceram em uma reunião da ONU. É a mesma do seu sonho, suponho?

— Sim, é ela – falou disse Katherine – Então ela está em Boston? É uma cidade grande temos alguma ideia de onde começarmos a investigação?

— Uma das pessoas mais prováveis de saber seu paradeiro é esse rapaz – disse Jimmy enquanto mexia no notebook – Seu nome é Shawn Shin. – E eles clicaram num vídeo de uma reportagem em que um garoto asiático dava uma entrevista. Abaixo se lia o titulo como: “Milagre subaquático: Submarino Experimental da S.T.A.R. Labs de Boston é salvo misteriosamente após demostrar defeito”.

“Foi quando eu a vi fosse quem pudesse ser, mas lá estava ela me encarando do vidro e eu simplesmente pedi ajuda antes de desmaiar” contava o rapaz identificado como Shawn Shin, Estudante de biologia marinha. “Eu não sei quem é ela apenas sei que não estaria vivo nem nenhum dos meus outros quatro colegas. Obrigado.”.

Katherine então removeu o pendrive e levantou-se do sofá e seguiu em direção do corredor que levava ao escritório de seu pai. Jimmy se levantou para segui-la indo logo atrás, quando chegou a passagem secreta que levava a Batcaverna já tinha se aberto estando próximo de se fechar se não fosse por ele impedir. E assim ambos entraram no elevador secreto que descia os patamares até o subsolo.

— Então, o que tem em mente? – perguntou Jimmy.

— Acho que uma viagem a Boston não seria uma má ideia – falou Katherine – Talvez a Curry saiba algo sobre o nosso mago. E talvez esteja com ele em meio a isso tudo como cumplice ou apenas seja mais uma das peças desse jogo dele.

— Jogo? – perguntou Jimmy.

— Ele estava observando a Olivia – disse Katherine – Zane esteve em Star City em mais de uma ocasião observando-a. Ele estava em Metropolis ontem e provavelmente pode estar em Boston por conta de Mareena.

— E em Central City atrás daquela garoto, o Kid Flash – disse Jimmy e a morena assentiu – Acha que deveríamos entrar em contato com Don Allen? – a Wayne então encarou o ruivo - Eu posso conseguir o número dele através do amigo do meu pai, o Wally West.

— Seria uma boa ideia – disse Katherine – Mas no momento acho que você deveria ir para a Wayne Enterprises. – A porta do elevador se abriu - Eu posso estar pousando de garota rica fútil sustentada pelo pai, mas você é ainda tem um trabalho de verdade. Obrigado de qualquer forma, garoto do TI.

— Não gosto de ser chamado assim – falou Jimmy – Boa sorte com a caça-sereia. – As portas se fecharam.

Katherine desceu os degraus e então caminhou até que se viu em frente dos manequins que se encontravam os uniformes. E então foi que ela encarou o traje de Batgirl e pressionou sua mão sobre o painel de leitura digital e a porta abriu-se. Estava na hora de mais uma missão começar.

...

Boston, Massachusetts - 04 de Março, 08h: 00min.

Mareena sentia-se bem enquanto estava na água e nadar afinal era parte de sua natureza atlante. E ter toda aquela visão subaquática lhe agradava e era um dos poucos momentos que lhe dava paz naqueles últimos meses. E então foi que a ruiva ergueu-se vindo a superfície depois do tempo que passara submersa.

Ela podia vê-lo ali sentado nas rochas da costa ainda lhe encarando enquanto mantinha um cigarro nos lábios dando mais uma tragada. Então foi que aquele homem bem vestido se ergueu e colocou os pés sobre a água não afundando.

E então foi que Mareena teve a visão dele vindo em sua direção. Aquele era Zane Zatara andava sobre as águas. Quando estava próximo dela que o rapaz estendeu a mão em sua direção.

— Tire sua mão daqui – falou Mareena – Ou irá perdê-la, bruxo.

— Eu sou um mago – falou Zane recolhendo a mão enquanto via a garota nadando para próximo da costa rochosa e saindo da água sentando-se nas pedras – Em breve todos estarão juntos. Você sabe disso, não é? – Ele então desapareceu no lugar deixando a água tremula onde antes estava de pé. – Você é mais do que os olhos podem ver, atlante. - A ruiva pode então vê-lo reaparecer atrás dela a cerca de um metro também sentado nas pedras.

— Sei – respondeu Mareena – Mas eu queria saber qual é meu papel em tudo isso? – Encarou-o seriamente - Por que eu tenho de fazer algo depois de tudo que fiz? Eu não quero ser uma heroína. E por que deveria? Essas pessoas não são a minha gente então não lhes devo nada.

— Não? O que tem feito nesses últimos meses é algo que eu chamaria de heroísmo – respondeu Zane – Você deveria parar de esconder quem realmente é e aceitar de braços abertos o que pode fazer a esse mundo.

— Eu apenas queria estar em casa – falou Mareena – Esse lugar é tão estranho e o povo da superfície é tão diferente do meu. – ela esticou a mão e começou a manipular as águas conforme mexia seus dedos - Eu não queria estar aqui, mas se estou não posso simplesmente ver as coisas erradas acontecendo e ficar sem agir. – ela criou uma esfera de água que se desmanchou quando ela recolheu a mão - Tenho estado tão confusa nesses últimos meses, tão sozinha... – Ela abraçou as pernas – Por que eu não posso voltar para casa? Por que meu pai fez isso comigo? Eu não merecia essa punição.

— Tem certeza de que não merecia? – respondeu Zane dando um meio sorriso e ela ficou em silêncio – Você cometeu erros e está aqui para aprender. A vida é dessa maneira e você tem de aceitar as coisas como são.

— Você não me conhece, bruxo. – falou Mareena com raiva e as águas pareceram se agitar – Vá embora e deixe-me em paz, por que você insiste em me procurar mesmo que eu diga que não estou disposta em ajuda-lo? Não serei usada por ninguém.

— Você quer fazer a diferença – respondeu Zane – Todos queremos e a equipe irá fazer isso.

— Eles saberão quem sou – falou Mareena – Saberão porque estou aqui.

— Na hora certa você contara a eles – disse Zane – Eu não direi nada.

— Não sei se posso confiar em você – respondeu Mareena.

— Eu sei – disse Zane – Se fosse outra pessoa também não confiaria em mim. Mas manterei seu segredo, contudo deve saber que todos nós estamos aqui para um proposito maior e que juntos possamos talvez fazer algo melhor para todos. Coisas melhores que só conquistaremos juntos.

— Quando você tiver um time então pode me procurar até lá – disse Mareena – Cai fora, Zatara.  – A ruiva desviou o olhar sendo que mesmo assim sentiu uma brisa mesmo não vendo já sabia que o mago tinha se teletransportado. – Garoto estranho.


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Notas finais do capítulo

Richard Madden - Hector Hall

Deixem aqueles comentários legais para mim ai. Um autor precisa de um retorno de vocês, pessoal.

Até mais.



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