Abraço Mágico escrita por Mahucp


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Yeeeeeeeeey! Outra fic. Terra/Celes. o/

Now é sério, vou completar minha side quest deste ano e encher essa categoria de histórias das duas. *_*



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O mundo estava em ruínas.

Mobilz era um grande exemplo disso. Um vilarejo só de crianças, onde todos os adultos se sacrificaram para salvar os pequenos. Tantos órfãos e somente Terra estava ali para protegê-los, dar-lhes carinho. Não podia tirar Terra daquelas crianças.

Celes abaixou a cabeça, deixando os pensamentos vagarem livremente. Sentava-se junto à rasa vegetação, na borda do paredão rochoso que se elevava alguns metros do mar.

Atrás da loira, Sabin brincava com alguns órfãos, divertia-se mesmo com o mundo em ruínas. Usavam um calçado do artista marcial no lugar da bola, jogando-o e chutando-o e um lado para o outro.

Brincar com crianças não estava em seus direitos. Crianças deviam ficar longe de alguém como ela, a carniceira de Maranda.

Uma ameaça. Agarrou o punho da espada, sacando a arma da bainha. Em um movimento surpreendentemente rápido, Celes ergueu-se, dando um giro elegante e desferiu um veloz corte lateral. O calçado de Sabin foi partido em dois.

Sabin gargalhou e coçou a nuca.

— Eu ia te avisar, Celes. Juro! — O lutador disse um pouco nervoso, mas sem perder o sorriso. — Bons reflexos. O Shadow ia babar de inveja.

Celes não falou nada, permanecendo com a espada erguida. Até que as crianças recuaram assustadas.

A ex-general arregalou os olhos e baixou a arma, recolhendo-a.

Doía tanto. Queria gritar para eles não terem medo, mas não teve coragem. Seria mentira. O único jeito da mentira acabar seria destruindo Kefka. Se Kefka fosse morto, ela não precisaria mais lutar; então talvez – só talvez – ninguém mais sentiria medo de uma ex-general imperial.

— Desculp...

— Nah, tudo bem! — Sabin a interrompeu. — Sabem de uma coisa, crianças? Eu tenho dois, sim, dois pés e não um. O que significa que eu tenho dois calçados!

As crianças gritarem de alegria, quando Sabin tirou o outro pé do calçado o arremessou para longe. Os pequenos saíram correndo atrás, prontos para continuar a brincadeira.

Celes sorriu e voltou a se sentar. Sabin teria que se contentar com calçados baratos, pois ela não tinha muitos gils.

—--

Terra sentou-se ao lado de Celes, colocando um prato de comida no colo da loira. A ex-general a encarou em dúvida. Terra não devia desperdiçar recursos desta forma.

— Nós... Digo, eu e Sabin já estamos de saída — informou Celes, voltou o olhar para o horizonte. — Não gaste sua comida conosco.

Terra recolheu o prato, deixando-o de lado. Sentia-se completamente perdida, sem ter ideia do que fazer, de como viver, mas Celes sabia. Celes sabia manter o foco, ser racional e conquistar seus objetivos.

Muitos diziam que Celes era uma pessoa fria, uma general com o coração de gelo, tal qual sua magia, porém Terra não via isso. Celes era forte o suficiente para não deixar a dúvida derrubá-la. Celes não temia o impossível, a loira podia enfrentar qualquer desafio, ela nunca perderia a vontade de lutar.

Ao contrário de Terra... A meio-esper tinha tanto poder, contudo não conseguia usá-lo. Não podia fazer nada para ajudar. Escondia-se de si mesma, temendo também enfrentar esta batalha. Não podia lutar contra Kefka, não podia combater suas próprias fraquezas.

— Eu... eu queria fazer alguma coisa... — Terra começou.

— Você está viva, isto é o suficiente. Já tive... já tivemos muitas baixas.

Celes amaldiçoou-se por usar sua voz de comando. Terra era sua amiga, não sua subordinada e, ainda assim, agia como a general Celes. Pronta para dar as melhores instruções e elevar o ânimo das tropas, mas nunca os confortando, acolhendo-os. Ignorava todo o sentimento mais caloroso, mais sensível. Tinha o coração feito de gelo.

Terra era o contrário dela. Terra era cheia de calor para oferecer, dava conselhos, nunca ordens. Terra não lutava porque ela muito gentil, não gostava de machucar ninguém, nem mesmo um inimigo. Celes queria sentir compaixão da mesma forma que Terra. Era tudo o que a loira desejava.

A ex-general queria dizer algo. Queria livrar o peso de Terra, mas nenhuma palavra veio-lhe a mente, somente frases feitas, que normalmente soltava quando a moral das tropas estava baixa.

— Você vai atrás dos outros, não? — Terra perguntou, desejando tirar Celes do desconforto em que se encontrava. — De todos eles.

— Sim.

 — Será bom revê-los — comentou Terra. — Faz tempo que não ficamos todos juntos.

Celes colocou a mão no joelho de Terra. Era um aperto firme e confiante.

— Vamos ficar juntos de novo. Todos nós — Celes prometeu, mirando diretamente nos olhos de Terra. — Eu juro.

Terra colocou a mão em cima da de Celes e a segurou. Estremeceu sentindo a pele gélida da loira contra a sua, que era sempre tão quente.

— Eu acredito em você.

Celes sorriu. Terra acreditava nela como uma amiga, não como uma guerreira, uma general. Não eram suas habilidades que faziam Terra depositar a confiança em si, mas o sentimento que nutria pelos amigos.

Era um pensamento tolo, digno das histórias infantis que Cid costumava contar para ela, mas era bom. Sentia que não estava mais sozinha, que não precisava se esconder atrás de suas paredes de gelo para sobreviver. Finalmente tinha a liberdade de ser fraca, pois Terra estava ali para ajudá-la, assim como ela ajudaria a meio-esper.

— E quando encontrar o Mog, não se esqueça de abraçá-lo por mim — pediu Terra, começou a acariciar a mão de Celes.

— Vou tentar me lembrar disso — falou a ex-general, não muito satisfeita com a imagem mental dela abraçando um moogle.

Terra não entendeu como Celes poderia se esquecer de dar um abraço em um amigo. Ainda mais se esse amigo fosse um moogle super fofo e apertável.

A meio-esper ergueu a mão de Celes e puxou a amiga para si, abraçando a loira. Estavam lado a lado, não era uma das melhores posições para um abraço.

Celes sentiu os braços quentes de Terra em torno de sua cintura. A pele de Terra era tão quente, que às vezes a ex-general sentia que poderia queimar. Assim como sua própria pele, mas uma queimadura vinda do frio, não do calor.

— Assim você se lembra de abraçá-lo — garantiu Terra sorrindo, ia se afastar, porém Celes a puxou de volta – finalmente correspondendo ao abraço.

A loira queria aproveitar ao máximo aquele momento. O calor de Terra, o cheiro, o carinho da menina de cabelos verdes. Todas as coisas que a faziam querer tocar na amiga, abraçá-la, beijá-la, que a faziam amar Terra.

Terra voltou a enlaçar a cintura da loira, afundando o rosto na curva do pescoço da amiga. O abraço de Celes era fantástico. Celes não era fofa e apertável, mas Terra adorava abraçá-la. A meio-esper não sabia explicar por que, contudo sabia que aquele sentimento era único. Somente o abraço de Celes poderia trazer algo assim.

O abraço de Celes era mágico.


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Notas finais do capítulo

Quem nunca sentiu vontade de apertar/abraçar um moogle, né non? Deve ser tããããããooooo fofo. Apesar de que é meio engraçado o hobby da Terra ser apertar moogles. Tipo, que hobby mais AUSHAUHSUAHSUAHUSHAUSHUAHS

Espero que tenham gostado.

Abraços.