Garota Valente 3: Guerra Civil escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 15
Sincronia de pensamentos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novoooo!!!!!
Tinha um erro no capítulo anterior, em que eu menciono o Rhodes, sendo que o Rhodes foi o primeiro dos quatro mortos importantes a morrer. Foi mal, galera. Já corrigi, foi o Bucky e não foi sem querer.
Divirtam-se!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676592/chapter/15

Passamos horas conversando.

Noa atualizamos de tudo. Beatrice estava comendo papinha agora, bem mais rápido que um bebê normal, o que achamos adorável e impressionante. Hubert falava sobre a namorada e Harris desenhava alguma coisa. Hamish trocava trocadilhos com meu pai e minha mãe tagarelava sobre o quanto estava se sentindo bem apesar de tudo. É claro que não acreditei. Lion comia e ouvia, falando vez ou outra.

Trazer o Lion foi golpe baixo, mas ele sabia que quanto mais coisas que eu amo lá, menos eu protestaria. Após algum tempo, tomei um banho e troquei os curativos, vestindo um vestido verde mais maduro do que eu costumava usar, com detalhes dourados, igual o que minha mãe costumava usar, com mangas longas e grandes nos pulsos. Lion vestiu algo mais comum para o ambiente e saímos para conversar.

— Você está melhor? — Ele perguntou.

— Eu ganhei tempo pra respirar. Eles são basicamente colegas de trabalho a maioria. Comigo foi pior. Então eu não estou menos pior. Apenas com a mente se organizando.

— Há uma diferença entre um quarto cheio de roupas no chão e um quarto com as roupas no chão, porém dobradas em um canto. — Ele concordou.

— Você me entende tão bem. — Falei, com um pequeno sorriso — Acho que vou cavalgar. Você vem?

— Pode ser. Eu fui cavalgar uma vez quando era adolescente, antes da gente se conhecer. Foi um pedido do Andy.

Então, fomos ao estábulo do castelo, onde escolhemos dois cavalos. Naquele momento senti saudades de Angus. O passado deve ser lembrado, mas ele não pode te prender. Me aproximei de um cavalo branco com manchas negras. Estendi a cão e acariciei sua crina, então, coloquei uma sela sobre ele e subi cuidadosamente. Quando olhei Lion, ele estava parado, olhando um cavalo preto e marrom. Soltei uma gargalhada.

— Lion, você começa tento contato com ele, pra ele não se assustar.

— E... eu não sei se isso vai dar certo. — Respondeu, um pouco assustado.

Apoiei minha mão em meu rosto, mas ri. Desci do cavalo e foi até ele.

— Quer que eu coloque a sela nele pra você?

— Não precisa. Não deve ser tão difícil.

— Se você acha...

Então, completamente enrolado, ele colocou a sela no cavalo. Com muita dificuldade, subiu.

— Viu? Eu consegui!

Naquele instante, a sela soltou e escorregou do cavalo, o fazendo cair no chão. Não me segurei e comecei a rir, alto e indiscretamente, me sentando ao lado dele.

— Mandou bem, garoto da cidade.

— Ai... — Ele expressou, com uma risada.

Lion olhou pro céu e respirou fundo. Então me deitei ao lado dele e falei.

— Esquece a ideia. Vamos só ficar aqui. — Falei.

O lugar fedia um pouco, mas era um aroma até nostálgico. Ele parecia sonhador, como se pensasse em algo belo, talvez o paraíso. Apoiei a cabeça em seu ombro e ele falou:

— Bateu uma vontade estranha de largar tudo e ficar aqui com você. Ser os reis desse lugar, e se afastar de toda aquela confusão.

— Sim, eu às vezes fico com essa vontade. Mas não posso ignorar a realidade.

— Mas e se essa se tornar a nossa realidade? — Perguntou.

— Provavelmente o Stark vai vir atrás de mim aqui quando tudo acabar. Eu lutei contra os Vingadores!

— E eu me arrependo de ter te incentivado a fazer isso, não sabia que as coisas poderiam ficar tão críticas.

— Não sabia?! Era uma briga entre os Vingadores! Não tinha como não tomar grandes proporções.

— Eu não tinha noção disso, me perdoe.

— Não vou te perdoar porque agradeço. Quando eu descobri do que o tratado se tratava, me dei conta de que estava apoiando algo terrível. Graças a você eu descobri isso. Você avisou que tinha algo errado.

— E no final, tinha. É, eu sou um bom detetive. — Ele falou, e eu ri — Mas falando sério, seria muito bom me casar com você aqui.

— Seria irônico. Esse lugar me lembra de coisas da minha adolescência. Coisas como não querer me casar.

Ele riu e segurou minha mão, beijando minha bochecha.

— Você não queria se casar com os filhos dos lordes, mas comigo é outra história.

— Bem... isso é verdade. — Então, me virei para ele e trocamos um selinho rápido e delicado. — Agora vamos. Meu cabelo está ficando todo sujo.

— Okay, você que sabe. Mas eu ainda estou um pouco dolorido do tombo.

— Deixa que eu te ajudo.

Então, me levantei e estendi a mão, o colocando de pé. De certa forma, ele estava certo. Era um lugar de paz. Dava vontade de ficar. Mas tudo estava uma confusão lá fora, e eu precisava me reorganizar para voltar. Não valia a pena abandonar minha equipe. Enquanto entrávamos, conversávamos coisas muito aleatórias, sobre a igreja, a faculdade, a família e, principalmente, o futuro. Ele falava sobre nomes de crianças, assunto que eu preferia evitar. Falava mais sobre se organizar para viver a dois, ou em detalhes técnicos e financeiros da cerimônia. Ele notou que eu não queria falar sobre filhos e me respeitou.

Foi quando uma mulher veio em nossa direção. Ela carregava um emblema da S.H.I.E.L.D., o que me deixou receosa, mas ela não estava armada. Usava um jaleco branco. Seus cabelos eram curtos e cacheados, quase bagunçados, e seus olhos amarelos.

— Merida Barton? — Ela perguntou — Sou a doutora Victoria Freeman. Sua mãe biológica me mandou para cuidar da sua mãe adotiva. — Então, soltou uma pequena risada, mas logo, se entristeceu — Nós precisamos conversar.

Aquilo me preocupou. Fomos até a sala do trono e nos sentamos próximo aos mesmos. Ela parecia triste, e nervosa. Quando chegamos no local, ela perguntou:

— Quando pretendem se casar?

— Com essa confusão toda lá fora, não sabemos. — Respondeu Lion. — Era pra ser daqui a seis meses, mas agora tudo está muito imprevisível.

— Infelizmente, Elinor não chegará até lá — Contou, o que fez meu chão desaparecer.

Cobri a boca e imediatamente Lion me abraçou. Uma lágrima quis sair de meus olhos, mas eu enxuguei. Não devia chorar naquele momento. Eu devia ser mais racional.

— Quanto... quanto tempo até acontecer? — Perguntei, gaguejando um pouco.

— Dois, no máximo três meses. Eu sinto muito. Ela se faz de forte, admiro isso. Mas já está muito debilitada. E seu esforço por parecer bem está a desgastando ainda mais.

— Ela já sabe? — Perguntou Lion.

— Sim, mas está se fazendo de forte. — Contou a Dra. Freeman.

— Preciso vê-la. — Afirmei.

— Ela está no quarto. Pode ir.

Deixamos Victoria por lá e seguimos para o quarto dos meus pais. Na lateral da sala do trono havia uma escada, e subindo, um corredor, onde estava o quarto deles. Sempre foi no mesmo lugar. Eu segui em frente, mas Lion me segurou no meio da escada e falou:

— Eu sei o que você tem em mente. Sei o quanto isso é importante para você. Mas não é uma decisão para se tomar sozinha. — Então, ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos, e falou — Vamos fazer isso juntos.

Concordei com a cabeça. Ele havia pensado no mesmo que eu. Seguimos para o quarto. Quando entramos, meu pai também estava lá. Esse estava sentado na cama segurando a mão dela. Me aproximei e me sentei ao lado dele, beijando a testa dela.

— Como você está? — Perguntei.

— Melhor do que muita gente. — Ela respondeu, com certa determinação.

— Lembra quando eu era mais jovem, e você queria que eu me casasse com um filho de um lorde?

— Lembro. Você pode não ter me transformado em urso, mas aquele desejo eu realmente tive. Eu cheguei a fazer um vestido de noiva para você! Mas então, depois que você foi para a casa dos seus pais e voltou, decidi que seria tudo diferente. Que eu seria uma boa mãe. Me desculpe se eu não fui.

— Você foi perfeita. — Falei, com algumas lágrimas nos olhos — Eu queria tanto que você fosse ao meu casamento...

— Eu estarei lá. Em seu coração. — Ela falou, me consolando.

— Não terminei. — Respondi, indo até Lion e segurando a mão dele — Vamos nos casar aqui. O quanto antes.

— Mas... e quanto aos seus pais?! E seus amigos?! — Perguntou meu pai.

— Podemos fazer duas cerimônias. — Respondeu Lion — Uma aqui primeiro e outra lá!

— Não precisa fazer isso por mim. — Respondeu ela.

— Claro que preciso. Você é minha mãe! Já fez de tudo por mim. Agora é minha vez de retribuir.

— E quando será a primeira cerimônia? — Perguntou meu pai.

Eu e Lion nos entreolhamos. Era loucura, mas pensávamos na mesma coisa, mais uma vez. Trocamos olhares e expressões faciais. E o engraçado era que nos entendíamos perfeitamente. Então ele acenou com a cabeça e me virei para eles, respondendo:

— Depois de amanhã, pela manhã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei, loucura, não é?! Agradeço novamente os comentários! Estou correndo contra o tempo e está muito divertido.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Garota Valente 3: Guerra Civil" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.