A história começa em uma ampla sala de vídeo, onde há apenas um homem sentando em frente a uma grande tela de aproximadamente 52 polegadas, nela é possível ver a cena de um rapaz moreno com traços nipônicos, tomando café da manhã.

No ambiente estão algumas poltronas confortáveis, todas elas de cores claras, variando entre creme e branco, as paredes são todas em tom gelo e o chão era forrado por um tapete felpudo, branco. No centro da sala, bem em frente à grande tela, existe uma mesa retangular feita de mármore.

O homem que está sentado atrás desta mesa chama-se Namikaze Minato. É um homem muito belo, com cabelos loiros e olhos azuis, o que chama mais atenção são suas esplêndidas asas brancas. Minato é um anjo, mas não um anjo qualquer, ele é o supervisor dos Anjos da Guarda.

O supervisor existe para selecionar quais humanos precisam de um Anjo para guiá-los e também escolher corretamente, qual guardião tem afinidade com o humano em questão.

Apesar de existirem muitos problemas na Terra, poucos conseguem um anjo para guiá-los, pois nem todos têm a alma pura o suficiente para se permitir entrar em contado com estas divindades. Na maioria das vezes, os escolhidos são crianças, pessoas que sofrem distúrbios mentais ou pessoas muito idosas que já se arrependeram da maioria de seus pecados.

Porém neste instante está ocorrendo uma coisa rara, um rapaz de vinte e cinco anos está precisando de um guia e Minato sabe exatamente quem enviar para essa missão.

*******/**********

O rapaz está sentado próximo a uma macieira, observando as crianças recém chegadas à Konoha, elas pulam e dão risadas felizes, por finalmente estarem livres das dores incomodas provida da doença que as levaram para o mundo dos mortos.

Konoha é uma espécie de colônia, ela foi construída para receber as almas de pessoas que morrem por causa de enfermidades. É um local bonito, arborizado e existem grandes praças com playgrounds para que as crianças pudessem se divertir. As casas em geral são parecidas, a diferença do tamanho das casas era calculada pela quantidade de pessoas que viveriam nelas.

Ele esté ali, por ter sido um dos guardiões escolhidos para guiar essas crianças até o mundo espiritual...

Elas moravam em uma pequena cidade no sul da Índia, onde uma epidemia estava levando muitas crianças à morte. Um Querubim havia sido enviado para área descobrindo que alguns demônios, estavam "brincando com a ordem das coisas" e que isso estava causando grandes problemas às crianças, que são mais sensíveis a energias externas sejam boas ou ruins.

- Naruto? – Chamou uma voz infantil.

Naruto é muito parecido com o supervisor, apesar de não ter nenhum parentesco com este. Aparentemente, parece ter 28 anos, apesar de ser obviamente bem mais velho que isso. Dono de joviais olhos azuis e cabelos loiros. Ele tem o costume de usar um conjunto de vestes na cor laranja bem claro. Suas asas são de cor bege.

O loiro piscou saindo dos próprios pensamentos e sorriu para jovem garotinha.

- Sim?

- Você ficará com a gente? – Indagou com olhos lacrimosos.

As outras quatro crianças que também haviam ficado sobre sua responsabilidade, se uniram a menina esperando pela resposta.

- Infelizmente crianças, Naruto não poderá ficar mais tempo com vocês. – Disse uma voz calma atrás do loiro.

- Haku! – O anjo louro cumprimentou o moreno sorrindo.

Haku tem longos cabelos castanho-escuro, grandes e belos olhos castanhos. Anda sempre com um sorriso no rosto. A diferença que o marca, são as asas de um tom de azul claríssimo quase branco. Usa uma toga, tom azul-esverdeado.

- Naruto, Minato esta chamando você na Torre de Administração. – Avisou, indo em direção as crianças.

O louro acenou para as crianças em despedida e alçou vôo em direção a Torre de Administração.

Ao chegar encontrou Minato conversando com Deidara, este estava reportando as informações mais importantes, sobre o resgate das crianças indianas. Resolveu esperar do lado de fora da sala, para não ter mais problemas com o supervisor.

- Oi novato!

Naruto se virou em direção a voz, dando de cara com um anjo ruivo de olhos estranhamente avermelhados, suas asas eram também da cor bege, vestia uma toga branca e carregava no rosto um pequeno sorriso.

- Como se você fosse anjo há mais tempo que eu, Kyuubi! – Rebateu o louro também sorrindo. – Você carrega a palavra "demônio" até no nome.

- Eu sei, eu sei. Ainda me sinto estranho com essa vida de bondade e caridade. – Desabafou se sentando em um sofá que ficava em frente à porta. – Conseguiu resgatar as crianças?

- Não foi muito difícil tendo um Querubim nos auxiliando. – Respondeu, sentando-se ao lado do ruivo.

- Um Querubim? – Indagou surpreso. – A situação estava tão ruim assim? – Arqueou uma sobrancelha.

- Você sabe que nós guardiões não temos permissão para expulsar demônios. Por isso mandaram um Querubim fazer o serviço. – Respondeu displicente.

- A vida no "paraíso" é burocrática demais pro meu gosto. – Resmungou o ruivo.

- Não é correto reclamar das leis divinas, Kyuubi. – Disse Minato serenamente, enquanto saia da sala.

- Eu não estou reclamando, chefe. – Rebateu com um sorriso.

- Vocês novos Anjos não levam as leis muito a sério... – Disse Deidara, parando em frente à Naruto.

Deidara tem longos cabelos loiros e olhos azuis, suas asas são extremamente brancas. Usa uma camisa azul clara e uma calça da mesma cor, tem o costume de andar descalço. Atitude muito comum entre os anjos.

- Você também foi como nós Deidara, não é correto julgar um semelhante. – Dessa vez a resposta veio de Naruto, que carregava um meio sorriso no rosto.

- Minhas crianças, parem com essa birra... – Suspirou Minato, fazendo um sinal para Naruto segui-lo para dentro da sala.

- É tão legal ver Minato irritado! – Comentou Kyuubi em um sussurro para Deidara.

O outro apenas riu e ambos seguiram para fora da Torre.

- Eu tenho uma novidade pra você, Naruto. – Anunciou o loiro mais velho, sentando-se atrás da mesa.

- Novidade? – Indagou arqueando uma sobrancelha.

- Sim! – Sorriu radiante.

O supervisor abriu uma gaveta, retirando de lá uma pasta, em seguia colocou-a sobre a mesa e empurrou em direção ao mais jovem.

Naruto abriu a pasta e passou rapidamente os olhos por seu conteúdo, em seguida a fechou e jogou em cima da mesa, seu olhar estava sério.

- Eu me recuso a fazer isso! – Disse categoricamente.

- Por quê? – Indagou arqueando uma sobrancelha, aparentando confusão.

- Eu já fui muita coisa, em toda minha existência... – Fechou os olhos. – Mas cupido já é demais, até pra mim! – Disse friamente.

- Pare com isso. – Disse sorrindo divertido. – Você apenas ensinara para aquele jovem, o valor dos sentimentos humanos. – Respondeu normalmente.

- Se eu não vou trabalhar de cupido, o que são aquelas fichas extras? – Perguntou direto.

- Você saberá. – Se levantou e caminhou até o novo anjo. – Não é necessário que você arrume uma pessoa para se casar com ele, mas é necessário que você o ensine o valor de amar as pessoas. – Colocou as mãos sobre os ombros do outro, o encarando firmemente nos olhos. – Vocês são muitos parecidos, neste aspecto, ambos têm dificuldade em expor os próprios sentimentos, tem dificuldades em se afeiçoar a qualquer coisa. Ele é assim por nunca ter podido sentir, você é assim porque desaprendeu a sentir. A única diferença é que ele mostra-se frio, praticamente, o tempo todo, enquanto você finge ter sentimentos.

O loiro suspirou...

- Sinto muito senhor Namikaze, mas eu não posso fazer esse tipo de trabalho. – Ia se virar, porém, foi impedido pelas mãos do supervisor que apertavam seus ombros, o suficiente para mantê-lo parado.

- É uma ordem, você não tem opções! – Decretou. – E como punição por ter objetado uma ordem... – O loiro mais velho tocou as azas do outro.

As asas antes beges começaram a escurecer, Naruto apertou os olhos com força por sentir dor e quando tudo terminou. O loiro mais jovem ostentava um par de asas negras.

Ele encarou friamente o Namikaze e se afastou dois passos deste. O supervisor apenas suspirou triste pelo que tinha feito.

- Elas só irão voltar ao normal quando você completar a missão! – Disse e entregou a pasta novamente para o mais novo. – Te mandarei direto para o local, para que ninguém o veja assim.

Em silêncio o outro assentiu. Minato tocou sua testa com o indicador, uma luz dourada tomou conta do local e quando a luz diminuiu Naruto não estava mais lá.

- Isso vai ser interessante! – Disse sorrindo