My Fallen Guardian escrita por Nana Roal


Capítulo 6
Família




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Capítulo 5: Família!                                    

 

19 de Novembro de 2007, Tókio, Japão.

 

Sete e meia da manhã e Sasuke tentava convencer Naruto, de que a ideia de conversar com um desconhecido na sua casa, não era nada legal.

 

- Ele não é um desconhecido Sasuke, nós conhecemos sua ficha e lá não consta nada de perigoso. – sorriu.

 

- Mas e se acontecer alguma coisa? – indagou o moreno.

 

- Como, por exemplo, se ele me der um tiro. – o loiro fez um gesto de descaso e Sasuke engoliu em seco – Nem todos são como você. – deu um meio sorriso – E se isso chegar a acontecer não se preocupe, pois anjos não morrem.

 

- Ele pode não querer falar pra você qual é o assunto. – tentou novamente.

 

- Eu já disse que sou muito persuasivo. – estreitou os olhos de modo inquisitivo – Sasuke é impressão minha, ou você está fortemente interessado em Suigetsu? – indagou de modo sério.

 

Sasuke bufou, indicando que não precisava responder aquilo. Pegou a pasta que estava jogada no sofá e saiu porta a fora sem falar mais nada.

 

- Isso sempre funciona. – o loiro abriu um sorriso vitorioso.

 

******////******

 

Suigetsu saiu do apartamento da amiga às sete e meia, ele havia ficado espantado com a facilidade com que tinha conseguido uma audiência com Uchiha Sasuke. Na verdade até sua amiga tinha ficado surpresa com isso.

 

Ele não deu muita importância a isso, achava que o moreno agiu dessa forma por amar sua noiva e ter ficado preocupado.

 

Faltando apenas dez minutos para as oito horas, Suigetsu encosta o carro que dirigia em frente ao prédio onde o Uchiha mora, desce e vai em direção ao porteiro, pois sem a permissão deste ele não poderia entrar no prédio.

 

- Vim para falar com Uchiha Sasuke. – disse de forma fria.

 

O homem o olhou de forma estranha, como se ele fosse uma espécie de louco.

 

- Danzou ele é convidado meu. – uma voz neutra se fez presente.

 

O porteiro fez uma careta, Suigetsu olhou por cima do ombro deste reparando em um jovem, de aparentemente dezoito anos. Cabelos loiros, olhos azuis e expressão neutra.

 

- Você poderia mandar alguém, estacionar o carro dele na vaga de Sasuke? – a pergunta soou mais como uma ordem.

 

- É claro. – respondeu e estendeu a mão para o Hozuki depositar a chave.

 

- Siga-me Hozuki-san. – disse o loiro e caminhou para dentro do condomínio.

 

Mesmo achando estranho seguiu o loiro. Ficaram em silencio até chegarem a um apartamento de decoração bela, porém, simples.     

 

- Aceita tomar alguma coisa? Café? Água? – perguntou educadamente, indicando com um gesto o sofá para Suigetsu se sentar.

 

- Onde está o Uchiha-san? – indagou, fingindo não ter viso o gesto e nem escutado a pergunta.

 

- Ele foi trabalhar, afinal, hoje é segunda-feira. – respondeu frio.

 

- Mas ele marcou uma reunião comigo, porque ele foi trabalhar? – sabia que havia sido fácil demais.

 

- Eu posso resolver qualquer problema que tenha relação com Sasuke, portanto você pode falar comigo sobre o assunto desta reunião! – disse de forma seca.

 

- Você é o que dele? Secretário particular? – rebateu com um meio-sorriso.

 

- Não! Eu sou apenas o assessor de imprensa dele. – respondeu direto – “Vou acabar voltando a ser apenas um fantasma, que vaga entre os vivos.” – pensou ao contabilizar mais uma mentira dentre as tantas que já havia falado.

 

- E o que um assessor de imprensa, tem haver com que eu vim falar com Sasuke? – cruzou os braços de modo defensivo, ou seja, preparado para negociar.

 

O loiro apenas sorriu e alcançou uma pasta que estava sobre a mesa de centro da sala. De dentro dela retirou um papel e começou a ler o que estava escrito.

 

- Hozuki Suigetsu, nascido em 18 de Fevereiro de 1984, mãe Americana e pai Japonês, irmão mais novo do grande Cardiologista Hozuki Mangetsu. Tipo sanguíneo B, se graduou em jornalismo pela Universidade Federal de Tókio e fez pós-graduação em Stanford. – levantou o olhar para encarar o Hozuki, este agora estava um tanto assustado - Apesar do grande potencial, tornou-se rico e conhecido como paparazzo da revista “A Akatsuki”. Foi o maior contribuinte para que Haruno Sakura se tornasse conhecida pela mídia, tornando-a uma estrela do cinema.  Esqueci de algo? – pôs a mão no queixo pensativo.   

 

O homem negou com a cabeça de forma atônita...

 

- Ah sim, já ia me esquecendo: Amigo íntimo da secretária do senhor Uchiha Fugaku, foi apaixonado por ela no primário. – sorriu mordaz concluindo a narração – Você é um jornalista, portanto, eu sou a pessoa mais qualificada para tratar de qualquer assunto com você.

 

- Pode me trazer aquele café, que o senhor me ofereceu? – indagou um tanto ofegante se sentando no sofá.

 

- Claro! – sorriu cortês e foi até a cozinha.

 

- “Como esse cara sabe tanto sobre minha vida?” – indagou-se assustado.

 

- Antes que você pergunte: Sasuke não iria receber um desconhecido em sua casa. – o loiro comentou entregando uma xícara ao jornalista e se sentando em uma poltrona de frente para ele. – Portanto precisávamos saber mais sobre você. – sorriu.

 

- Certo! – acenou positivamente – “Será que eles sabem mais alguma coisa?”

 

- Então qual é o assunto urgente, que o fez se deslocar de Los Angeles até aqui? – inquiriu relaxando um pouco a postura. – “Eu não estou conseguindo ler a mente dele.”

 

- “Sabe!” – concluiu – Vou direto ao assunto, acho que já perdi tempo demais.

 

- Estou ouvindo... – incentivou.

 

- Para começar você disse que Sakura chegou ao topo com minha ajuda... – o loiro assentiu – Mas essa subida teve um preço, um preço que não foi pago... Então eu irei derrubá-la do topo. – deu um meio sorriso e sorveu um gole de café.

 

- Entendo... Você veio aqui em busca de vingança. – fechou os olhos, pensativo.

 

- Não é vingança! – exclamou. De alguma forma não havia gostado de ser taxado como um “vingador” perante aquele jovem – Eu só quero que ela pague o que me deve, senão todo mundo vai pensar que é barato e fácil conseguir fazer uma pessoa subir na carreira. E pior não vão querer me pagar e eu irei à falência. – ao concluir fez uma careta.

 

- Você tem razão, vai acabar virando moda dar calote nos paparazzi. – riu - Agora qual a ligação entre Sasuke e essa divida? Eu não acho que ele vá pagar algo a você. – emendou já sabendo que seu protegido se recusaria a pagar uma divida de sua noiva.

 

- Isso aqui é o pagamento da minha divida. – tirou uma foto da pasta que carregava e entregou a Naruto. – Eu estava pensando em pedir uma quantia em dinheiro para não colocar essa foto na mídia, mas pelo que vejo o senhor Uchiha não me pagará nada, não é mesmo? – deu um riso de deboche.

 

O loiro olhava boquiaberto para a imagem mostrada na fotografia, queria sorrir de modo vitorioso ao constatar que estava certo sobre Sakura, mas ao mesmo tempo sentiu-se penalizado pelo protegido. Por mais que ele não amasse a jovem, sabia que aquilo seria um choque, não por ela, mas sim pela outra pessoa da foto...

 

Itachi era uma das únicas pessoas que Naruto conheceu por Sasuke, uma das únicas pessoas pelo qual, o Uchiha mais novo nutria algum carinho. Na verdade ele só nutria sentimentos afáveis pelo irmão e pela mãe.

 

- Vamos até a sede da corporação Uchiha, Sasuke e Fugaku precisam saber disso imediatamente. – o loiro se levantou retirou a xícara vazia das mãos de Suigetsu, colocando-a sobre a mesa de centro e seguiu para porta – Talvez você receba algo em troca desse favor prestado. – sorriu e fez um gesto para o homem segui-lo. – Não tenho carro, então você me dará uma carona. – decretou sorrindo.

 

O homem de cabelos quase brancos o seguiu rapidamente...

 

- Tem certeza de que receberei algo? – indagou desconfiado.

 

- Certeza eu não tenho, mas também não tenho certeza se esta foto é montagem ou não. – concluiu dando de ombros.

 

- Ela foi tirada com minha câmera profissional analógica, eu tenho os negativos que provam a veracidade da imagem. – rebateu sério.

 

- Ótimo você tem mais chances de conseguir algum pagamento. – parou em frente a uma porta de aço e apertou o botão para “chamar” o elevador.

 

- Eu nem sei onde meu carro foi estacionado e também não sei como chegar até a empresa Uchiha. – argumentou seguindo Naruto para dentro do elevador, quando as portas se abriram.     

 

- É por isso que eu estou indo junto com você! – a porta se fechou.

 

***********///**********

 

São Francisco, Califórnia. (Esses acontecimentos são simultâneos a conversa entre Naruto e Suigetsu.)   

 

Itachi estava deitado confortavelmente no sofá de seu grande e luxuoso apartamento, apenas curtindo seu momento de descanso e inércia, do som ligado saia os acordes de sua musica preferida, na mão direita uma taça de vinho branco, muito caro por sinal. No chão estavam jogadas garrafas de bebidas, algumas vazias e outras pela metade.

 

Eram raros estes momentos de paz, por isso ele os prezava muito. Quando queria fugir de seu trabalho, simplesmente saia de Los Angeles e ia para seu apartamento em São Francisco, mas isso era apenas quando tinha um trabalho em andamento. Já nas épocas de maiores tempos livres viajava para outros países, como França, Reino Unido ou até, em raríssimas vezes, o Brasil, para aproveitar o clima tropical constante naquele país.    

 

Mas desta vez não tinha fugido por causa do cansaço e stress, tinha fugido de sua maior perdição, não poderia continuar próximo à pessoa que o tentava tão facilmente e ao mesmo tempo o deixava tão irritado.

 

Sabia que poderia perder seu nome na mídia, porém isso para ele não importava... Seu maior medo era perder o carinho e respeito que o irmão tinha por ele.

 

- “Como aquela coisinha, conseguiu fazer isso comigo?” – perguntou-se em pensamento.

 

A campainha começou a ser tocada insistentemente, tirando-o de seu torpor. Levantou-se cambaleando, o álcool já manipulando sua coordenação.

 

- Já vai! – berrou de forma irritada, ao ser que parecia estar com o dedo colado na campainha. 

 

Abriu a porta de supetão, e em seguida se encostou ao batente dela, para não ir ao chão.

 

- Patético! – a mulher que estava parada na porta murmurou inconformada, ao ver o estado do rapaz.  

 

- O que faz aqui Mei? Onde está Kisame? – indagou molemente.

 

- Kisame está negociando sua carreira, e tentando impedir que toda sua vida seja resumida a pó. – respondeu calmamente e torceu o nariz ao ver a bagunça da sala.

 

- Do que você está falando? Nada pode abalar minha carreira! Eu sou Itachi Uchiha, o maior ator nipônico de Hollywood. – disse de forma cantada, mas em seguida tombou sobre a ruiva.

 

- Eu mereço isso. – a mulher murmurou arrastando o moreno para o banheiro.

 

Terumi Mei era sócia de Kisame, o empresário e amigo de Itachi, apesar de não trabalhar diretamente com o moreno acabou por tornar-se amiga dele, pois simpatizou com sua história, sua personalidade e sua beleza.

 

Apesar de ter uma personalidade forte, Terumi é uma mulher gentil, boa e compreensiva, não gosta muito de ver as pessoas de baixo astral, preferindo auxiliá-las para que deixem de sentir auto-piedade para que mostrem seu real valor. Mei tem uma estatura média, 1,67 de altura, longos cabelos castanho-avermelhados, olhos azuis claros, pele clara e está sempre com um sorriso no rosto.

 

Depois de chegar ao banheiro retirou as roupas do rapaz, sentou-o no chão, ligou o chuveiro e em seguida pegou-o e o colocou em baixo da água fria. Sempre evitando reparar no corpo pálido.

 

- Ai cacete Mei, quer que eu tenha uma hipotermia? – grunhiu abraçando a si próprio.

 

A mulher se afastou dele e saiu do Box, fechando a porta em seguida.

 

- Não, eu não desejo isso de forma alguma. – respondeu suavemente – Queria apenas que você estivesse sóbrio, para que pudesse lhe dar algumas notícias nada boas.

 

- Que notícias? – indagou abrindo a porta e colocando apenas a cabeça para fora.

 

- Depois eu falo. – saiu do banheiro – Eu pendurei a toalha atrás da porta e agora irei fazer um café forte para você acordar de uma vez. – gritou já no corredor.

 

-“Se ela tivesse me dado alguma oportunidade, talvez eu não estivesse nessa situação.”– pensou, com um meio sorriso – “Ah Mei, porque será que eu não consigo agir normalmente com você? Será que você é tão inalcançável quanto parece?” – abaixou a cabeça e suspirou.  

 

************////***********

 

- Qual é a notícia urgente que você tem para me falar?

 

Indagou enquanto entrava na cozinha, esfregava desleixadamente uma toalha nos longos cabelos negros, no intuito de secá-los. Estava vestindo apenas uma calça de moletom simples na cor preta e tinha os pés descalços.

 

- Sente-se e tome seu café. – ordenou, colocando uma xícara na mesa em frente ao rapaz.

 

O moreno suspirou e largou a toalha no encosto de uma das cadeiras, para depois se sentar em outra. Mei também se sentou e ambos tomaram café em um confortável silêncio.

 

- Pronto... – anunciou largando a xícara – Agora me conte de uma vez por todas, o que está acontecendo.

 

- Seu segredo foi descoberto Itachi. – respondeu simplesmente.

 

- Como? – rebateu entre a confusão, a surpresa e o pânico.

 

- Hidan ligou para Kisame ontem, avisando que Suigetsu havia acabado de desembarcar em Tókio. – o outro arqueou uma sobrancelha – Como todos já sabem, Sakura tem uma divida com ele, só que não quer pagar. Sabendo disso ele correu atrás de um modo de acabar com a carreira dela, no começo iria ser o plano de sempre, reportagens que manchassem a reputação da moça, coisas comprometedoras e fãs decepcionados. Mas em um dia de trabalho comum, ele acabou flagrando vocês dois juntos, aos beijos e tirou uma foto. – jogou a foto para Itachi.

 

O Uchiha a pegou com dedos trêmulos e arregalou os olhos.

A imagem o mostrava deitado sobre o corpo de Sakura. O ambiente parecia ser o fundo de uma boate, eles estavam deitados em um sofá, as luzes refletiam nos cabelos um tanto bagunçados da moça, isso parecia mostrar o quão lascivo e arrebatadora era a situação, eles trocavam um beijo cinematográfico. Dava para ver claramente sua mão direita sob a blusa preta justa que a jovem usava, enquanto a mão dela tateava o zíper de sua calça. E para finalizar perfeitamente, algumas das pessoas que estavam em volta olhavam a cena com desagrado, enquanto outras aplaudiam e riam.

 

- Por Deus, isso só pode ser brincadeira! – rasgou a foto em pedaços. – Como você conseguiu essa foto? – indagou nervoso, bagunçando mais ainda os cabelos, com as mãos.

 

- Antes de Suigetsu ir para o Japão, Hidan conseguiu uma cópia da foto. Ele disse que o estava avisando por consideração a amizade de vocês, porém não poderia fazer nada para impedir Suigetsu de revelar isso a Sasuke. – concluiu tranquilamente, afinal sabia desde o começo que aquela relação entre Itachi e Sakura não daria em nada bom.

 

O caso dos dois havia começado quando Sakura, triste pelo fato de Sasuke ter esquecido o aniversário de um ano de namoro deles, resolveu ir para um bar “encher a cara”, Itachi, que também estava no mesmo local, se aproximou dela para perguntar se estava tudo bem.

 

Após algumas conversas eles terminaram a noite juntos, nus e satisfeitos no apartamento de Sakura, porém Itachi nunca havia descoberto como se deixou ir tão longe. E pior ainda, como se permitia continuar com essa loucura.

 

Levantou os olhos, encarando os azuis claros de sua amiga e lembrou-se que sempre fora egoísta, nunca pensou em nada além de sua satisfação pessoal. E tinha certeza que sabia o motivo de ter cometido esse erro estúpido.

 

- O que você irá fazer agora? – a mulher perguntou de forma branda.

 

- Topa ir comigo até o Japão? – indagou com um meio sorriso, sabia o que tinha que fazer.

 

- Claro, afinal alguém terá que se responsabilizar pelo seu funeral. – rebateu divertida. – Enquanto você tomava banho, Kisame ligou avisando que tentou negociar com o jovem Hozuki, mas ele foi categórico e disse que não tinha mais volta, Sasuke iria saber da verdade.

 

- Tudo bem, o importante é que eu irei assumir os meus erros e tentar me redimir com meu irmão. – concluiu sorrindo, seus olhos brilhavam de uma forma diferente.

 

E Mei, inconscientemente, sorriu de volta segurando a mão de Itachi, que estava sobre a mesa, para transmitir apoio.   

 

************////***********

 

Tókio, Japão.

 

Quinze minutos após sair do prédio residencial, Naruto e Suigetsu entraram pelo saguão de entrada do prédio onde Sasuke trabalhava. O loiro caminhou decidido até uma recepcionista.

 

- Bom dia, você poderia informar a Sasuke que Uzumaki Naruto está aqui? – perguntou educadamente.

 

- E quem se... – a jovem recepcionista começou mal-humorada, mas ao encarar os dois homens sua fisionomia mudou rapidamente – Bom dia senhores! – sorriu simpaticamente aos dois e corou quando o loiro retribuiu. – Eu infelizmente não poderei ajudá-los, Sasuke-sama não atende ninguém pela manhã. – disse parecendo realmente chateada.

 

- Mas tem como você entrar em contato com ele agora? – o anjo perguntou, não se dando por vencido.

 

- Eu não poss... – foi interrompida.

 

- Em qual andar está Hyuuga Hinata? – ouviram uma voz ríspida se manifestar.

 

Naruto e Suigetsu olharam para trás e se depararam com um homem, de aproximadamente cinquenta anos de idade, cabelos castanhos, com alguns fios brancos, longos presos em um rabo de cavalo baixo, olhos claros quase albinos, vestia roupa social aparentemente cara e tinha uma postura altiva.

 

- Ela trabalha no último andar, mas o senhor não... – antes de a recepcionista concluir, o homem se apressou em direção ao elevador. – Senhor!  O senhor não pode subir! – tentou chamá-lo em vão, pois este continuou indo em direção ao elevador, sendo seguido por mais três homens, aparentemente seguranças pessoais.

 

A recepcionista pegou o telefone e ligou para o chefe de segurança, pedindo para que este mandasse reforços para impedir a subida do homem. Naruto e Suigetsu estavam completamente esquecidos.

 

- Vem comigo. – o loiro disse e agarrou o braço do outro, puxando-o em direção as escadas.

 

- Hei... Onde você pensa que vai? – inquiriu desconfiado.

 

- Iremos falar com Sasuke, não é para isso que estamos aqui? – rebateu sem nem ao menos olhar para trás.

 

Subiram as escadas rapidamente, quando estavam bem próximos ao último andar, começaram a ouvir uma gritaria, pessoas pareciam estar discutindo e era nítido o choro e as suplicas de uma voz feminina.

 

- O que está acontecendo aqui? – ouviram a voz de Sasuke soar irritadamente contida.

 

- Eu irei levar minha filha daqui, senhor Uchiha. Está na hora dela parar de brincar de ser pobre e arcar com suas responsabilidades como minha herdeira – a voz autoritária soou.

 

- Eu não irei Oto-san, não faça isso comigo. – a voz feminina saiu baixa e entrecortada por soluços.

 

- Cale-se! – ordenou cortante.

 

- Solte o braço dela, não ‘tá vendo que você a está machucando. – outra voz feminina surgiu, com um tom de voz entre nervoso e autoritário.  

 

- Não me venha falar como devo tratar minha filha. – rebateu e em seguida um gemido de dor foi escutado e mais soluços.

 

- Senhor é melhor você se acalmar, ou então teremos que tomar medidas drásticas. – uma voz bruta se fez ouvir.

 

Naruto concluiu que seria um dos seguranças que haviam sido mandados para parar o homem. Ele segurou o braço do Hozuki o impedindo de continuar subindo as escadas.

 

- É melhor o senhor se retirar, seus problemas familiares devem ser tratados em sua casa. Aqui ela não é sua filha e sim a secretária de meu filho, portanto retire-se, antes que eu chame a polícia. – a voz fria e imperiosa de Fugaku surgiu.

 

- Você não teria essa coragem Fugaku, afinal, minha família é tão rica e poderosa quanto a sua. – o homem rebateu – Você sempre soube que esse dia iria chegar, desde o momento em que firmamos o acordo de que você iria contratar minha filha para que ela pudesse viver seu momento de plebéia. Mas agora ela tem que assumir sua responsabilidade como minha herdeira e se casar com o filho de meu irmão gêmeo, Hyuuga Neji.

 

- Em nosso contrato não tinha uma clausula que permitia a invasão do meu escritório e uma demonstração pública de violência. – contrapôs o patriarca Uchiha.

 

- Se ela não fosse tão teimosa eu não teria o trabalho de vir até aqui para levá-la de volta a minha casa.  Pare de chorar Hinata e vamos para casa agora mesmo!

 

- Sim, Oto-san. – respondeu a jovem com voz fraca.

 

- Não! – Naruto sorriu ao escutar o protesto de Sasuke.

 

- ‘Tá rindo do que? E porque estamos parados aqui? – Hozuki sussurrou irritado.

 

- Espere apenas um momento e você verá... – respondeu no mesmo tom ainda sorrindo.

 

- Como disse? – o pai de Hinata indagou.

 

- Você não pode forçá-la a fazer algo que ela não deseja fazer, se ao menos ela fosse realmente herdar seu patrimônio isso teria fundamento. Mas pelo que eu entendi, ela se casara com o primo, para que ele fique no comando. – o Uchiha mais jovem disse frio – Não acho que existe a necessidade disso, Hinata é competente o suficiente para administrar a herança Hyuuga, Hiashi-san. – concluiu, mostrando saber a verdade sobre a secretária.

 

- Você não sabe de nada moleque, nem ao menos saiu das fraldas e não pode se considerar muito competente, pois na verdade você é apenas um substituto do seu irmão. – retorquiu ferinamente.

 

- Ora seu... – Sasuke irritou-se e avançou contra o homem, com o punho em riste pronto para acertar Hiashi.

 

O mais velho largou a jovem secretária e se preparou para receber o golpe, Fugaku apenas ficou observando e fez sinal para seus seguranças não permitirem que os seguranças de Hiashi se intrometessem.

 

O Hyuuga defendeu habilmente o golpe do Uchiha mais jovem e revidou acertando um soco na boca deste, o moreno cambaleou e caiu sentado encostado na parede. Karin soltou um gritinho de assombro e Hinata ficou assustada.

 

- Lembre-se que sou dono da maior rede de Escolas de Artes Marciais do Japão, garoto. – falou com escárnio e em seguida segurou Sasuke pelo colarinho fazendo-o ficar em pé, em seguida deu um soco no olho esquerdo do moreno.

 

- Oto-san, largue-o! – Hinata disse em desespero – Fugaku-sama faça alguma coisa, por favor!

 

- Ele procurou por isso, deixe-o arcar com as consequências. – respondeu o patriarca indiferente.

 

A morena segurou o braço do pai para tentar fazê-lo soltar o Uchiha, porém quando conseguiu libertar Sasuke, foi segurada fortemente pelo braço. A mão de seu pai ergueu-se e depois desceu em direção ao seu rosto. A única coisa que conseguiu fazer foi fechar os olhos e esperar o impacto.

 

- Parem com essa palhaçada agora mesmo! – uma voz potente se fez ouvir no ambiente, enquanto Hiashi via Hinata ser tirada de si, por um par de braços fortes.

 

- Naruto! – exclamou o Uchiha mais jovem.

 

- Nossa você está horrível Sasuke! – o loiro disse em deboche enquanto colocava a morena sentada em uma cadeira. – Você está bem, pequena? – indagou olhando fixamente nos olhos albinos da jovem.

 

- Eu estou bem sim. – respondeu timidamente. – “É lindo.” – pensou bobamente olhando nos olhos do anjo.

 

O loiro se virou para Sasuke e o ajudou a levantar.

 

- Sua sorte é que ele não acertou seu nariz. – ponderou enquanto analisava o rosto do protegido. – Mas acho que seu orgulho foi profundamente ferido. – sussurrou para apenas ele ouvir.

 

- Idiota! – murmurou irritado.

 

- Quem é você? – inquiriu Fugaku.

 

- Uzumaki Naruto, ele é meu amigo, pai. – respondeu Sasuke.

 

- “E que amigo!” – pensou Karin.

 

- Para de babar. – Suigetsu sussurrou próximo à orelha de ruiva.

 

- O que você está fazendo aqui? – perguntou assustada.

 

- Eu vim com o loiro... Ele é o Assessor de Imprensa do Sasuke. – respondeu vendo a cara confusa da amiga.

 

- Não me importa quem ele seja, eu não tolerarei que mais ninguém se intrometa entre minha filha e eu. – concluiu categórico.

 

- Posso ter uma conversinha com o senhor, Hyuuga-sama? – Naruto indagou de forma séria, olhando intensamente nos olhos do patriarca Hyuuga.

 

- Eu não tenho nada para falar com você. – rebateu saindo da pose altiva.

 

- Ou você fala comigo, ou fará da vida de sua família um inferno. A escolha é sua. – retorquiu cruzando os braços.

 

- Está me ameaçando? – semicerrou os olhos.

 

- Não, pois não tenho permissão para agir desta forma. Eu estou apenas lhe dando uma oportunidade de ganhar a admiração e respeito de sua filha novamente. E também de manter seu poder na empresa. – respondeu displicente. – E não adianta me falar que isso é ridículo, você está percebendo as mudanças na empresa, está percebendo que não é mais o “poder central” da Hyuuga SA. É por isso que está aqui hoje, é por isso que quer sua filha de volta na empresa. – esclareceu casualmente.

 

- Como você...? – murmurou aturdido.

 

- Mágica! – sorriu enigmático. – Vamos conversar ou não? – cruzou os braços.

 

- Vamos. – e caminhou em direção ao elevador.

 

- Suigetsu você sabe o que tem que fazer, apenas vá com bastante calma ok? – aconselhou.

 

- Tem certeza que este é o melhor momento? – perguntou incerto.

 

O loiro ponderou por um instante e em seguida negou com a cabeça.

 

- É melhor você me esperar, ou então vai sair machucado. – disse e depois seguiu o patriarca Hyuuga, para o elevador.

 

Ambos seguiram para a praça de alimentação da empresa, sem nem ao menos olhar para trás. Chegando lá se acomodaram em uma das mesas, o Hyuuga pediu um café enquanto Naruto apenas pediu água.

 

- Não acho que você esteja errado em querer que Hinata volte a trabalhar com você. – o loiro começou – Porém o jeito que você faz isso é completamente errado. Você não deve tratá-la como mercadoria de troca e sim como sua filha, levá-la ao altar não lhe devolverá o poder que você tinha dentro da empresa. Muito pelo contrário ele apenas diminuirá mais.

 

Concluiu de forma indiferente, encarando seu copo d’água como se fosse a coisa mais importante do momento.

 

- Como você sabe de tudo isso? – o outro perguntou desconfortável.

 

O loiro ergueu os olhos e fixou-os nos olhos albinos do Hyuuga.

 

- Não importa como eu sei, o que importa é que se você continuar agindo dessa forma, tornará as coisas mais difíceis pra si mesmo e insuportáveis para sua filha. Sua empresa é grande, seus negócios não se resumem a apenas escolas de Artes Marciais, vocês tem escolas de musica, Universidades particulares, filiais espalhadas pelo mundo inteiro e muitas coisas mais... Dividir o poder não o torna menos respeitado, apenas mostra que está receptivo a novas oportunidades.

 

- Meu irmão quer se tornar o presidente da empresa, ele quer tomar o meu lugar! – rebateu frio – Ele não está pensando em dividir, ele quer apenas conquistar!

 

- Eu sei disso, mas talvez isso seja sua culpa. Você é o mais velho, devido a isso tornou-se o herdeiro principal dos Hyuuga e quando tomou o posto de presidente, ao invés de tentar mudar as regras e fazer do seu irmão seu principal sócio. – fez uma pausa e bebeu um pouco de água.

 

- Você desprezou sua inteligência e simplesmente descartou suas idéias para impedir que a empresa entrasse em crise. E quando isso aconteceu, pouco depois do nascimento de Hanabi, você foi até ele e pediu ajuda, Hisashi o ajudou e juntos vocês conseguiram reerguer a empresa. Seu irmão pensou que desta vez seria valorizado, mas se enganou e viu que novamente a ganância o havia cegado Hiashi... Agora ele só quer o que lhe pertence e não vai parar em quanto não conseguir. 

 

- E o que você quer que eu faça? – indagou curioso, porém desconfiado, afinal como alguém tão jovem parecia saber tanto sobre seu passado?

 

- Você tem em seu poder 50% das ações da Hyuuga SA, faça um documento entregando à ele 25% e vocês dois juntos poderão comandar a empresa. Reconheça o esforço que ele teve para ajudar a empresa, tenho certeza que ele irá parar de tentar colocar os outros acionistas contra você.

 

- Você enlouqueceu? Eu não irei fazer isso seu pirralho! – exclamou ultrajado e irritado.

 

- Ótimo! – terminou de beber a água – Boa sorte então, eu tenho certeza que o casamento será lindo, que sua filha viverá um inferno e que você acabará morando na rua, afinal seu sobrinho não é tão bonzinho quanto o pai. Na verdade ele se parece muito com você. – se levantou e saiu deixando o patriarca Hyuuga pensativo.

 

******///******

 

Hinata e Sasuke estavam na sala do ultimo, a morena estava cuidando dos ferimentos do Uchiha.

 

- Ai!

 

- D... Desculpe-me Uchiha-sama! – pediu Hinata, enquanto encostava uma bolsa de gelo no olho de Sasuke – Eu não queria causar tantos problemas a você. Assinarei minha demissão hoje mesm...

 

- Cale-se Hinata! – o moreno ordenou e viu a mulher abaixar a cabeça – Não tem motivo para você assinar sua demissão, a não ser que você não queira mais trabalhar aqui.

 

Hinata levantou a cabeça e o encarou espantada.

 

- Mas...

 

- Sem “mas” você não tem culpa do seu pai ter me batido, eu que perdi a cabeça e o ataquei mereci levar um soco, agi como um troglodita e não como um homem civilizado. – suspirou – Eu ainda me sinto inferior a Itachi, sei que se ele voltasse dizendo que está disposto a comandar a corporação, meu pai o receberia de braços abertos e me descartaria facilmente.

 

A morena estava surpresa pelo fato de seu chefe, sempre fechado e profissional, estivesse contando a ela seu medo, sua insegurança sobre a própria competência.

 

- Isso não é verdade Uchiha-sama, seu pai tem plena certeza de sua competência e se orgulha muito disso, mesmo que ele não demonstre é fácil ver o brilho nos olhos dele quando você está diante dos acionistas, ou, lidando com alguns de nossos sócios. – rebateu timidamente.

 

O moreno deu um meio sorriso...

 

- Duvido muito.

 

- Pois não deveria duvidar! – disse soando firme – Eu sei como é não ser o orgulho de um pai, sei por que o meu nunca se orgulhou de mim, na verdade eu sempre fui sua vergonha, sempre fui o alvo de seus comentários mordazes, não apenas dele, mas de toda minha família. – lágrimas começaram a escorrer de seus olhos – Você é competente sim Uchiha-sama, eu sou apenas uma fracassada.

 

Sasuke a encarou sentia vontade de abraçá-la, mas sabia que isso não seria certo.

 

- Você não é fracassada, seu pai que é um idiota. – o moreno disse firme, mas também calmo. – Não é porque não alcançou as expectativas absurdas de seu pai, que você é incompetente, muito pelo contrário, só mostra que você tem opinião própria. E isso é uma característica que diferencia, fracassados de líderes. 

 

A morena o encarou, admirada e um sorriso surgiu em seus lábios.

 

- Obrigada Uchiha-sama! – agradeceu e em uma atitude inesperada o abraçou. – Obrigada mesmo. – mais lágrimas rolaram por sua face corada.

 

Sasuke ficou estático, mas algo fez com que ele retribuísse o abraço.

 

- Espero não estar atrapalhando nada. - uma voz debochada os assustou e rapidamente eles se separaram.

 

- Naruto! – o moreno soou irritado.

 

- Estou tendo um deja vu. – brincou enquanto se aproximava dos dois – Não precisam me encarar como se eu fosse um bicho com “Nove Caldas”...

 

- Não seria “Sete Cabeças”? – Suigetsu perguntou entrando logo após o loiro.

 

- Cada um é o que quer. – rebateu ainda debochando.

 

- O que vocês dois estão fazendo aqui? – Sasuke praticamente cuspiu a pergunta.

 

- Temos um assunto sério a tratar com você Sasuke. – o anjo agora estava falando sério – Mas isso tem que ser em particular. – acrescentou calmamente olhando para Hinata, que ainda estava constrangida.

 

- Com licença... – disse já saindo, mas antes parou e olhou para o loiro – Onde está meu pai? – indagou preocupada.

 

- Não se preocupe com ele, por enquanto ele lhe deixara em paz. – respondeu sorrindo.

 

A morena não gostou de escutar isso, mas sentiu que podia confiar no jovem de olhos azuis, sendo assim, ela apenas acenou e se retirou da sala. Sasuke sentou em sua cadeira atrás de escrivaninha, tomou uma postura profissional e sinalizou para que os outros dois homens se acomodassem nas cadeiras a sua frente.

 

- Pois bem, o que é tão importante ao ponto de vocês terem vindo até aqui?

 

 

continuaaa...

 

Sim eu sei que demorei... Mil desculpas!

 

Eu fiquei um tempo muito atarefada, além de ter passado por uma fase péssima em relação a novas ideias!

 

Espero que tenham gostado do capitulo! /o/

 

Bjks


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