Garota Valente 3: Guerra Civil escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 5
Acordos de Sokovia


Notas iniciais do capítulo

É AMANHÃÃÃÃÃÃ GENTEEEEEE!!!!!

Me desculpem a demora! Meu notebook deu um problema enorme e eu não conseguia escrever.

Ah, as coisas estão piorando... e eu espero que continuem lendo.



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O clima era tenso, mas tentava ser tranquilo.

Kate havia me ligado desesperada na manhã seguinte, perguntando se aquela história de registrar os heróis era séria, dizendo que era totalmente contra e perguntando se eu, por ser Vingadora, sabia de alguma coisa. Disse ela que tentou ligar para o meu pai, mas não conseguia e não sabia porquê. Bishop parecia bem assustada, o que foi muito estranho por parte dela.

Eu estava tranquila. O que podia mudar? Era só fazer um registro em um sistema e pronto! Seria até bom! Quando consegui parar e respirar um pouco depois de tudo, consegui pensar com mais clareza. Na tarde do dia em que Kate me ligou, os Vingadores foram convocados para uma reunião. O clima estava mais tenso na Base. Isso estava me incomodando. Então, Stark entra na sala. Me ajeitei na cadeira e o encarei.

— Senhores, ontem estive em uma reunião com Glenn Talbot, que está na direção da S.H.I.E.L.D. temporariamente, e o general Ross, que acho que já devem conhecer. Bom, não apenas eles, mas com o Conselho de Segurança e o presidente dos Estados Unidos. - ele se sentou e finalizou - Não temos muito para onde correr.

— O que aconteceu? - perguntou minha mãe, e alguns Vingadores a olharam.

— Eles chamam de "Acordos de Sokovia". - respondeu Stark – É basicamente o que todos estão chamando de Lei de Registro dos Super Humanos. De acordo com eles e, aparentemente, o resto do mundo, a população tem medo. E os acontecimentos de Stanford não ajudaram muito. Eles não querem mais os heróis escondidos, nem sem uma supervião.

— Nem todos estão escondidos. - afirmou Capitão.

— E quem nos supervisionaria? A S.H.I.E.L.D.? - perguntou Pietro.

— Sim, a S.H.I.E.L.D. e o governo. - respondeu.

Papai dá o ar do riso.

— Não confio no governo.

— Clint! - repreendeu minha mãe.

Ohou! Isso pode dar problema.

— A típica discussão "Quem vigia o vigilante?". - disse o Visão sendo Visão - Concordo com Stark. Se nossa missão é proteger as pessoas, elas devem se sentir seguras.

— Minha filha faz parte da população e pode estar em risco se descobrirem minha identidade. - falou Scott – Peter concorda, certo?

— Sim! - afirmou o único na sala mais novo que eu – Eu me preocupo muito com a segurança da minha tia, May. Ela é a única família que eu ainda tenho.

— Estamos falando de revelar as identidades secretas? - perguntei.

— Sim, estamos. - falou Tony - Os Acordos de Sokovia pedem isso.

— Sabe que isso é um passo muito radical, certo? - falou Sam assustado.

— Bom, sem passos radicais, não há progresso. - respondeu James Rhodes.

— Acho melhor...

— Filha, concorda que uma supervisão e um registro não fazem mal a ninguém, certo? - minha mãe me interrompe.

— Mãe, eu...

— Princesa, eu sei o quanto você acredita na liberdade. - falou meu pai.

— Na liberdade, mas também no que é certo. - minha mãe retrucou.

— Hey! Não ponham palavras na minha boca! - pedi – Ao mesmo tempo que eu acho radical a abnegação das máscaras, acho que pode ser bom. Não estamos falando de controle, e sim de supervisão. Ainda acredito na liberdade. Mudei durante os últimos anos, mas nem tanto.

— Já funciona sem registro muito bem há anos. Não vejo motivo para isso. - afirmou Pietro – Certo, Wanda?

— Prefiro guardar minhas opiniões para mim, por enquanto.

— Sábia decisão, Wanda. - comentou Steve – Eu não concordo com os Acordos, mas esse não é o momento de discutir.

— Na verdade, não há o que se discutir. Não foi uma proposta. - afirmou Stark – O Presidente tomou uma decisão. O Governo tomou uma decisão. Vamos nos registrar ou abandonar o manto.

— E se eu disser que não? - perguntou o Capitão.

— Haverão punições.

— Que punições? - insiste meu pai.

— Clint, por favor! Como se você fosse se revoltar! Não tem mais jeito! - minha mãe o repreende

— Por que? Você é a favor disso? Colocaria nossos amigos em risco!

Assim, uma reunião séria se torna uma discussão nada saudável. Parecem os lordes dos quatro clãs na decisão do meu noivado. Pera aí, isso não aconteceu de verdade! Foi coisa do T.H.A.I.T.I. e das minhas memórias bagunçadas que, mesmo depois de cinco anos, eu não as tinha. Bom, voltando à briguinha. Ou teria se tornado, se não fosse pela S.H.I.E.L.D. que resolveu ser útil e ligar para o Cap. A reunião acabou e fomos embora.

Quando chegamos em casa, o clima ainda era de guerra fria. Nunca havia visto meus pais discordarem de algo tão sério. Buscamos Lene e Gale na casa do meu noivo e fomos para casa. Eu tentei esquecer, mas eles não. Engraçado que o jantar tinha um sabor estranho quando se está observando seus pais que parecem brigar telepaticamente. Lene e Gale brincavam sem saberem o que estava acontecendo. Quisera eu ter a inocência deles.

— Perdi o apetite. - afirmei, me levantando.

— Filha, come mais um pouco. Largou metade do prato! - reclamou meu pai.

— Clint, acho que ela pode tomar as decisões por ela mesma. - falou minha mãe, o fuzilando com os olhos - Ela tem uma coisa chamada livre arbítrio.

— Tá, e se ele estiver certo? - revidei.

— E está? - ela perguntou.

— Natasha! - reclamou meu pai.

Encarei meus irmãos surpresos, encarando nossos pais. Eu já tinha os visto discutir, eles não.

— Mãe, conversamos depois? Melhor não falar disso aqui. - pedi.

— Claro, mas...

A campainha toca. Até então normal. Elora estava dormindo no canto, mas a campainha é o despertador dela. A mesma levanta a cabeça e fica em alerta no momento em que ela é tocada. Sem dizer nada, eu fui atender a porta. E o que eu encontrei foi assustador.

— Krystal?!

Ela estava de uniforme da S.H.I.E.L.D. ainda, com cabelos bagunçados, olhos vermelhos, ofegante e desesperada.

— Ten... tenta... tentaram...

— Krys, respira fundo. - pedi, segurando seus braços - Fale com mais calma.

— Tentaram... Matar... meu pai.

— Quem?

— A S.H.I.E.L.D. - com isso, seus olhos se enchem de lágrimas de novo.

Meus olhos se arregalaram e meu queixo caiu. A puxei para dentro e fechei a porta, sem reparar que meus pais estavam nos vendo. A ajudei a se sentar e ela tenta se acalmar. Lene a levou uma caixinha de suco que pegou na geladeira por livre e espontânea vontade.

— Obrigada, anjinho. - ela falou, dando um beijo na testa dela.

— O que houve, tia Klys? - perguntou Gale.

— Algumas pessoas que eu confiava fizeram coisas muito feias. - ela respondeu mais calma – Melhor irem para o quarto de vocês.

— Crianças, vocês ouviram. - falou minha mãe, pegando Gale no colo – Isso não é assunto de vocês.

— Sim, mamãe. - eles falaram.

Enquanto minha mãe os levava para o quarto, foquei minha atenção a minha melhor amiga, desesperada. Me sentei ao seu lado e perguntei:

— Por que veio pra cá? Podia ir para casa, contar isso para o seu marido! Ele é a sua família agora!

— Ele está na Base com a Wanda e alguns outros. Eu não posso deixar que esses outros me vejam assim. Vamos concordar: tenho mais intimidade com vocês do que com Hope, Peter...

— Então vou ligar pra ele e pedir que venha sozinho, tudo bem?

— Por favor. - ela respondeu.

Minha mãe desceu logo depois e, poucos minutos depois, Pietro chegou. Então eu parei para me lembrar: a S.H.I.E.L.D., que resgatou Krystal quando ela era criança, que meus pais trabalhavam, que minha amiga tanto confiava e tinha tanta lealdade, tinha tentado contra o pai dela, ninguém menos que o próprio Capitão América.

— Krys. - falou ele, assim que entrou, e se sentou na frente dela, no chão, segurando sua mão - O que aconteceu?

— A S.H.I.E.L.D., eles... ele tentaram... - ela volta a soluçar.

— Amor, fica calma. - ele disse, acariciando seu rosto – Devagar.

Eu sempre achei engraçado ouvir Pietro Maxmorff, o Mercúrio, usando uma palavra como "devagar". Krys respirou fundo e contou.

— Se lembra, Meri, quando eu disse que me colocaram em uma missão, dizendo que eu era uma peça chave? Bom, foi isso. Vocês já sabem sobre os Acordos de Sokovia, então não preciso explicar. Bom, o que acontece é que nem todo mundo é a favor. Meu pai, por exemplo. Como ele é o líder dos Vingadores, Talbot tentou persuadi-lo. Ele não aceitou, e foi aí que eu entrei. Eu já havia sido instruída ao que fazer, mas me disseram que eu ia apenas conversar com ele, o que eu concordei, obviamente. E os acordos não pareciam ruins. Nem assim meu pai concordou. - a calma começou a sumir em seu olhar e o desespero começa a tomar conta - Então, Talbot ameaçou meu pai, ele resistiu, pediram para eu atirar nele, mas eu neguei, mas eles atiraram e...!

Ela não termina. Cai em prantos. Presumi o pior.

— Krys, onde está o Capitão? - perguntou meu pai.

— Não sei, mas não morreu. - ela afirmou – Eu confiava. Eu era leal! Ainda não consigo acreditar nisso.

Seu esposo a beijou rapidamente e disse: - Não se preocupe. Vai ficar tudo bem. Vamos acha-lo. Você pode... deixar a S.H.I.E.L.D. ou coisa assim...

— Não. - okay, isso eu não estava esperando – Talbot fez isso, mas a May ainda está lá, a Dasye ainda está lá, Kate, os Fitz, Neo... o Coulson. Não posso os abandonar.

Me apoiei na parede e comecei a observar meus pais. Ninguém queria opinar, até porque, os dois tinham pontos de vista diferentes, ou seja, iam acabar brigando. Me sentei ao lado da caminha de Elora e fiz carinho nela. Ela se levantou e foi até Krys, que também amava a cachorrinha. Enquanto minha amiga mexia nas orelhas dela e a chamava de "Lola", penso no que aconteceu naquele dia e reflito. Nosso grupo tem pessoas com pensamentos diferentes e que precisam, em conjunto, tomar uma atitude. Mas nem todos querem tomar a mesma atitude. Ou seja, o grupo foi dividido.

E se um grupo se divide, há chances de uma guerra civil.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!