O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 25
Aquilo que não aconteceu


Notas iniciais do capítulo

Algumas de vocês podem ficar com raiva no final do capítulo, outras vão ficar tristes... Qual de vocês será que vai descobrir o que houve? kkkkk
Câmbio e desligo



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Capítulo 24

Carter

Quando nos aproximamos do local indicado eu já podia ouvir os lobos, e a voz de vampiro médico e de Edward falando com eles. Meu pai correu mais rápido e fez um sinal para que eu parasse na orla da clareira onde estavam reunidos, meu pai pôs o dedo em frente aos lábios, num pedido mudo que eu fizesse silêncio. Nós passamos por entre as árvores e olhamos para o local. De um lado da clareira estavam os lobos, eram dez, cada um de uma cor, enormes, do tamanho de cavalos. Me peguei inconscientemente me perguntando qual daqueles era a Leah e me recriminei em pensamento.

No centro da clareira estava a família Cullen, Edward, Emment, Rosalie, Alice, Jasper, o médico e a mulher dele, assim com Bella. E eu podia vê-los claramente, quase como se fosse dia.

De onde estávamos os vampiros e os lobos já deviam ter nos visto, mas nenhum deles pareceu notar nossa presença. O que é estranho por que nós brilhávamos em prateado, minha nossa. O Dr. Cullen falava em direção aos lobos.

—Meu filho Jasper - ele gesticulou para Jasper, que estava tenso e preparado - tem experiência nessa área. Ele nos ensinará como eles lutam, como podem ser derrotados. Tenho certeza de que podem aplicar isso a seu estilo de caça.

—Eles são diferentes de vocês? - perguntou Edward de repente. Franzi o cenho, confuso por um segundo, até notar que Edward estava traduzindo a fala dos lobos, enquanto lia o pensamento deles.

Carlisle assentiu em resposta a pergunta.

—Todos são muito novos... Só têm meses de idade nessa vida. Crianças, de certa maneira. Não terão habilidade nem estratégia, só força bruta. Esta noite seu número está em vinte. Dez para nós, dez para vocês... Não deve ser difícil. O número pode cair. Os novos brigam entre si.

Um estrondo percorreu a fila escura de lobos, um murmúrio rosnado que de certo modo parecia entusiasmado. Olhei para o meu pai que sorria, aprovando a reação deles.

—Estamos dispostos a aceitar mais do que nossa parte, se necessário - traduziu Edward, um tom de voz divertido.

Carlisle sorriu.

—Veremos como isso se desenrola.

—Sabe quando e como chegarão? –Edward questionou pelos lobos, mais uma vez.

—Eles atravessarão as montanhas em quatro dias, no final da manhã. Enquanto se aproximam, Alice nos ajudará a interceptar seu caminho. –Respondeu Carlisle.

—Obrigado pela informação. Vamos vigiar. –Edward respondeu.

O médico se afastou para dar espaço a Jasper e os lobos se sentaram para observar fosse lá o que o vampiro fosse dizer.

Naquele momento meu pai pareceu cansar de observar, então apanhou uma folha no chão com os dedos, a folha estava ressecada e ele a amassou. O barulho da folha pareceu ecoar na clareira silenciosa, fazendo com que ambos, lobos e vampiros, olhassem em nossa direção, em guarda.

Os rosnados eram ensurdecedores, mas eu apenas sorri. Era incrível, eles não tinham notado nossa presença até que papai fez um barulho... De propósito.

—Carter? –A voz de Bella ecoou na escuridão.

—Desculpem, chegamos atrasados. –Falei, de modo a aliviar o clima quando começamos a ir em direção ao centro da clareira.

Jasper, que olhava em nossa direção com surpresa, conteve sua expressão em seguida. Já Emment não era tão discreto.

—Eu não os ouvi chegar! –Ele falou, um tom de voz incrédulo.

—Sam disse que eles são como fantasmas. –Edward falou alto. –Aparentemente quando estão nessa forma é como se fossem invisíveis para os nossos sentidos... –Então ele franziu o cenho nos encarando. –E parece que para os nossos poderes também.

Surpreso, Jasper virou o rosto olhando para nós em concentração, mas seja lá o que ele tentou fazer, não conseguiu. No entanto, não pareceu irritado, mas sorriu de lado como se tivesse achado algo muito bom.

—Boa noite Carlisle. –Meu pai falou enquanto nos aproximávamos da família Cullen.

—Boa noite Connor. Meus filhos me disseram que seu filho viria hoje. Estamos ansiosos para lutar ao seu lado.

Papai sorriu e acenou que sim com a cabeça.

—Carter não lutou contra vampiros ainda. Será uma boa oportunidade.

Eu me aproximei de Jasper, ele me encarava com uma expressão muito mais cautelosa do que no início.

—Parece que me enganei um pouco sobre você, Carter.

Eu sorri, um pouco presunçoso, confesso.

—Eu falei que seria útil. –Respondi.

—Isso é o que vamos descobrir. Vou tentar ataca-lo, você tenta sobreviver. Pronto?

Eu ri.

—Venha.

E ele veio. Jasper avançou em minha direção como uma bala, diretamente no meu pescoço. Agachei-me pegando-o pela cintura e o joguei para o outro lado, mas ele nem se desequilibrou. Pulou para longe e correu em minha direção mais uma vez, seu braço reto como uma espada junto ao corpo para atacar o meu flanco. Desviei, e com o mesmo braço que ele usou para atacar, o segurei e girei nós dois, jogando-o para o chão. Mas ele não caiu, puxou o braço e deu alguns passos para trás, sem equilíbrio.

Os lobos uivaram, animados com a luta.

Ele investiu mais uma vez, dessa vez de frente, quando estava pronto para contra atacar ele mudou no último segundo, virando o corpo e pegando impulso para um chute lateral em direção a minha cabeça. Levantei os braços para proteger o rosto, interceptando o chute e ficamos parados daquela forma, ele com a perna levantada e eu com os braços levantados, uma mão segurando sua perna e o braço protegendo o rosto.

—ELE SEGUROU! CARALHO! ELE SEGUROU O CHUTE! –A voz de Emment soou animada pela clareira.

Os lobos rosnavam como se torcessem.

Desde o início eu mal havia saído do canto, dando apenas um passo para o lado. No entanto, também não havia conseguido terminar nenhum dos meus ataques, por que ele sempre fugia e saia ileso. Era escorregadio feito uma enguia aquele vampiro.

Jasper sorriu e baixou a perna, se afastando uns passos para longe.

—Quem ensinou você a lutar? –Ele perguntou.

—Meu pai. -Apontei para trás onde o meu pai sorria orgulhoso.

—Ele fez um bom trabalho. Você é forte, reage rápido e tem bons reflexos.  –Acenou levemente com a cabeça. –Só precisa de umas dicas.

—Deixa ele lutar comigo! –Emment pediu, esfregando as mãos em expectativa.

Jasper sorriu e negou.

—Os lobos estão certos. –Ele disse. –Os dois são como fantasmas. Não consigo nem ouvir seus corações batendo. Eles não dão indícios de qual será seu próximo golpe. Tudo o que eu conto são meus olhos para lutar contra ele. –Jasper virou para olhar meu pai antes de dizer: -Agora entendo como matou tantos de nós.

—O primo da Erika é tão poderoso assim? –Bella perguntou para Edward. Ela pretendia falar baixo, mas com tanto ouvidos sensíveis assim, era difícil.

—Mais do que imaginávamos. –Edward respondeu, parecendo bem humorado. –Talvez eu consiga vencê-lo, com esforço. Mas o pai dele... É pouco provável.

—Ele o esmagaria como a um inseto. –Jasper confirmou, rindo.

Eu e meu pai também rimos.

—Nós fomos feitos para protegê-las contra os perigos da terra. –Papai falou para Jasper num tom professoral. –Nosso corpo se adapta a uma forma que possa fazer isso. No início do ano Carter tinha 1,68 de altura, agora ele já tem 1,87.

Rosalie pareceu ofegar em choque.

—Isso realmente é um crescimento rápido. –Carlisle falou surpreso.

Jasper acenou com a cabeça e olhou na direção onde os lobos encaravam toda a interação.

—Lobisomens podem ser nossos inimigos naturais... –Ele divagou. -Mas vocês, guardiões, são definitivamente os nossos nêmesis.

—--

Depois de me testar e aprovar, Jasper continuou sua aula sobre os recém-criados, ele dava dicas, explicava o comportamento e as melhores maneiras de lutar contra eles. Houve lutas entre eles, lutas as quais meu pai acompanhava com uma curiosidade quase científica enquanto estava do lado de Carlisle. Também lutei contra alguns deles, sendo a luta com Emment a mais divertida. Jasper havia dito que o estilo de luta dele era o mais parecido com os dos recém-criados, por que ele não pensava muito antes de atacar. Confesso que sua força foi realmente um pé no saco de lidar, mas ele era desajeitado, então eu consegui lutar contra ele. Já Edward finalmente percebeu que não conseguiria me derrotar nem com esforço, não poder ler minha mente se mostrou seu maior empecilho e ele não era tão bem treinado quando Jasper, então foi praticamente impossível para ele me derrotar.

—Estão vendo o que faço aqui? — perguntou Jasper para os lobos e eu. - Sim, exatamente isso - estimulou ele. — Concentrem-se nos flancos. Não se esqueçam de onde estarão seus alvos. Continuem em movimento.

No final de tudo o meu maior desafio se tornou ninguém menos que a menor criatura daquele lugar. Alice Cullen.

Estranhamente os poderes dela funcionavam comigo. Ela não conseguia ver o futuro do meu pai, no entanto, o meu ela conseguia.

—Imagino que isso aconteça por que seus poderes vêm de Erika. –Papai explicou. –E Erika tem o mesmo poder de Alice.

Ou seja, era impossível para eu derrotar Alice, por que ela sempre via o que eu ia fazer antes que eu fizesse.

Frustrante.

—Faremos isso amanhã. Por favor, fiquem à vontade para observar novamente. –Jasper falou virando para os lobos, uma expressão desconfortável

—Sim - respondeu Edward na voz fria de Sam. - Estaremos aqui.

Depois Edward suspirou e virou para nós.

—O grupo pensa que será útil se familiarizar com cada um de nossos cheiros... Assim eles não confundirão depois. Se pudermos ficar imóveis, será mais fácil para eles.

—Certamente - disse Carlisle a Sam. - O que precisarem.

—Eles também querem você Carter. –Ele disse para mim. –Disseram que já conhecem o seu pai, mas você não costuma ir para La Push, então alguns integrantes precisam marcar seu cheiro.

Virei para o meu pai em busca de confirmação e ele simplesmente acenou com a cabeça, parecendo levemente irritado.

—Imagino que seja necessário. –Falou por fim.

Os lobos se aproximaram, alguns deles reconheci, como Sam que vinha primeiro, Embry e Jacob no meio deles e Paul também. O resto me era completamente desconhecido.

Alguns lobos vieram me cheirar quando Jacob saiu da formação para ir em direção a Bella, olhei a cena enquanto negava com a cabeça, aquele garoto não tinha jeito. Os dois, Bella e Jacob, interagiam animados em frente a diferentes olhares de censura do resto das pessoas. Eu simplesmente ignorei, não era realmente da minha conta.

Foi quando um lobo claro, cor de areia, se aproximou de mim e eu simplesmente soube que era ela. Leah me encarou, olhos negros contra os meus prateados, por uns segundos me fazendo travar. A alcateia inteira olhou para nós, assim como Edward. Jacob, que estava com Bella, virou o rosto em nossa direção, parecendo subitamente sério. A loba se sentou nas patas traseiras e virou a cabeça, confusa.

Aquilo estava levemente desconfortável, pois o resto dos Cullens finalmente percebeu que alguma coisa errada estava acontecendo, até Bella, que não era lá muito perceptiva, virou a cabeça para nós.

—O que está acontecendo? –Questionou ela.

Mas Leah permanecia parada, me encarando.

—Edward, o que ela está fazendo? –Perguntei trocando olhares nervosos entre o vampiro e a loba que agora havia se levantado e andava ao meu redor.

—Ela está confusa por que tem algo de familiar em você, mas ela não sabe o que é. –Ele disse. Então virou o rosto para Embry com uma expressão surpresa. -Embry está perguntando a você por que o imprinting não está acontecendo.

—O que? –Meu pai arqueou as sobrancelhas, surpreso.

Leah continuava ao meu redor me cheirando, se comportando de forma estranha. Até que Sam deu um grunhido irritado e ela se afastou, parecendo contrariada.

—Ei! Para de grunhir pra ela! –Reclamei. –O que ele disse Edward?

—Ele deu uma ordem para que Leah se afastasse de você.  –Edward explicou, parecendo animado com aquela novela. –Mas ela não está feliz. Ela continua repetindo que tem alguma coisa em você que está atraindo ela.

Então Sam rosnou para Edward.

—Tem a ver com ele, não posso não explicar, sabe? –O vampiro respondeu para o que quer que Sam havia dito, erguendo as mãos para o alto em rendição.

Revirei os olhos. 

—Carter! –A voz do meu pai soou como um trovão.

Ele tinha o cenho franzido e os lábios apertados. Não parecia nada feliz.

—Pai? –Olhei para ele, confuso.

Meu pai olhou de Leah para mim e suspirou tristemente, então virou as costas e foi andando para a floresta.

— Amanhã nós estaremos aqui de novo. Vamos embora por agora. –Falou ele.

Sem entender bem a reação dele eu simplesmente acenei que sim com a cabeça. Virei para olhar Leah uma última vez, antes de virar às costas e seguir meu pai de volta para casa.

O imprinting não havia acontecido e aquilo era estranhamente incômodo, alguma coisa dentro de mim estava mais decepcionada do que eu gostaria de admitir.

Eu conhecia Leah há bastante tempo. Mais velha que eu uns quatro anos, eu já a tinha visto muitas vezes quando andava em Forks ou até mesmo nas poucas visitas em La Push. Quando menor ela havia visitado minha casa com a mãe dela, Sue Clearwater, algumas vezes. Quer dizer, eu sempre a achei bonita, claro, mas não desse jeito. Eu nunca pensei nela de forma romântica até a Erika falar que iriamos ter um imprinting.

No início eu tentei pensar se nós dois podíamos funcionar e me encontrei gostando dessa ideia. Nas últimas semanas eu esperei ansioso que ela se decidisse e fosse atrás da carta que Erika falou que deixou com Embry. Eu questionei, discretamente, é claro, a minha mãe sobre tudo o que ela sabia sobre Leah. Somente naquele momento eu percebi que queria que Leah tivesse um imprinting por mim. Por que eu estava interessado nela. Eu estava apaixonado.

Oh, merda. Eu estava mesmo apaixonado por ela.

Mas... Não aconteceu.

E isso foi realmente uma merda, por que agora eu não sabia o que fazer com esse sentimento dentro de mim.

Droga.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
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