Para sempre sua, Isabella. escrita por Lady Ink


Capítulo 7
Culpa.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei. Faz mais de um ano, eu sei.
To me sentindo aqueles gatos que somem por semanas e depois voltam como se nada tivesse acontecido.
Eu peço desculpas, do fundo do coração.
Aconteceu o de sempre: faculdade, problemas, falta de inspiração.
Agradeço a todas que me mandaram mensagens me incentivando a continuar a fic (principalmente a Aqua Potter que não desistiu de mim e a Mrs Rainbow que deixou uma recomendação lindaaaa), foi muito importante. Amo vocês ♥

Bom, eu reescrevi o começo desse capitulo tantas vezes que perdi as contas, mas sempre empacava e não ficava bom. Hoje ele fluiu e eu gostei, espero que gostem também.

PREPAREM O CORAÇÃO QUE É UM CAPITULO DAQUELES!!!

Boa leitura ♥



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Estava em Mystic Falls a uma semana e minha vida agora parecia um daqueles quebra-cabeças com milhares de peças minúsculas, felizmente, meus amigos estavam dispostos a me ajudar a montar. Elena continuava a me tratar como se fossemos parentes e eu era grata por isso, ela era um ser humano incrível. Bonnie dedicava parte de seus dias a me “enfeitiçar” e Caroline se encarregava de nos deixar animadas sobre qualquer circunstância. Rosalie e Alice por outro lado mantinham uma certa distância, ao contrário de Jasper e Emmett que haviam se dado super bem com os meninos. Quanto aos Originais, Rebekah aparecia quase toda tarde na mansão Salvatore ou no Grill, aparentemente o passado dela com a turma não era dos melhores, mas ela parecia se esforçar para mudar isso e seu irmão... Bom, ele não estava lá o tempo todo, mas estava lá toda vez que tínhamos um progresso significativo, o que me fazia ter a impressão de que ele estava sempre por perto. Ele ficava extremamente empolgado com a evolução das minhas memorias e era o que mais se empenhava para me ajudar a montar meus pedacinhos. Felizmente, não chamei mais seu nome durante os feitiços, porém era a sua voz que eu ouvia sempre antes de despertar. Ainda não tínhamos explicação nenhuma para isso e pelo bem do pouco que me restava de sanidade eu escolhi apenas ignorar.

Essa era uma das inúmeras coisas que estava ignorando nos últimos dias. O fato de não saber minha idade, quantas pessoas eu já havia matado, a razão pra Edward ficar tão receoso quanto a eu recuperar minhas memorias, o fato de que um dia teria que voltar pra Forks e quebrar a compulsão de Charlie... Era uma lista grande e parecia ficar maior a cada dia.

Senti o colchão se afundar ao meu lado e sorri ao encontrar a pele de mármore de Edward.

— Um beijo por seu pensamento... — Propôs enquanto aninhava-me em seu peito. 

— Estou pensando no quão boa eu sou em procrastinar. — Disse com um sorriso de lado acariciando seus cabelos acobreados.

— Não vai pra casa dos Salvatore hoje? – Perguntou um tanto receoso.

— Na verdade não... Vou pra casa da Bonnie. Ela me disse que queria testar algo novo.

— Nós vamos caçar hoje. Ficarei fora durante algumas horas, só o suficiente...

— Não precisa se apressar por mim. Demore o quanto precisar. Eu vou ficar bem — Lhe assegurei enlaçando ainda mais nosso corpos.

É verdade, Edward retesava quanto as novas descobertas do meu passado, mas estava se empenhando em participar de tudo. Sempre se mostrando presente e ficando ao meu lado na maioria das sessões.

Era por volta das três da tarde quando bati na porta de Bonnie Bennet. Não consegui disfarçar minha cara de surpresa quando a porta foi aberta não pela bruxa, mas por uma figura masculina e de terno.

— Olá Isabella. — Elijah me cumprimentou com um sorriso.

— Oi... Elijah.

 — Bonnie foi buscar algumas ervas, já deve estar voltando — Apressou-se em explicar diante do meu semblante confuso. — Te convidaria para entrar, mas não faria diferença alguma...

— Ah, o lance dos convites... A população geral devia saber disso, sabe, questão de segurança pública.... — Brinquei enquanto me aproximava do grande balaço no canto da varanda.

— Com certeza salvaria algumas cabeças. — Riu sentando-se ao meu lado — Bonnie pediu ajuda para traduzir um encantamento que encontrou — Disse justificando sua presença.

— Que tipo de feitiço a bruxa boa do oeste encontrou?         

Uma risada gutural escapa de seus lábios e ele me encara com divertimento.

— Bruxa boa do oeste? Acho que vamos ter que controlar o tempo que passa com Damon... Bonnie ficou realmente animada com isso e me prometeu que deixaria que ela te contasse, então... — Terminou a frase com uma carata como se pedisse desculpa.

— Nenhum spoiler? Pode ser pequeninho! — Pedi com minha melhor cara de gato de botas.

O moreno limitou-se a balançar a cabeça e morder o lábio para conter o riso.

— Posso dizer que é um feitiço muito, muito antigo... Basco, pra ser mais preciso... E ainda não faço ideia de como ela fez pra acha-lo.

— Quantas línguas você sabe falar? — perguntei deliberadamente.

— Algumas... — respondeu tentando ser modesto, mas acabou soando como: todas as que você puder imaginar.

— Será que eu sei falar outras línguas? — Confabulo mais para mim mesma.

— Je ne sais pas... tu sais?

— Tenta outra, fiz aula de francês quando morei em Phoenix. — Sorrio displicente.

— Okay, hast du auch Deutschunterricht genommen? — Ele tenta novamente.

Assim que as palavras saem de sua boca eu identifico: Alemão. Arregalo meus olhos. As palavras não fazem sentido algum para mim, mas minha mente as traduz quase de imediato: Você também fez aulas de alemão?

— Aparentemente... Sim. — Respondo um tanto transtornada.

— Riesci a capirmi?

Italiano. Balanço a cabeça afirmativamente.

—Tudo bem... — Elijah me analisa — Ĉu vi konas ĉi tiun lingvon?

— Eu não faço ideia de que idioma é esse, mas sim, eu conheço esse idioma.

— É Espartano...

Ele fitou-me por um instante ponderando sobre algo e quando finalmente pareceu chegar a uma conclusão, Bonnie cruzou o pequeno portão de madeira que resguardava o quintal.

— Oi terráqueos.

— Oi Bonbon. O que temos de tão empolgante que proibiu o engravatado aqui de me contar? — Perguntei fazendo a morena cair na gargalhada e Elijah me olhar com certa censura e indignação, mas pude reconhecer o divertimento por baixo. Estava ficando boa em dar apelidos e talvez ele tivesse razão: deviam controlar o tempo que passo perto do Damon, essas coisas são contagiantes.

— O que o engravatado não pode te contar é que achei o segundo melhor feitiço de todos os tempos. — Afirmou entrando na casa, estava quase na sala quando girou sobre os calcanhares e fez uma pequena reverencia sorrindo — Pode entrar Isabella.

Atravessei a soleira com receio de que uma força me lançasse para fora da casa, como haviam me contado que acontecia com quem não era convidado, mas entrei normalmente. Bonnie nos conduziu a uma pequena sala e sentou-se frente a uma mesinha de centro coberta por ervas, folhas amareladas e algumas velas. Ela indicou o lugar a sua frente e eu me sentei, acompanhada por Elijah.

— Bom esse só não é o melhor feitiço do mundo por que não recupera a sua memória. — Começou a bruxa — Mas, se ele funcionar da forma que eu espero, deve quebrar a compulsão de agora em diante. Ou seja, você vai lembrar das coisas ligadas a sua natureza vampírica de agora em diante.

— Caramba Bonnie, isso é... Incrível! Como foi que você achou isso?

— Bom eu tive uma conversa longa com meus ancestrais. Mas não importa. Vamos começar.

Abanei a cabeça afirmativamente e estendi minhas mãos pra morena. As velas sobre a mesa se acenderam e uma corrente de ar atravessou a sala me provocando calafrios quando ela começou a entoar o feitiço. Esperei pela dor costumeira da maioria dos feitiços mas não senti nada. Bonnie abriu um olho e depois o outro, como se checasse que estava tudo bem.

— Sentiu algo?

— Não. É só isso? Funcionou?

— Não sei — Admitiu a bruxa um tanto desapontada — Elijah, será que poderia? — Ela soltou uma de minhas mãos a estendendo na direção do moreno que a encarou confuso. — Poder nunca é demais, e você é um Original, então...

Senti outro calafrio, dessa vez provocado pelo toque de Elijah. Bonnie retomou o feitiço segurando nossas mãos com mais força. Fechei os olhos tentando me concentrar em sentir algo, a única coisa que se ouviu nos minutos que se seguiram foi a voz da bruxa, então a sala foi tomada por uma rajada de vento fazendo meu cabelo ricochetear em meu rosto. Abri os olhos. As coisas leves dançavam com o vento, suspensas no ar. Olhei para Bonnie e seu nariz sangrava como uma cascata e seus olhos estavam revirados, olhei alarmada para Elijah que somente apertou mais minha mão na sua e assentiu como quem diz: está tudo bem. O vento soprou impetuoso uma vez mais e então sessou.

A morena soltou nossas mãos e respirou fundo, como se tivesse prendido o ar durante todo o feitiço. Fiz a menção de me mover, preocupada, mas fui impedida pela mão de Elijah ainda na minha. Ele esperou alguns segundos que ela se acalmasse e então a estendeu um lenço.

— Agora acho que funcionou — Ela suspirou limpando o rosto e rio, fazendo com que eu relaxasse — Vai se lembrar a próxima vez que se alimentar ou sei lá.

— Obrigada Bonnie — A abracei por cima da mesinha. — Sabe que nunca vou conseguir agradecer tudo o que você tem feito por mim.

— E você sabe que nunca vai precisar fazer isso. — Ela me apertou os ombros e sorriu — Vamos fazer uma sessão de regressão?

— Tá maluca bruxa? Você acabou de fazer um feitiço que exigiu sei lá quanto de você e já quer engatar em outro? Nem pensar! Você pode deitar ai nesse sofá e descansar, que meu passado não vai sair do lugar até amanha, okay?

Ela me olhou como uma adolescente quando repreendida pela mãe e se esgueirou até o sofá.

— Precisa de mais alguma coisa?

— Só fecha a porta quando sair — Ela disse já com os olhos fechados. O feitiço havia exigido muito mais do que ela queria demonstrar, mas seu cansaço era visível.

Só reparei que Elijah havia levantado quando estendeu sua mão em minha direção. Aceitei a ajuda e me empurrei pra cima, ficando em pé.

— Te vejo amanhã bruxinha, qualquer coisa me liga. — Disse já saindo da casa. Bonnie murmurou alguma coisa sem nexo se encolhendo no sofá.

— Carona? — O moreno perguntou assim que fechei a porta.

— Na verdade... não sei se quero ir pra casa agora. — Suspirei descendo os degraus da varanda.  Senti o sol sobre minha pele e sorri. Já estava entardecendo, mas a sensação de ter a pele banhada pelo sol, mesmo que se pondo, era algo raro em Forks. Sentia falta do calor.

— Quer dar uma volta? — Ele perguntou ao me perceber parada no sol feito uma planta fazendo fotossíntese. Sorri começando a caminhar, logo sendo acompanhada por ele.

— Gosto do calor. — Afirmei após alguns segundos em silencio, como quem puxa um assunto.

— E como foi que acabou na cidade mais nublada do país?

— A duas semanas atrás te diria que foi pra morar com meu pai e deixar minha mãe viver um pouco. Mas hoje em dia já nem sei mais. — Suspirei enfiando as mãos nos bolsos de traz do jeans. — E você, como veio parar aqui?

— Bom, tenho um irmão obcecado com a ideia de criar um exercito de híbridos, e com isso ele vive atrás de uma duplicada Petrova...

— E você vive atrás dele. — Completei. Elena já havia me contado sobre ser uma duplicata  e sobre o louco do Klaus.

— De uma forma ou outra sempre sou atraído pra Mystic Falls. — Disse me olhando significativamente.

— Devo me preocupar se minha garganta começar a coçar? — Perguntei deliberadamente, quebrando o silencio que havia se instaurado.

— Significa que precisa se alimentar. É a primeira vez que se lembrará de se alimentar. Permite que eu lhe acompanhe?

— Claro que sim. Afinal, acho que preciso de um tutor — Sorri de canto — Não faço ideia do que fazer.

— Vai saber... É tudo instinto. É quem você é.

Elijah me tomou pela mão e nos guiou até um beco entre dois edifícios maiores.

— Temos duas opções no cardápio de hoje: Bolsas de sangue ou direto da fonte.

Não pude evitar arregalar meus olhos. Não conseguia me imaginar bebendo “direto da fonte” como ele mencionou.

— Não sei se consigo... E se eu não puder me controlar? — Damon já tinha me explicado que, diferente da espécie de Edward, nossa espécie não precisava matar, mas que nem sempre era fácil parar.

— Não precisa fazer nada que não se sinta confortável. — Ele apertou meus dedos sobre os seus e só então me dei conta que nossas mãos ainda estavam enlaçadas. — Confia em mim? — Assenti sem ao menos pensar sobre. Eu confiava em Elijah. De uma forma que se quer entendia. Simplesmente confiava. — Espere aqui.

Antes que eu pudesse raciocinar ele havia sumido. Estalei meus dedos sentindo-me nervosa. Já devia ter feito aquilo inúmeras vezes, mas aquela seria a primeira vez que eu realmente lembraria. Em questão de segundos o moreno voltou acompanhado de um rapaz loiro. Ele devia ter mais ou menos a minha idade, alguns anos a mais.

— Isabella, este é Trevor — Elijah nos apresentou.

— Olá Isabella — O garoto cumprimentou, um tanto quanto robótico, como se estivesse enfeitiçado. Enfeitiçado não, compelido.

— Se você não quiser... — O moreno começou ao perceber minha hesitação, mas o interrompi.

— Eu quero.

Elijah se aproximou sussurrando para mim:

— Olhe em seus olhos, peça que não grite.

— Não grite — Disse com meus olhos fixos nos de Trevor. Vi suas pupilas dilatarem e voltarem ao normal.

— Não vou gritar. — Ele concordou de imediato.

Elijah se colocou atrás dele e moveu o pescoço do menino para o lado o expondo para mim.

— Concentre-se nos batimentos dele.

O coração de Trevor batia acelerado, por mais calmo que o garoto demonstrasse estar. Foquei meus olhos em seu pescoço e observei os movimentos de sua veia. Eu podia ouvir o sangue percorrendo seu corpo. Senti minha gengiva se retrair expondo minhas presas e me aproximei mais. Segurei seu pescoço com uma mão e vi o moreno atrás dele assentir.

Fechei os olhos e o mordi. Epiderme. Derme. Hipoderme. Eu podia sentir suas células se arrebentarem sob a pressão dos meus dentes. O liquido espesso finalmente preencheu minha boca e não pude evitar gemer. Era delicioso. Não, era mais que isso. Era... Indescritível. Abri os olhos buscando os olhos de Elijah que sorria com os olhos fixos em mim. Fechei os olhos novamente e apertei mais o pescoço de Travor contra mim, aprofundando a mordida. Sentia suas artérias se contraindo sobre minhas presas, no mesmo ritmo que seu coração batia.

Senti mãos sobre minha cintura e o hálito quente de Elijah em meu pescoço.

— Já chega.

Me afastei relutante tomando folego. O garoto estava pálido e a ferida em seu pescoço continuava a sangrar. Tentei me ater a vida do garoto mas tudo o que conseguia ver era seu sangue jorrando quente. Me convidando.

— De seu sangue a ele. — Senti os dedos do Original pressionando minha pele, me despertando.

Mordi o pulso e o aproximei da boca de Trevor que bebeu sem questionar. Em alguns segundos sua ferida estava fechada.

— Diga a ele para ir para casa e esquecer do que aconteceu. — O moreno continuava a me instruir.

— Você irá para casa e irá se esquecer do que aconteceu aqui.

— Irei para casa e esquecerei do que aconteceu aqui. — O garoto repetiu e caminhou para fora do beco.

Respirei fundo tentando assimilar tudo o que havia acontecido. Me virei para Elijah que ainda mantinha as mãos em minha cintura. Não sei dizer ao certo quanto tempo ficamos nos encarando. Estava inebriada pelo turbilhão de sensações que me envolvia. Parecia que tudo estava diferente agora. Como se meus sentidos estivessem ampliados. Era a primeira vez que eu me sentia realmente uma vampira. Apesar de sentir tudo com muito mais exatidão e ser capaz de escutar uma formiga carregando uma folha a quatro quarteirões dali, eu me sentia embriagada. Era como se todo o mundo se resumisse aquele beco. Como se estivéssemos dentro de uma bolha. E de repente todos os problemas, o passado e minhas incertezas se calaram.

Vi Elijah levar sua mão até meu rosto passando o dedo sobre meu queixo fazendo eu me dar conta que havia sangue ali. Levou seu polegar a boca em um gesto quase ensaiado, provando o sangue que estava sobre minha pele. Senti minha garganta secar novamente, mas dessa vez não era sede. Era outra coisa. Desejo.

Era como se meu corpo tivesse vontade própria. Coloquei uma das mãos sobre o ombro do Original, o que o fez enlaçar mais minha cintura, nos aproximando ainda mais. Ele voltou a mão ao meu rosto retirando uma mecha de cabelo dali, enquanto eu tinha a outra mão descansando em seu peito. Podia sentir seu coração batendo sobre minha palma. Acelerado. Como o meu. Senti seus dedos afagarem minha face e fechei os olhos recebendo o carinho. Elijah segurou meu pescoço nos aproximando mais. Seu cheiro era lascivo e tomava conta do ar a minha volta. Nossos narizes se tocaram levemente e eu sabia o que viria a seguir. Eu queria o que viria. Amarrotei seu terno quando nossos lábios roçaram um no outro. Senti seu hálito, como um convite. Que eu aceitei.

Fomos despertos pelo som estridente vindo da minha bunda. Levei alguns segundos para perceber que era meu celular e conseguir me afastar do moreno que soltou um suspiro de frustração. Peguei o aparelho vendo o nome de Edward na tela e senti meu coração perder uma batida. Era meu namorado.  Meu namorado estava me ligando. Meu namorado que foi caçar estava me ligando. E eu estava nos braços de outro. Só então percebi o tamanho da merda que estava acontecendo. Atendi o telefone da melhor forma que pude, tentando controlar minha voz.

 

“— Alô?

— Bella, tudo bem? Só liguei pra avisar que vamos demorar mais algumas horas mas estarei ai pela manhã — A voz de Edward soava doce e preocupada.

— Ah... Okay... Tudo, tudo bem.

— Bella, aconteceu alguma coisa, sua voz esta... Estranha.

— Ta, ta... Ta tudo bem sim. Eu... — Passei a mão pelo rosto tentando recobrar a sanidade — Bonnie fez um feitiço novo, deve ser isso, te conto tudo amanhã.

— Certo, até amanhã. Qualquer coisa me liga. Eu amo você.

— Eu também.”

 

 

Desliguei o telefone e apoiei as mãos nos joelhos. Minha cabeça girava e eu não conseguia assimilar a quantidade de informações que recebia. Eu também. Não conseguia pensar em uma única vez que Edward havia dito que me amava e eu tivera respondido assim. Eu também.

Tomei coragem para me virar e encarar Elijah, que estava parado a uns bons 10 passos de mim. Havia culpa em seu olhar, mas não havia um pedido de desculpas.

— Eu... Eu tenho que ir — Falei me afastando mais. Ele apenas assentiu e me deixou partir.

Caminhei o mais humanamente que pude até chegar a estrada quase deserta que dava acesso a casa que alugamos. Então eu corri. Eu queria gritar. Correr dali. Me esconder.

Entrei na casa e fui diretamente para meu quarto. Meu quarto e de Edward. O cheiro do meu namorado espalhado pelo ambiente fez eu me encolher. Por que eu não cheirava a ele. Eu cheirava a Elijah Mikaelson.

Entrei no banheiro e enchi a banheira me livrando das roupas rapidamente. Encarei meu reflexo no espelho e notei que ainda havia sangue seco sob meu queixo. O que eu tinha feito? Repreendi minha própria imagem. Assim como nos olhos de Elijah havia culpa em meus olhos. Mas não um pedido de desculpas.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?
Me contem nos comentarios. E sim, eu deixo me xingarem pela demora. (mas só um pouco). Minhas ferias acabam dia 19 e eu pretendo atualizar antes disso, não prometo o dia, mas será em breve (sei que vocês nem acreditam mais nisso, mas né).

Obrigada por não desistirem ♥