O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 23
Amigo dos Quileutes


Notas iniciais do capítulo

Bom, os próximos capítulos serão narrados pelo Carter, vão ser uns cinco ou seis, então vai demorar um pouco para voltarmos até a Erika. Mas prometo que não vai nem fazer falta gente, o Carter é maravilhoso, vocês vai se apaixonar mais ainda por ele.
Câmbio e desligo



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Capítulo 22

 

Carter

A formatura estava sendo um saco. Desde que Erika foi embora as coisas pareciam cada dia mais monótonas, mesmo com a vovó presente.

Suspirei.

No final eu estou apenas com saudades dela.

—Carter McRae. –A voz do diretor me chamou.

Levantei para pegar o diploma, ciente que o nome em seguida seria o da minha prima. Peguei o papel, mostrei para o público e andei dois passos no palco ouvindo as palmas, quando o diretor falou:

—Erika McRae.

Parei e olhei para ele, estiquei a mão, pedindo o diploma. Entendendo que eu seria o representante dela esta noite, o diretor sorriu e me entregou o papel. Mais uma vez levantei em direção ao público, olhando para onde minha família estava, e levantei o diploma. Ela não estava aqui, mas aquela festa também era dela.

Quando a festa acabou a maior parte dos alunos estava indo para restaurantes com as famílias. Papai me convidou, mas eu neguei com a cabeça.

—Não tem graça sem ela. –Falei.

Entendendo que eu não estava no clima para comemorar, fomos todos para casa.

—Ela está bem, filho. –Meu pai falou quando entramos no carro.

Foi então que eu notei algo passar rápido do meu lado esquerdo. Virei o rosto e foi como se eu pudesse ver Edward Cullen e Alice Cullen correrem em câmera lenta, expressões preocupadas, em direção à estrada. Uma visão que tenho certeza que ninguém conseguia ver além de mim. Talvez o meu pai.

Isabella também parecia preocupada durante a formatura, mas uma vez que eu estava mais preocupado com a Erika, não prestei muita atenção. Recriminei-me mentalmente, Erika havia pedido que eu cuidasse da amiga dela e eu estava me afundando em tristeza e preocupação.

Hoje eu realmente não estava em clima para festa, mas me lembrei que mais tarde haveria uma festa na casa dos Cullens. Em teoria a festa seria dada pela Bella, mas todos sabiam que na verdade era da Alice, ela havia convidado a cidade toda, então isso queria dizer que eu estava no pacote também. E desde aquele dia em que os Volturi invadiram minha casa eu fiquei com dúvidas sobre como meus poderes reagiam a vampiros e também como vampiros reagiam a meus poderes. Bom... Seria uma boa para saber como estavam as coisas e sanar as minhas dúvidas.

Mais tarde naquela noite coloquei uma roupa mais arrumada, dobrei as mangas da blusa até o cotovelo e usei um sapato, só para variar um pouco. O pai da Erika passou pela porta do meu quarto e voltou, me olhando com as sobrancelhas arqueadas.

—Achei que não estava no clima para comemorar... Vai sair? –Questionou ele.

—Vou a festa dos Cullens. –Respondi enquanto arrumava o cabelo em frente ao espelho.

—Nos Cullens? Não é a festa da amiga da Erika?

—Sim. –Concordei com a cabeça. –Uma vez que a Erika não está, achei melhor ficar de olho. Principalmente com os assassinatos em Seattle e os Volturi ao redor. Ir diretamente até o vampiro mais perto é a melhor ideia para saber das novidades.

Tio Dandy riu e acenou afirmativo com a cabeça.

—Acha que sua mãe vai reclamar? –Ele perguntou.

Dei de ombros como se não me importasse realmente.

—Talvez ela reclame, mas então eu já terei ido.

Peguei a camisa que estava usando antes e havia deixado na cama, mas meus olhos foram atraídos para a carta que Erika havia deixado para mim e permanecia aberta, em cima do criado mudo. Nela falava sobre Leah e sobre me permitir, coisas assim. No fundo, desde que ela havia falado sobre o imprinting com Leah, eu não conseguia parar de pensar nisso.

Leah... Balancei a cabeça para tirar meus pensamentos disso e passei pelo pai da Erika para sair do quarto.

—Boa festa. –Ele disse.

—Valeu, tio.

Com o celular em um bolso e a carteira no outro, eu coloquei o capacete e fui em direção a minha moto. Mas exatamente antes de liga-la o celular vibrou. De modo automático puxei do bolso e coloquei junto à orelha dentro do capacete.

—Fala.

—Hey Carter. –A voz de Lauren soou do outro lado

Fiz uma careta. Droga, eu devia ter olhado antes de atender. Prevendo que iria demorar, tirei o capacete e respirei fundo, pedindo paciência aos espíritos.

—O que você quer, Lauren? –Perguntei.

—Eu queria saber se você vai até a festa dos Cullens. –Ela disse.

—Sim, vou sim.

—Legal! O pessoal se juntou para irmos todos no Suburban de Mike, assim chegaremos juntos. –Falou como quem não queria nada. –O que você acha?

—Acho uma ideia ótima. –Respondi.

—Então passamos aí daqui a meia hora pra te buscar!

—Não, valeu, eu vou de moto.

—...

O silêncio do outro lado denunciava a decepção dela.

—Se era só isso, tenho que ir. Nos vemos na festa.

Ela suspirou.

—Okay... Te vejo lá.

Desliguei o celular antes que ela falasse algo mais. Ótimo, agora teria que fugir da Lauren a festa inteira. Olhei para minha casa pensando se não era melhor deixar tudo isso para lá e ter uma boa noite de descanso. Em seguida lembrei-me de Erika, pedindo que eu protegesse sua melhor amiga.

Ou ficava em casa ou irritava a Erika... Suspirei desistindo.

Ah, droga, estava sentindo que no final dessa noite eu iria me arrepender de não ter escolhido a primeira opção.

—--

Quando estacionei na frente da casa dos Cullens, o lugar já aparentava ter algumas pessoas, um suburban, que imaginava ser a que Lauren havia falado, estava do lado de fora também, assim como alguns carros.

Desci da moto guardando a chave no bolso, fui em direção a entrada da casa, mas estanquei na porta, em choque. A sala bonita e cheia de sofás dos Cullens havia se transformado em uma pista de dança, como uma Rave cheia de luzes piscantes jamais vista por essas bandas. Olhei de um lado para o outro, surpreso com tamanha mudança, quando Isabella passou andando um pouco mais a minha frente, sendo seguida por Jéssica, enquanto tentava claramente fugir da mesma. Vendo o desconforto dela eu me adiantei e a segurei pelo braço.

—Hey Bella. –Falei.

Ela parou com os olhos brilhando em agradecimento. Vendo que Bella tinha se ocupado comigo, Jéssica arregalou os olhos e correu em outra direção, por certo para avisar a Lauren que eu havia chegado.

Bella olhou para trás vendo Jéssica sumir de vista e suspirou aliviada.

—Obrigada, Carter.

—Não me agradeça ainda, vai ter que me ajudar a fugir da Lauren quando Jéssica finalmente alcança-la. –Falei num tom de voz assustado.

Ela sorriu, mas o sorriso não chegava aos olhos dela. Parecia forçado. Bella estava preocupada com algo.

—Tudo bem, já chega. Agora me diga o que está acontecendo. –Pedi.

Ela me olhou confusa.

—O que você quer dizer?

—Vamos lá, Bella. Você, Edward e Alice tem estado preocupados o dia todo. Eu notei sabe? –Falei cruzando os braços. –Estou de olho em você desde que Erika foi embora. Eu sei que está acontecendo alguma coisa.

Isso pareceu aborrecê-la.

—Eu não tenho cinco anos, Carter! Erika não precisava pedir que você fizesse isso.

Mas o seu argumento foi partido na metade quando ela pareceu ver alguma coisa atrás de mim, por que sua expressão se iluminou e ela me deixou ali de pé, enquanto corria em direção à cozinha. Surpreso, eu a segui.

Na cozinha estava Alice. O rosto sem expressão, segurando no batente da porta como se não conseguisse se firmar em suas próprias pernas e precisasse de apoio. Uma visão. Eu reconhecia os sinais, era muito parecido com como acontecia com Erika. Eu corri para segurá-la, minha mão em contato com a pele gelada do seu braço. Foi apenas um instinto, uma vez que eu sabia que ela não precisava de ajuda realmente. Bella e eu a ladeamos, preocupados.

—O que foi? O que você viu, Alice? –Bella questionou.

Mas a vampira não respondeu. Ela continuava olhando para o nada, quando a campainha tocou.

—Quem convidou o lobisomem? – ela segurou Bella, reagindo pela primeira vez.

A minha cabeça resgatou de repente a informação de que Alice não conseguia ver através da matilha. O mal humor dela fez sentido.

Olhei para Bella que fazia cara feia.

—Culpada. –Respondeu.

—Bem, então você cuide disso. Tenho que conversar com Carlisle.

E no segundo seguinte ela se soltou do meu agarre e saiu pela porta da cozinha num movimento leve e gracioso.

—Não, Alice, espere! – Bella tentou segurá-la, mas o movimento dela de levantar a mão pareceu infinitamente lento, como se ela fosse uma preguiça, se movendo devagar. Quando a mão dela chegou onde Alice estivera a vampira já havia sumido há muito tempo. -Droga! –Bella cuspiu.

Olhei surpreso para ela, que olhava de um lado a outro, procurando Alice. Foi quando finalmente percebi... Não era Bella que estava lenta, mas a minha visão que conseguia acompanhar o movimento da vampira. Meus olhos estavam cada vez mais rápidos.

—Então... Nada aconteceu hein? –Falei com ironia.

Ela virou o rosto em minha direção, fazendo uma expressão emburrada.

—Como você deve ter notado, sim, aconteceu algo. Mas eu não sei de tudo, por isso preciso achar Alice! –Ela respondeu olhando por entre as pessoas, buscando um sinal da vampira.

Enquanto isso a campainha continuava tocando de forma insistente. Bella foi em direção a sala e a segui, curioso com o que estava acontecendo, mas ao invés dela ir abrir a porta como pensava que faria, ela se virou na direção contrária, indo para a escada. Só que quem estava do lado de fora ficou cansado de esperar, Jacob abriu a porta e entrou sem esperar convite.

—Hey, Bella! –Ele levantou a mão para a garota.

Bella olhou para ele e fez uma careta, Embry e Quill estavam lá também, os dois estavam olhando o lugar com uma cara de nojo. Aparentemente lobisomens achavam vampiros fedorentos.

No fim, Bella não o cumprimentou de volta, ela simplesmente acenou um adeus e entrou no meio das pessoas, bem entre duas pessoas de costas, eram Conner e... Droga.

Lauren virou para olhar quem a empurrava e me viu.

—Carter!

Franzi o cenho e, ignorando-a, virei para onde estavam Quill e Embry, este permanecia na porta, meio corpo para fora, como se estivesse pronto para fugir. Jacob a muito já havia ido atrás de Bella.

—Hey, Embry. –Cumprimentei levantando a mão.

O garoto sorriu e esticou a mão para que eu batesse e em seguida fizemos um soquinho.

—Hey Carter. E aí? Alguma notícia?

Eu sabia do que ele falava, claro. A única coisa que ligava nós dois.

Erika.

—Ainda nada. Mas parece que não vamos ter muito tempo para nos preocuparmos com isso. Tem alguma merda acontecendo que Bella e os Cullens estão escondendo. Estava tentando arrancar dela quando vocês chegaram. –Expliquei.

—Algo grande? –Ele perguntou.

—Acho que sim. Acho que tem algo a ver com os assassinatos em Seattle e também aquele vampiro estranho que invadiu a casa da Bella outro dia, lembra? –Falei.

Embry acenou de forma afirmativa, eu quase podia ver os neurônios dele queimando com as meias informações. Mas antes que pudéssemos falar sobre mais alguma coisa, Lauren, equipada com Jéssica e Samantha uma de cada lado, se aproximou de nós.

Tive que respirar fundo e pedir paz interior.

—Hey Carter. –Ela disse, sorrindo.

—Hey... –Respondi meio a contragosto.

—Não vai nos apresentar os seus amigos? –Jéssica perguntou, sorrindo brilhantemente na direção de Quill e Embry.

—Ambos são comprometidos, meninas. –Falei com o cenho franzido.

Samantha deu uma risadinha.

—Não que nos importemos muito.

Arqueei a sobrancelha.

— Eu não suporto traição, então EU me importo. Um deles é namorado da minha prima, então me importo ainda mais... –Virei para Lauren. –Sentiu a diferença?

Lauren virou o rosto para olhar de forma mortal para a amiga, que parecia desconfortável.

—Ela estava brincando, Carter. –Lauren tentou remediar.

—Voltem para onde o resto do pessoal está... Não há nada para vocês aqui meninas. –Olhei para minha ex-namorada seriamente. –Para nenhuma de vocês.

Jéssica e Samantha olharam para Lauren que me encarava ofendida.

—Fala sério, Carter! O colégio acabou, a gente pode não se ver mais tão cedo, não quero que acabemos desse jeito. –Ela disse.

—Nós já acabamos Lauren. –Respondi.

Ela abriu a boca, balbuciou algumas palavras sem realmente dizer nada e por fim virou as costas, indo embora e deixando as amigas para trás. As outras a seguiram depois.

Embry e Quill me encaravam com olhos arregalados.

—Que foi? –Perguntei.

—Você é cruel. –Quill falou num tom bem humorado.

—Só com quem merece. –Dei de ombros.

Os dois riram, não me achavam realmente cruel e estavam claramente agradecidos por eu ter dispensado as garotas sem precisar que eles dissessem nada. Eles eram lobos muito bem associados aos seus respectivos imprintings, era óbvio que não queriam mais ninguém. Eu podia ter sido um pouco cruel, mas foi melhor desse jeito.

Foi nesse momento que ouvimos a voz de Jacob. Os três, Embry, Quill e eu, olhamos automaticamente para a direção onde Bella e Jacob conversavam. O garoto levantou o braço e nos chamou.

—Vamos. –Embry disse, batendo no meu ombro e no de Quill.

Nós fomos em direção a cozinha onde eles estavam, mas na metade do caminho J.D. apareceu e me segurou pelo braço.

—Hey Carter, te achei!  Estava te procurando, o pessoal perguntou por você. –Ele disse soando animado.

Olhei na direção onde ele apontava, um grupo de caras, meus amigos, acenava me chamando para ir até lá curtir a festa com eles. Olhei para Quill e Embry que pararam para me esperar e me olhavam com expectativa.

Voltei a olhar para o meu grupo de amigos da escola. Parecia uma escolha simples... Mas não era.

Eu podia simplesmente jogar toda essa merda para o ar e ir beber alguma coisa com os caras, Erika nunca ficaria com raiva de mim por isso, eu sabia. Ela nunca me colocaria ou me obrigaria a fazer algo que eu não quisesse, ficaria um pouco decepcionada, mas isso passaria. Com certeza os Cullens e os Quileutes conseguiriam resolver o que quer que estivesse errado e eu poderia viver minha vida normalmente, sem ter ideia de que eles salvaram minha vida.

Beber e me divertir como um adolescente irresponsável ou ir até Jacob e Bella e descobrir o que está errado para resolver tudo... Para proteger os amigos da Erika. E os meus.

Parecia uma escolha simples, mas não era.

Bati no ombro de J.D. com um sorriso no rosto.

—Desculpa J.D., eu tenho algo para resolver com os caras. –Apontei para Embry e Quill.

—Não sabia que era amigo dos Quileutes. –J.D. falou com uma expressão estranha.

Olhei de volta para os dois e em seguida respondi J.D.

—Eu sou.

Embry acenou com a cabeça e sorriu, parecendo aprovar minha resposta.

Acenei em despedida para J.D. e meus amigos humanos. Por muito tempo eu fui aquele que sabia sobre o sobrenatural, eu fui aquele que observava as coisas acontecerem e não podia ajudar. Agora eu tinha poder para fazer alguma coisa.

O tempo de impotência não era algo que eu sentia falta. Erika confiou em mim... Eu faria qualquer coisa por ela. Inclusive proteger as pessoas que ela ama quando ela não pode fazer isso.

“...até que o último de seus inimigos caia e sobrem apenas amigos”

Essa foi a promessa que fiz. E que iria cumprir.

—Vamos.


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA! Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
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