O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 26
Aquilo que devia acontecer


Notas iniciais do capítulo

Hey meninas, aí vem a explicação do por que o imprinting não aconteceu. Mas se acham que as coisas vão ser fáceis agora que o Carter vai entender o que houve, estão bem enganadas.... kkkkkkk

Nesse capítulo vocês vão ver um pouco da interação de Carter com os pais, já que é algo que geralmente não acontece, uma vez que a narração é sempre do ponto de vista da Erika. Se apaixonem pela família McRae mais ainda ♥

Espero que gostem.



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Capítulo 25

Carter

Meu pai e eu não conversamos no caminho de volta para casa. Ele chegou em casa e foi diretamente para o quarto onde mamãe já estava dormindo sem nem falar comigo. Suspirei cansadamente antes de ir tomar um banho para dormir. Mas quando deitei na cama simplesmente não conseguia fechar os olhos, o olhar confuso da loba ainda assombrando meus pensamentos.

O que eu faria agora?

Erika estava errada. Não teve imprinting.

Mas Erika nunca errava! Aquilo não fazia sentido.

Massageei o peito, sentindo uma dor oca. Como eu poderia ter me apaixonado? Mas que merda! Primeiro a Lauren, agora a Leah, nada vai dar certo para mim nunca?

Naquela espiral de confusão e desapontamento eu devo ter adormecido. Lembro-me de sonhar brevemente com sereias e lobas cor de areia, antes de finalmente dormir sem sonhos.

Quando acordei era depois do almoço. Papai estava lavando a louça enquanto Mamãe estava deitada, dormindo. Eu podia ouvir vagamente Tio Dandy cantarolando no quintal enquanto colocava a roupa no sol.

Quando cheguei a cozinha meu pai me olhou rapidamente e voltou a lavar a louça.

—Bom dia, Carter.

Meio desconfortável eu acenei com a cabeça.

—Bom dia, pai.

Coloquei algo para comer e sentei a mesa, de onde estava podia ver meu pai terminando de lavar a louça. Parte de mim queria perguntar a ele por que havia agido daquela forma de madrugada, a outra parte estava se pelando de medo de fazer isso por que eu já sabia a resposta.

Quando o último prato estava lavado ele limpou as mãos e veio até a sala de jantar, sentando a minha frente na mesa. O conteúdo do meu prato estava metade comido, mas eu perdi a fome naquele momento.

—Quer me dizer o que foi aquela cena com Leah Clearwater? –Ele perguntou. Na verdade soou mais como uma ordem do que qualquer outra coisa.

Mexi com o talher a minha comida.

—Não aconteceu nada, ela só se sentiu familiar comigo. Deve ser por causa da Erika. –Falei dando de ombros.

—Foi mais do que isso e você sabe. –Ele disse levemente irritado.

Comecei a ficar irritado também. Eu sabia, no fundo eu sabia, que meu pai estava daquela forma por que havia uma chance de uma Quileute ter tido um imprinting por mim.

—Por que está com tanta raiva? Não é como se tivesse realmente acontecido. –Falei ríspido.

—Mas você achou que fosse acontecer. –Ele disse, tocando bem no ponto. –Por quê?

Bufei.

—Erika teve uma visão. –Respondi.

—Você e Leah Clearwater? –Ele me olhou desapontado.

Eu sabia exatamente o que se passava na cabeça dele. “Uma Quileute, filho? Já não bastava a Erika?”

A Erika era perdoável, claro. Havia toda uma lenda por trás do relacionamento da Erika com o Embry, que meio que obrigava os dois a ficarem juntos. Mas tudo bem, por que eles realmente estão apaixonados um pelo outro então deu tudo certo. Mas eu? Foi uma completa surpresa. E também um desapontamento, pelo jeito.

Eu entendo, os quileutes foram realmente uma experiência terrível para o papai. Mas isso acabava fazendo com que eu sofresse pela tragédia de uma tia que nunca cheguei realmente a conhecer, uma vez que ela morreu 20 anos atrás.

—Não aconteceu pai. Só esqueça isso. –Joguei o garfo na comida, já irritado.

Ele franziu o cenho, parecendo me analisar.

—Carter! –Ele exclamou de repente como se tivesse finalmente percebido algo. –Você queria isso!

Soou como uma acusação e acabei entrando na defensiva.

—Claro que não!

—Você está desapontado, Carter.

—Impressão sua. –Grunhi.

—PARE DE MENTIR PARA MIM! –Ele gritou batendo a mão na mesa com força.

—MAS QUE INFERNO!  -Gritei de volta levantando da cadeira e fazendo-a cair para trás. – SIM PAI, EU QUERIA, FELIZ AGORA?

Olhei para cima e vi minha mãe e meu tio na porta, com olhares preocupados.

—O amor Quileute não é algo bom, filho! –Meu pai falou jogando os braços para o lado.

—Foi por causa do imprinting que a Tia Jade e o Tio Bryan morreram! Eu sei! O senhor fez o favor de me dizer isso centenas de vezes durante a minha vida. –Respondi de forma sarcástica.

—Então por que você foi se apaixonar justo por uma Quileute?! –Ele se levantou da cadeira em frustração.

Eu trinquei os dentes pronto para gritar novamente, mas percebi que não valia a pena. Toda a raiva me deixou e eu só consegui ficar triste.

—Por que eu queria um amor de verdade pai... –Respondi, melancolia tingindo minha voz. –Só para variar.

—Carter... –A voz da minha mãe soou surpresa, ela me olhava de forma triste, lágrimas ameaçando transbordar dos seus olhos.

—O imprinting não aconteceu, Erika estava errada. Acabou essa conversa. –Falei friamente.

Em seguida fui em direção à porta e saí de casa.

Mais tarde, no encontro com os Cullens e os Quileutes, somente Jacob, Embry e Quill apareceram.

—--

No dia seguinte acordei pouco depois do almoço novamente. Mamãe, Papai e Tio Dandy haviam saído de casa me deixando um recado na geladeira cada um. Fiz algo rápido para comer antes de ir para sala, mas no momento em que liguei a TV ouvi a campainha tocar. Bufei levemente e fui abrir a porta, surpreso por ver Embry ali parado.

—Embry? –Então pensei que ele talvez quisesse falar sobre a Erika. –Ainda sem notícias dela cara.

Mas ele negou com a cabeça e entrou na casa, fechando a porta em seguida.

—Eu vim falar sobre a Leah.

Estremeci levemente. Porra, até o nome dela estava me deixando abalado.

—O que houve?

—Ela está insuportável! –Ele disse.

—E por que isso tem alguma coisa a ver comigo? –Questionei.

—Por que você é a causa disso! –Ele acusou.

—O que?!

Não tinha como ser culpa minha, eu não tinha feito nada, tinha?

—Aquele imprinting que não aconteceu! –Embry explicou. –Você não sai da cabeça dela. Leah diz que tem alguma coisa em você que está chamando ela. Mas ela não sabe o que é. Ela tentou vir até aqui falar com você, mas Sam a proibiu.

Franzi o cenho, sentindo uma raiva irracional dentro de mim.

—E por que diabos ele faria isso?! –Questionei, os dentes rangendo.

—Ele provavelmente vai ficar com muita raiva de mim por dizer isso, mas... Sam ainda sente algo pela Leah, só que o imprinting...

—...É muito forte. –Completei.

—Ele ficou desconfortável com o modo como ela agiu perto de você. Mas não foi só por isso que ele deu a ordem a ela.

—E por que mais seria?!

—A Leah estava com dor. –Ele disse ansiosamente. –Doía olhar para você Carter. Era como se o imprinting quisesse acontecer, mas não podia e isso era doloroso para ela e para todos nós, uma vez que dividimos nossa mente com ela.

—Eu não entendo. –Resmunguei. –A Erika nunca erra! Como ela pode ter errado justo nisso?!

—Eu também não sei. O imprinting deveria ter acontecido, mas não aconteceu.

Andei de um lado para o outro e em seguida me sentei no sofá, sem saber exatamente o que pensar.

—E como ela está agora?  -Perguntei levantando o rosto.

Embry estava me olhando com uma expressão divertida.

—Você gosta dela. –Afirmou.

Senti meu rosto ficar quente e olhei para o lado.

—Só responda a minha pergunta, por favor.

Ele riu brevemente antes de responder.

—Eu não sei, ela não se transforma desde ontem. Disse que não queria nenhum de nós na cabeça dela. Mas vai estar na luta amanhã de manhã. –Ele explicou.

Acenei que sim com a cabeça

—E acho que Sam deve estar agora mesmo na fronteira patrulhando de forma que eu não chegue nem perto das terras Quileutes e da Leah, não é?

—Achou certo. –Embry confirmou.

Suspirei.

—Se a Erika estivesse aqui... –Murmurei para mim mesmo.

—O que você vai fazer? –Embry perguntou.

E eu não tinha nem ideia.

—--

O dia passou mais devagar do que eu acharia ser possível depois que Embry foi embora. Tio Dandy apareceu mais à tarde, ele vinha com um sorriso animado no rosto.

—Hey. –Falei, estranhando sua atitude.

Ele sorriu.

—Fui dar uma volta na praia hoje de manhã. –Ele disse. –Visitar a minha esposa.

—Certo... –Respondi meio confuso.

—Uma sereia apareceu.

Estremeci.

—Erika?!

Ele negou com a cabeça.

—Mas ela me deu isso. -Ele mostrou uma concha. –Uma mensagem da Erika. Ela disse que estava bem.

Olhei para a concha com alívio. Ela estava bem. Ao menos ela estava bem. Então Tio Dandy simplesmente meteu a mão dentro da bolsa e tirou outra concha.

—Duas?! –Questionei.

—Bom... Ela também fez alguns pedidos. –Ele disse, rindo.

—--

Meus pais chegaram quando já estava anoitecendo, lá fora uma tempestade de neve se anunciava como um agouro do futuro.

—Como está, querido? – Mamãe perguntou entrando no meu quarto. –Já jantou?

Neguei com a cabeça. Papai estava na porta, olhando nós dois.

—Não estou com muita fome.

Joguei o celular para o lado para ouvi-la, ela nunca entrava no meu quarto se não tivesse algo de importante para falar.

—Eu conversei com seu pai sobre o que houve e ele me falou sobre Leah. –Ela disse sentando na cama a minha frente.

Fiz uma careta.

—Ele também falou que nada aconteceu? Por que ainda insistem nesse assunto? –Perguntei, já começando a me irritar.

Mamãe suspirou cansadamente, quando ela falou usou um tom de voz calmante.

—Você sabe que muita coisa aconteceu com seu pai e para ele é difícil perdoar os Quileutes. –Ela disse.

—Eu sei! –Joguei os braços para cima e bufei. –E por que ele continua ali fora e mandou você vir aqui falar por ele?

—Por que ele é um adolescente imaturo no corpo de um homem de 40 anos. –Ela respondeu.

—Jasmine! –Papai soou ofendido.

Mamãe riu.

—Connor... –Ela chamou.

Ele olhou para mim e entrou no quarto, parecendo meio obrigado.

—Filho... –Ele se ajoelhou a minha frente. –Sinto muito pelo modo como agi. Eu só... Entrei em pânico quando pensei que talvez...

—Pai, não vai acontecer nada comigo. Eu e a Leah... Não aconteceu. Além disso Sam a proibiu de vir até mim. –Dei de ombros tristemente.

Mas mamãe e papai franziram o cenho, ambos parecendo extremamente irritados.

—Por que ele fez isso?! –Papai perguntou friamente.

—Quem ele acha que é? –Mamãe gritou, levantando da cama num rompante, a expressão ofendida.

Olhei de um para o outro, chocado.

—Bom, o imprinting não aconteceu e isso pareceu afetar a Leah de um modo negativo. –Expliquei. –Então ele decidiu manter nós dois longe um do outro. E como ele é o alfa...

—Ele usou o poder do alfa?! –Mamãe gritou com a voz fina.

Papai rosnou. Seus olhos ficando prateados em um segundo.

—Aquele maldito! –Ele disse.

Pisquei incrédulo.

O que estava acontecendo aqui?

Não era ele quem não queria que o imprinting acontecesse, por que ele estava tão irritado?

—Não estou entendendo...

Ele pareceu perceber minha confusão e sorriu.

—Eu percebi que estava sendo um pouco...

—...Muito... –Mamãe interrompeu numa tosse.

—...Muito idiota. –papai reformulou e eu ri. –Sinto muito, filho. Leah e o bando... Eles não tem culpa do que houve com Jade e Bryan. Eu acabei refletindo minha raiva neles.

—Caramba pai... Estou orgulhoso de você. –Falei sincero.

Meu pai vivia a muitos anos se sentindo cheio de raiva e impotência por causa do que houve com tia Jade e tio Bryan. Então era bom ver que ele estava finalmente superando.

—Então tudo bem se você e a Leah ficarem juntos. Você merece alguém que te ame de verdade... Assim como ela também merece ser amada por alguém como você. –Ele disse.

Suspirei.

—Mas pai, o imprinting...

—Vai acontecer. –Ele falou com certeza.

Franzi o cenho.

—Como assim? Tem que ser a primeira vista, o senhor sabe como funciona. E nós já nos vimos.

—Foi o manto do guardião, filho. –Mamãe explicou. –Ele te deixa imune à magia externa.

Eu levantei da cama num pulo, sentindo o coração acelerar. Eu nunca realmente me encontrei com a Leah depois que ela se tornou parte do bando, somente naquela noite quando lutei com os vampiros e eu passei a noite toda como guardião. Houve aquele dia na fogueira, mas nós realmente não nos vimos.

Por isso ela sentiu dores, o manto do guardião não deixava o imprinting acontecer!

—Então se nos virmos sem o manto do guardião...?

—O imprinting vai acontecer. –Meu pai afirmou.

—Mas isso quer dizer que sempre que eu usar meus poderes o laço vai ser cortado? –Questionei.

Mamãe negou com a cabeça.

—O laço já vai ter sido feito, o manto do guardião não vai mais atrapalhar.

POR POSEIDON! Eu corri para fora do quarto pronto para invadir La Push e pegar aquela mulher para mim, mas o meu pai me segurou.

—Onde você está indo? –Questionou.

—La Push. –Falei como se isso fosse óbvio.

Papai riu e apontou para a janela. Lá fora uma tempestade de neve do inferno estava acontecendo, a temperatura realmente tinha caído e eu não tinha notado. Era impossível ir para La Push agora.

—Droga. –Cuspi.

—Amanhã, vamos ter uma luta enorme com um exército de vampiros. Você precisa dormir. –Ele disse, aos risos.

Amanhã então.

Amanhã eu faria parar de doer o que quer que esteja doendo em você, Leah.

Prometo.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo



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