Garota Valente 3: Guerra Civil escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 10
Dor


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora. Eu desanimei muito. Começou a perder a graça, mas eu estou tentando voltar. Sinto muito.



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Ver Lion era tudo o que eu precisava. 

Ele abriu a porta e eu caí de joelhos frente a ele. Ele me segurou nos braços e me levou até o sofá. Foi uma das poucas vezes que sentei no colo dele. Eu fiquei em posição fetal nos braços dele e ele apenas me abraçou e me confortou. Os pais dele saíram da sala assim que eu cheguei. Não queriam nos incomodar. Então éramos só nós dois. Eu não contei o que aconteceu, apenas chorei até dormir. 

Quando acordei, estava no quarto de Jenipher. Era estranho. Estava muito diferente do que ela deixou porque várias coisas foram desfeitas, incluindo a maioria das roupas, mas nem todas. Porém, os porta-retratos ainda estavam na estante. Me levantei e os encarei. Eu via as fotos dela com os amigos, sorrindo gentil, mas tudo de que eu lembrava era da minha flecha atravessando sua garganta. Me senti um monstro. Eu tomei sua vida, sua casa, seu quarto, e agora, suas roupas. Peguei o mais discreto que consegui, tomei um banho e me preparei para sair. 

Quando desci as escadas, vi os pais de Lion servindo o café, Andy jogando algum game de realidade virtual e Lion estava andando de um lado para o outro, nervoso. Ele olhou pra mim e começou a andar, mas minha sogra me abraça primeiro. 

— Meri! Está bem, minha jovem? 

— Com certeza, melhor do que ontem. - suspirei ao dizer. 

— Vai dar tudo certo, Merida. Tenha fé. - afirmou Francis. 

— Obrigada. - disse, me afastando, indo até Lion, que me abraça. 

Eu não conseguia mais chorar. Todas as lágrimas tinham ido embora naquela noite. Então eu finalmente expliquei o que havia acontecido. Lion, mesmo triste, me apoiou. Mas Andy e seus pais não gostaram de ouvir sobre a decisão que tomei. Me tentaram fazer mudar de ideia, mas nada deu certo. No fim, eu pouco comi. Apenas sentei no sofá novamente com Lion

— Isso vai passar, Meri. Logo seremos só nós dois. 

— Logo quando, Lion? Quando vamos nos casar? No meio dessa guerra? Durante a queda da minha família? A separação dos meus pais? Não tem como isso acontecer agora. 

— O que o Capitão quer? 

— Que retirem essa lei. Que soltem os amigos presos sem motivo. 

— É o objetivo deles? 

— Sim. Meu pai me explicou. 

— Você confia muito no seu pai. 

— Eu o amo. 

— E a sua mãe? Você a ama? 

— Claro que sim! Não faça eu me sentir culpada por ter a magoado. 

— Me desculpe. Eu... 

Lion perdeu a fala. Ele não tinha como me ajudar. Mas eu também não estava colaborando. Suspirei e deitei minha cabeça em seu ombro. Ele começou a acariciar meus cabelos e permaneceu em silêncio. Eu não ia cobrar explicações, e nem queria elas. Lion sempre foi muito emotivo, então eu preferia mesmo que ele não se sentisse mal. De fundo do poço, já bastava eu. Então deixei estar. Alguns instantes depois, bufei frustrada. 

— Podia ser tudo um sonho. Um terrível pesadelo. Minha família sempre foi tudo para mim, e agora... eu sei lá, parece que "família" é um sonho distante. 

— Eu ainda estou aqui. Parece que se esqueceu de que uma família com você é o que eu mais quero. 

Me levantei e bufei, colocando as mãos no rosto e caminhando até a janela, cruzando os braços e olhando para fora. A única falha na família perfeita de Lion era a irmã psicopata dele. Ele não sabia como era assustador estar à beira de perder algo que lutou tanto para proteger. Como era vazio e solitário ter seu maior apoio fragmentado. Ele se aproximou de mim lentamente e me abraçou pela cintura, beijando meu rosto de forma reconfortante, em seguida, segurando minha mão, o que me fez olhar para ele imediatamente, dando de encontro com seu sorriso reconfortante. 

— Tudo vai ficar bem, amor. Não se preocupe! Logo essa guerra acaba. 

— Mas será que eles vão se perdoar por isso? 

— Isso é algo que você pode resolver. 

Ele deu um sorriso otimista e eu devolvi um sorriso esperançoso, me virando de frente para beijá-lo com carinho e paixão, sendo retribuída da mesma forma, me fazendo sentir a segurança que eu sempre sentia com ele. 

— Eu preciso ir. Minha luta não acabou. - Falei assim que separei o beijo. 

— Toma cuidado, tá? - Pediu, preocupado. 

— Se eu cair, você vai estar aqui pra mim? 

— Para sempre. 

Com um último beijo, me afastei de seus braços e peguei minha mochila, negra com brilhos ancos, saindo de lá com firmesa. Eu sabia que havia deixado muitas pessoas preocupadas, mas agora eu sabia que estava fazendo a coisa certa. Agora eu sabia o que fazer. Eu vou lutar pelo que eu acredito. E mesmo se tudo der de cara no chão e eu sentir a pior dor que alguém poderia sentir. 

Lion ainda estaria lá para me segurar. 


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Notas finais do capítulo

Me desculpe por um capítulo tão pequeno, mas esse é o meu retorno. Eu vou voltar aos poucos, prometo. No meu ritmo. BJS!



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