Garota Valente 3: Guerra Civil escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 9
O suposto retorno de Thor


Notas iniciais do capítulo

Sim, veremos finalmente nosso querido Thor! Desculpem a demora. Meu note deu problema e deu mais um monte de problema. Ainda tá difícil de escrever, mas não vou desistir. Bjs!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676592/chapter/9

A coisa estava começando a ficar estranha.

Quando cheguei na base, corri e procurei a primeira cópia que vi dos Acordos de Sokovia. Muitas coisas na qual não fui comunicada estavam lá, como a parte de dividir todos os times e montar um em cada estado. Aquilo não entrava na minha cabeça! Como?! Como concordaram com aquilo?! E o pior: como eu pude defender essa ideia? E a parte onde todos os heróis deveriam abrir mão das identidades secretas? Ou serem completamente submissos ao governo, que pode muito bem se corromper com tamanho poder, isso se não já está corrompido?! Aquilo não era certo. Não pra mim.

— Srta. Barton? - chamou Sexta-feira – Sua mãe me mandou avisa-la quando chegasse. Ela parece querer conversar com você.

— Obrigada, Sexta-Feira. - respondi, ainda um tanto abalada, deixando a cópia encima da mesa – Onde ela está?

— A Srta. Romanoff está na sala principal, a esperando.

"Srta. Romanoff". Aquilo me quebrou em pedaços. Definitivamente as coisas estavam indo de mal a pior. A guerra entre heróis estava em meu lar, destruindo minha família. Não podia deixar isso acontecer. Fui até onde fui indicada e a encontrei tomando um chá, séria, porém com uma leve e quase imperceptível preocupação. Me sentei ao lado dela.

— Mamãe? Por que Sexta-Feira te chamou de Srta. Romanoff?

— Em primeiro lugar, não quero que tire conclusões precipitadas sobre isso. Eu apenas assumi o que está acontecendo. Era uma guerra fria. Eu apenas assumi que estava acontecendo.

— Papai disse incontáveis vezes que não era pessoal.

— Clint sempre foi pacifista, bem no fundo, e com as pessoas que ele ama.

— Então quer dizer que ele ainda te ama.

— Mas por enquanto, as coisas ficam assim. - suspirou – Eu queria mesmo falar com você sobre isso. Está firme a sua decisão, certo?

Ela foi diretamente na minha ferida. Não eu não estava. Talvez eu até mudasse de lado. Eu estava seriamente considerando ir para o lado do Steve. Imagino como Krys me apoiaria e como Lion entenderia. Meus amigos precisavam de mim. Eu lutava pelo bem das pessoas. Mas para manter o bem do próximo, eu precisava manter o meu.

— Bem... eu...

Foi quando Visão apareceu e alertou:

— Eles foram detectados. Estamos indo pra lá.

Salva pelo gongo. Ou pelo Visão. Ou por um... essa piada perdeu a graça.

Em um piscar de olhos, eu estava no Quinjent de uniforme e pronta para uma luta contra o que eu acreditava. Eu precisava fugir. Sentia isso. Mas não podia machucar minha mãe. Não de novo. Eu já havia aceitado o fato de que Elinor nunca havia se tornado um urso por culpa minha, mas ainda sim, não queria que se repetisse.

Em outro piscar de olhos, estávamos lutando. A maior parte estava preferindo não ferir muito o oponente. Outros pareciam ter muita raiva. As coisas ficavam cada vez piores até que eu percebi um raio cortar o céu. E do alto, pulou de não sei onde um amigo que não via há tempos. Seus cabelos loiros voavam com o vento e seus olhos eram mais frios que o normal.

Thor.

Mas o mesmo Thor que eu conhecia?

Todos pararam de lutar e o encararam, e ele fez o mesmo, sem dizer uma palavra. Olhou para os lados, depois para frente, e então levantou sua voz:

— Se vocês lutam contra uma lei, são criminosos. Rendam-se e assinem o acordo ou sofram as consequências.

— Sinto muito, Thor. - disse o Capitão - Não vamos nos entregar.

— Não concordamos com o que foi imposto a nós. - completou Kate.

— Não vou concordar com os absurdos escritos naquele documento. - acrescentou meus pai.

Foi muito rápido. Quando vi, meu pai estava ferido no chão e Demolidor estava o tirando de lá. Assim, a luta continua, e eu percebo que aquele não era Thor. Era impossível. Aquele que dizia ser meu amigo não atacaria seus amigos pra matar. Eu tinha uma flecha que gerava um pulso de energia que poderia comprovar minha teoria, e o atirei na nuca do suposto. O que eu não esperava era que minha flecha mudaria a direção de um de seus raios.

E esse raio acertou o Maquina de Combate.

Atravessando seu peito.

Naquele instante eu lutava com Kate, mas quando acertei a flecha em Thor, ela parou, entendendo que eu havia mudado de lado, mas eu mantive meus olhos fixos na cena de guerra. E quando vi a armadura com o corpo morto de James Rhodes chocar-se contra o chão, meus joelhos caíram juntos.

Eu não podia acreditar. Um amigo estava morto por minha culpa. Mas uma coisa que custei a reparar foi que a flecha fez efeito e Thor caiu apagado e Stark deu ordens para os vingadores evacuarem. E eu precisei que minha mãe me segurasse pelo braço para eu entender.

Fomos para casa horas depois. O time já estava sabendo que aquele não era o verdadeiro Thor e Peter, com raiva, deixou o time. Eu cheguei em casa indo para o quarto e arrumando minhas malas enquanto minha mãe tomava banho e meus irmãos brincavam com Elora na sala. Peguei minhas malas e desci com elas, colocando no sofá.

— Meri? - chamou Lene - Você vai nos abandonar também?

Aquela pergunta partiu meu coração.

E o pior era que a resposta era sim.

Sim, eu ia abandonar nosso lado. Sim, eu ia deixa-los. Sim, eu ia trair minha mãe e me unir ao meu pai. Sim, eu me tornaria uma criminosa pelo que eu agora acreditava.

— Claro que não. Ela ama vocês! - respondeu minha mãe, pegando minha irmã no colo.

— Não vai me matar se eu disser? - perguntei ao encarar minha mãe.

— Por que está com essa mala? - ela perguntou.

— Não respondeu a minha pergunta.

— Eu nunca faria isso.

Respirei fundo e apoiei minhas costas no sofá.

— Foi culpa minha.

— Aquele clone idiota do Tony ia fazer isso de qualquer jeito. Não foi culpa sua, Merida. Eu também lamento muito.

— Mão é só isso... Stark está errado.

Os olhos dela se arregalaram de tal forma que até Lene e Gale viram que tinha algo errado ali. Mas ela respira fundo e olha para Gale, pondo Lene no chão.

— Podem ir brincar no quarto? A mamãe tem assuntos a tratar com sua irmã.

— Meli fez besteila? - perguntou Gale.

— Não sei. Mas tenho que ficar sozinha com ela agora.

As crianças saíram e eu me levantei, a encarando.

— Agora podemos conversar.

— O que quis dizer com isso? - perguntou fria.

— Uma lei para legalizar os heróis okay, eu apoio, mas isso não é um emprego. É um estilo de vida. É se dar pelos outros sem receber nada em troca. Ou então interesseiros vão querer buscar justiça com as próprias mãos pelo dinheiro que o governo está disposto a pagar. E não é só isso. Como assim nomear os heróis não registrados como vilões? Uma multa, dependendo do que fizeram, eu até engulo, mas isso é demais!

— Meri, não vá pela cabeça do seu pai ou do Rogers. Você sabe qual é o certo.

— Agora eu sei. E não terminei. E se o Homem Formiga revelasse a identidade secreta dele como Scott Lang? Seria preso por seus crimes anteriores! E o Pete! Logo que cheguei, fiquei sabendo que tentaram matar a tia dele depois que ele revelou sua identidade. Tony é um bom manipulador. Manipulou Bruce para que o ajudasse com o Ultron.

— Merida, eu não sou manipulável, muito menos pelo Stark. Ele não me manipularia nem se quisesse. E ele tem razão. Tudo seria melhor e mais fácil para todos se o governo controlasse os heróis.

— O governo controla coisas demais, mãe. Se controlar os heróis... um poder tão grande corrompe qualquer um.

— Você pensa no que diz, filha?! - eleva o tom, com raiva, cobrindo o rosto e bufando.

— Pensei muito antes de dizer cada palavra.

— De onde tirou tantos argumentos?!

— De mim! Eu decidi pensar por mim mesma.

— Está falando como uma rebelde.

— Então me considere uma.

— Eu estaria te considerando uma criminosa.

— ENTÃO ME PRENDA! - gritei, unindo os pulsos na frente dela.

Uma lágrima cai de seu rosto. E do meu também. Ela segura seu pulso e ameaça levantar a manga, mas desiste. Debaixo da manga da jaqueta marrou estava sua mordida. Me assustei. Ela realmente cogitou me prender de verdade? Eu falei sério, mas não esperava que ela falasse sério. Mas ela soltou o pulso e me encarou.

— Então pode ir. Não sei como encontra-los.

— Dou meu jeito de descobrir. - Pego minha mala e vou até a porta.

— Quando encontrar seu pai, pode dar um recado?

— O que quiser.

— Diga a ele que quero o divórcio.

Juro que não esperava ouvir isso. Meu coração quase parou. Eu seria mensageira do meu maior pesadelo.

— Está bem. Natasha.

Saio batendo a porta e pego meu celular, ligando para Lion, que não demora a atender. Me afastei de casa para que minha mãe não ouvisse a conversa.

— Amor? O que houve?

— Lion, eu tô indo até ai. - minhas lágrimas começam a cair.

— Meri, o que houve? - perguntou preocupado.

— Eu não tô nada bem. - e comecei a soluçar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei. Depois de tanto tempo, volto destruindo o coração de vocês. Sorry! Não se esqueçam de comentar!