Garota Valente 3: Guerra Civil escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 6
Quando tudo diz que não...


Notas iniciais do capítulo

... Tua voz me encoraja a prosseguir.

Brincadeiras à parte, desculpe a demora. História muito longa, confiem em mim. Bom, nem tão longa, na verdade. Primeiro eu tive um bloqueio, depois o PC deu ruim, e depois o notebook não dava pra escrever. Aí eu descobri algo mágico: basta trocar de navegador. Então tive bloqueio de novo, voltei para o outro navegador... sim, foi uma longa história.

Espero que gostem!



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Sabe quando você tem certeza de que tudo vai piorar?

Era como eu me sentia. Eu estava péssima. Krystal e Pietro foram para o apartamento deles e eu fui dormir. Quando acordei, descobri que boa parte dos Vingadores haviam partido da Base em busca do Capitão. Krys não foi, mesmo preocupada. Mas Pietro sim, ao lado de Wanda, também foi. Isso foi no mesmo mês em que os outros assinaram os acordos, menos meu pai, que colocava sua família na frente de tudo. Parker estava animado por isso, mas estava sem tempo por equilibrar os Vingadores com trabalho e escola, também não assinou.

Scott estava decidido à não assinar, mas discutia sempre com Hope. Eles costumavam fingir que ninguém sabe sobre o relacionamento deles, algo que todos sabiam. Hope afirmou que os acordos eram uma boa, mas Scott ainda estava com medo de algo acontecer com a filha dele, assim como Peter tinha medo de perder sua tia.

Agora, se eu havia assinado? Bom, minha mãe queria que assinássemos os Acordos de Sokovia juntos, ou seja, estava encobrindo que o parai não estava concordando com isso, o que já era obvio. E eu pretendia assinar. Uma supervisão não mataria ninguém. Talvez com a mente que eu tinha com 16 anos, eu não o fizesse, mas eu cresci. Passaram-se alguns dias dês do acontecimento no prédio da S.H.I.E.LD. e parte dos Vingadores foram em busca do Rogers. Alguns já haviam assinado e eu acordei decidida à falar com meus pais sobre o assunto.

— Ahm, sabem que logo não vamos poder lutar sem o registro.

Os gêmeos ignoraram, meu pai quase se engasgou e minha mãe fechou e apertou os olhos.

— Merida... é mais complicado do que parece. - tenta explicar meu pai.

— Sim, e algumas pessoas complicam mais ainda. - falou minha mãe e seu marido mandou-lhe um olhar ameaçador - Como o Capitão, por exemplo.

— Acho que o assunto não é bem esse. - respondeu meu pai.

— Estou dizendo que vou assinar por mim mesma. - afirmei, os observando olhar surpresos.

— Quer saber? Merida está certa. Farei o mesmo. - afirmou minha mãe.

— Filha, podemos conversar depois do café? - perguntou meu pai.

— Clint, ela já tomou uma decisão. - grunhiu minha mãe.

— Sim, podemos conversar, mas não agora. Lion quer me levar em um lugar primeiro. - falei me levantando.

Eu já havia terminado o meu café e Lion queria que eu o encontrasse para irmos em um lugar que ele não disse qual. Subi as escadas em direção ao meu quarto. Ouvi passos atrás de mim assim que toquei a mão na maçaneta. Me virei e encontrei os olhos de meu pai, que suspirou e perguntou.

— Algum problema se eu entrar no seu quarto? Só um pouco. Eu tenho mesmo que conversar com você.

— Okay, mas eu vou trocar de roupas.

— Eu saio quando você começar, é só falar.

Assenti e entrei no meu quarto com ele. Caminhei para o closet e peguei uma saia de couro vermelha, pensando se alguma vez na vida eu já havia usado a peça. "Ah, o aniversário dos Maxmorff", me lembrei, um pouco constrangida por ter usado as cores da Feiticeira Escarlate de propósito.

— Você é inteligente, Princesa. Sabe que eu não concordava com isso dês do começo. - ele começou.

— Pai, se não concordarmos com os termos, não vamos poder continuar.

— Rogers está começando uma resistência...

— Desnecessário. - afirmei, guardando a saia e pegando um vestido rosa - É uma coisa boba! Vocês estão arrumando tempestade em copo d'água!

— Não acha que o governo é corrupto? Não acha que deixar um poder tão grande nas mãos das autoridades?

— Pergunta isso à uma garota que quase foi rainha? - questionei, pegando com a outra mão uma blusa verde com renda.

— Se todo governo fosse como o de seus pais...

— Sabe por que eu vou assinar?! - me virei assim que guardei o vestido rosa e peguei a calça preta rasgada – Porque eu lutei muito para ser quem eu sou hoje e não vou abrir mão. Não agora.

— Você lutou pela sua liberdade e agora a entrega de bandeja?!

— Que liberdade?! Eu não estou abrindo mão de nada! Só está sendo pedido a supervisão e a revelação da identidade secreta, o que eu nunca tive.

— Chegou a ler todo o documento?

Bom... isso é verdade: eu não havia lido. Mas eu estava irritada e não estava afim de discutir, ou pior, perder uma discussão para meu pai. Então, deixei as roupas que escolhi na minha cama e respondi.

— Não importa. Se eu não assinar, não vou poder continuar o que mais amo fazer, e se eu continuar sem assinar, serei uma criminosa.

— Merida...

— Pediu para eu avisar quando eu for trocar de roupa? Bom, eu vou agora.

— Princesa...

— Lion acabou de me mandar uma mensagem: ele está chegando. Vou me atrasar. Por favor, papai.

Ele suspirou e respondeu.

— Está bem, amor.

Depois, beijou minha testa decepcionado e se retirou. Lion realmente havia me mandado uma mensagem, mas eu pensei em ignora-la e ficar na minha cama, angustiada pelo que aconteceu entre meu pai e eu, e aquela discussão que eu consegui impedir de piorar. Respirei fundo e comecei a me despir, e então, me vestir com outras roupas.

Pronta, eu desci as escadas, mas parei na metade do caminho ouvindo meus pais discutirem. Então, do nada, pararam. Desci as escadas e percebi que eles me encaravam e, provavelmente, só haviam parado porque perceberam que eu estava me aproximando. Pensei em dizer algo, mas decidi apenas me retirar e esquecer aquilo. Abri a porta e vi o carro de Lion, que havia acabado de estacionar na frente da porta. Me sentei no banco do carona e ele logo reparou que eu não estava bem.

— Hey, Meri. O que houve?

— Nada.

— Meri. - ele protestou.

— Okay, eu discuti com meus pais de novo. Mas não vamos falar nisso.

— Se acha melhor. - ele beija meu rosto e comenta – Amei sua blusa.

Sorri, finalmente. Precisava ouvir ele dizer algo típico dele.

— Obrigada.

— Acho que a princesa vingadora voltou.

Ri com a observação. Nem eu havia reparado nisso. Uma blusa meiga e uma calça radical. Como não me dei conta? O carro deixou meu lar caótico e caiu na estrada para uma área distante. Bom, não tão distante. Havia um DVD de nossa banda favorita, Jesus Freak*, um grupo formado por quatro garotos e quatro garotas que dançam e cantam (as vezes, tocam). O DVD quase não chegou na metade e chegamos ao destino.

Era um lugar com muitos prédios modernos e elegantes. A coisa estava começando a ficar suspeita. Mas eu confio nele com todo o meu amor, que já não é pouco. Preferi não questionar e logo ele estacionou o carro na frente de um dos prédios. Tudo dentro dele era lindo, até o elevador panorâmico. E adivinhe? Ele estava indo para a cobertura! Lion tinha algo na cobertura para me mostrar. Mas eu tenho o senso de dedução da minha mãe, e quando ele destrancou com um cartão dourado a porta branca de maçaneta da cor da "chave", eu já sabia o que era.

— Uau, isso é lindo! - afirmei, no centro da sala do apartamento.

— Jen havia comprado para ela. Queria morar sozinha depois de matar você, eu acho. Ela não disse porque queria sair de casa. Achávamos que era apenas independência.

— Então, cinco anos depois de mata-la, eu vou morar na casa em que ela moraria, isso é estranho.

— Então, você já sabia?

— Deduzi.

— Bom, ele está quitado e estava no nome dela... até alguns meses depois de decidir te pedir em casamento, e no mesmo dia em que comprei o anel.

— Sua irmã tinha bom gosto.

— E tinha todo o dinheiro do emprego dela e que a Hidra podia colaborar.

— Isso! Era nesse ponto que eu queria chegar. - falou empolgado – Quando Jen comprou, provavelmente ela adaptou para ser o lar de uma assassina, ou seja, eu imaginei que houvessem acenais por aqui.

— Mas você os achou, certo?

— Que tipo de futuro detetive você acha que eu sou? - brincou – Ao lado do nosso quarto, no closet. No fundo, tem uma prateleira com adesivos de borboletas roxas, que a Jen amava. Tem uma sequencia que você aperta e abre uma porta secreta. E achar a sequencia não foi difícil.

— Você vai ser o melhor detetive do mundo. - falei, jogando meus braços ao redor do pescoço dele.

— O amor faz essas coisas.

— Não se sente culpado por morar na casa da sua falecida irmã? - provoquei.

— Ela mereceu. Matou você e quase me matou.

— Então se sente vingado.

— Também não. Apesar dela ter sido da Hidra esse tempo todo, ter atirado em nós dois, matado muitos inocentes e mentido para nós, eu a perdoei.

— 70x7? Ainda tenho que aprender a por em prática. - então, segurei sua mão e comecei a explorar o grande apartamento.

O banheiro era lindo, o quarto enorme, com outro de sobra que eu nem imagino para que Jen queria, mas Lion pensou em um futuro com filhos. A cozinha era super moderna e me dava vontade de cozinhar alguma coisa (eu sei cozinhar sim! Você duvida? Elinor pegou pesado comigo na juventude). A sala de jantar tinha um lindo lustre encima e, na varanda, havia uma psina grande que mais parecia uma mini cachoeira artificial. Tudo era lindo. No fim, entramos no quarto e sentamos no chão com as costas na parede.

— Mal marcamos a data do casamento e já temos uma casa. - comentei.

— As vezes, Deus gosta de pegar coisas ruins e transforma-las em boas.

— As vezes, você é fofo demais.

— Sério?

— Sério.

— Mas você gosta do mesmo jeito, certo?

— E mal posso esperar para começar nossa vida a dois.

— Meri... sabe que começar uma família é complicado, certo?

— Mas eu tô pronta para enfrentar esse desafio com você. E espero que esse dia chegue logo.

— Você sempre temeu deixar sua família. O que houve?

— Logo você vai ser minha família, Lion.

— Não estou falando disso.

Okay, eu sabia que ele não estava, mas não queria tocar naquele assunto e ele o leva justamente quando eu havia começado a esquecer. Lion pousou sua mão sobre a minha e eu apoiei minha cabeça em seu ombro. Soltei um suspiro, me lembrando da conversa que tive com meu pai.

— O... o que você... ah, deixa pra lá. - penso em perguntar, mas desisto.

— Não, não deixo. O que quer saber?

— Você não tem que dar opinião sobre isso...

— O tal registro?

— Acordos de Sokovia. - respondi – Mas não há o que ser discutido. Vou assinar e continuar meu trabalho.

— Pois não devia.

Estranhei. Achei que ele me apoiaria, que diria que é o certo, ou apenas não se importasse, porque era o óbvio a fazer, mas não. Ele disse que eu não devia fazer isso. Por que?

— Lion, não é uma questão de opinião.

— Estou muito incomodado com isso. Lembra do seu aniversário de 18 anos, que eu disse que alguma coisa estava errada? Eu tô sentindo a mesma coisa que naquela vez.

— Lion, os Acordos são a lei. Na Bíblia não manda obedecer as leis dos homens?

— Sim, mas antes as leis de Deus, e o que me parece é que Ele te quer fora dessa coisa toda.

— Que eu me aposente? - perguntei incrédula.

— Talvez. Não sei.

— Que outra escolha eu tenho?

— Também não sei.

— Exatamente.

— Okay, a decisão é sua. Você sempre fez questão da liberdade, mas agora, do nada, quer abrir mão dela. Nem parece a garota que conheci na escola há cinco anos atrás! Está com a cabeça diferente, ainda bem que o coração ainda é o mesmo, certo? Eu só quero o seu bem. Eu te amo.

— Eu sei, mas o povo precisa sentir que está seguro! É por eles que lutamos!

— O povo não sabe o que acontece por trás dos bastidores. Eu discordo porque eu sei o que acontece.

Eu podia dizer tudo o que eu pensava. Dizer o quanto eu o amava, mas não concordava com sua posição. Que para mim, ele estava errado e que lutar contra uma lei me tornaria uma criminosa. Eu luto contra criminosos, então o que os fariam diferentes de mim? Infligem as leis como eu estaria se estivesse de acordo com isso. Mas eu já havia brigado com meu pai, talvez brigasse com Kate, que também fugiu atrás do Capitão, mas não queria ficar de mal com a única pessoa que me restou. Preferia ceder só daquela vez e continuar ao lado do meu noivo e amor da minha vida. Lembrar que meus pais podiam acabar encontrando o fim se seu casamento me preocupava, e eu não queria o mesmo para mim. Então fiz o que achei que deveria fazer: o beijei e disse:

— Obrigada pelo conselho, meu amor.


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Notas finais do capítulo

*Referência a Lonely Star

Espero que tenham gostado e me desculpe pela demora. Prometo ação no próximo capítulo, SE eu receber NO MÍNIMO um comentário, porque eu sou um amor de pessoa.

Bjs!