O Espirito do Lobo escrita por Sensei


Capítulo 13
Irmã


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Pra falar a verdade o capítulo é bem paradinho, só mostrei a adaptação de Erika e Shamrock um ao outro, mas joguei um mistério pra vocês que tenho certeza vai deixar você curiosas! kkkkk



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Capítulo 12

Quando chegamos em casa o lugar parecia animado, eu podia ouvir a voz de Tia Jasmine no andar de cima aos gritos com o meu pai, esse parecia estar as nuvens. Tio Connor falava no telefone com alguém e Carter estava na sala rindo ao ouvir a mãe dele pirando com as novidades.

—Essa aqui é a casa da Tia Jasmine. –Expliquei abrindo a porta e chamando Rock para dentro. –Nós estamos vivendo todos juntos por enquanto assim tia Jasmine pode me ensinar todas as coisas sobre as Damas da Água.

—Eu posso fazer isso agora. –Rock falou entrando e olhando tudo ao redor. –Quem melhor para te ensinar a ser um peixe do que outro peixe?

Bom, aquela opinião fazia completo sentido, mas decidi por uma resposta diplomática.

—A gente pode pensar sobre isso.

Ele sorriu.

—Você que sabe, está no seu ambiente natural Erika e eu não.

—Você é literalmente um peixe fora d’água. –Eu ri.

—Por isso você tem que me ensinar a ser humano e eu prometo que vou te ensinar a ser uma sereia quando você for morar comigo. –Falou.

Estanquei.

—O que você quer dizer com isso? –Perguntei.

Ele pareceu confuso.

—Mamãe disse que quando você criasse cauda iria para o mar junto com o nosso pai e seriamos uma família. –Ele explicou. –Você não sabia?

Aquilo me pegou de surpresa. Eu não podia ir viver no mar, eu tinha o Embry, Carter, Tia Jasmine, Tio Connor, a Bella... E o meu bebê. A terra estava entranhada em mim, fazia parte do que eu sou. Eu não podia abandonar isso.

—Não vamos falar sobre isso agora, está bem Rock? –Pedi.

—Você não sabia, não é? –Ele perguntou.

—ROCK! –A voz do meu pai chamou descendo a escada.

Rock virou sorrindo, o assunto imediatamente esquecido.

—Oi pai. –Falou.

Meu pai correu em sua direção e o envolveu num abraço.

—Meu filho. –Ele disse com um tom orgulhoso e segurou o rosto dele. –É um homem feito... Perdi tanto da sua vida...

—Não foi nada muito interessante. –Ele respondeu dando de ombros. –Quando eu era um peixinho fui do tipo quieto.

Rock parecia estar lidando com isso muito melhor do que eu, simplesmente não sabia como lidar com o fato de que minha mãe estava ali por perto.

Pelo resto da noite Rock conheceu a família, Tia Jasmine estava encantada por ele, Tio Connor parecia feliz, ele sempre foi do tipo que gostava de famílias grandes, Carter parecia curioso e levemente desconfiado, mas não era mal educado, parecia disposto a dar uma chance ao garoto, enquanto meu pai simplesmente queria saber tudo sobre a vida dele.

Quando Rock já estava bocejando Tia Jasmine encerrou a sessão nostalgia e mandou todos nós para a cama.

Fizeram uma espécie de acampamento no meu quarto já que Rock dormiria lá e Carter decidiu que não ia me deixar sozinha com ele, então depois de tomar um banho – onde tivemos que explicar como funcionava o chuveiro – Rock acabou se deitando num colchão entre o pé da minha cama e o colchão onde dormia Carter, esse então só precisou encostar no travesseiro e dormiu.

Rock riu quando Carter soltou um ronco particularmente alto.

—Vocês humanos são estranhos. –Ele disse. –É divertido.

Eu sorri.

—É muito diferente lá em baixo? –Perguntei baixinho para não acordar o Carter.

Ele acenou que sim com a cabeça.

—Você não tem ideia.

—Me conta. –Pedi.

Ele se arrumou no colchão virando em minha direção. E eu dormi não muito tempo depois, ouvindo a voz dele me contando histórias do fundo do mar.

—--

O sai seguinte era dia de aula, Carter teve que ir, mas papai me deixou ficar em casa para ajudar o Rock.

—O que é escola? –Ele perguntou quando meu pai saiu do quarto.

Tínhamos acabado de acordar e era possível ouvir Carter e Tia Jasmine discutindo no andar de baixo.

—É o lugar onde os adolescentes vão para aprender coisas que provavelmente nunca mais usarão em sua vida, mas é necessário para viver em nossa sociedade. –Expliquei.

Ele fez uma careta.

—Não parece nada legal. Eu vou ter que ir para a escola? - Ele questionou.

—Você pretende viver em nossa sociedade? -Perguntei.

—Não.

—Então não vai precisar da escola.

Sorri.

Ele sorriu de volta, mas seu rosto tomou uma expressão envergonhada quando sua barriga roncou.

—Estou com fome. –Falou, seu rosto ficando vermelho.

Eu ri.

—Vamos, Tia Jasmine está fazendo algo para comermos. -Levantei da cama e fui até ele, mas Rock estava com uma expressão estranha. –O que foi? Não come comida humana?

Ele negou com a cabeça.

—Não é isso. Já comi comida humana antes, mas... –Ele estava receoso. –Não me satisfaz completamente.

Ele ficou me olhando como se esperasse que eu entendesse o que ele quis dizer. Arregalei os olhos quando a compreensão bateu.

—Oh!

Força vital. Sentimentos. Humanos.

Era disso que ele precisava.

—Certo... –Pensei em como faríamos aquilo. –Certo.

—A comida humana não me deixa de pé muito tempo. –Ele explicou.

Eu também me sentia assim. Depois que me tornei uma sereia me alimentar de humanos havia se tornado necessário, era como se a comida que eu sempre comi não fosse mais o bastante. Eu entendia o dilema dele.

—Nós podemos comer alguma coisa rapidinho lá em baixo e depois saímos para resolver esse pequeno probleminha. Só eu e você. – Propus.

Ele considerou a questão por um segundo.

—Parece bom para mim. –Respondeu.

—Mas não conta nada a ninguém sobre isso, tá bom?

—Eles não sabem que você precisa comer? –Ele perguntou, confuso.

Neguei com a cabeça.

—Carter sabe, mas nunca contei a Tia Jasmine. Ela não é como a gente, ela não precisa comer desse jeito. –Expliquei.

—Você devia contar a ela. –Ele disse. –Ela pode participar do ritual da lua cheia com a gente daqui a três ciclos de sol.

Aquele termo me deixou confusa.

—Ritual da lua cheia? –Perguntei.

Ele pareceu surpreso que eu não conhecesse aquilo.

—Você nunca passou por um ritual da lua cheia?! –Perguntou incrédulo.

Dei de ombros.

—Tia Jasmine falou que a lua é ruim para nós, por isso eu geralmente fico em casa em noites de lua cheia. Protegida. –Expliquei.

Rock estava com olhos arregalados, como se eu tivesse acabo de falar a maior heresia.

—A lua cheia não faz mal a nós! –Ele disse. –Nunca fez! Mamãe vai ficar louca quando descobrir que você nunca passou pelo ritual da lua cheia. Por Netuno!

Ele levantou do colchão e andou de um lado para o outro.

—O que é esse ritual? –Perguntei curiosa.

Ele seu um sorriso animado.

—É a coisa mais incrível que você...

Mas ele foi interrompido quando Tia Jasmine apareceu na porta do quarto.

—Vocês não vão descer? –Ela perguntou sorrindo.

Rock olhou para ela meio cauteloso, como se não confiasse mais nela por nunca ter me contado sobre esse tal ritual da lua cheia.

—Já estamos indo. –Avisei.

Ela voltou pelo caminho que veio e eu olhei para Rock.

—Me conte mais sobre isso quando sairmos depois, tá bom? –Pedi.

Ele acenou que sim com a cabeça.

—Você vai adorar, tenho certeza. –Ele disse sorrindo.

—--

O café da manhã foi meio tenso, Rock estava olhando para tia Jasmine com desagrado e todo mundo notava isso. Ela o tratava bem, visivelmente preocupada de tê-lo desagradado de algum jeito.

Dei um chute na canela dele por debaixo da mesa e ele me olhou com cenho franzido. Mandei um olhar de censura, mas ele revirou os olhos.

—Vocês estão se dando bem, pelo jeito. –Meu pai comentou.

—Sim, Erika prometeu que iriamos sair daqui a pouco para podermos nos...

—Divertir! –Falei rapidamente, o interrompendo.

Ele me olhou sorridente.

—Vai ser mesmo divertido! –Falou animado. –Vai ser a primeira vez que nós...

—Rock! –Exclamei com olhos arregalados o impedindo de falar novamente.

Ele arqueou as sobrancelhas e olhou ao redor.

—Certo. –Ele fechou a boca.

Papai olhou de mim para ele com uma expressão desconfiada.

—Vocês estão aprontando alguma coisa? –Ele questionou.

—Aprontando? –Rock franziu o cenho para a palavra estranha.

—Significa fazer alguma coisa que não deveríamos fazer. –Expliquei rapidamente.

Ele sorriu com uma expressão de esclarecimento e acenou que sim com a cabeça, então virou para o nosso papai.

—Ah, então não estamos aprontando. Não faremos nada que não devemos fazer. –Ele disse.

Mas papai não ficou muito convencido.

—Não sei se consigo acreditar em vocês.

Ele se levantou da cadeira onde estava sentado e veio andando devagar até onde eu e Rock estávamos sentados um ao lado do outro, ele nos olhava como se analisasse todas as nossas expressões em busca de qualquer deslize. Minha cabeça trabalhou rápido pensando em alguma coisa que meu pai não queria que eu fizesse, mas que não fosse tão ruim a ponto de fazê-lo surtar.

—Então Erika. –Ele perguntou colocando a mão no meu ombro.

Eu odiava quando ele fazia isso.

—Okay, eu confesso. –Falei. –Estava planejando levar o Rock para o salão comigo e sair de lá com o cabelo cheio de mechas azuis e surpreender a mamãe.

Falei tudo num fôlego só.

Rock me olhou chocado.

—Mas você só precisava pedir! –Ele disse.

Então levantou a mão até o meu cabelo e pegou uma mecha com delicadeza, ele deslizou a mecha entre os dedos e em frente aos olhos de todos ali presentes, eu quase caí da cadeira quando vi, mas a minha mecha tinha perdido a cor morena e havia ficado azul royal.

—AH MEU DEUS DO CÉU! –Gritei pegando meu cabelo e colocando em frente ao meu rosto. –Está azul!

Tia Jasmine tinha a boca aberta de surpresa e Tio Connor piscava sem acreditar no que via. Carter começou a rir de nervoso.

Mas o meu pai estava bem tranquilo.

—É um dos poderes dele, querida. –Ele explicou. –Assim como você vê o futuro ele pode mudar características do próprio corpo e pelo jeito de outras pessoas também.

—Só com alguns. –Rock contou. –Gente da família, por exemplo.

—Ele vivia trocando a cor da cauda quando era um bebê, um espirro e sua cauda mudava de cor. –Papai lembrou com um sorriso. –Queria tanto tê-lo visto crescer e aprender a usar seus poderes...

Rock sorriu para ele, mas virou para mim.

—Você vê o futuro? Forte. –Ele colocou a mão no meu ombro. –Igual a tia Serafine.

Ao som daquele nome toda a sala congelou, todos os olhos se voltaram para Rock que pareceu um pouco assustado com a atenção súbita.

—O que você disse? –Perguntei.

—O que? –Ele pareceu confuso.

—Sobre Serafine.

—Ah, que ela vê o futuro, como você. –Explicou.

—Você... Você conhece ela? –Minha voz ficou mais aguda de repente.

—Eu a conheci quando era pequeno. –Ele falou. –Mamãe me levou pra lá, na fortaleza da bolha de ar, ela pediu para que eu a chamasse de Tia Serafine, mas mamãe diz que ela é nossa avó.

—Ah meu Deus! Ah meu Deus! –Tia Jasmine começou a rir e pular no mesmo lugar. -Ela está viva. Ela está esperando.

Tio Connor se levantou da cadeira e os dois se abraçaram animados.

Rock parecia confuso com aquela reação.

—Espera... –Meu pai falou. –Rock, você se lembra se essa Serafine tinha um lobo com ela?

O garoto pareceu achar graça daquela pergunta.

—Um lobo, pai? Mas lobos não... –Ele foi perdendo o sorriso lentamente como se lembrasse de algo. –Aquilo não podia ser real, lobos não podem respirar embaixo d’água.

—Wow... A coisa tá começando a ficar bem real. –Carter falou assustado. –Você viu mesmo um lobo?

Rock negou com a cabeça.

—Foi só minha imaginação, não é possível!

—Mas você lembra de ter visto!? –Tio Connor questionou.

Meio a contragosto Rock acenou que sim. Aquilo acendeu um fogo dentro de mim, estava acontecendo, a lenda estava criando consistência, era mais real que nunca!

—Rock... –Puxei seu rosto para mim. –Você se lembra do lugar onde Tia Serafine mora?

Ele acenou que sim com a cabeça.

—Posso te levar lá se você quiser. –Ele ofereceu.

O sorriso que eu dei era tão grande que era como se rasgasse meu rosto, pulei num abraço àquele garoto que era a solução dos meus problemas.

—Obrigada!

Ele riu um pouco.

—Você parece feliz irmãzinha. Que bom.

Eu sorri em sua direção. Aquela foi a primeira vez que Shamrock me chamou de irmã.

—Eu estou, Rock.

—--


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Notas finais do capítulo

Para quem deixa review:OBRIGADA!
Amo vocês Suas lindas *-*
Para quem não deixa por que não tem perfil: Tudo bem, eu perdoo.
Para quem não deixa por preguiça: Gente, o dedo não vai cair, faz esse esforcinho vai, por favor?
BEIJOOOS LIINDAS *----------*
RECOMENDEM PLEASE!
Câmbio e desligo



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