Don't Lie To Me escrita por MamaRamona


Capítulo 4
Capitulo 4 - ENTREM




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— KATHERINE?

             Katherine franziu a testa. Já fazia 150 anos desde que eu tinha visto-a pela última vez. Isso não era possível, ela estava morta. Eu vi com os meus próprios olhos quando ela morreu.

— Flashback 1864 –

    Katherine tinha deixado um pequeno pedaço de papel em cima do meu leito. Quando aproximei-me, peguei e o abri. Katherine sempre deixava pequenos bilhetes em cima do meu leito. Meu sorriso estava lado a lado. Eu tinha certeza que ela finalmente tinha escolhido-me. Comecei a ler.

“ Stefan.

    Jamais poderei dar-lhe o que verdadeiramente almeja. Você deseja-me exclusivamente para ti, mas não posso deixar de senti o que sinto por seu meio-irmão, Damon. Amo-te tanto, mas também o amo. Não posso idealizar-me tendo de escolher entre o amor dos dois, isso me machucaria tanto, mais que qualquer coisa. Então se não posso ter os dois, aqui habita o meu adeus. Obrigada por todos os episódios loucos da nossa pequena jornada juntos, por todo o amor, pela idolatria, apego, dedicação e ternura, pelos beijos, as caricias e todas as noites em que nos amamos como dois jovens pervertidos. Nunca esqueça-te que lhe amei.

Para sempre sua, porém não exclusivamente, Katherine P.”        

    Meu sorriso se desfez. Não Katherine, por favor, não. Olhei em volta com frenesi, sai gritando do meu dormitório. Não, isso não estava acontecendo. Gritei seu nome, mas não obtive resposta. Olhei em todos os cantos da casa, papai tinham saído. Encontrei a serva de Katherine na porta dos fundos da casa. Olhando para baixo com o olhar abatido,vexado e abandonado.

— Onde ela está? _perguntei, minha voz rígida, intransigente, mas meus olhos cheios de lágrimas.

    Emily não respondeu, abriu a porta e olhou para os fundos da casa. Quando atravessei a porta encontrei Damon de frente para a árvore em que eu e Katherine costumávamos ficar e passar horas e horas conversando.

    Senti meu sangue queimar. Damon teria feito a cabeça de Katherine para ficar com ele? Em passos rápidos fui até a árvore.

— Damon. _gritei seu nome. O sangue já esquentando de ódio.

    Ele ignorou-me, ainda olhando para a árvore. Quando cheguei um pouco mais perto notei que ele estava chorando. Que diabos esta acontecendo aqui? Aproximei-me de Damon, olhando agora para onde ele olhava.

    O vestido que Katherine usará mais cedo estava no chão, coberto por cinzas, seu anel que lhe protegia do Sol estava no chão, Katherine era um ser sobrenatural, uma vampira como ela mesma dizia. Aquele anel, com uma linda pedra azul no centro, protegia Katherine de morrer ao ficar exposta ao Sol. Uma vez ela disse-me que muitos vampiros não conseguiam andar em plena luz do dia como ela justamente porque eles não tinham aquele anel.

    As peças do quebra cabeça agora estavam completas. Meu Deus, Katherine...

— Não. _sussurrei. Meus olhos começaram a marejar. Katherine, por favor, não..._ NÃO! _exaltei-me negando com a cabeça, senti-me fraco e caí de joelhos enquanto soluçava.

    Tudo dói aqui dentro, estou sentindo falta de ar e não consigo conter o choro. Estou em negação, Katherine se foi, a minha Katherine. O meu pequeno e doce anjo. Damon agachou-se e meu olhar encontrou-se com o dele. Ele já tinha parado de chorar.

    Parecia cansado e seus olhos estavam inchados e vermelhos. Ele desviou seu olhar do meu segundos depois e aproximou-se do vestido e das cinzas de Katherine. Pegou o anel com a pequena pedra azul acoplada e analisou-o por alguns segundos, levantou-se e guardou no bolso da calça.

— Flashback 1864–

— Katherine? _perguntei novamente.

— Não, sou Elena. _ela respondeu.

Domingo, 26, Janeiro, 2014. Mystic Falls

Crystal Reed

    Eu realmente estava começando a ficar preocupada com a Gata, desde que ela saiu ainda não tinha voltado. Já faz quase 24 horas desde que ela fugiu sabe sei lá para que lugar e até agora não voltou.

    Elena iria chegar hoje a noite, a casa estava arrumada, o jantar pronto, agora só faltava pegar uns filmes para assistirmos quando ela chegasse. Encaminhei-me até a porta do porão e assim que a abri liguei a luz em seguida. Desci as escadas atenta para não cair e acabar machucando-me. Enquanto pegava alguns filmes ouvi a campainha tocar, deve ser Elena e provavelmente ela esqueceu as chaves.

    A animação de finalmente Elena ter chegado invadiu todo o meu corpo, peguei os filmes e subi as escadas, colocando-os em cima da mesa de centro. Depois fui até a porta e a abriu.

    Meu coração foi a mil e eu gritei automaticamente. A mulher do espelho agora estava ali, na minha frente, encarando-me com seu olhar fantasmagórico e até demoníaco. Fechei a porta rapidamente e subi as escadas. Merda. Torci o tornozelo ao tentar pular alguns degraus, talvez o medo tenha sido maior que a dor, porque não consegui parar de correr.

    Tranquei-me no quarto à procura do celular. Meu coração estava acelerado, meu corpo e consciência não funcionavam direito quando estavam com medo e sobre pressão, ainda mais enquanto ouvia-se o barulho de alguém, ou algo, subindo as escadas.

    Meu celular tocou, olhei em volta a procura do aparelho. Não estava no quarto, estava andar de baixo. Já conseguia senti as lágrimas.

    Ouvi o barulho do carro chegando na frente da casa. ELENA, POR FAVOR, FUJA. Aproximei-me da janela e o conversível estava na frente da casa. Por alguns segundos duvidei que Elena estivesse dentro dele, eu não reconhecia o carro, mas talvez tia Jenna tenha trocado, então Elena desceu e eu tentei abrir a janela com a intenção de gritar para que ela chamasse ajuda, porém era tudo em vão, a janela se recusava a abrir.

— Vamos, por favor, não me deixe na mão. _falei como se aquilo fosse resolver magicamente meu problema.

    Ouvi alguém bater, meu coração provavelmente pulou no vidro da janela, virei-me para a porta e encarei-a esperando-a abrir a qualquer momento.

    Tudo simplesmente ficou quieto.

    Não tinha mais barulho de ninguém andando pela casa, nem batendo na porta do quarto e nem do motor do carro. Franzi a testa e vire-me novamente para a janela. O carro já não estava mais ali, simplesmente sumiu, mesmo se estivesse ido embora eu teria ouvido o barulho, mas ele tinha apenas desaparecido.

    Franzi a testa olhando para a janela e então um movimento fez-me olhar o reflexo do quarto pelo vidro da janela. Ali estava ela, a mulher do espelho encarando-me a apenas alguns passos. Gritei, virando-me para ela automaticamente.

Domingo, 26, Janeiro, 2014. North Carolina

Stefan Salvatore

 _ Querida, diga-me que não estou alucinando. _faltando pouquíssimos passos para aproximar-me dela. Katherine andou para trás.

— Sinto muito, não sou quem você pensa. _sua voz saiu embaçada. Neguei, coitada estava alucinando. Dei um passo para frente.

    Minha audição sobrenatural capturou alguma coisa, e vinha da tal garota. Foquei, encarando-a e ampliando ainda mais meus poderes. Era seu coração. Alguns segundos atrás quando aproximei-me um pouco dela seu coração bateu mais forte, da mesma forma que um coração humano.

    Congelei.

— Quem é você? _perguntei encarando-a.

    Ela era idêntica a Katherine, mas seu cabelo era liso e deveria ser alguns centímetros mais baixa, não tinha certeza, já fazia tanto tempo desde que vi Katherine Pierce pela última vez.

— Elena. _ela quase sussurrou._ Obrigada por me ajudar, eu serei eternamente grata _ela olhou para o homem desmaiado no chão_ Você salvou minha vida _voltou seu olhar para o meu_ mas preciso ir.

— Katheri _pausei_ Elena, posso te levar para casa? _ antes que ela pudesse dizer não, aproximei-me dela e a compelir para me responder_ onde você mora?

— Mystic Falls. _respondeu. Sorri para ela.

    Você não faz ideia o quanto isso é incrível Elena. O destino esta gostando de brincar com a gente.

— Ótimo. E o que faz aqui em North Carolina? _perguntei.

— Vim passar alguns dias com a minha tia. _ela respondeu, seus olhos colados aos meus. Estava tão hipnotizada.

    Ver alguém como Katherine, porém tão humana e frágil, de fato me dava tesão. Katherine me manipulou por tanto tempo e poder manipular alguém que se parecia com ela era profundamente excitante. Um bônus positivo para o meu dia de merda.

— E vai voltar para casa quando?

— Eu voltaria hoje.

— E o que estava fazendo aqui?

    Elena desviou seu olhar do meu, pareceu levemente confusa.

— Vim comprar um presente para uma amiga. Quando cheguei aqui no centro as lojas já estavam fechadas. _Elena respondeu.

— Então esse babaca _olhei para o chão, o homem ainda estava desmaiado_ veio pra cima de você?

— Isso. _ela balançou a cabeça. Eu ainda estava compelindo-a para responder-me com total sinceridade.

— Ainda quer voltar para Mystic Falls ou ir para a casa da sua tia?

— Quero voltar para casa _respondeu_ mas, preciso pegar minhas malas na casa da minha tia.

— Tudo bem, levarei você. O que você acha?

— Acho que não devo ir. _ela respondeu.

    Franzi minha testa, Elena realmente estava assustada.

— Por que? _perguntei.

— Eu não conheço você.

— Mas eu salvei você. _levantei a sobrancelha_ eu não irei fazer mal nenhum a você. _continuei compelindo-a, agora para acreditar em mim.

    Elena não respondeu, parecia estar pensando no que eu acabará de falar. Encarei-a por alguns minutos, Elena era tão parecida com Katherine. Meus olhos encararam seus lábios e pensei em coisas que poderíamos fazer juntos.

— Acho que não tem problema. _ela respondeu dando de ombros.

— Meu carro está logo ali. _apontei para o carro e ela balançou a cabeça. Fiz um gesto para que ela passasse na frente e ela foi, olhando brevemente para o homem. Elena parou na frente do carro e eu abri a porta para ela.

    Deus como ela parecia a minha Katherine.

    Dei a volta e entrei no carro, sentando-me no banco do motorista.

— Elena, onde fica a casa da sua tia? _perguntei.

    Elena deu o endereço, liguei o carro. Assim que chegamos, Elena saiu e entrou na casa da tia para pegar as malas. Fiquei encarando a estrada, ainda sem acreditar que ela não era quem eu pensava. Comecei a pensar nas possibilidades:

    Katherine teve uma filha? Por que nunca me contou sobre ela? Provavelmente a filha de Katherine teve filhos e esses filhos tiveram mais filhos e assim aconteceu até finalmente chegar em Elena. Será que esse era um daqueles casos em que o descendente se parece tanto com seu antepassado? Katherine e Elena eram quase a mesma pessoa, eu poderia facilmente ser enganado por Elena, caso ela falasse que era Katherine Pierce.

    De qualquer forma elas não poderiam ser tão iguais assim, mesmo sendo da mesma família ou não, ela deveria ter alguma coisa do pai ou da mãe, mas não era o caso, elas eram idênticas, sem por nem tirar.

    Pensei nas condições de que Katherine fosse Elena, ou que Elena fosse Katherine, tanto faz, e que Katherine estivesse desmemoriada, mas eu vi as cinzas de Katherine, eu vi seu vestido, seu anel, e tudo que fez parte dela. Estavam todos lá, repousando sobre o que algum dia foi seu corpo. Aquelas eram as cinzas de Katherine Pierce, e ela não poderia estar mais entre nós, nem em sonhos.

    Eu estava bem, já tinha superado, fazia anos e mais anos desde que Katherine morreu. E então, simplesmente Elena apareceu. Seus olhos iguais aos dela, sua pele, seu voz. TUDO, simplesmente tudo veio à tona. Elena era humana, eu ouvia seu coração e também consegui hipnotizá-la facilmente, vampiro nenhum pode ser hipnotizado por outro vampiro o que confirmavam o fato de Elena não ser Katherine e de Elena ser apenas uma humana.

    Uma humana idêntica a uma vampira.

    Eu estava distraído quando alguém bateu duas vezes na janela ao meu lado. Olhei e vi Elena fazendo com alguns gestos pedindo para que eu abaixasse o vidro.

— Você poderia me ajudar com as malas? _perguntou ela, toda doce com seu jeitinho de menina assim que o vidro se abaixou_ são muitas e estão bem pesadas.

— Claro.

    Depois que ajudei Elena com as malas, uma mulher apareceu na porta da casa e gritou.

— Elena, você quase esqueceu sua bolsa. _deveria ser a tia de Elena. Observei cada canto de seu rosto, tentando achar qualquer vestígio que a entregasse como “descendente de Katherine Pierce” a única coisa que elas tinham de semelhante eram a cor dos olhos, fora isso mais nada. Ela se aproximou de Elena.

— Obrigada, tia. _Elena sorriu.

— Elena, você não me apresentou seu amigo. _ela sorriu olhando em minha direção. Guardei a ultima bagagem no porta-malas e virei-me para ela, aproximando-me e esticando minha mão.

— Stefan Salvatore.

— Jenna Gilbert. _ela sorriu_ vocês se conhecem desde quando? _ela perguntou.

— Nos conhecemos hoje tia, Stefan me ajudou com um problema, agora ele ofereceu-se para levar-me para Mystic Falls. _Elena respondeu.

— Entendo. _ela olhou-me de cima a baixo_ Salvatore. É algum descendente das famílias fundadoras de Mystic Falls, certo? _ela perguntou.

— Certo _respondi_ conhece sobre as famílias fundadoras? _perguntei levemente interessado.

    Os Gilbert fizeram história em MF. E se ela fazia parte dos descendentes fundadores, provavelmente deveria saber sobre os seres sobrenaturais que moravam por lá.

— Claro _ela respondeu_ os Gilbert também são uma família antiga em Mystic Falls. _ela sorriu.

— Eu sei. _sorri_ E você morou lá ou só seus descendentes? _perguntei.

— Morei, mas resolvi vim para North Carolina.

— Seja sincera, por que se mudou? _perguntei, compelindo-a. Elena estava distraída mexendo em alguma coisa nas malas e não conseguia nos ouvir.

— Tinha alguma coisa muito estranha acontecendo naquela cidade, muitos ataques de animais, muito perigo, então precisei mudar _ela respondeu, seus olhos colados aos meus.

    Meu coração acelerou ao ouvir “ataques de animais” sair da boca de Jenna. Isso significava que tínhamos outros vampiros em Mystic Falls. Eu voltei para MF tem menos de uma semana e Jenna falava como se esses ataques fizessem anos. A mídia falava sobre os “ataques de animais” para não assustar as pessoas, mas eram poucos, bem poucos, que sabiam o real motivo de pessoas inocentes serem encontradas mortas em qualquer canto da cidade ou da floresta. Jenna não parecia conhecer o verdadeiro perigo.

— E por que Elena não veio junto? _perguntei.

— Ela sempre quis morar em Mystic Falls, agora se recusa a sair de lá a todo custo. Ela tem amigos e escola lá, já tentei de tudo e foi em vão.

— Tia Jenna _ela disse aproximando-se_ agora precisamos ir.

— Ok, Elena _ela saiu da hipnose, abriu os abraços e Elena abraçou-a.

— Tchau tia, fique bem _Elena deu um beijo na bochecha de Jenna.

— Amo você, querida. Se cuide.

— Amo você também. _Elena a abraçou mais uma vez.

— Use camisinha. _Jenna sussurrou bem baixo para Elena.

    Pobre Jenna não fazia ideia que eu poderia escutá-la.

    Segurei o riso.

    Depois disso me despedi de Jenna com um simples “adeus” e finalmente eu e Elena entramos no carro.

— Então você é uma Gilbert?

— Isso. _ela respondeu sorrindo para mim.

     Depois de quase uma hora em silêncio, quando finalmente me virei para ela, com o objetivo de puxar algum assunto e descobrir mais sobre sua vida, notei que Elena estava dormindo, como um anjo, como Katherine.

    Só assim que pude finalmente notar o quanto fui e o quando sou obcecado por Katherine Pierce, que mesmo depois de morta, e mesmo depois de algumas décadas sem tocar em seu nome, simplesmente não consigo mais parar de pensar nela e em Elena. Notei que tudo que vejo em Elena, tenho que automaticamente comparar com Katherine, é quase como uma necessidade.

    Assim que finalmente vi a placa de Mystic Falls balancei Elena bem devagar para que ela acordasse. Quando ela o fez, levantou-se e puxou o ar pesadamente.

— Hey, esta tudo bem? _perguntei, virando-me brevemente para ela.

— Sim, você só me assustou. _respondeu ela, olhando para o chão do carro e com um sorriso sem graça.

— Eu não cheguei a perguntar, mas em que lugar você mora? _perguntei, parando o carro no acostamento logo em seguida. Elena deu o endereço e olhou para a janela enquanto eu acelerava o carro.

Domingo, 26, Janeiro, 2014. Mystic Falls

Crystal Reed

    Seu corpo cheio de sangue e sua aparência medieval, um vestido longo e sujo até os pés, parecido com uma antiga camisola para dormir. Um cabelo longo e castanho, estava descuidado e sujo. Ela parecia mais morta do que viva.

— O que você quer? _perguntei, quase sussurrando.

— Cuidado com que você convida para a sua casa. _ela sempre falava a mesma coisa e do mesmo jeito. Era como quem dava um aviso sobre quando algo de ruim vai acontecer em sua vida.

    Uma profetisa? Talvez.

— Do que você esta falando? Quem é você?

— Elas estão mais perto do que você imagina. _ela falou. Seus olhos castanhos nebulosos e cheios de medo, raiva e nervosismo. Iguais aos meus...

— Elas quem? _perguntei.

— A morte, a tristeza e a crueldade. _ela respondeu aproximando-se_ cuidado com quem você convida para a sua casa _ela voltou a repetir.

— QUEM É VOCÊ? POR QUE APARECE PARA MIM? VOCÊ NÃO É REAL, EU SEI DISSO, ISSO É SÓ UM SONHO RUIM. _explodi em raiva. Eu não aguentava mais isso.

— Eu sou mais real do que você imagina, Crystal. _ela manteve a calma_ Lembra do nosso primeiro encontro, quando você derrubou um jarro na sala? _minha mente deu um estalo, realmente eu tinha quebrado um jarro enquanto fugia dela e o jarro simplesmente desapareceu. E eu só percebi isso agora_ Você viu os cacos ou simplesmente voltou a ver o jarro inteiro no mesmo lugar de sempre? _neguei com medo, eu realmente tinha coisas mais importantes para fazer do que notar um jarro quebrado_ você guardou os cacos no porão.

— Não guardei. _respondi.

— Volte ao porão _ela sorriu. Seu sorriso irônico fez-me arrepiar inteira._ Elas estão chegando, cuidado com quem você convida para a sua casa, não deixe ninguém entrar. _voltou a repetir.

    Ela levou seu olhar para a porta do quarto e atravessou a porta.

— Hey! _chamei-a ela não respondeu. Corri até a porta e quando saí, respirei fundo pesadamente e abri meus olhos. Eu estava deitada no sofá da sala, aquilo era um pesadelo, claro. Igual da última vez.

    Olhei em volta, Elena ainda não tinha chegado. Tudo bem, eu estava enlouquecendo. Fiquei alguns minutos sem sair do lugar. Quando levantei senti o incomodo no tornozelo. Meu coração gelou e talvez tenha sido nesse momento que eu tenha tomado a decisão mais séria da minha vida.

    Eu iria ao porão.

     Respirei fundo e levantei, levei meus olhos para o lugar que normalmente estava o vaso, e não, ele não estava ali.

    Decidi que, independendo do que acontecesse lá em baixo eu não iria contar para ninguém.

    Abri a porta do porão e desci as escadas. Alerta a tudo, sem deixar nada passar em branco. Procurei os cacos de vidros e não os achei, tenho certeza que fuxiquei todos os cantos. Sentei-me em um baú empoeirado e suspirei cansada. Um estalo veio em minha cabeça.

    Claro, o baú.

    Como sou idiota. Ri de mim mesma e o nervosismo me atingiu. Eu não queria achar os cacos, mas ao mesmo tempo era o que eu mais queria naquele momento.

    Eu só... Quero entender as coisas.

    Levantei-me e sacudi a poeira batendo com a palma da mão na minha calça. Peguei um pano velho jogado por ali e passei por cima do baú, tossindo em seguida com a poeira. Abri o baú bem devagar, meu coração estava acelerado. Esse seria o único jeito de descobrir se a mulher do espelho era real, mas de qualquer forma não explicava o fato de sempre parecer um sonho.

    Os livros e documentos velhos que não eram mais usados estavam dentro do baú, ocupando a maior parte do espaço, tirei alguns e então ouvi o barulho do vidro se mexendo, tirei os livros que sobraram e um saco de pano estava no fundo do baú, escondido, como um tesouro. Peguei-o e tremendo o abri.

    Lá estavam os cacos do vaso quebrado e desaparecido. Meu coração quase pulou para fora, tudo aquilo era... real.

    Meu coração foi a mil mais uma vez quando ouvi o barulho da campainha, era como se eu tivesse fazendo algo de errado, algo sujo e que ninguém pudesse saber. Guardei rapidamente toda aquela coisa e limpei-me da poeira como pude, ao me virar deparei-me com a gata. O susto foi imediato. Gritei e coloquei a mão na boca. Minha cota de sustos já tinha esgotado-se por pelo menos um ano.

    Ela miou para mim, passando no meio das minhas pernas e ronronando. Peguei-a no colo e subi as escadas.

— Achei que tinha me abandonado. _dei um beijo em sua testa e a deixei em cima do sofá.

    Abri a porta e Elena estava do outro lado, ao me ver gritou de forma aguda e me abraçou, seu casual abraço de urso.

Domingo, 26, Janeiro, 2014. Mystic Falls

Stefan Salvatore

    Elena tocou a campainha da casa, perguntei a ela o motivo de não simplesmente destrancar a porta e entrar, ela respondeu dizendo “eu sempre esqueço as chaves, Stefan” e em seguida dando um pequeno sorriso inocente. Eu realmente gostaria de acabar com toda sua inocência, cravar meus dentes nela da mesma forma que Katherine fazia em mim, alimentando-me dela até deixá-la fraca. Senti as veias do meu rosto pulando para fora e minhas presas crescendo rapidamente, desviei meu rosto do de Elena, que olhava entusiasmada para a porta e tentei afastar os pensamentos. Demorou um pouco até a amiga de Elena abrir a porta, e quando ela o fez, Elena se jogou na amiga e a agarrou. Ficaram assim por quase um minuto, Elena falando o quanto sentiu falta de Crystal e vice-versa.

    Elena se afastou da amiga e olhou para mim.

— Crys, esse é o Stefan, Stefan essa é a Crystal, mas todos a chamam de Crys. _Elena sorriu.

— Só você me chama de Crys, Elena. Oi. _Crystal olhou para mim.

— Oi. _respondi. Elena e Crystal trocaram olhares.

    Ser um vampiro tinha muitas vantagens, exceto o fato do sol nos matar, da sede pelo sangue e de claro, só podermos entrar em residências se formos convidados. Até que a dona ou dono da casa falasse “entre!” eu não poderia passar na porta e ficaria mofando do lado de fora. Por algum motivo essa merda toda funciona assim, e eu não sei o porquê.

— Não liga não, Crys. O Stefan às vezes é meio tímido. _ela deu de ombros.

— Ah claro. _Crystal assentiu_ Por favor, e..e..e...entrem, não fiquem ai fora. _Ela falou “entrem” gaguejando. Seu coração bateu mais forte e senti que ela estava ainda mais nervosa. Muito nervosa por sinal. Olhando em volta como se alguém estivesse a vigiando a todo momento. Elena entrou primeiro e logo que eu passei da porta o coração de Crystal bateu mais rápido, eu pude ouvir. Fiquei encarando-a e ela fazendo o mesmo. Estávamos sem piscar.

    O coração dela era como uma escola de samba. Notei a gota de suor escorrendo sobre sua testa. Ela sabia de alguma coisa.

— Finalmente em casa! _Elena encaminhou-se até a sala, sem de fato perceber a tensão entre eu e Crystal._ Vem Ste.... _Elena deu um grito interrompendo-se.

    O grito de Elena fez com que eu e Crystal saíssemos da tensão e entrássemos em outra logo em seguida. Corremos até a sala e nos deparamos com Elena de pé no meio da sala, olhando para um pequeno gato sentado no sofá, encarando Elena quase sem piscar.

— Elena quase me matou de susto. _Crystal colocou a mão no peito. Ela realmente estava nervosa, muito nervosa. Tirando o fato de que ela parecia visivelmente desconfiada e amedrontada o tempo todo. Quando virava-se para mim, olhava como quem sabia de todos os meus podres._ Essa é a Gata, Elena.

    Gata? Que merda de nome.

 _ Crys, que gatinha linda. _ela sorriu, aproximando-se da gata e fazendo um barulho com a boca enquanto estalava os dedos no ar, tentando chamar a atenção do animal. O que ela já tinha de sobra, já que a Gata em momento algum desviou o olhar de Elena. Na verdade Elena parecia estar brincando com uma estatua e não um animal.

    Elena deu um passo a frente e a Gata emitiu um barulho com a boca, colocando para fora todos os seus dentes e garras. Seu pêlo estava todo arrepiado e ela ainda estava focada em Elena, alerta e pronta para o ataque a qualquer momento.

— Meu Deus! _Elena recuou alguns passos, ficando em uma distancia saudável daquele animal.

— GATA! _ Crystal repreendeu o pequeno animal hostil, mas era o mesmo que nada, a Gata continuava da mesma forma, alheia a Crystal_ GATA, GATA, GATA! _Crystal aumentou o tom de voz, o animal saiu do transe e ainda olhando para Elena abaixou as orelhas e olhou para Crystal.

    O animal virou-se para mim e eu poderia jurar que seus olhos arregalaram-se mais um pouco. Ouvi seu pequeno coração bater mais rápido do que o normal. E ainda com os olhos fixos nos meus o bichinho hostil deu alguns passos para trás, até cair do sofá e se levantar rapidamente, estava amedrontada e quando caiu miou alto, talvez tenha se machucado.

— Ela não é assim sempre, costuma ser tão carinhosa. _Crystal comentou, enquanto olhava a pequena gata paralisada_ Vem querida, esta tudo bem. _Crystal agachou-se e a gata continuou parada, mais uma vez alheia a Crystal, como se só eu estivesse na sala, encarando-me, como da primeira vez que Crystal me encarou, parecia saber todos os meus segredos e meus podres.

     Todos menos Elena pareciam desconfiar de mim. Comecei a pensar o que teria que fazer para acabar com isso. Talvez quem eu deveria matar...

    Mas agora eu tinha que lidar com uma gata paralisada encarando-me por quase um minuto. Seus olhos, estranhamente me lembravam os de Elena, mas algo estava diferente. Continuei encarando e a pequena gata encarava-me como...

    Como Katherine...

     Franzi a testa, meu coração acelerou.


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Notas finais do capítulo

Olá amiguinhas, como estão?
Me desculpem a demora para postar e me desculpem também pelo capítulo enorme.
Ficou cansativo, vocês querem capítulos menores? Por favor respondam porque eu preciso saber. Não quero nada cansativo para vocês.

Para as que não gostam de capítulos grandes: o próximo não vai ter mais que 2000 palavras.
Acho que por hoje é só. Eu falo demais, eu sei!

Meu twitter para quem quiser: @CoisaDaMama
Fique à vontade para divulgar a fanfic para alguma amiguinha que gosta desse tipo de história.
Um beijo ♥



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