O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 2
Segredos revelados


Notas iniciais do capítulo

Minha mão ta melhor!
Por isso capítulo novo, recheado de tretas e muitos segredos que todo mundo tava afim de descobrir!
Espero que gostem.



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Capítulo 1

—Não pode simplesmente atacar o seu pai desse jeito. –Carter reclamou. –Ele ainda é o seu pai.

Bufei me jogando na cama.

—Certo, certo. Carter, posso ficar sozinha? –Perguntei.

Ele me encarou por uns segundos e então negou com a cabeça como se me censurasse por ser teimosa, mas saiu do quarto em seguida. Virei na cama ficando de lado e olhando para a janela, me lembrar daquele dia ainda fazia com que lágrimas viessem aos olhos.

—--                                       

Quando o meu pai chegou eu realmente fiquei surpresa com a visita.

—Poxa, por que não me avisou que estava vindo? –Perguntei quando o ajudei a tirar o casaco molhado.

—Foi... Uma viagem de última hora. –Ele disse nervosamente enquanto tentava esquentar as mãos esfregando uma na outra.

—Dandy! –A voz de Tia Jasmine soou animada.

Então um vulto passou por mim e se jogou nos braços do meu pai.

—Jasmine! –Ele falou tão animado quanto ela, levantando tia Jasmine pela cintura e girando.

Então Tio Connor, Carter e Embry vieram ver o que acontecia.

—Dandelion! –Tio Connor veio sorrindo receber o cunhado.

—Por Deus Connor, me chame de Dandy, você sabe que odeio meu nome. –Meu pai falou segurando Tia Jasmine pela cintura.

—Tio Dandy! –Carter veio abraça-lo.

Meu pai segurou Carter com carinho e o afastou levemente para olhar para ele todo.

—Meu Deus! A última vez que lhe vi estava batendo na minha cintura... Agora é um homem feito. –Falou emocionado.

—Está bem, está bem, afastem-se dele, me deem espaço! –Pedi animada empurrando-os e peguei a mão do meu pai. –Vem pai, tem alguém que eu quero te apresentar.

O puxei pela mão em direção a Embry que me esperava na sala, ele parecia um pouco nervoso. Coloquei os dois frente a frente e fiquei ao lado do lobo.

—Pai, esse é o Embry... –Falei.

—Muito prazer. -Meu pai sorriu, deixei que os dois apertassem as mãos para poder soltar a bomba.

— ...Meu namorado.

O sorriso do meu pai sumiu e ele me encarou sério.

—Erika. Precisamos conversar. –Ele avisou.

Suspirei, preocupada com aquela reação, e virei para Embry.

—É melhor você ir.

Ele acenou que sim com a cabeça e eu o puxei em direção a porta. Mas antes de ir ele virou para o meu pai.

—A única coisa que eu quero é fazê-la feliz, nada mais me importa. –Ele falou seriamente.

Meu pai sustentou seu olhar e sorriu de lado.

—É só o que me importa também. –Ele respondeu.

Abri a porta e Embry passou por ela, ficamos no alpendre nos olhando intensamente.

—Te vejo amanhã? –Perguntei.

—A gente vai mesmo se ver?

—Por que? Já está desistindo filhote? –Questionei divertida.

Ele sorriu.

—Eu jamais desistiria de você Erika, mas o seu pai não pareceu muito feliz com nosso namoro. –Falou. –E não me chame de filhote.

Soltei uma gargalhada.

—Okay, pode deixar que me resolvo com ele. A gente se vê amanhã.

—Certo.

Ele se despediu com um beijo e correu para a chuva, tirando a blusa no caminho. Na orla da floresta ele virou e acenou em despedida então entrou nas árvores. Entrei novamente em casa, irritada.

—Okay, o que foi aquilo?  -Perguntei parando em frente ao meu pai.

Ele estava sentado na poltrona da sala olhando fixamente os papeis com as histórias da família que estavam espalhados no chão. Seus olhos vieram lentamente até meu rosto. Notei Tia Jasmine puxando Tio Connor e Carter para o segundo andar, para nos deixar sozinhos.

—Erika... Eu preciso falar sobre sua mãe.

Travei.

—O que?

Tudo o que eu sabia sobre a minha mãe era que meu pai e ela haviam se conhecido na Irlanda. Nada mais. Por isso aquilo era tão estranho.

—Por que você quer falar sobre ela agora? –Perguntei.

Ele suspirou.

—Sua tia me mandou uma carta contando sobre o coração do guerreiro. –Ele disse olhando para o nada. –Eu nunca imaginei que você... Mas só podia ser você... Minha menina...

—Pai, eu não consigo entender nada. –Falei sentindo vontade de chorar.

Tudo o que eu mais quis no mundo era saber sobre a minha mãe.

Ele se levantou da poltrona ficando em frente a mim, segurou meu rosto com carinho.

—Sua mãe é a única que pode te ajudar a achar Serafine. –Ele falou. –Por que ela é uma sereia também.

O significado daquilo demorou a penetrar no meu cérebro, simplesmente por que a ideia de que a minha mãe seja uma sereia não fazia sentido algum.

—Pai, o senhor está louco? –Perguntei afastando suas mãos de mim. –Minha mãe não pode ser uma sereia.

—Por que não? -Ele perguntou.

—Por que um humano e uma sereia jamais poderiam ficar juntos! –Respondi. -E quanto mais terem uma filha!

—Dois filhos. –Ele disse cruzando os braços.

—Agora eu tenho uma irmã?

—Irmão. –Ele corrigiu.

—O que?! –Guinchei.

—Erika... Eu conheci sua mãe na Irlanda. Ela sentiu que eu tinha sangue de sereia dentro de mim. –Ele falou tentando se aproximar, mas eu me afastei. –Nos apaixonamos.

—E como diabos eu nasci?! –Perguntei chocada. –Por Deus, não me diga que ela também pediu aos espíritos para ter pernas por um dia!

—Não. –Ele disse. –Eu que pedi para ter cauda.

Arregalei os olhos.

—O senhor está falando sério?

Ele acenou que sim.

—Sua mãe é uma sereia. –Respondeu firme.

Então ele me contou toda a história sobre como eles se conheceram numa tarde na praia numa de suas corridas matinais. Ela ficou surpresa quando meu pai não caiu no canto da sereia e que, além disso, não achasse que uma sereia fosse tão impressionante. Depois disso ela voltava todos os dias para olha-lo de longe quando ele caminhava.

Os dois se tornaram amigos e depois se apaixonaram.

Ela ofereceu transforma-lo em selkie para que os dois pudessem ficar juntos, mas meu pai não pôde aceitar, pois foi na mesma época em que Tia Jade morreu e ele teve que voltar para os Estados Unidos. Mas na noite antes da viagem ele fez um pedido aos espíritos, pediu que eles o ouvissem como ouviram Serafine e o presenteassem com uma noite junto a mulher que amava.

Então ele ganhou uma cauda e os dois puderam finalmente ficar juntos, no dia seguinte ele viajou com juras de voltar em breve para que os dois pudessem ficar juntos.

Dois meses depois ele voltou para a Irlanda para procurar minha mãe, mas ela não apareceu mais e durante oito meses ele esperou. Quando ela finalmente apareceu trazia consigo dois pacotinhos enrolados em algas do mar. ‘Vocês eram as coisas mais lindas que já vi na minha vida’ ele disse já chorando por causa das lembranças. Aparentemente ela havia ficado grávida... Típico. Será que meu pai não conhecia camisinha?

Ele contou que eu tinha um irmão gêmeo... Um. Irmão. Gêmeo. Dá para acreditar nisso? Era tão louca aquela história que só podia ser verdade! Mas enquanto eu havia nascido com pernas o meu irmão tinha uma cauda, por isso não podia sair do mar. Minha mãe estava feliz contando que apesar de ter pernas eu podia respirar embaixo d’água e esperava que minha cauda crescesse em breve e que meu pai se tornasse um selkie para sermos uma família.

Mas o meu pai sabia que isso não ia acontecer, eu tinha nascido com pernas por que era uma descendente direta de Serafine e precisava ficar em terra para aprender a controlar meus poderes com as minhas tias. Eu precisava cumprir a missão pela qual havia nascido.

—Ela não queria deixar você ir... –Ele falou. –Queria ter a menininha dela ao seu lado.

Àquela altura da história meu rosto já estava molhado pelas lágrimas.

Minha mãe havia me deixado com o meu pai e levado meu irmão com ela, com a promessa que nós pudéssemos nos reencontrar novamente quando eu tivesse cauda e ser uma família de verdade. Então meu pai me trouxe para os Estados Unidos.

E tudo finalmente fez sentido, do por que eu era tão poderosa e tinha mais dons do que o normal, por que ao me transformava em sereia precisava me alimentar enquanto minha avó e minhas tias nunca precisaram. Por que eu era muito mais sereia do que o resto da minha família.

E eu estava tão feliz de saber que eu tinha mãe! Tudo estava tão bem! Eu e meu pai ficamos abraçados por minutos, chorando no ombro um do outro... Até que ele me afastou levemente e me olhou sério.

—Ainda tenho outra coisa para contar. –Falou limpando as lágrimas.

—O que? Tenho outra tia também? –Brinquei rindo um pouco.

—Se fosse só isso... –Respondeu sombrio.

Franzi o cenho.

—O que houve?

Ele me puxou até o sofá e me sentou ficando ao meu lado, segurou a minha mão com força.

—Erika...

—Pai, está me assustando. –Falei com a voz tremida.

—Theo veio me visitar há uns meses. –Ele disse.

Soltei minhas mãos das suas e levantei num pulo.

—Por que está falando desse cara? –Perguntei. –Achei que tínhamos feito uma promessa de nunca mais tocar no nome dele.

—As coisas mudaram Erika. –Ele disse.

Passei a mão nos cabelos os colocando para trás, nervosa.

—O que ele queria? –Perguntei.

—Não sei bem, mas ele deu a entender que... –Ele parou um momento. –Talvez...

—Talvez o que?

—Erika...

—Talvez o que pai?! –Gritei.

—Talvez ele esteja vivo.

Coloquei a mão na barriga por reflexo, lágrimas de mágoa vindo aos meus olhos.

—É impossível! –Sussurrei. –Eu o segurei nos braços, estava morto!

—Ele deu a entender que...

—Eles o trocaram? –Minha voz afinou no final da pergunta, a perspectiva de que aquilo tivesse mesmo acontecido me deixando fraca.

—Sim. –Ele confirmou.

—Quando Theo foi vê-lo? –Questionei.

—Um mês depois que você saiu do hospital. –Contou.

Fiz as contas na minha cabeça.

—Mais de um ano! –Guinchei. –MAIS DE UM ANO!

—Erika...

—Faz mais de um ano pai! E você não achou que fosse relevante me contar isso?!

—Eu não tinha certeza que ele falava a verdade! –Explicou. –Não queria te dar falsas esperanças, você ficou tão mal depois de tudo aquilo. Não queria eu tudo ficasse pior.

Ele se levantou para me abraçar.

—NÃO É JUSTIFICATIVA! –Gritei me afastando dele.

—Eu sei. –Ele disse paciente. –Me desculpe.

—Por que só agora? –Perguntei.

—Por que Theo havia sumido depois daquilo e eu finalmente consegui encontra-lo... Tenho que ter certeza de que ele não estava apenas blefando.

—Você não podia ter escondido isso de mim... Não podia. –Falei magoada.

Eu virei as costas o deixando na sala sozinho e corri para o quarto. Lá Carter me esperava sentado na cama, eu corri para os seus braços e ele me abraçou forte.

—--

Desde aquele dia eu e meu pai mal nos falávamos e o clima sempre ficava pesado quando ficávamos no mesmo cômodo.

Eu ainda não havia conversado com Embry sobre o meu pai e tudo o que ele tinha me dito. Eu tinha que descobrir um jeito de contar toda a história, mas ele também andava tão ocupado com a matilha que não tivemos muito tempo de parar e conversar essa semana. Com os Cullens de volta à cidade, para a surpresa de todos, Leah Clearwater, filha de Sue, explodiu num lobo gigante na cozinha de casa. E Jared teve um imprinting por uma garota da escola, nada que não seja novidade, já que meses antes eu havia visto isso acontecer.

E havia também os assassinatos em Seattle, Tio Connor torcia o nariz para o jornal e sussurrava ‘recém-nascido’ quando lia as notícias. Tia Jasmine explicou que os assassinatos tinham o perfil de ataque de um vampiro transformado recentemente por isso Tio Connor ficava tão incomodado, ele não tinha boas experiências com recém-nascidos pelo que parecia.

Meu pai havia recebido um telefonema três dias depois que chegou, seu contato na Irlanda havia mandado um recado sobre a minha mãe e pelo que parecia ela estava vindo para La Push pelo mar, para me ver... Finalmente.

Me cobri melhor com o lençol e me encolhi em mim mesma com o objetivo de ficar tão pequena que nada de ruim pudesse me machucar novamente. Coloquei a mão na barriga, um velho costume que a visita do meu pai trouxe de volta e comecei a chorar baixinho. Quando eu finalmente estava feliz a vida tinha que se encarregar de me dar a devida rasteira.

Por que nada na minha vida era fácil.

—--

A situação não era das melhores e ainda havia outra coisa para se pensar: A escola estava terminando.

Eu não tinha certeza de como me sentia sobre isso, principalmente por que eu nunca fui muito a escola. Mas foi lá que eu conheci Bella, Angela, os meus amigos. Eu só notei que tudo estava terminando mesmo quando Tia Jasmine apareceu no meu quarto e jogou uma pilha de formulários no colo de Carter para que nós dois assinássemos.

—Por que isso? –Perguntei girando a cadeira de rodinhas em frente ao meu computador.

—Universidades. –Ela disse.

Empurrei a cadeira até a cama onde Carter estava sentado e puxei uma das folhas observando as perguntas.

—Não tenho certeza de que poderei cursar uma universidade. –Falei. –Não tenho certeza nem se estarei viva até o não que vem!

—Erika. Não podemos parar nossas vidas por causa dessa história. –Tia Jasmine me repreendeu.

—Bom, não custa nada escrever, não é? –Carter respondeu.

Desde aquele dia nós não falamos mais disso, até que a primeira carta chegou.

—Hey Erika! –Tio Connor levantou uma carta para mim quando entrei na sala.

Arregalei os olhos.

—É o que eu estou pensando? –Perguntei estranhamente nervosa.

Ele acenou que sim com a cabeça, sorrindo.

Fui em sua direção, Tia Jasmine apareceu na sala com um pano de prato no ombro e se encostou na parede, Carter que descia as escadas parou na metade me observando, meu pai estava na sala com Tio Connor e me encarava com um sorrisinho de lado irritante.

Puxei a carta das mãos dele, o nome Universidade da Flórida em azul escuro, e rasguei o lacre na pressa, abri a carta passando os olhos pelo papel.

—E então? –Carter perguntou, ansioso.

Levantei a cabeça em sua direção.

—Passei. –Falei sem expressão.

—Parabéns! –Tia Jasmine veio em minha direção me dando um abraço.

Eu o retribui meio mecanicamente. Em seguida sentei no sofá encarando a carta sem realmente estar vendo nada.

—O que foi Erika? –Carter perguntou sentando ao meu lado.

—É que... Eu nunca pensei realmente que ia passar. –Falei.

—Como não? Suas notas são perfeitas! –Tio Connor disse, chocado.

—Não. Não é isso. É que eu não me imaginei indo para a universidade depois de...

Suspirei. Olhei para Carter.

Me surpreendi de estar me sentindo daquele jeito. Eu realmente queria ir para a universidade! Queria estudar e me tornar uma profissional. Queria um futuro. Mas ainda havia tantas coisas para levar em conta. A minha missão, os Volturi, minha mãe, meu pai e suas suposições sobre Theo... E Embry.

—Você não precisa pensar nisso agora. –Meu pai falou. –Posso conversar com a universidade e fazer com que eles esperem um pouco até tudo estar resolvido.

Não respondi, mas acenei positivamente com a cabeça.

Não era o momento de pensar naquilo.

—--


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo



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