O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 6
Os segredos que ela guarda


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAS! Tudo na paz? Capítulo acabou de sair da minha cabeça, demorei um pouco, mas nada muito grave, isso aconteceu por que estou na fase de estágio na minha universidade e tá bem corrido para a tia Mika, por isso vamos ser compreensivos okay? Tia Mika ama vocês.
Espero que gostem...
Câmbio e desligo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/677257/chapter/6

Capítulo 5

Embry não demorou muito, ouvi o momento em que ele chegou por que Sam entrou na sala e apontou com o polegar para trás antes de ir em direção a cozinha. Levantei do sofá onde estava com o meu pai – observando Claire brincar no tapete – e fui até a varanda. Ele estava parado de costas para a porta, respirando fundo, usava uma blusa de botões, quadriculada, as mangas da blusa dobradas até o cotovelo, e o mais surpreendente de tudo, estava de calça jeans.

Quando me ouviu chegar ele virou sorrindo e colocou a mão na minha cintura, me puxando para mais perto, nossos lábios se encontraram demoradamente e emaranhei meus dedos em seus cabelos. Ele tinha cheiro de natureza.

Orvalho.

Terra.

Mato.

Tinha vindo como lobo e trazido aquelas roupas nas costas, tinha se trocado ali fora pouco antes de eu sair. Eu tinha certeza absoluta disso.

—Não precisava ter feito isso. –Falei ainda de olhos fechados pelo beijo, sua testa tocando a minha.

—Isso o que? –Ele perguntou, também de olhos fechados.

Nosso fôlego se misturando.

Então eu me afastei sorrindo, olhando-o de cima a baixo.

—Acho que nunca te vi de calça antes. Fica bem em você. –Respondi.

Ela pareceu finalmente entender o que eu queria dizer e sorriu levemente envergonhado.

—Queria impressiona-lo. –Admitiu.

—Se tivesse continuado como um lobo gigante teria conseguido, com toda certeza. –Respondi.

Ele riu alto e me puxou para outro beijo.

—Vem, ele está te esperando no sofá. –Avisei o puxando pela mão.

—Ele trouxe alguma arma? –Perguntou.

—Não! –Dei uma tapa no ombro dele que fingiu sentir dor e depois sorriu.

Na sala, meu pai pediu que eu saísse assim ele poderia conversar com Embry sozinho, meio a contragosto eu dei um beijinho na cabeça de Claire e deixei os dois sozinhos seguindo para a cozinha.

Lá Emily lavava alguma coisa na pia, enquanto Sam estava sentado no janelão que havia ali, uma perna flexionada enquanto a outra balançava do lado de fora, apoiava o braço no joelho enquanto batucava uma melodia desconhecida no umbral da janela com os dedos da outra mão.

—Preocupada? –Emilly perguntou secando as mãos com um pano de prato e encostando a cintura no mármore da pia.

—Você nem tem ideia. –Respondi.

Sam riu, fazendo-nos, ambas, olharem para ele.

—Seu pai é um cara estranho. –Ele disse negando com a cabeça como se ouvisse a melhor piada do mundo.

Foi como se uma luz tivesse sido acesa na minha cabeça.

—Você pode ouvi-los! –Exclamei.

—Como se estivessem ao meu lado. –Ele respondeu sorrindo malvadamente.

—E o que eles estão dizendo? –Questionei.

Ele negou com a cabeça e fingiu fechar a boca com um zíper.

—Vai ter que perguntar a eles.

—Maldita seja essa audição apurada que não tenho! -Bati o pé, irritada.

—Você realmente bateu o pé? –Sam perguntou. –Achei que só fizessem isso em filmes.

—Cala a boca Sam. –Rebati.

Ele riu mais alto e não importava quantas vezes eu pedisse, ele se negou a me dizer o que os dois conversaram. Mais ou menos meia hora depois meu pai apareceu na cozinha, avisando que estava indo.

—Vai para casa? –Perguntei.

Ele negou com a cabeça.

—Queria dar uma volta na praia um pouco e ir para casa depois. Faz tempo que não vejo o mar. –Ele respondeu num tom meio nostálgico.

Mas aquela frase me deixou em alerta.

—Ela...?

—Não. –Ele respondeu rápido. –Ainda não. Eu só vou caminhar mesmo. Eu prometi nunca mais esconder nada, minha menina.

—Tudo bem. –Acenei que sim com a cabeça.

Ele se despediu de Emily e Sam antes de sair. Pouco depois Embry veio com Claire nos braços.

—Você está pronta? –Perguntou.

Senti minhas pernas moles.

Embry estava segurando uma criança. Aquela era uma das cenas mais lindas que já vi na minha vida... Como ele iria reagir quando eu contasse sobre... Meu pai do céu, eu tinha que fazer isso logo, mas cadê a coragem? Como eu faria isso?

—Erika?

Estava tão perdida que não tinha ouvido o que ele perguntou.

O olhei confusa.

—O que?

—Eu perguntei se você está pronta. –Repetiu.

—Pronta para que?

Emily, Sam e ele riram.

—Para ir até a minha mãe, esqueceu? –Questionou ele.

—Ah. –Olhei para ele ainda aérea. -AH! É mesmo! 

A mãe dele! Eu tinha vindo para isso. Nossa... Eu tinha que começar a me controlar.

Embry deu um beijo carinhoso na bochecha da menina.

—Vou indo agora lobinha, mais tarde voltamos para brincar mais um pouco. –Ele avisou colocando a criança no chão.

Claire fez um muxoxo para chorar e levantou os braços para que Embry a pegasse de novo batendo os pés no chão, mas Emily riu e a pegou antes.

—Vão logo antes que ela chore mais. –Ela pediu rindo.

Embry me puxou pela mão e correu até o lado de fora.

—Espera um segundo enquanto eu tiro a roupa. –Ele pediu.

Fiquei ali parada olhando para as árvores, me sentia enjoada num nível puramente emocional. Como vou contar isso para o Embry? Eu quero contar! Aquela cena dele segurando uma criança ficou marcada na minha retina e foi como se minhas estruturas fossem abaladas.

Quando ele saiu das árvores colocou as roupas nos meus pés e eu peguei a calça babada colocando dentro da blusa para deixar as mãos livres na hora de me segurar. Ele se abaixou e esperou que eu subisse em suas costas.

Como sempre, a experiência de subir num lobo era incrível, mas nem mesmo isso conseguiu me fazer ficar menos preocupada.

O que Embry diria quando soubesse que eu tive um filho?

—--

Quando Embry parou eu desci de suas costas, estávamos numa trilha perto da orla da floresta, eu nunca tinha vindo ali naquelas bandas antes. Embry cheirou minha barriga com seu enorme focinho, o lugar onde as roupas dele estavam e eu notei que tinha ficado parada olhando ao redor.

—Ah! Desculpe. –Respondi levantando a blusa e entregando as roupas a ele.

O lobo foi para detrás de uma árvore e Embry voltou alguns minutos depois, novamente arrumado com sua blusa de botões quadriculadas e a calça jeans.

—Não está queimando vivo aí dentro? –Perguntei brincalhona.

Ele riu me puxando pela cintura e encostando nossos corpos.

—Você não tem ideia. Tenho vontade de rasgar todas as minhas calças jeans. –Respondeu.

—Não que eu me importe, ver você sem roupa é uma das coisas que quero fazer antes de morrer.

Aquela frase afetou Embry mais do que eu esperava, o rosto bronzeado tomou uma cor avermelhada e ele baixou o rosto escondendo os olhos com o cabelo.

Que bonitinho, ele estava com vergonha.

Soltei uma gargalhada, ele olhou para o lado escondendo o rosto nos meus cabelos, pude sentir seu sorriso tímido em meu pescoço.

—Não me tente Erika. –Ele pediu soltando beijos leves, como asas de borboletas, em meu pescoço. –Não faz ideia do quanto desejo você.

—Me mostra. –Pedi puxando seu rosto para olhar em seus olhos. –O quando você me deseja, filhote?

Um sorriso sapeca apareceu em meu rosto quando me encarou, irritado com o apelido.

Ele tomou minha boca com a sua, segurou meu rosto com força usando uma mão só e me empurrou levemente para trás, seus lábios se moviam com os meus e senti meu corpo bater em algo, era uma árvore, acho.

Levei meus dedos até seus cabelos desarrumando-os, os deixando tão desalinhados quanto eu me sentia naquele momento, nos separávamos apenas alguns milésimos de segundo, apenas para sugar um pouco do ar já tão escasso em nossos pulmões e voltarmos a nos devorar. Embry apertou minha cintura com a mão livre, desceu a palma acariciando meu quadril puxando-me de encontro ao seu e descendo levemente até minha bunda – o aperto me deixou surpresa, confesso – de modo que separei o beijo fazendo um barulho alto de duas bocas de afastando repentinamente. Eu podia sentir sua ereção tocando a minha coxa.

Respirei fundo. Ele sorriu maldoso.

Eu estava me sentindo estranhamente quente e excitada... Pra caramba.

Gargalhei gostosamente encostando minha cabeça na árvore as minhas costas e Embry desceu beijos em meu queixo, tocando a pele do meu pescoço com seus lábios, cheio de delicadeza. Sua mão ainda permanecia acariciando a minha bunda mantendo meu corpo junto ao seu enquanto eu tentava normalizar minha respiração.

—Isso foi... Bom. –Falei.

—Bom? –Embry questionou soltando uma risada nasal.

Eu ri também.

—Okay, foi incrível.

—Devíamos fazer isso mais vezes. –Sugeriu.

—Quem sabe, uh? –Respondi.

Ele levantou o rosto para me olhar, seus olhos me analisaram, pareciam brilhar naquele momento.

—Não faz ideia do quanto está linda, não é? –Perguntou segurando meu rosto em suas mãos acariciando meus lábios com seus dedos. –Essa boca vermelha por minha causa.

Seu rosto se aproximou do meu, nossos lábios quase se tocando, meu hálito se misturando ao dele, Deus do céu! Eu só queria me esfregar naquele garoto até que aquele calor passasse totalmente.

—Embry... –Ofeguei.

—Eu poderia te devorar inteira. –Ele sussurrou.

Okay, eu confesso, eu gemi muito alto quando ele disse isso, minhas pernas eram gelatina e minha calcinha estava completamente encharcada! Eu confesso! Quem nunca deu uns amassos com o namorado e quis chegar aos finalmente? Hein? Hein?! HEIN?! Principalmente eu que já não era lá essa pureza toda em termos de sexo. Estava pronta para arrancar a roupa dele e fazer ali mesmo no chão da floresta.

Que venha o segundo round, droga!

Mas ele se afastou, dando alguns passos para trás e tirou o celular do bolso.

—Sim? –Ele disse com o celular na orelha.

—O que? –Eu perguntei meio aérea. Ainda não tinha voltado para a terra totalmente, calma Embry.

—Certo, certo, estamos chegando mãe. –Ele respondeu para o aparelho.

Ah, é verdade, a mãe dele.

Respirei fundo tentando me recompor e comecei a arrumar minha roupa amassada e meu cabelo desalinhado. Embry desligou o celular e me olhou sorrindo, então tirou uma folha do meu cabelo.

Sorri agradecendo.

—Vamos? –Ele perguntou.

Eu soltei uma risadinha e mordi o lábio.

Okay, tudo bem, teríamos outra oportunidade. Ele é meu e eu sou dele... É só o que importa agora.

Então ele pegou minha mão e me puxou para a trilha, para fora da floresta.

—--

Embry

Enquanto caminhávamos em direção a minha casa, minha cabeça voltou a conversa que tive mais cedo na casa de Sam. O pai de Erika era um cara legal. Mas a conversa que tivemos me deixou mais preocupado do que imaginei que pudesse. E não pelos motivos que eu poderia pensar.

Ele pediu que eu sentasse na poltrona da sala, para que pudéssemos ficar frente a frente.

Então suspirou dramaticamente.

—Não sei como começar. –Confessou mexendo no cabelo em seguida.

Soltei uma risada nervosa.

—Imagine eu. –Respondi.

Ela me encarou com sobrancelhas arqueadas e eu parei de sorrir. Mas ele pareceu se divertir com a minha reação.

—Tudo bem garoto, não precisa ficar assustado, não é como se eu pudesse machucar você ou coisa assim, afinal, você é um lobisomem. –Ele brincou.

Mas eu não compartilhava da brincadeira.

—Pode afastar Erika de mim. –Falei seriamente. –E isso me machucaria em um nível totalmente novo. Ela é a minha vida.

Nós ficamos nos encarando por alguns segundos numa espécie de luta muda e ele baixou o rosto com uma expressão preocupada.

—O quanto ela te contou do motivo de eu estar aqui? –Ele perguntou.

Engoli seco.

—Não muito... Não. Na verdade ela não me contou praticamente nada. –Me remexi desconfortável. – Sei que é sobre a mãe dela e sobre... Aquele cara. –Minha voz saiu como um rosnado no final.

O pai dela sorriu.

—Também tenho essa reação quando falo sobre ele. –Falou. –Não sabe quantas vezes eu tive vontade de mata-lo.

Eu não sabia de toda a história, mas sabia que ele havia magoado ela. Só por isso eu já queria mata-lo, só de imaginar as lágrimas que ela deve ter derramado... Mas a reação do pai dela me espantou. O quão ruim foi essa história para que ele sentisse vontade de matar o garoto?

—Ela fica dizendo que quer me contar, mas é complicado. Então eu decidi esperar que ela estivesse preparada para me contar. –Respondi.

Ele pareceu gostar disso, me olhou com um sorriso de lado, surpreso, como se aprovasse minha reação.

—Você é um cara correto, Embry. Muito melhor do que ‘aquele cara’ jamais foi. Mesmo assim não me leve a mal, estou aceitando esse namoro, mas não é como se eu estivesse gostando que você está com a minha garotinha, por que ela é minha. Minha filha, minha bonequinha. Mantenha suas mãos para você mesmo e prometo que ninguém sai machucado.

Arregalei os olhos.

—Eu só quero fazê-la feliz, senhor. É tudo o que eu quero. –respondi.

Ele sorriu maldosamente, e eu juro que suei frio. Nunca pensei que um simples humano pudesse me deixar tão apavorado. Podia ouvir Sam rindo do meu desespero na cozinha.

—Continue pensando assim... –O pai dela continuou. –E nós teremos uma ótima relação. Mas magoe ela, faça-a se sentir mal ou machuque-a de qualquer modo e eu juro, por todos os espíritos da floresta que protegem os Quileutes, que não vai sobrar nem um pedaço da sua carcaça para contar a história. Não ache que não posso fazer isso só por que sou humano e você um lobo com cura acelerada como eu disse antes, eu sou um gênio, eu posso fazer você morrer e fazer parecer um acidente com a mesma facilidade com que troco de roupa. Estamos entendidos?

Acenei que sim com a cabeça repetidamente.

—Eu não ouvi a sua voz Embry... Estamos entendidos?

—S-sim senhor. –Respondi.

—Ótimo. –Ele sorriu encostando as costas no sofá, relaxado. –Fico feliz que tivemos essa conversa, Erika iria odiar se não nos déssemos bem e a última coisa que quero é deixar a minha garotinha com raiva.

—Sim senhor. –Repeti meio sem saber o que dizer.

Ele então levantou do sofá e colocou a mão no meu ombro.

—Foi bom conversar com você Embry.

Então deu duas batidas no meu braço e foi andando em direção a cozinha. Fiquei ali sentado absorvendo tudo aquilo coloquei a mão no pescoço como se sentisse uma corda ali e engoli em seco. No tapete Claire me olhava confusa e quando percebeu que eu lhe dei atenção ela sorriu e estendeu os braços como se pedisse colo.

Fui até ela e a peguei nos braços, minhas mãos estavam suadas.

—Você viu aquilo lobinha? –Perguntei fazendo uma careta.

—Ya! –Ela disse pegando nos meus cabelos.

O pai de Erika voltou naquele momento e parou me observando, tirei as mãos de Claire delicadamente do meu cabelo e o encarei de volta, ele tinha um sorriso satisfeito.

—Você disse que estava esperando que ela estivesse pronta... –Ele lembrou. –Eu agradeço por isso. É realmente uma situação complicada. Mas não a deixe demorar muito, pressione-a um pouco. Você merece saber de toda a história garoto.

Então acenou com a cabeça e foi em direção a porta. Fiquei ali parado, confuso com tudo aquilo, até ouvir o som do carro ligando do lado de fora e segui para a cozinha.

Agora eu olhava para Erika que observava as casas da vizinhança, curiosa, com um sorriso pequeno em seus lábios inchados pelos beijos que trocamos.

O que será que ela escondia de mim?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo