— “Perfeito!”— Senti uma felicidade inexplicável.

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  Aos poucos fui comparecendo mais as aulas, o porquê eu não entendia. Já fazia mais ou menos dois meses do ocorrido. Curiosamente, uma de suas fotos foi parar na tela inicial do meu computador. Acho que eu podia “mencionar” uma pequena apaixonite. Mas é claro que, tudo tem seu lado negativo.

1 – Chegar perto dela estava fora de cogitação;

2 – Eu vinha apanhando do Xavier cada vez mais;

3 – Tô apaixonado;

  Xavier conseguia me pegar todos os dias, por incrível que pareça eu estava muito distraído.

  A aula de história havia terminado e Xavier não estava presente para encher a minha paciência assim que eu saísse da sala. A ruiva saiu da sala com os amigos, mas logo seguiu para a biblioteca sozinha. Eu, de longe, a segui, me certificando que, ninguém percebesse que eu estava seguindo ela e que Xavier e sua gangue não aparecessem.

  Kory entrou na biblioteca e eu entrei pouco tempo depois. Gostava de vê-la estudando. Ela ficava linda pensando e se esforçando, mas para minha infelicidade, Xavier entrou na biblioteca. O primeiro pensamento que veio a cabeça? “Deus! O mundo está acabando.”

  O cara nunca entrava em alguma biblioteca sequer. Ele chegou perto de Kory, e se apoio na mesa em que ela se encontrava. Ele começou falar com ela, mas ela continuava olhando para o livro, sem lhe dar menor importância. Ele começou a se irritar e socou a mesa. A ruiva deu um pequeno pulo.

— “Presta atenção em mim!”— O ouvi dizer, juntamente a toda biblioteca. Eu estava prestes a me levantar e encarar o Xavier, mas a ruivinha se levantou e saiu andando sem ligar para ele. Sorri.

  Durante o recreio, subi em uma arvore no pátio enquanto comia uma maçã e pensava na ruiva, que ultimamente tem ocupado muito espaço em minha mente e... Coração.

  Ela tinha algo que realmente chamava minha atenção. E por incrível que pareça, não era seu corpo ou a forma sexy como caminhava ou como seus seios balançavam quando corria na Educação Física. Era algo diferente do que eu jamais havia imaginado. Era seu sorriso. Um sorriso tão belo e brilhante que me encantava. Era como ela ficava fofa quando ficava corada ou tímida. O jeito que ela unia as mãos envoltas do caderno enquanto conversava com as amigas no corredor. Era a forma como ela colocava o cabelo atrás da orelha e desviava o olhar para o chão. Era seu jeito sério e inocente de perguntar algo quando não compreendia. Era a forma fofa de ela caminhar enquanto caminhava no corredor ou quando recebia uma mensagem. Era a sua doce e inocente voz.

  Eu realmente estava gostando dela, o que me surpreendia. A única garota que eu posso dizer que realmente “gostei”, era a Barbara, mas não dessa forma... Desesperadora. Eu sempre reparava o corpo de Barbara. Se o seu busto era favorável, ou coisas do tipo. Sempre foi assim com todas as garotas, mas com Kory era diferente. Eu queria apenas seu sorriso e seus olhos... Ah, seus olhos. Como duas enormes e brilhantes esmeraldas apaixonantes.

  Quando o sinal tocou, fui despertado de meus pensamentos. Desci da arvore e fui para aula de Artes. Quando entrei, só havia uma cadeira. Uma que ficava lado a lado da de Kory.

  Eu realmente me senti desconfortável. Estava sentando ao seu lado. O professor pediu para desenharmos algo... Que nos trouxesse inspiração. Com a ruiva do meu lado, como eu poderia fazê-lo?

  Eu acabei desenhando uma garota deitada na beira do mar. Quando percebi, Kory estava do meu lado, admirando a pintura com seus olhos brilhando de admiração.

— É maravilhoso. – Ela disse com sua doce voz.

— Obrigado. – Virei o rosto. Apesar de usar o capuz, eu tinha medo dela me ver corado.

— Que cor vai pintar o cabelo dela? – Ela me olhou e, eu sem notar, acabei a olhando de volta.

— Eu não sei. – Olhei a pintura em branco. A ouvi pensar, já que a ruiva fazia um razoável Hm.

— Que tal da cor de meu cabelo? – A olhei surpreso.

— Sério? – Meu coração comeu a pular de alegria.

— Sim. – Ela se aproximou com seu banquinho e pegou meu pincel que estava ao meu lado. Por um momento pude sentir o perfume de seus cabelos. Era maravilhoso. – Posso?

— Claro. – Ela começou a pintar e parecia muito contente com isso. Logo pegou minha mão e colocou a sua por cima. Ambos ficamos assim, pintando o meu quadro.

— O QUÊ?! – Olhamos assustados para porta e vemos Xavier. Ele veio em nossa direção e puxou Kory pelo braço e a empurrou, logo me socando. Ele me puxou pela gola. – VOCÊ TEM PROBLEMA RICHARD? MEXER COM A GAROTA DOS OUTROS? – Ele me deu ouro soco. Eu sinceramente morria de vontade de socá-lo.

— Para Xavier! Para! – Kory tentou puxá-lo, mas ele a jogou no chão com um tapa em seu rosto.

  Eu só me lembro de estar na sala do diretor.

POV Kory On...

— Kory. – Olhei para o lado e pude ver meus amigos entrarem na sala de aula vazia. Eu chorava o que acabou os deixando mais preocupados.

— Olha o que... Ele fez... – Eu estava ajoelhada, com algumas partezinhas partidas da tela de Richard.

— Seu rosto. – John se abaixou. – Quem fez isso com você?

—...

— Kory... Eu quero te ajudar.

—...

— Kory... – Olhei no fundo dos olhos de John.

— Xavier. – Eu só me lembro de ver Ray e Michael me abraçando e John e Mel saindo furiosos. Levantei e corri atrás deles.

  Passei o resto da semana tentando encontrar Richard. Eu não o via fazia tempos. Ou ele estava faltando de proposito ou fora suspenso... Eu não poderia acreditar que ele fora expulso.

  Um dia, enquanto eu andava pela escola, eu sou abordada por alguém. Eu estava assustada. Olhei a pessoa e vi que se tratava de uma garota. Era tinha os cabelos negros e a parte da frene era tingida de vermelho. Usava preto e xadrez. Eu não sabia identificar.

— Escuta aqui garota... – Ela começou, ameaçadoramente. – Não me importa quem seja você, mas escute bem... Fique longe do Richard. Ele não merece se dar mal por uma idiota corna traída pelo canalha do Xavier. Se você estava com aquele babaca, você não presta, por isso fique longe dele. – Eu comecei a deixar lágrimas rolarem por meu rosto. – Você é uma imprestável e ele não merece sofrer. Então... Fique bem longe dele. – Ela saiu andando e eu continuei chorando e acabei escorregando até o chão.

Continua...