"Famosa, me escondendo e quase morrendo...ou não"

Capítulo 9

—Loren!- Era o Sheriiff, estava vindo em minha direção. Ele parecia aliviado de eu estar de volta, mas manteve o profissionalismo ao se aproximar de mim.
—Sheriff Stilinski, nem um abraço?- Ri.
—Loren Koreshkov, onde diabos você estava? Eu procurei você por toda parte! O idiota do Kinney saiu gritando pela cidade que você havia fugido de casa. O que houve, está tudo bem? Vi você chegar com o Derek Hale ele fez alguma coisa contra você?- "Aliais, onde está o Kinney?" Pensei e logo o descartei do meu pensamento.
—Calma, está tudo bem. Derek não fez nada comigo, na verdade ele me ajudou...-
Perai, o que eu vou dizer pro sheriff?
a) "Oi eu fui dormir depois de brigar com o seu filho idiota, que por acaso é meu crush, que por acaso é obcecado por Lydia Martin, algo que você deveria saber, acordei no mato dois dias depois, não sei o que aconteceu e, aliais, quem me achou foi um lobisomem boa pinta que estava fazendo sei la o que no mato."
b) "Tava em Vegas, tio. Vai se acostumando..."
Ou letra c):
—Me ajudou a...voltar pra Beacon. Eu peguei o ônibus errado. Eu peguei o ônibus errado e fui parar em Carmel. Derek me achou lá e me trouxe de carro...de Carmel.-
—E você sabe o que Derek Hale estava fazendo em Carmel?- "Poxa, assim você não colabora, sheriff."
—Ele estava lá porque...ele é um viciado em compras.- "Que merda foi essa que eu falei?" Pensei.
—Viciado em compras?- Ele não parecia convencido. Eu sou uma péssima mentirosa.
—É! De onde você acha que veio aquela jaqueta de couro incrível? MILÃO! Mas o spray de cabelo é de Carmel.- Exclamei.
—Loren.- Stilinski me interrompeu.
—Quê?-
—Vá pra aula.-
—Tá.- Respondi seguindo para dentro da escola. Passei em meu armário rapidamente para organizar as coisas e corri pra aula de Biologia. Eu estava atrasada e todos já estavam na sala de aula. O sheriff me atrasou. 
Pedi licença ao professor e entrei na sala atraindo olhares. Sentei bem longe de Stiles e Scott. Stilinski me olhou e eu fiz a egípcia sem cerimônia. Virei a cara para a parede. Eu odeio sentar ao lado da parede. Prefiro a janela. O clima estava muito tenso e pesado entre nós e eu ainda não esqueci a conversa ridícula que tivemos.
As aulas passaram se arrastando e a tarde chegou.
Eu estava me preparando para o circuito. O treinador, pirado porque eu sumi me abraçou, digo, quase me asfixiou e me mandou correr umas 15 voltas sem parar "Só pra aquecer". Depois disso tive que mostrar quanto peso eu aguentava levantar, e não era muita coisa, no entanto era aceitável. Depois disso fiquei no gol, perdi algumas bolas, depois voltei para centro do campo. Acertei a maioria das bolas e ele decidiu chamar alguns jogadores, inclusive Jackson para testar a minha interação com oponentes e colegas de campo. Derrubei vários garotos do nosso improvisado "time oposto" e também cai algumas vezes. Jackson fez questão de me derrubar em todas essas vezes. Me segurei para não xingar o infeliz.
No final foi tipo assim:
—Loren, querida, você tá dentro. Mas não me responsabilizo se quebrar a unha no campo. Mentira. Quem pisar nas mãos de ouro de Loren Koreshkov tá fora!- Ele gritou -Aqui pra nós, você ia entrar de um jeito ou de outro. Bem vinda ao time, garota. - Falou pra mim e eu sorri. Peguei minhas coisas e fui ao vestiário para tomar um banho e trocar de roupa. Quando o fiz, tive que atravessar o campo novamente.
Saí do campo alegre, mas a minha alegria não durou muito tempo. Stiles veio na minha direção e eu realmente não queria olhar pra cara dele naquele momento.
Apressei meu passo para o estacionamento e várias pessoas, para não dizer "fãs", me rodearam parabenizando a vaga no Lacrosse.
—Loren Koreshkov, tem uma festa rolando em sua homenagem num galpão aqui perto. Um cara que organizou e você está intimada a compare...- Um garoto da minha sala Travis veio em minha direção.
—Sério, Travis? Não me diga! Por que não me leva lá?- Falei olhando para Stiles que estava impedido pela multidão de pessoas a minha volta e Travis se adiantou passando o braço ao redor da minha cintura.
—É pra já, gata.- Odeio quando me chamam de gata.
Travis me guiou para o Toyota dele. Pelo menos eu escapei de Stiles.
—Então. Loren Koreshkov, rainha do time. Quem diria que uma gata como você entraria para o Lacrosse.- "Fútil!" Gritei mentalmente."Travis, se você soubesse o quanto eu te odeio..."
—É, né...- Resmunguei.
—Então, você bebe algo especial? Soube que tem uma variedade de bebidas na festa, mas o meu pai tem uma adega...-
—Uhum...- Meu celular vibrou. Era de um número desconhecido.
[Onde você está? -D]
D? D...? Derek?
[Estou indo para uma festa]
Respondi.
Depois de um tempo Travis parou em frente a um galpão enorme. Por fora estava tudo vazio. Nenhum barulho. Ihh, que merda.
—Ok, é agora que você me mata e esconde o meu corpo?- Perguntei.
—Não julgue o livro pela capa. Falou abrindo os portões do galpão com um controle.
Alguém soltou um gritinho escandaloso e uma musica bate-estaca começou a tocar.
Eu acho que a escola inteira estava ali.
Tinha muita bebida. Acho que tinha bebida suficiente para embebedar a Califórnia inteira.
Eu estava sem reação quando todos pararam de gritar e me encararam esperando uma reação.
—Eba?- Falei e eles voltaram a gritar e a festejar...eu.
—Cerveja ou Whisky? Ou você prefere algo mais requintado?- Ele estava com dois copos na mão.
—Água?- Perguntei
—Ah, claro!- Falou ele eficiente. Depois de um tempo ele voltou com um copo de água. Dei um gole curto e aquilo queimou a minha garganta. Cuspi fora e Travis riu.
—Isso não é água!- Reclamei ríspida.
—É vodka, é quase a mesma coisa. Aqui não temos água.- Falou e meu celular vibrou num número que eu não reconheci.
Sai do galpão e me afastei um pouco.
—Alô?-
—Onde você está?- A voz ao telefone não foi delicada.
—Quem é?- Perguntei
—Um viciado em compras! Onde você está?- Nossa como ele tá alterado.
—Derek?-
—Loren, onde você está?-
—Derek você baixe seu tom pra falar comigo. Não sou suas negas não!- Reclamei.
—Loren!-
—Tô numa festa. Um galpão ao leste da escola. Não sei onde é isso. O que foi?- O céu estava começando a escurecer.
—Chego em três minutos, sei onde é. Não saia daí, não se mexa.- E desligou. Meu Deus, o que aconteceu. Quanta alteração, heim.
—Loren! Gata.- Travis, bêbado. Me agarrou por trás. Isso vai dar merda.
—Travis, grande Travis. Tá fazendo o que aqui fora?-  Isso porque hoje eu tô de bom humor. Tentei me soltar mas ele tava me estrangulando com os braços ao meu redor.
—Só com...Você.- Respondeu beijando meu pescoço. Consegui sair por debaixo dos braços dele. Tipo o Mário descendo pelo cano em Super Mario Bros.
—Ah...vai fugir? Nós dois sabemos o que você quer, Loren.- Falou se aproximando novamente.
—Acho que temos opiniões opostas sobre isso.- Falei andando pra trás.
—Sem roupa.- "Peraí, ele tá viajando, é?" Ele me encurralou contra a parede do galpão. Ele começou a passar a mão, pegajosa, que ele deve ter derramado bebida no meu rosto. "Meu Deus, ele vai tentar me beijar...ou pior!"
—Com roupa.- Falei e dei um soco nele, o deixando atordoado. Foi tempo o suficiente para que eu saísse de perto dele e começasse a correr para a estrada. Foi quando eu ouvi gritos. O galpão parecia em pânico e eu ouvi um estrondo.
Depois eu descobri o motivo do estrondo. Uma...coisa saiu do galpão. Parecia um animal. Era um animal. Tinha poderosos olhos vermelhos e veio em minha direção lentamente, mas antes, a coisa fez questão de jogar Travis contra um carro.
Então ele continuou sua trajetória até mim e eu não conseguia me mover. Meus músculos não me obedeciam.
Ele chegou bem perto de mim. Perto o suficiente para que eu sentisse sua respiração pesada jogar meus cabelos pra trás.  Ele estava me observando, não me devorando. Isso era bom, não? Não, acho que não...
Até que ele olhou para algo atrás de mim, e, imponente, deixando claro que poderia sim continuar ali,  se virou e adentrou a floresta.
O clima estava abafado e a atmosfera pesada. Eu poderia ter morrido. Eu não conseguia me mexer.
—...o carro. Loren? Você está me ouvindo?- Uma voz distante adentrou minha cabeça. Senti uma mão balançar levemente o meu ombro e finalmente pude notar os olhos azuis a minha frente.
—Quê?- O sussurro saiu da minha boca.
Derek estava a minha frente com as duas mãos em meus ombros.
—Para o carro, Loren. Vamos para o carro. Não quer ir pra casa?- Propôs e eu afirmei com a cabeça.  Dei um longo suspiro e tentei sair do lugar. Só que eu só me balancei. Derek pôs a mão nas minhas costas e me empurrou levemente em direção ao carro.